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trama do gosto


Cartão postal, o convite.

A TRAMA DO GOSTO
Assessoria de Imprensa da Fundação Bienal de São Paulo – Carmelinda Guimarães

Aonde está a arte no dia a dia da cidade? Para despertar a percepção do público para a realidade artística que nos cerca, a Fundação Bienal de São Paulo reuniu uma equipe de mais de 150 artistas e intelectuais sob a curadoria de Sônia Fontanezi. Eles interpretarão a arte e o cotidiano na mostra A Trama do Gosto que se realiza de 25 de janeiro a fins de fevereiro de 1987 no Pavilhão do Ibirapuera.


Planta do prédio da Fundação Bienal de São Paulo para a exposição “A Trama do Gosto”, destacado em verde o espaço “Natureza Morta Limitada”.

Uma avenida central com diversas travessas, sinais de trânsito e até um veículo de transporte reproduzirão locais que fazem parte da vida de uma grande cidade: os graffitis que estão na rua, o edifício, o monumento, o restaurante, a galeria de arte, o bar, o museu, a drogaria, o correio, os eletrodomésticos, a praça, a música e o “lar doce lar”.

São 26 instalações que farão uma releitura deste cotidiano, organizadas pelos seguintes sub curadores: Guinter Parschalk, Norberto Amorim, Walter Silveira, Tadeu Jungle, Roberto Sandoval, Nelson Screnci, Carmela Gross, Fernando Lion, Beto de Souza, Julio Plaza, Tacus (Dionisio Jacob), Mira Haar, Lenora de Barros, José Simão, Rubens Matuck, Antenor Lago, Regina Silveira, Carlos Moreno, Alex Vallauri, Maurício Villaça, Guto Lacaz, Fernando Stickel, Agnaldo Farias, Norma Ortega e João Pirai.

A mostra terá coordenação geral de Luiz Loureiro, curadoria de música de Ana Maria Kíeffer, projeto do espaço de Felipe Crescenti.


Projeto do espaço, com colaboração de Mariangela Fiorini, minha assistente.

NATUREZA MORTA NA ARTE DE ONTEM E HOJE

“A natureza morta é o cotidiano congelado”, afirma o artista plástico Fernando Stickel, que faz a instalação Natureza Morta Limitada, para a exposição A Trama do Gosto; um olhar diferente sobre a realidade do cotidiano.

“O espirito do espaço que estamos criando é portanto o de uma parada no tempo”.

Para organizar esta instalação Stickel reuniu 38 artistas e dividiu em dois núcleos a produção artística: contemporâneo e histórico. No último estão reproduções fotográficas de trabalhos consagrados de Braque, Matisse, Morandi e Goya, entre outros, que permitem ao público localizar a origem e a evolução da natureza morta na arte. Neste núcleo figura também um quadro original de Pedro Alexandrino e os objetos que ele usava na composição de suas telas.


“Peru depenado” de Pedro Alexandrino, pintura de 1903, cedida pela Pinacoteca. Os objetos da época, cedidos pelo Museu da Casa Brasileira, com produção de Luisa Vadasz.

A Visão de Hoje

No núcleo contemporãneo, que é o foco principal da exposição, projetos especiais de Ucho Carvalho e Rosely Nakagawa entre outros; ainda uma reinterpretaçáo da natureza morta dos pintores da praça da República feita em 1967 por Nelson Leirner; peças de coleção de Amélia Toledo, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Feres Khoury, Guyer Salles, Jeanete Musatti, Bonadei e mais 20 artistas; uma coleção de cartões postais reunida por Malu Morais.

A reinterpretaçáo dos elementos da natureza morta estará presente no trabalho de Ana Maria Stickel, Queque utiliza partes da própria natureza como galhos, folhas e flores secas, troncos e pedras; nas frutas, verduras e flores de Maurício Villaça; potes de Stella Ferraz de Camargo; cortina, e rosa de Sílvia Elboni; objetos e garrafas de Fernando Stickel.

