aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

Dia dos Namorados e o Mapa do Caminho

Uma mulher caminhava pela praia quando encontrou uma garrafa. Então pensou: “Vou esfregar, quem sabe não aparece um gênio”. Esfregou, esfregou, até que apareceu o Gênio. Ela surpresa perguntou a ele se teria direito aos três desejos. O Gênio disse:
– Não. Sinto muito, o Gênio dos três desejos só existe nos contos. Eu sou o Gênio de um só desejo. Às suas ordens!
Ela não pensou duas vezes e solicitou seu único desejo:
– Quero paz no Oriente Médio. Veja esse mapa, quero que esses países parem de guerrear uns com os outros e também que todos os árabes amem todos os judeus, e que todos os judeus amem os árabes, isso vai trazer paz e harmonia no mundo. É esse o meu desejo…
O Gênio olhou para o mapa e disse:
– Fofíssima, seja realista. Esses países guerreiam há milhões de anos. E para falar a verdade estou um pouco fora de forma, faz quinhentos anos que não saio desta garrafa … sou bom, mas não o suficiente para esse desejo. Faça outro desejo e por favor seja um pouco mais realista.
Ela pensou um pouco e disse:
– Bom, eu nunca encontrei o homem certo para mim. Você sabe, um desses que tenha senso de humor, goste de se divertir, cozinhar, ajudar a limpar a casa, bom de cama, fiel, ame minha família e não seja vidrado em futebol. É isso, minha alma gêmea…
O gênio deu um suspiro, balançou a cabeça e disse resignado:
– Deixa eu ver a porra desse mapa novamente!

é isso, por fernando stickel [ 8:42 ]

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 10


Exposição de fotos de Juan Esteves “Presença” no Espaço Fundação Stickel 7/11/2006

Eu conhecia muito bem o mundo das artes e da cultura, onde a “nova” Fundação Stickel começava a atuar, entre 2005 e 2006 criamos o Espaço Fundação Stickel e lá realizamos 11 mostras e lançamos 7 livros, com muito sucesso, mas faltava algo, eu sabia que precisávamos avançar na área social.

Sem experiência na área, me sentia ao mesmo tempo curioso e inseguro sobre como iríamos incluir esta atuação social no novo modelo da Fundação e para me informar comecei a frequentar congressos e encontros do Terceiro Setor, que pudessem lançar luz sobre estas questões.


Primeira reunião do Conselho Curador, 31/10/2006

Simultaneamente prosseguia a busca pelas certificações, como o registro de Utilidade Pública Federal e a inscrição no conselho Municipal Assistência Social – COMAS. Este último nos informou que a inscrição só seria possível se tivéssemos um projeto social próprio, Agnes e Lobato me indicaram a consultora Marilena Flores Martins, com a qual me reuni e a conversa foi mais ou menos assim:
-Marilena, precisamos de um projeto social.
-Em qual área?
-Não sei, não entendo nada disso…
-Vou pensar e fazer uma proposta.

Logo recebi dela a proposta “Mulheres de Talento”, cujo foco era o atendimento social e profissionalizante de jovens mães solteiras da Vila Brasilândia, bairro da Zona Norte de São Paulo, que naquela época, 2006/2007 era o bairro de pior Índice de Desenvolvimento Humano – IDH da cidade.

Decidimos que o mergulho na área mais carente e problemática da cidade seria uma maneira inequívoca de abraçar a causa social e decidimos prosseguir com o projeto, alugamos um imóvel e a Sandra mais uma vez se dedicou voluntariamente ao projeto e à obra de reforma de um sobrado na R. Candida Franco de Barros.


Sandra Pierzchalski tocando a obra de reforma do sobrado em 26/4/2007


O “Atelier Bichinho”, mini creche para atendimento das crianças


Sandra supervisiona a construção da horta


Atendimento das jovens mães solteiras

Uma equipe foi contratada, incluindo uma assistente social, e em agosto 2007 foi inaugurado o projeto “Mulheres de Talento”, lá as moças recebiam atendimento social e profissionalizante gratuito, incluindo oficinas de arte, enquanto seus filhos eram atendidos em uma mini-creche no andar de baixo, com jardim e horta. Logo e seguida obtivemos a inscrição no COMAS e a Utilidade Pública Federal.

