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faleceu juan esteves

Faleceu meu amigo Juan Esteves aos 66 anos de idade. Ontem conversei com ele, tudo normal, hoje a notícia de seu falecimento, estou chocado! RIP Juan.

As fotos foram tiradas no Museu de Arte Contemporânea de Campinas José Pancetti – MACC, na ocasião da exposição conjunta de fotografias que Juan e eu lá fizemos em outubro 2008.

é isso, por fernando stickel [ 11:42 ]

faleceu elisa villares lenz cesar

Faleceu Elisa Villares Lenz Cesar, minha prima. Ela juntamente com seu marido Paulo Cesar, criaram a familia REMIDA, onde o nome de cada filho, meus primos na minha faixa de idade, se inicia com uma das letras da palavra:
Ricardo
Eliana
Marina
Isabel
Daniel
Alberto

é isso, por fernando stickel [ 17:12 ]

faleceu sergio lima

Faleceu o meu amigo Sergio Lima, artista plástico, escritor e cineasta, aos 84 anos de idade. Sua atuação se deu primordialmente no movimento surrealista, que comemora neste ano 100 anos. Sua atuação era pouco conhecida entre nós, mas muito valorizada na Europa.

A foto tirei em 2022 no seu estúdio na Vila Madalena, talvez premonitoriamente lá estava acima de sua cabeça um possível epitáfio, por ninguém menos que o grande teórico do surrealismo, André Breton:

“A maldição está lançada: Todo o poder de regeneração do mundo reside no amor humano”

Minha solidariedade à minha amiga Leila Ferraz, e suas filhas Camila e Renata. A cerimônia de despedida será amanhã 26 julho no Cemitério da Paz no Morumbi, Rua Dr. Luiz Migliano 644. Velório às 12hs e sepultamento às 17hs.

é isso, por fernando stickel [ 21:51 ]

faleceu cassio michalany

Querido amigo Cassio Michalany, tua saída abrupta pela esquerda foi uma sacanagem conosco, teus amigos, você não nos deu tempo nem de dar um tchau…

Agora não há mais maneira de nós dizermos a você o quanto nos fará falta, o quanto o amamos e sentiremos por esta partida tão fora de hora e de lugar. Resta rezar para que tua passagem seja brilhante e suave.


Cassio em seu estúdio

Da hora em que você caiu sozinho no teu apartamento/estúdio, no sábado à noite 22/6/24, você poderia ter entendido que o buraco era mais embaixo, que o acidente foi suficientemente grave para que você abrisse espaço para pessoas queridas te ajudarem, mas não, continuou e insistiu na mania de se isolar, não quis ninguém com você.

Mesmo que você me chamasse, também não poderia ajudá-lo, estando também hospitalizado no Einstein.

Ao longo dos anos, sem razões concretas a não ser os teus conflitos internos, você conseguiu brigar com vários amigos, alguns deles sabendo que eu era próximo a você chegaram a comentar comigo da inexplicável rejeição.

E assim, vítima de isolamento, você teve uma parada cardio-respiratório à noite e sozinho no quarto comum do Hospital Oswaldo Cruz e entrou em coma. Por sorte, o universo se compadeceu e você faleceu três dias depois.


Cassio e Arthur, meu filho no estúdio de Pinheiros, 2003

Sandra e eu estivemos ontem no velório, para dar um abraço no Sylvio e Verinha, teus irmãos, no Miguel teu cunhado, na Lia, Daniel e Lucila teus sobrinhos. Augusto, Perrone, Claudio Furtado, Cibele estavam lá, Fabio Magalhães, Zé Resende, Fajardo, Rodrigo Naves, Wilma Eid, Andre Millan, Socorro e Yannick.


Eu e ele, 2003

A seguir texto do nosso amigo Claudio Furtado:

Cássio ainda não tinha bigode. Poucas palavras, poucas linhas. Sentado no fundo do cursinho Universitário olhava o Baravelli falar e captava, não suas palavras, mas o todo. Meio estranha a frase, meio abrupta se você não conheceu o Cássio Michalany. Ele me mostrou o que era talento silencioso, recolhido, que fala aos olhos sem precisar dizer palavra. Ficamos amigos, eu cheio de palavras ele de olhares.

Levei-o ao atelier do Augusto Lívio na rua da Consolação onde Frederico Nasser iniciava um curso de expressão artística. Levei também o Plínio, o Maurão, Levy, tudo porque tinha visto um desenho do Luiz Eduardo Casal de Rei. Um falou pro outro e formou-se um batalhão de discípulos do quadrado mágico formado por Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende. Mais tarde formaram a Escola Brasil: e nossa história se esboçou.

Estudamos juntos para o vestibular, noites claras com gotas de cafeína. Plínio, Lua nos faziam companhia. Cássio reclamava, dormia e no vestibular colou praticamente tudo de mim. Entramos, mas Cássio continuou com sua obra sintética, simples e clara. Afinal pintura é tinta sobre tela, o que mais? Andando pela cidade, viu a torre do Sesc Pompéia gritou: “É tudo mentira!” Arte não precisava de discurso, de truques, é muito menos e muito mais que isso.