Os artistas participantes da Mostra:
Amelia Toledo
Ana Maria Stickel
Antonio Cabral
Antonio Peticov
Carmen Avian
Cecilia Abs André
Dudi Maia Rosa
Ester Grinspum
Fabio Cardoso
Felipe Tassara
Feres Lourenço Khoury
Fernanda Coube Arieta
Fernando Stickel
Flávia Ribeiro
Flávio Motta
Gilda Mattar
Gilda Vogt
Guyer Salles
Hans Juergen Ludwig
Ivan Kudrna
Jeanete Musatti
João Carlos Carneiro da Cunha
José Carlos BOI Cezar Ferreira
Luise Weiss
Luiz Paulo Baravelli
Maciej Babinski
Margot Delgado
Mauricio Vilaça
Marisa Bicelli
Nelson Leirner
Pedro Alexandrino Borges
Pinky Wainer
Rosely Nakagawa
Silvia Elboni
Stella Ferraz de Camargo
Ucho Carvalho
Wesley Duke Lee

A trilha sonora a ser ouvida em todo o ambiente da exposição foi criada por Hans Juergen Ludwig a partir da discussão do tema natureza morta. O espaço será tratado com penumbra, paredes, piso e teto pretos e focos de luz dirigidos.

“A proposta” afirma Fernando Stickel, “é uma re-leitura da natureza morta através da apresentação de trabalhos contemporâneos, em diversas técnicas, bem como da fragmentação de seus tradicionais elementos constituintes, a fruta, as flores, o jarro, a garrafa, a toalha, o peixe, o castiçal, etc,… e a reagrupação destes elementos interpretada por artistas contemporãneos”.


Na porta do espaço estava afixado este “manifesto” de minha autoria.

O trabalho artístico do gênero “Natureza Morta” na sua forma mais tradicional sugere sempre uma parada no tempo. Sua tradução do inglês (Still Life) significa, literal­mente, “Vida Parada”.

Este corte plástico no quoti­diano, congelando espaço e tempo, nos remete a pensa­mentos sobre a transitoriedade e incerteza da vida.

A realidade urbana contemporânea carece de momentos de reflexão como estes, propi­ciados pela longa e introspec­tiva fruição de uma obra de arte.

Assim, propomos uma releitura da Natureza Morta através da apresentação de trabalhos contemporâneos, em diversas técnicas, bem co­mo através da fragmentação de seus tradicionais elementos constituintes, a fruta, as flores, o jarro (cerâmica), a garrafa (vidro), a toalha, o peixe (animal, caça), o castiçal (objeto), etc… e o reagrupamento destes elementos inter­pretado por artistas contemporâneos.

Reproduções fotográficas de alguns trabalhos de pintores famosos permitirão uma rápida avaliação das origens e evolução do gênero.

O partido arquitetônico, ilu­minação e trilha sonora do espaço da mostra foram criados poro recapturar o clima de paralisação cósmica encontrado em muitos desses trabalhos. Para ilustrar este texto, um vaso de Sempre vivas
SEMPRE VIVAS
MORTAS VIVAS
NATUREZA MORTA
VIDA PARADA
ESPAÇO CONGELADO TEMPO
SUSPENSO
BELEZAS ESTACIONADAS


Desenhos de observação realizados por participantes da oficina de desenho, modelo Lela Severino.

Aulas de desenho na Trama do Gosto

O artista plástico Fernando Stickel está dando um curso de desenho com modelo vivo dentro da exposição A Trama do Gosto, no Pavilhão Bienal do Ibirapuera, como parte da instalação Praça do Corpo.

As aulas serão de terça-feira a sexta-feira, até 20 de fevereiro, no horário das 16 às 18 horas.
As inscrições, serão feitas de terça-feira a sexta-feira, a partir das 14 horas no balcão de informações na entrada da exposição, para a aula do dia. O número de vagas por aula é 20. A taxa de CZ$ 100,00 por aula inclue o material. Idade mínima: 18 anos.


Fotos para divulgação do evento da fotógrafa Marisa Bicelli, tiradas no meu estúdio da R. Ribeirão Claro.


Certificado de participação assinado por Jorge Wilheim, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo.