Com o surgimento do projeto social próprio, as ajudas monetárias pontuais a outras instituições foram sendo progressivamente desativadas.

é isso, por fernando stickel [ 18:12 ]

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 9


Sandra na obra da R. Ribeirão Claro, 5/8/2005

No início de 2005 meu estúdio na R. Ribeirão Claro – Vila Olímpia, estava vazio e à venda, mas necessitava ainda de processo burocrático de regularização no Registro de Imóveis, foi aí que Sandra teve uma ideia brilhante:
– Enquanto aguardamos a regularização, vamos fazer uma galeria de arte lá, proveitamos apenas o galpão principal e blindamos o restante.
Concordei e cedi gratuitamente o imóvel à Fundação, Sandra iniciou o projeto arquitetônico da reforma.


A nova iluminação do Espaço Fundação Stickel

Em agosto começamos a obra de reforma do imóvel na R. Ribeirão Claro, e logo precisei decidir sobre a iluminação da nova galeria. Lembrei do estúdio do Baravelli nos anos 70, que misturava lâmpadas quentes e frias, obtendo uma excelente qualidade de luz, liguei para ele e fui visitá-lo na Granja Viana. Ele me recebeu com a simpatia costumeira, conversamos sobre as lâmpadas e ele perguntou:
– Pode fazer exposição lá?
– Sim, por que?
– Tenho uma exposição pronta…
Do dia desta conversa até a inauguração do Espaço Fundação Stickel com a exposição “Série Arte e Ilusão” de Luis Paulo Baravelli em 15 de outubro, decorreram exatos 15 dias!


Vernissage da exposição de Baravelli, inaugurando o Espaço Fundação Stickel em 15/10/2005


Exposição Himalayas, abertura em 13/9/2005

Em setembro havíamos realizado a exposição “Himalayas” com fotos de Franklin Nolla e aquarelas de Nando Rocco no Empório Siriuba, espaço da minha irmã Sylvia.

Simultaneamente iniciamos, na área de projetos, uma pesquisa sobre a Escola Brasil:, instituição de ensino de arte pioneira e informal dos anos 70, criada por Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende, ex-alunos de Wesley Duke Lee, que deixou um legado fantástico. Uma equipe de pesquisa foi montada sob a coordenação da Prof. Dra. Claudia Valladão de Mattos, e os pesquisadores Maria do Carmo Couto e Andre Tavares.

Editamos pela Fundação em novembro 2005, o livro “COMO ANDA A COR – Trabalhos de Cassio Michalany” lançado na Galeria Raquel Arnaud, simultaneamente à exposição do artista.


No estúdio do Wesley, Claudia (no detalhe), Andre, Maria do Carmo, eu e Wesley, em 2/12/2005

Em dezembro visitamos o estúdio de Wesley Duke Lee com a equipe de pesquisa do projeto Escola Brasil:, gravamos uma entrevista em vídeo e eu tirei muitas fotos, de repente Wesley me disse assim:
– Li muito durante a minha vida, me considero erudito, mas estou tendo dificuldade de acessar as informações…
Era o prenuncio da demência que levou o artista à morte em 2010.

é isso, por fernando stickel [ 18:00 ]


Vista do Lote 3 – Chácara Tico-Tico, em breve disponível para venda!

Dia muito especial!

Frutificou o processo que se iniciou em outubro 2021, com o engenheiro Celso T. de Carvalho e o corretor Alberto Ribeiro me assessorando para viabilizar comercialmente uma gleba rural que comprei em 1975, vizinha do Condomínio Alpes de São Gotardo.

Acabamos de obter as novas matrículas no Registro de Imóveis de Tremembé, SP, com o desmembramento do Sítio Boa Vista, em sete lindos lotes rurais – ITR, com área de cerca 20.000 m2 cada, em plena área de mata atlântica na Serra da Cantareira, a 1.500m. de altitude, com acesso quase todo pavimentado, rede elétrica e internet em frente a todos os lotes, e nascentes d’água à vontade.