é isso, por fernando stickel [ 7:57 ]

festa para jay chiat

Meu pai Erico (1920-2004) era um ser engraçado… Ele e minha mãe Martha odiavam a ostentação da vida social, as festas, as roupas e as jóias vistosas, e jamais comentavam eventos sociais e/ou colunas sociais, eles eram bem low-profile, circulavam em um meio de arquitetos, músicos, intelectuais.

No entanto, foi nos seus arquivos que encontrei um recorte de jornal, devidamente anotado com sua letra em caneta-tinteiro, sobre uma festa que dei em 1990… Coluna da Joyce Pascovitch na Folha de S. Paulo. Ilustrada, 3/IV/90

A festa surgiu a partir de um telefonema que recebi do meu amigo Jay Chiat (1931-2002) em 1989, de New York onde ele morava, avisando que viria a São Paulo em 1990, eu disse a ele:
– Sure Jay! We’ll make a party for you!
E aí veio a tragédia do Plano Collor… E aí o Jay confirmou a viagem!

E aí no meio da bagunça gerada pelo Plano eu me vi na obrigação de honrar o meu compromisso, já que era impossível não prestigiar um amigo que me havia aberto todas as portas, quando morei em New York em 1984/85.

Me virei para encontrar os endereços/telefones dos mais prestigiados publicitários de São Paulo, alguns dos quais eu conhecia pessoalmente, fiz os convites citando claramente que era uma festa em homenagem ao Jay, e me desdobrei para arrumar o dinheiro necessário.

Quando o Jay chegou na cidade fui visitá-lo no Maksoud Plaza, subi no seu quarto, batemos um papo, contei a ele sobre os preparativos da festa, ele sabia mais ou menos sobre o Plano Collor, me perguntou se eu precisava algo, eu respondi que não. Comentou que tinha achado o quarto do hotel pequeno…

Jade, minha mulher na época e eu convidamos também amigos pessoais e fizemos uma belíssima festa na nossa casa na R. Ribeirão Claro, em abril 1990, provavelmente a primeira festa pós Plano Collor…

Para minha surpresa fui solenemente esnobado pela maioria dos tais prestigiados publicitários paulistanos, que simplesmente não apareceram, eita turminha mal-educada! Vivendo e aprendendo…

A transcrição do texto das fotos:

Centro do jantar de sexta, o publicitário Jay Chiat dá um nó nas cadeiras, tendo a fotógrafa Donatella Brun de partner.

Pé-de-valsa pra ninguém botar defeito, o anfitrião Fernando Stickel destila seu swing com a prafrentex Leilah Assunção.

Em plena recessão de festas e afins, Fernando Stickel resolveu – em um ato de bondade – abrir a temporada.
Com um movimentado jantar sexta, em sua casa-estúdio, ele comemorou a presença do publicitário norte-americano na cidade.

Sócio da agência Chiat/Day/Mojo, o homenageado só pensa em exorcizar o clima dark que assola o mercado publicitário brasileiro.

As fotos eram do meu amigo Claudio Freitas.

é isso, por fernando stickel [ 9:48 ]

oficina de design de automóvel

Em julho 1988 Anisio Campos e eu promovemos no meu estúdio na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia, a
1ª Oficina de Design de Automóvel.

Vivíamos um Brasil fechado às importações, os carros importados eram raridade e os projetos de transformação e adaptação em carros nacionais um mercado em expansão. A ideia era proporcionar um curso profissionalizante de design de automóvel, capitalizando neste cenário.

A preparação do curso foi minuciosa, durante um ano Anisio e eu nos reunimos periodicamente, estruturando o curso e batalhando patrocínios, finalmente selecionamos 14 rapazes, que aprenderam em seis semanas, desde a história do design automobilístico até fazer a maquete (mock-up) dos projetos de final de curso.

Passamos pelas técnicas construtivas, dimensionamento, ergonomia, motores, aerodinâmica, desenho de observação, arte, etc… Obtivemos apoio da Pirelli e FIESP. O resultado foi excelente, refizemos o curso em Brasília DF em 1990 e em Fortaleza CE em 1992.