Cerca de 15km, ou meia hora de carro do centro de Santo Antônio do Pinhal.
Cerca de 33km, ou uma hora de carro do centro de Campos do Jordão.
Cerca de 85km ou duas horas de carro de São José dos Campos.
Cerca de 160km, ou três horas de carro de Ubatuba.
Cerca de 190km, ou três horas e dez de São Paulo.


Planta do desmembramento

Lote 1. Matrícula. 13.896 Chácara João de Barro 20.200 m2
Lote 2. Matrícula. 13.897 Chácara Pica Pau 20.360 m2
Lote 3. Matrícula. 13.898 Chácara Tico-Tico 20.100 m2
Lote 4. Matrícula. 13.899 Chácara Sabiá 20.080 m2
Lote 5. Matrícula. 13.900 Chácara Saracura 20.200 m2
Lote 6. Matrícula. 13.901 Chácara Rolinha 25.430 m2
Lote 7. Matrícula. 13.901 Chácara Tuim 24.526 m2


Todas as Chácaras demarcadas

Santo Antônio do Pinhal é uma das 12 estâncias climáticas do Estado de São Paulo, tem grande parte de suas matas com vegetação nativa, cortada por riachos e cachoeiras e trilhas de diversos níveis, a região é perfeita para a prática de trekking, mountain-bike, rapel, arvorismo e vôo livre, o Pico Agudo fica a 8km do centro da cidade.


Quase a totalidade dos acessos pavimentados


A 15 km do centro de Santo Antonio do Pinhal, acessos, energia elétrica e água à vontade!

é isso, por fernando stickel [ 7:25 ]

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 8

No primeiro semestre de 2004, após a aprovação da família Stickel para o meu projeto de reativação da Fundação Stickel, com foco em arte e cultura, várias coisas se sucederam.


Escritório da Fundação na Trav. Newton Feitoza

A Fundação ainda totalmente inativa, dividia o espaço de uma casinha de vila na Travessa Newton Feitoza com o escritório do meu pai. Então foi necessário separar a pessoa jurídica (Fundação) da pessoa física (Erico, meu pai recém falecido). Arquivos, móveis, obras de arte e objetos foram assim apartados. O único funcionário da Fundação começou a trabalhar nos trâmites burocráticos da reativação, e logo criamos o domínio e o site da Fundação na internet.

Imbuído do firme propósito de transformar a Fundação Stickel, em uma instituição exemplar do Terceiro Setor, contratei a seguir os gestores Agnes Ezabella e João Lobato para me ajudar a ressuscitar a Fundação em seus aspectos legais, cuidando das exigências burocráticas que eram e continuam gigantescas, obter certificados a nível municipal, estadual e federal, credenciamentos diversos, normas contábeis, relatório SICAP, etc…


Família Stickel no escritório da Fundação

Eu agia nesta fase pioneira com vários chapéus, de Presidente do Conselho de Curadores, CEO, Contador, Administrador Geral, Coordenador de Projetos, etc… e me dividia entre o escritório da Fundação na Travessa Newton Feitoza, e o meu estúdio de artista plástico na R. Nova Cidade – Vila Olímpia, que começou a receber algumas reuniões de trabalho da Fundação.


A casa da Fundação na R. Brigadeiro Jordão

Em junho 2005 recebi um telefonema de Campos do Jordão dando conta que a casa da Fundação na R. Brigadeiro Jordão tinha sido invadida.
Viajei imediatamente e encontrei um cenário desolador, o imóvel depredado, portas e janelas quebrados, muito lixo espalhado, até uma fogueira tinha sido acesa dentro da casa… A Prefeitura de Campos do Jordão, comodatária, simplesmente abandonou o imóvel que havia recebido em comodato gratuito de 20 anos, sem uma única notificação. Tomei as providências necessárias para a segurança do imóvel e na sequência processamos a Prefeitura por perdas e danos. O processo correu, longo como sempre, a Fundação o venceu e muitos anos depois recebemos uma indenização pífia. Como a nova missão da Fundação não tinham mais conexão com a cidade, vendemos o imóvel, encerrando a fase pioneira em Campos do Jordão.


Utilizando o jornal do dia para marcar a data, 19 junho 2005

é isso, por fernando stickel [ 13:36 ]

Em 1988 o designer Anisio Campos e eu promovemos no meu estúdio na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia, a 1ª Oficina de Design de Automóvel. Vivíamos um Brasil fechado às importações, os carros importados eram raridades e os projetos de transformação e adaptação em carros nacionais um mercado em expansão.