Anisio, eu e o Dacon 828 no meu estúdio


As maquetes finalizadas


Alguns detalhes das maquetes


Da esq. para a direita, Anisio, eu e Tito Nakao, agachado, André Cintra


Anisio Campos e eu entregando o diploma do curso para Tito Nakao


A festa de encerramento do curso

é isso, por fernando stickel [ 12:23 ]

história da fundação stickel 9

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 9


Sandra na obra da R. Ribeirão Claro, 5/8/2005

No início de 2005 meu estúdio na R. Ribeirão Claro – Vila Olímpia, estava vazio e à venda, mas necessitava ainda de processo burocrático de regularização no Registro de Imóveis, foi aí que Sandra teve uma ideia brilhante:
– Enquanto aguardamos a regularização, vamos fazer uma galeria de arte lá, proveitamos apenas o galpão principal e blindamos o restante.
Concordei e cedi gratuitamente o imóvel à Fundação, Sandra iniciou o projeto arquitetônico da reforma.


A nova iluminação do Espaço Fundação Stickel

Em agosto começamos a obra de reforma do imóvel na R. Ribeirão Claro, e logo precisei decidir sobre a iluminação da nova galeria. Lembrei do estúdio do Baravelli nos anos 70, que misturava lâmpadas quentes e frias, obtendo uma excelente qualidade de luz, liguei para ele e fui visitá-lo na Granja Viana. Ele me recebeu com a simpatia costumeira, conversamos sobre as lâmpadas e ele perguntou:
– Pode fazer exposição lá?
– Sim, por que?
– Tenho uma exposição pronta…
Do dia desta conversa até a inauguração do Espaço Fundação Stickel com a exposição “Série Arte e Ilusão” de Luis Paulo Baravelli em 15 de outubro, decorreram exatos 15 dias!


Vernissage da exposição de Baravelli, inaugurando o Espaço Fundação Stickel em 15/10/2005


Exposição Himalayas, abertura em 13/9/2005

Em setembro havíamos realizado a exposição “Himalayas” com fotos de Franklin Nolla e aquarelas de Nando Rocco no Empório Siriuba, espaço da minha irmã Sylvia.

Simultaneamente iniciamos, na área de projetos, uma pesquisa sobre a Escola Brasil:, instituição de ensino de arte pioneira e informal dos anos 70, criada por Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende, ex-alunos de Wesley Duke Lee, que deixou um legado fantástico. Uma equipe de pesquisa foi montada sob a coordenação da Prof. Dra. Claudia Valladão de Mattos, e os pesquisadores Maria do Carmo Couto e Andre Tavares.

Editamos pela Fundação em novembro 2005, o livro “COMO ANDA A COR – Trabalhos de Cassio Michalany” lançado na Galeria Raquel Arnaud, simultaneamente à exposição do artista.


No estúdio do Wesley, Claudia (no detalhe), Andre, Maria do Carmo, eu e Wesley, em 2/12/2005

Em dezembro visitamos o estúdio de Wesley Duke Lee com a equipe de pesquisa do projeto Escola Brasil:, gravamos uma entrevista em vídeo e eu tirei muitas fotos, de repente Wesley me disse assim:
– Li muito durante a minha vida, me considero erudito, mas estou tendo dificuldade de acessar as informações…
Era o prenuncio da demência que levou o artista à morte em 2010.

é isso, por fernando stickel [ 18:00 ]

desenho de observação


Segunda aula do Curso de Desenho de Observação, versão 2022, no Espaço Fundação Stickel.

Meus filhos mais velhos, Fernanda e Antonio frequentaram a Escola Viva desde pequeninos, no início dos anos 80, fazendo o maternal nas classes Amarelinho, Amarelo, Laranja, Azul e Vermelho.

A escola era pequena, todos se conheciam, e rapidamente ficamos amigos das fundadoras da Escola, Helo Pavan, Mariangela Fiorini e Maria Ignez Americano.

A Mariangela (falecida em 2005) foi a responsável pelo início do meu curso de desenho de observação, ao me convidar em 1986 (e convencer…) a dar aulas de desenho para um pequeno grupo de crianças de dez anos, incluindo os filhos dela, Juliana e Andre.

Logo em seguida passei a dar as aulas no meu próprio atelier, e a Mariangela foi uma das primeiras alunas, sempre muito interessada, tendo sido por um breve período minha assistente.