Neste cenário, Anisio e eu, amigos de longa data, estruturamos o curso, batalhamos patrocínios e selecionando 14 rapazes, que aprenderam em seis semanas, desde a história do design automobilístico até fazer uma maquete (mock-up) dos projetos de final de curso. Passamos pelas técnicas construtivas, dimensionamento, ergonomia, motores, aerodinâmica, desenho de observação, arte, etc… Obtivemos apoio da Pirelli e FIESP.

O resultado foi excelente e refizemos o curso em Brasília em 1990 e em Fortaleza no Ceará em 1992.

André Cintra, um dos alunos, realizou o projeto do seu CINTRA 959 (Fusca-Porsche), leia abaixo o Artigo de Alessandro Reis sobre sua conquista:

Na segunda metade da década de 1980, a Ferrari F40 e o Porsche 959 eram presença constante em pôsteres nos quartos de crianças e adolescentes apaixonados por carros.

Dentre eles estava André Cintra, um estudante paulista de 15 anos, que em 1988 teve a ideia de colocar o visual arrojado do Porsche em um Fusca. Quatro anos depois, nascia o Fusca “CINTRA 959”, que foi manchete de revistas especializadas da época. Os três exemplares, todos produzidos artesanalmente no início dos anos 1990, estavam sumidos nos últimos anos e foram resgatados no ano passado. Hoje pertencem a um colecionador anônimo de Santa Catarina e são bastante valiosos.

Quem conta a história é o caçador de carros antigos Rodrigo Ziliani, o Bilinha, que resgatou os Fuscas no ano passado e os repassou a esse colecionador. Cada carro, conta ele, foi achado em local diferente de São Paulo. Todos em estado de abandono.
Morador de Tupi Paulista (SP), Bilinha reformou o primeiro CINTRA 959 fabricado e diz já ter recebido por ele oferta de R$ 300 mil – que faria do exemplar pioneiro um dos Fuscas mais caros do Brasil.

Segundo Bilinha, o CINTRA 959 Cintra número 1 estava “semidestruído” na Penha, bairro da Zona Leste da capital paulista, quando o comprou por R$ 100 mil.
“Os outros dois carros estavam em condições ainda piores e também serão restaurados”, relata.

Além disso, Rodrigo irá construir outros três CINTRA 959 em parceria com seu criador. Hoje com 48 anos, André Cintra revela que tem até hoje os moldes originais para produzir as peças de fibra de vidro.
Arquiteto, Cintra só voltou a se conectar com suas “crias” em 2020, quando soube do resgate dos veículos.
“Por volta de 2006 ou 2007, vendi os carros que tinham ficado com minha família: o primeiro, que era meu; e o terceiro que era do meu pai. A partir de então, perdemos a pista deles. Até que, no ano passado, soube que o exemplar número dois tinha sido resgatado de um ferro-velho na região de Tupi.”
Daí veio a a amizade com Ziliani e a ideia de dobrar a produção original do CINTRA 959. Os três novos veículos serão para uso pessoal, pontua.
“A descoberta dos carros originais me instigou a fazer de novo. A intenção não é montar uma fábrica nem colocar os carros para vender. Porém, quem sabe?”
André conta que o primeiro carro da nova safra acabou de ser concluído e é de corrida, pois só pode ser usado em circuitos fechados.
“Já levamos para acelerar no Autódromo de Interlagos”, diz o arquiteto.
A fabricação dos carros número cinco e seis já começou em um galpão de Tupi Paulista com as participações de Bilinha e Plínio Cintra – primo de André que cedeu o chassi para a produção do Fusca Cintra número 4, o de competição – equipado com motor AP 1.6 injetado de 130 cv.
Agora, a intenção é relembrar e retomar o projeto da juventude.
“O Bilinha reacendeu a chama. Já apareceram muitos interessados em adquirir os moldes, mas decidi que, se for para fazer mais carros, tenho de participar”.