O recém inaugurado ofício de professor de desenho de observação vingou e se estendeu por 20 anos, nos meus estúdios da Vila Olímpia, primeiro na R. Ribeirão Claro 37 e posteriormente na R. Nova Cidade 193.

Em 2006 o meu estúdio da R. Nova Cidade começou a se transformar no escritório da Fundação Stickel, por conta desta mudança de atividade encerrei o meu curso de desenho.

Agora, 16 anos depois, no mesmo endereço, estou retomando o ofício de professor, que, para minha surpresa, manteve-se intocado. Voltei à atividade com o mesmo interesse e capacidade de anos atrás, desta vez a serviço da Fundação Stickel!

A revista Elle de Maio 1988 trouxe uma matéria sobre a minha casa/estúdio/escola na R. Ribeirão Claro 37, na Vila Olímpia. Meu curso de desenho já rolava neste espaço há dois anos…

é isso, por fernando stickel [ 9:22 ]

de espaços e exposições

De espaços e exposições.

Minha casa na Rua Ribeirão Claro 37, Vila Olímpia – São Paulo fez parte da minha vida, como unha e carne, por 21 anos.

Recém chegado a São Paulo em 1985, após um período morando em New York, procurava um espaço para alugar quando por indicação de amigos conheci o estúdio do Sergio Fingerman, que estava de mudança para a Vila Madalena. Entrei em contato com o proprietário para alugá-lo, mas ele queria apenas vendê-lo, e acabei comprando o imóvel.
?Lá morei, trabalhei, namorei, cozinhei, casei, sobrevivi a enchentes, plantei árvores, cuidei de cachorros e escrevi um livro. Lá nasceu meu filho Arthur, fiz os cursos “Desenho com Fernando Stickel” e 1ª Oficina de Design de Automóvel”, fiz festas, preparei exposições, fiz 21 reformas, negociei, transformei, hospedei amigos, pintei o imóvel de inúmeras cores, conheci vizinhos, bem e mal humorados, e finalmente cedi gratuitamente o espaço por dois anos, para que a Fundação Stickel lá construísse, com projeto de Sandra Pierzchalski, o “Espaço Fundação Stickel” e realizasse 9 exposições de arte, estreando com a exposição “Arte e Ilusão” de Luiz Paulo Baravelli em outubro 2005.

Chegado o momento de sair do imóvel e vendê-lo, iniciou-se longo e complexo processo, envolvendo a consolidação de vários terrenos e uma negociação onde ao final dois interessados disputavam o negócio, uma incorporadora interessada em construir um prédio, e a Comunidade Shalom, sinagoga progressista interessada em construir sua nova sede.

Um belo dia conversando com o jovem e simpático rabino Adrian Gottfried sobre a negociação, eu disse a ele:
– Adrian, vou vender minha casa pelo melhor preço, mas prefiro vender a vocês, pois este terreno está impregnado de muitas boas vibrações… E assim, foi, para minha alegria a melhor proposta veio da Shalom e fechamos o negócio.

Entreguei as chaves do imóvel em 31 dezembro 2006. Na desmontagem do espaço, tal qual um corpo doando órgãos, distribuí aos amigos e pessoas próximas, luminárias, plantas, caixilhos, telhas, grades, portas, louças e metais, etc… etc… O final de ciclo de um imóvel que cumpriu plenamente sua função, pública e privada. Algo que desaparece para dar lugar a algo novo. É o saudável ciclo da vida.

Vencedores do concurso de arquitetura promovido pela Shalom, o projeto de arquitetura da nova sinagoga foi de Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, da Brasil Arquitetura. Em 2011 fui convidado para a inauguração do novo prédio, tive muito prazer de participar da cerimônia, onde encontrei inclusive alguns amigos.

Agora, 17 anos depois, em um espaço mais uma vez projetado por Sandra Pierzchalski, a Fundação Stickel repete o convite ao mestre Baravelli, que apresentará seus trabalhos no novo Espaço Fundação Stickel, na Rua Nova Cidade 195 – Vila Olímpia, São Paulo.