André Cintra relata que os primeiros esboços do Fusca 959 nasceram em 1988, durante o curso 1ª Oficina de Design de Automóveis. Os professores foram os designers Fernando Stickel e Anisio Campos – desenhista de clássicos nacionais como Puma GT e Kadron Tropi, considerado o primeiro buggy brasileiro.
Em meados daquele ano, os alunos foram desafiados por Campos a criar algo baseado no Volkswagen Fusca.
“Já em casa, sentei na minha prancheta. Meio sem ideias, parei e comecei a olhar um pôster do Porsche 959 que eu havia pendurado no quarto. Comecei, então, a tentar misturar os dois carros e fiquei rabiscando durante horas”, relembra Cintra.
Segundo ele, dos “três ou quatro” projetos que levou para o dia da apresentação, o que mais interessou seu mestre foi o do 959.
“O Anísio na época adorou a ideia pela praticidade da transformação e por se tratar de um Porsche, cujo fundador Ferdinand criou o Fusca”.
No ano seguinte, André Cintra aprendeu ainda mais com seu mentor, do qual se tornou amigo, ao participar de uma espécie de estágio. Em 1991, finalmente começou a tirar do papel o projeto do Fusca Porsche.
A construção do CINTRA 959 ficaria concluída um ano depois, com direito a festa de inauguração no mesmo local onde participara do curso com Anisio Campos, que morreu em 2019, aos 86 anos.


Folheto de divulgação do curso, criado pelo Anisio e por mim.

Cintra recorda que projeto exigiu criatividade; “Um exemplo disso eram os faróis dianteiros; pensamos em utilizar os originais, mas quando conseguimos verificar a numeração da peça e o valor percebemos que teríamos mesmo de fazer alguns milagres usando a criatividade. Cada farol do 959 na época custava praticamente o que havíamos pago pelo Fusca utilizado como base do projeto”.

No dia 13 Junho 2021 o Cintra reapareceu em Interlagos!

é isso, por fernando stickel [ 10:31 ]

Lá nos anos 80, artista plástico ambicioso, eu queria muito ir morar em New York, uma das soluções seria uma bolsa de estudos em arte, tentei a CAPES – FULBRIGHT para me aperfeiçoar em Artes nos E.U.A, fiquei em segundo lugar, não consegui. Mesmo assim fui morar em New York, lá apliquei para um período na Alemanha, também não funcionou, assim como a bolsa da Guggenheim Foundation.

Todo o processo de aplicação para aa bolsas era bem complexo, era necessário juntar um monte de documentos, cartas de recomendação, etc… Na verdade este processo era por si só bem educativo, te obrigava a organizar currículo, documentos, etc…,

No caso da School of Visual Arts, reuni cartas de recomendação do Salvador Candia, Wesley Duke Lee, Carlos Alberto Fajardo, Frederico Jayme Nasser, Antonio Jacinto Matias e Luis Paulo Baravelli.

é isso, por fernando stickel [ 17:51 ]


Stickel Heim

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 7

A atividade filantrópica da família Stickel não ficou restrita apenas à Fundação Stickel.

Em 1974 meus pais Martha e Erico doaram à Sociedade Beneficente Alemã – SBA, na comemoração do Sesquicentenário da Imigração Alemã 1824-1974, um pavilhão para uso de idosos denominado “Stickel Heim”, com 12 quartos, sala de estar, copa e terraço. O projeto arquitetônico foi do arquiteto Salvador Candia, em cujo escritório eu trabalhava na época, e a construção ficou a cargo da Wysling Gomes.


Placa comemorativa afixada ao prédio


No dia da inauguração, eu, meu pai Erico, Iris Di Ciommo, minha mãe Martha e o arquiteto Salvador Candia

As Aldeias Infantis SOS Rio Bonito, inaugurada em 1980, foi uma iniciativa de quatro casais de amigos, Peter e Scholy Mangels, Karin e Eckard Essle, Marta e Hans Von Heydebreck e meus pais, que doaram o terreno sobre o qual se ergueu a Aldeia, meu irmão Roberto executou o projeto arquitetônico.


Os fundadores das Aldeias SOS Brasil, meus pais são os últimos à direita

Em 1995 eu iniciei ajuda à Creche O Semeador, como descrito no capítulo 6.

A primeira oportunidade de fazer algo na área das artes surgiu em em 1998, quando alguém me procurou para ajudar na finalização do catálogo da exposição “Private Light / Public Light” do artista Mischa Kuball, representante da Alemanha na 24ª Bienal de São Paulo, o que fiz já com recursos da Fundação.

Em 2002, meu pai, com a solidariedade de minha mãe, doou ao Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo – IEB os cerca de quatro mil volumes de sua “Pequena Biblioteca Particular”. Esta biblioteca foi a base do estudo e pesquisa que meu pai realizou durante 30 anos, com a intenção de escrever um dicionário bibliográfico da iconografia brasileira, trabalho coroado com o lançamento de seu livro “Uma Pequena Biblioteca Particular – Subsídios para o Estudo da Iconografia no Brasil” no dia 29 março 2004, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Foi talvez o dia mais feliz da vida do meu pai.

Em 2004, no início da revitalização da Fundação, estabelecemos algumas ajudas pontuais a outras instituições, e, assim a ajuda à Creche O Semeador saiu do meu cuidado pessoal e foi transferida para a responsabilidade da Fundação, iniciamos uma ajuda à Associação Minha Rua Minha Casa, da qual fui conselheiro, e também voltamos a ajudar a Sociedade Beneficente Alemã – SBA.

é isso, por fernando stickel [ 15:23 ]


Auto Posto Interlaken, na Av. Interlagos

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 6

Quis o destino que em 1995 eu fosse sócio e gerente de um posto de gasolina, quando uma amiga me pediu para criar uma “caderneta” das despesas de gasolina do Fusca do Sr. Wilson, que gerenciava a “Creche O Semeador” no Jardim Roschel em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo.

Depois de um tempo eu assumi as despesas da “caderneta” do meu próprio bolso. Estreei assim na filantropia cerca de 30 anos atrás, sem muita consciência de estar dando meus primeiros passos no Terceiro Setor.


Wilson, Fátima e eu na creche O Semeador

Em 2001, minha namorada Sandra tinha uma equipe de obra, que por vezes ficava ociosa. Nestes momentos enviávamos, alguns rapazes à Creche, que ficava em área rural com muitas cobras, para fazer um mutirão de limpeza do terreno, roçar mato, recolher lixo, etc… até uma horta criamos. Um dos rapazes desta equipe, o Marco, hoje com 44 anos, continua a trabalhar conosco. E assim Sandra também estreava no Terceiro Setor.

No início de 2004 assisti a uma palestra e comecei a conversar com uma senhora sentada ao meu lado, seguiu-se um diálogo mais ou menos assim:
– Vocês têm uma Fundação?
– Sim, mas está paralisada.
– Prestem atenção que vocês poderão perdê-la.
– Por que?
– O Código Civil mudou, agora a Curadoria das Fundações pode intervir em fundações paralisadas, como a de vocês, destituir diretoria e o conselho e destinar o patrimônio para outra fundação.

Levei o assunto para um almoço de família e perguntei o que desejavam fazer com a Fundação. Meu pai, com 84 anos e doente opinou que deveríamos encerrá-la, minha mãe o acompanhou, e assim fizeram meus três irmãos. Neste momento, eu, tomado de algo que não sei descrever, talvez coragem, clareza, loucura ou sei lá o que, levantei a mão e exclamei:
– Eu cuidarei da Fundação! Vou reativá-la, mas quero que ela trabalhe também com arte e cultura.
Ao final de uma breve negociação todos concordaram com minha proposta, e assim iniciou-se o renascimento da Fundação Stickel. Um novo estatuto foi redigido, e algumas semanas antes de falecer em 25 dezembro 2004, meu pai o assinou o novo estatuto. Em 31 dezembro 2004 a Fundação completou 50 anos de idade.


Marco Antonio, Agnes e Fátima na horta da creche O Semeador


Família Stickel em julho 2004

é isso, por fernando stickel [ 13:52 ]


Faleceu o Carlão (Carlos Martins Ribeiro) nosso amigo e padrinho de casamento, aos 84 anos. A foto dele é no almoço de comemoração do nosso casamento em 12/11/2016. Carlão se orgulhava de nunca ter ido ao médico, tinha pressão alta, seu coração falhou… R.I.P

é isso, por fernando stickel [ 16:22 ]

Faleceu Tonico Senra aos 75 anos de idade, meu amigo da Sociedade Hípica Paulista. Sempre bem humorado, falante, trajando calças com os vincos impecavelmente alinhados, Tonico era uma figura que deixará saudades. R.I.P.