é isso, por fernando stickel [ 8:10 ]

boi com eu, eu com boi


No meu estúdio da R. Ribeirão Claro na Vila Olímpia nos anos 80, com a tela de José Carlos BOI Cezar Ferreira.
Obrigado pela foto Helena Brício!


Cerca de dez anos antes, no apartamento da R. Tucumã, com a mesma tela do BOI.


Eu e o Boi, no apartamento da R. Tucumã.

é isso, por fernando stickel [ 7:40 ]

enchente na vila olímpia


Enchente na Vila Olímpia em 1986. Estou dentro da minha casa no Nº 37 da Rua Ribeirão Claro, olhando para o rio em que se transformou a rua.
A água chegava a subir um metro! As casas tinham proteções diversas, murinhos, portões comportas, etc…

De dentro da minha casa, equipada com comportas e proteções eu ficava monitorando e controlando os estragos. Pela rua transformada em rio navegavam colchões, bananeiras, sacos de lixo, sofás, tudo que é possível imaginar.


Na esquina da atual Av. Helio Pellegrino x R. Ribeirão Claro, era o local onde o córrego Uberabinha saia do seu leito e avançava pelas ruas.


A cada enchente, estragos, asfalto arrancado, sujeira, etc…

é isso, por fernando stickel [ 7:33 ]

árvore na ribeirão claro


Morei atrás deste muro cinza, na esquina das ruas Ribeirão Claro e Fiandeiras, na Vila Olímpia, por mais de 20 anos.
Hoje ali é a sede da Comunidade Shalom, para quem vendi o terreno.
Naquele período plantei inúmeras árvores na vizinhança, esta árvore da foto foi uma das que sobreviveu, outra foi cruelmente cortada pela então prefeita Marta Suplicy.
Nunca entendi direito por que BRASILEIRO ODEIA ÁRVORE.

é isso, por fernando stickel [ 20:19 ]

estúdio r. ribeirão claro


Polaroid da minha casa-estúdio na R. Ribeirão Claro na Vila Olímpia, anos 80. Nesta grande mesa onde está sentada Marinalva, minha caseira na época, dei aulas de desenho de observação de 1986 até 2000.

é isso, por fernando stickel [ 11:54 ]

mercedes-benz: ascensão


Muitos anos atrás, no finalzinho do século XX comentei com meu mecânico Gigante que estava com vontade de comprar um carro clássico, possivelmente uma Mercedes-Benz.
Passados alguns dias ele me ligou e disse:
– Fernando, o carro já encontrei, agora é com você! Na sequência ele me passou o endereço da Auto Mercantil Paulista no centro da cidade.
Lá chegando encontrei a dica do Gigante, uma lindíssima Mercedes-Benz 500 SL 1986, impecável em sua pintura azul marinho com estofamento caramelo e capota de lona azul, com apenas 18.000km!
Negociei, comprei e saí feliz da vida com aquela poderosa máquina!
Marinheiro de primeira viagem nos carros clássicos, não me preocupei muito com a origem do carro, sua documentação, sabia apenas que o vendedor era um figurão na organização SBT do Silvio Santos.
Inevitavelmente minha personalidade caprichosa iniciou imediatamente os necessários ajustes e melhorias, o carro era muito pouco rodado, sofria de conhecidas sequelas de pouco uso, o escapamento por exemplo estava em muito mal estado, então mandei vir um novo original, os bicos de injeção também foram substituídos, e assim pouco a pouco o carro voltou à sua glória original: Motor V8 com 245 hp, câmbio automático de 4 marchas, freios a disco assistidos, ABS, airbag, ar condicionado, cruise control, enfim, todas as amenidades.


Cerca de 1997, com meu filho Arthur e a Mercedes na R. Ribeirão Claro.


O carro veio com os manuais, chave reserva, tudo direitinho!
Usei o carro com imenso prazer, até que um dia em Novembro de 1998, indicado pelo meu grande amigo Anisio Campos (1933-2019), participei pela primeira vez de uma competição automobilística, o rallye de regularidade “Interlagos Classic Endurance” promovido pelo MG Club.
Fiz a inscrição no clube, e lá fui eu, novato total no assunto, “rubbing shoulders” com a elite dos colecionadores de carros clássicos em São Paulo, muito bem introduzido pelo Anisio!