é isso, por fernando stickel [ 8:47 ]


Ao meu lado a Vera Domschke, viuva do Mario

Na Sociedade Hípica Paulista realizou-se o 24º Biathlon, homenageando meu recém falecido amigo Mario Sacconi.


O grupo que fez a caminhada

é isso, por fernando stickel [ 7:24 ]


A casa 1 da vila, do lado esquerdo

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 5

Em 1991, por insistência da minha família, preocupada com as consequências do Plano Collor, principalmente a queda dos aluguéis, fui trabalhar com meu pai, uma aventura arriscada, mas necessária, o meu novo local de trabalho era uma aprazível casinha de vila, que unia o escritório do meu pai Erico e os arquivos da Fundação, que continuava inativa.

Nas primeiras semanas de trabalho me dediquei a conhecer a gestão do patrimônio familiar, quando um belo dia abro uma gaveta do escritório e encontro uma pilha de cautelas, documentos em papel tamanho A3, algumas muito sofisticadas graficamente. Pergunto ao meu pai o que eram, e ele me diz que eram os investimentos da Fundação. Ensina o dicionário: “Cautela é um título fornecido por sociedades anônimas a seus acionistas, e no qual se mencionam as ações subscritas pelos últimos.”


Uma cautela

Comentei que haviam maneiras mais eficientes de gerir uma carteira de investimentos, e que seria uma boa ideia submetê-las a uma gestão profissional. Meu pai tinha um relacionamento antigo com o Banco Itaú, levamos as cautelas ao Itaú Private, recém-criado, e assim surgiu assim o Fundo Patrimonial da Fundação.
Tomei também conhecimento dos imóveis da Fundação, entre eles uma casa na R. Henrique Martins, alugada para o restaurante Roanne, do “chef” Claude Troigros.


Conhecendo os problemas

Algum tempo depois, em 1997, meu pai decidiu, aos 77 anos de idade, renunciar ao cargo de Presidente do Conselho, e me indicou para substituí-lo. Eu já conhecia a necessidade de escriturar o livro de atas com as reuniões do Conselho de Curadores, mas encarei o convite como uma oportunidade de simplificar e introduzir eficiência. Como condição para assumir o novo posto solicitei que os cerca de 40 conselheiros fossem todos dispensados, e que o novo Conselho fosse composto apenas pela nossa família. Assim foi feito, não sem dificuldades burocráticas, porque vários conselheiros eram falecidos…

A segunda condição foi a redução do nome para Fundação Stickel, o que também foi feito. E assim, aos 49 anos de idade assumi a Presidência da Fundação Stickel, com um Conselho Curador composto de 6 membros, meus pais, eu e meus irmãos. Um novo estatuto foi redigido, incorporando estas mudanças.

é isso, por fernando stickel [ 12:07 ]

Meu tio-avô Fernando Arens Jr., irmão da minha avó Maria Elisa Arens Diederichsen (Lili)

Nasceu em Campinas em 18/4/1880 e faleceu em São Paulo em 5/8/1942. Era filho de Frederico Guilherme Fernando Arens e Filisbina Augusta Garcia Arens. Casou-se com Lavínia de Oliveira Caldas e teve os filhos Aracy Arens; Odila Arens Caldas(Memé); Renato Antonio Arens e Marina Arens Caldas.

Em 1915, Fernando Arens Jr, junto com Dimitri Sansaud de Lavaud, patenteou, no Escritório Americano de Marcas e Patentes (USPTO), uma máquina para moldagem de tubos metálicos por força centrífuga, patente número 1.199.353, aprovada em 26 de setembro de 1916. O princípio empregado é conhecido como “Processo De Lavaud” e é utilizado até hoje.