Anisio Campos e eu em Interlagos.


Feliz e orgulhoso com o 9º lugar em minha primeira competição!


Alguém me emprestou um capacete amarelo!


Bons tempos em que pilotos e colecionadores como Jan Balder, Sergio Magalhães, Antonio Marranghello, Roberto Haberfeld, Baby Maia Rosa, Edgard Saigh, Rodolfo Pirani, e Alcides Diniz punham suas máquinas para rodar… e eram máquinas como Ferrari, Porsche, Mercedes-Benz, Jaguar, Lancia, BMW…

é isso, por fernando stickel [ 10:21 ]

estúdio r. ribeirão claro


Na minha casa-estúdio da R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia nos anos 80. No espaço principal, anexo a este da foto dei aulas de desenho de observação de 1986 a 2000.

é isso, por fernando stickel [ 10:11 ]

hérnia-disco


Em 1989 fiz o projeto de cenografia para um show de rock intitulado “Os órfãos de James Dean” que se realizou no Dama Xoc, casa de espetáculos que ficava na R. Butantã em Pinheiros.


Terminado o show, levei para o meu estúdio na R. Ribeirão Claro o enorme disco de madeira que havia sido construido, e fiz sobre ele uma nova pintura.


Cerca de um ano depois, em Maio 1990 sofri uma cirurgia de hérnia do disco, em pleno Plano Collor, e o cirurgião me entregou como lembrança os despojos (remains) da operação…


Mesmo com a imensa crise provocada pelo Plano Collor resolvi expor meu trabalho na Paulo Figueiredo Galeria de Arte, e homenageei minha intervenção chamando a exposição de HERNIA DISCO.
Apresentei 12 pinturas de grandes dimensões, o disco era a maior, com 4,4 metros… O pequeno frasco com os despojos ficava em um pedestal ao lado da pintura, e provocou muita repulsa…


A exposição na Galeria Paulo Figueiredo.


O disco em sua casa atual.


Convidado a participar do Salão de Artes Mario Pennock em Itajubá, MG, levei o Disco!

é isso, por fernando stickel [ 14:54 ]

maratona

Nada como uma data redonda para uma comemoração, completam-se hoje exatos 20 anos da minha participação na Maratona!

Foto Jade Gadotti
Aos 51 anos de idade completei a metade da V Maratona de São Paulo, em 29 Maio 1999. Entrei no meio da prova, e fiz os 21 quilômetros finais em pouco menos de três horas, misturando caminhada rápida e trote. Na foto estou feliz com o feito, em baixo do abacateiro na minha casa na R. Ribeirão Claro!


Foto Jade Gadotti
Faltando 3km para o final, meu filho Arthur me encontrou na Av. Juscelino Kubitschek. O último km, na Av. República do Líbano, na chegada ao Parque do Ibirapuera, foi muito difícil, simplesmente infernal, mas cheguei!

A preparação para a prova foi longa e minuciosa, sob orientação da minha querida personal trainer Suzuki, principalmente por conta do meu histórico de hérnias do disco. Durante muitos meses todos os fins de semana eu fazia treinos longos no Ibirapuera, e durante a semana treinos mais leves.
Utilizei a “cola” acima, para garantir o ritmo durante a prova, alternando caminhada com trote.

Um ano antes participei informalmente da Maratona de Revezamento do Pão de Açúcar, no Parque Villa Lobos, entrei na metade e fiz os 21km, em esquema semelhante ao que utilizei em 1999.

é isso, por fernando stickel [ 8:58 ]

marinalva em contato


Marinalva Nunes foi minha caseira de 1987 a 1991 quando morava na R. Ribeirão Claro na Vila Olímpia em São Paulo. Ela tinha uma casa separada e morava com as filhas, sua principal responsabilidade era travar o portão da casa se chovesse, pois havia enchente no bairro, e se o portão com gachetas de borracha não fosse travado era uma tragédia!
Sua neta Tatiana me encontrou no Facebook, não é fantástico?
Já estamos em contato via Whatsapp, ela mora no interior da Bahia, em Pataiba!