é isso, por fernando stickel [ 17:36 ]

Screenshot

Faleceu Frank Stella, grande referência de artista/pintor no início da minha carreira nos anos 70. RIP

é isso, por fernando stickel [ 17:35 ]


Foto: Bebeto Matthews/AP

Faleceu o escritor americano Paul Auster aos 77 anos. Adorava os livros dele! RIP

é isso, por fernando stickel [ 17:09 ]


O livro de atas da Fundação Stickel

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 4

Nas décadas de 50 e 60 a Fundação Beneficente Martha e Erico Stickel provia serviços de assistência social e de saúde em Campos do Jordão. A única fonte de informação desta época que sobreviveu foi o livro de atas das reuniões do Conselho Curador, manuscrito pelo meu pai.

Indicações das atividades nesta época residem apenas nas memórias… lembro de ouvir meu pai dizer assim: – Vou alugar a casa do Guarujá para fulano, ele vai pagar o aluguel para a Fundação, ou ainda: – Jamais trabalhe no Estado! Funcionário público só atrapalha!

Lembro ainda de meu pai relatar em meados da década de 70, com muito desgosto, que estava reduzindo as atividades da Fundação, pois os agentes públicos não o deixavam em paz. Eram fiscalizações, autuações por descumprimento de normas, reclamações, multas, gerando nele profunda frustração. Ele dizia: – Vocês (o governo) estão achando que faço tudo errado? Então vou me retirar.

De fato, o estado regulava tudo, inclusive os serviços sociais. A Legião Brasileira de Assistência LBA criada em 1942, tinha um propósito limitado de fornecer assistência às famílias dos militares brasileiros lutavam no exterior. Foram criados o Instituto Nacional de Previdência Social INPS, instituição previdenciária brasileira em 1966, o Programa Nacional de Alimentação e Nutrição materno-infantil em 1972, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1974, culminando com o Ministério da Previdência e Assistência Social em 1977.

Os efeitos danosos da excessiva regulamentação e burocracia que infelizmente tão bem conhecemos no Brasil, se fizeram sentir fortemente no ser pragmático que era o meu pai.
As atividades foram diminuindo, uma breve incursão por Ilhabela SP se encerrou e por volta de 1980 as atividades fundacionais cessaram por completo, a casa sede em Abernéssia foi cedida para a Prefeitura de Campos do Jordão em comodato gratuito de 20 anos, para a instalação de uma biblioteca infantil.

Apenas o livro de atas continuava em ação, exigindo agora as assinaturas de dezenas de membros do Conselho, um pesadelo logístico! A burocracia do Terceiro Setor era assim servida, e a Fundação continuava legalmente viva, sob os cuidados de um contador.


Legião Brasileira de Assistência – LBA


Familia Stickel nos anos 50

é isso, por fernando stickel [ 16:30 ]


Danilo Blanco, eu, minha mãe Martha e Sandra Pierzchalski

Abertura da exposição de Danilo Blanco, CADEIRAS, JANELAS E RAIOS DE SOL com curadoria de Rubens Fernandes Júnior, no Espaço Fundação Stickel.


Em primeiro plano o curador Rubens e sua esposa Paula.


Igor Damianof, Lucas Cruz e Marco Antonio Ribeiro

O conjunto de cadeiras expostas surgiu de uma ideia de Danilo ao observar artesãos que circulam pelas ruas e praças do centro de São Paulo. Com o objetivo de valorizar o trabalho desses artistas anônimos, ele encomendou a construção das peças, a partir de um simples briefing: “faça uma cadeira” mostrando com a mão o tamanho de cerca de 10 cm, “que tenha quatro pernas, assento e encosto”.
Individualmente, cada uma das peças se apresenta de maneira distinta, mostrando o potencial criativo despertado pelo pedido do artista, que não interferiu no processo e nem limitou os artesãos. As cadeirinhas foram construídas com formas, traços e materiais diferentes, transformando este simples objeto do cotidiano em arte.
Assim, Danilo idealizou mais uma ação colaborativa, como já fez em outras parcerias com a Fundação Stickel na construção dos murais públicos oriundos das nossas oficinas de marchetaria, instalados nos terminais Palmeiras – Barra Funda e Vila Nova Cachoeirinha. A marchetaria, por sinal, é a principal linguagem do artista e ele traz, paralelamente e de forma complementar às cadeiras, novos trabalhos com seus desenhos geométricos e abstratos, além das peças de um dominó gigante.

é isso, por fernando stickel [ 17:20 ]