é isso, por fernando stickel [ 15:52 ]

faleceu beatriz esteves

bia
Li na edição do Estadão de 12/2/2016 a notícia do falecimento da minha ex-aluna Beatriz (Bia) Esteves e fiquei chocado. Muito jovem!

Alguns dias depois leio no Facebook que foi o coração, dormindo… o que pode-se dizer é uma benção…

Vivi com ela um episódio muito interessante durante minhas aulas de desenho de observação, cerca de 1986/87.

Em um dia de aula no meu estúdio na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia a Bia reclamava muito que não conseguia desenhar, estava intranquila, falava muito, ao ponto em que solicitei aos outros alunos que parassem de desenhar, reuni todos ao redor da lareira e pedi para a Bia falar sobre sua intranquilidade.

Ela era uma pessoa reservada, discreta e estranhou a minha solicitação, diria que ficou chocada… Tranquilizei-a dizendo que se fosse necessário conversar para podermos evoluir no desenho, era isso que faríamos, sem problema nenhum.

Timidamente ela começou a contar seu momento e rapidamente surgiu o assunto que originou o desconforto, ela estava desmamando seu bebê! Leio no anúncio fúnebre que ela deixou os filhos Ana Helena e Francisco, não lembro sobre qual deles era a questão.

As angustias do crescimento e a consequente separação da criança estavam atrapalhando sua concentração na aula de desenho. Foi um momento catartico. Houve compreensão, choro e alivio.

Me senti altamente gratificado com meu momento “Dr. Freud”, foi muito bom ajudar a Bia a encontrar o caminho da solução da questão.

Penso com carinho nela e seus filhos, já adultos… Desejo que faça uma boa viagem.

é isso, por fernando stickel [ 9:11 ]

alunos de fernando stickel


Minha amiga e ex-aluna Lorna Lee Balestrery me enviou esta fotografia do grupo de 46 alunos do meu Curso de Desenho de Observação que expuseram seus trabalhos na Galeria Montesanti-Roesler (hoje Nara Roesler) em 24 e 25 Junho 1989. Eu estou sentado.
A foto foi tirada no meu estúdio da R. Ribeirão Claro 37, Vila Olímpia, onde se realizavam as aulas. Se bem me lembro o fotógrafo foi Hiroto Takada, a foto utilizada na divulgação e no convite.

lorna
Lorna (de vermelho) e amigos na exposição.

é isso, por fernando stickel [ 16:07 ]

ajudem lela severino

lela
Esta é a Lela, foi modelo vivo nas minhas aulas de desenho de observação por muitos e muitos anos. Bonita, forte, positiva, simpática, os alunos (e eu evidentemente) gostavam muito dela. Esta foto é de 2006, o último ano em que dei aulas.

Recebo agora uma notícia dando conta que ela foi operada, vejam a íntegra do e-mail que recebi da minha amiga Rosely Nakagawa:

“Queridos amigos
Nossa querida amiga e modelo Lela fez uma cirurgia de emergência e vai ficar afastada dos trabalhos até o inicio de 2014.
Para ela o seu corpo é além de tudo a matéria prima do trabalho.
Sabemos da fragilidade da situação dela como um todo e contamos com sua colaboração para que ela tenha uma recuperação tranquila e confortável.
Formamos uma cooperativa para depositar R$ 50,00 até janeiro de 2014 , pelo menos.
Quem puder colaborar com um valor maior será muito bem vindo. Quem puder ampliar esta rede também.
Os dados para depósito :
 
BRADESCO
Agencia 2818-5
Conta corrente 0000236-4
CPF: 001.338.478-37
Terezinha Severino
 
Contamos sua participação nesta ação.
Para mais informações sobre a saúde dela e mais detalhes, me liguem 999174877
Desde já obrigada e um grande abraço
 
Rosely Nakagawa e  Rubens Matuck”

Eu já colaborei, quem puder faça o mesmo, ela vai agradecer de coração.


Lela posando no meu estúdio da R. Ribeirão Claro na Vila Olímpia.

é isso, por fernando stickel [ 13:06 ]