Enquanto sua vida se recolhia a poucos amigos, seu repertório de LPs foi trocado por CDs, o Old Eight por marcas mais nobres e sua arte se sintetizando. Sua tinta mais comum, suas telas mais lisas. Um silêncio gritante. Num de seus aniversários me expulsou de sua casa, não queria comemorações. Depois foi o Plínio e só restou o Fernando Stickel a insistir em seu contato.

Morava só, morreu só e deixou ao futuro o legado de sua existência. Mais que obras de arte, nos ensinou uma vida, dolorosa, solitária, sintética e abrangente como poucos. Penso nele e lembro do texto de Merleau-Ponty sobre Cézanne e sua personalidade retraída. Me mostrou a música Laura que se tornou minha filha, mostrou-me o caminho das letras, meu primeiro texto publicado foi sobre ele. Me mostrou pouco importa se estamos ou não juntos em seu aniversário. Todos estavam juntos em seu velório.

Agora chega. “Tudo que abrupta não faz sentido.”

Claudio Furtado 5/7/2024


Cassio Michalany 16/3/1949 – 4/7/2024

é isso, por fernando stickel [ 20:33 ]

faleceu carlão


Faleceu o Carlão (Carlos Martins Ribeiro) nosso amigo e padrinho de casamento, aos 84 anos. A foto dele é no almoço de comemoração do nosso casamento em 12/11/2016. Carlão se orgulhava de nunca ter ido ao médico, tinha pressão alta, seu coração falhou… R.I.P

é isso, por fernando stickel [ 16:22 ]

faleceu tonico senra

Faleceu Tonico Senra aos 75 anos de idade, meu amigo da Sociedade Hípica Paulista. Sempre bem humorado, falante, trajando calças com os vincos impecavelmente alinhados, Tonico era uma figura que deixará saudades. R.I.P.

é isso, por fernando stickel [ 8:47 ]

faleceu frank stella

Screenshot

Faleceu Frank Stella, grande referência de artista/pintor no início da minha carreira nos anos 70. RIP

é isso, por fernando stickel [ 17:35 ]

faleceu paul auster


Foto: Bebeto Matthews/AP

Faleceu o escritor americano Paul Auster aos 77 anos. Adorava os livros dele! RIP

é isso, por fernando stickel [ 17:09 ]

faleceu magy imoberdorf


Faleceu minha querida amiga Magy Imoberdorf. Faça uma linda viagem Magy, uma pena que não conseguimos nos encontrar em anos recentes.
Veja aqui detalhes da nossa amizade

é isso, por fernando stickel [ 14:01 ]

faleceu carl andre

Faleceu Carl Andre aos 88 anos de idade. Desde o dia em que descobri sua obra lá nos anos 70, fiquei fascinado e curioso.
Como suas obras podiam ser tão poderosas e simples ao mesmo tempo? Muitas delas se erguendo apenas 1 cm. acima do chão…
A mesma pergunta se aplicava às obras de Walter De Maria e Donald Judd, dois minimalistas como ele, por exemplo, mas estes tinham mais atrativos visuais, Carl Andre era minimalista raiz, e mais surpreendente!

4th Steel Square
2008
Aço (1 x 200 x 200 cm)
16 unidades, cada (1 x 50 x 50 cm)

é isso, por fernando stickel [ 18:30 ]

faleceu carlinhos lyra

Faleceu Carlinhos Lyra (Carlos Eduardo Lyra Barbosa, 1933), mais um excelente músico que nos deixa… A bossa nova não existe mais, e o vácuo deixado pelo Carlinhos e todos os outros gênios que já morreram não será preenchido, infelizmente.
A MPB hoje é burra, insensível, sem imaginação, uma eterna repetição de maus clichês.

Conheci o Carlinhos e a Kate Lyra lá nos anos 70-80 apresentados pelo meu amigo Walter Appel, chegamos a conviver e fui convidado pela Kate para fazer as fotos de cena do curta-metragem em 35mm, “O Círculo” de 1979, direção e roteiro de Kate Lyra. O curta foi destaque no Festival de Gramado, a trilha sonora era do Carlinhos, executada por Luis Eça, produção do Enzo Barone e fotografia Jorge Solaris. Lembro que as fotos que fiz com minha Asahi Pentax ficaram muito interessantes, mas infelizmente se perderam…

é isso, por fernando stickel [ 7:31 ]

faleceu mário sacconi


Mário Sacconi e a Mercedes-Benz 280 SL, companheira de inúmeros rallyes de carros clássicos.

MEU AMIGO MÁRIO

Mário Vicente Sacconi era um esportista. Não por acaso foi na Sociedade Hípica Paulista que eu conheci o Mário, quando a Sandra minha mulher e eu nos associamos em 2007. A Sandra já conhecia a Vera Domschke, mulher do Mário desde os tempos de cursinho…
Certo dia eu estava na piscina e o Mário se aproximou de uma maneira ao mesmo tempo direta e suave, atitude que de cara me impressionou, e perguntou meu nome, o que eu fazia, e assim iniciamos uma gostosa conversa, que se tornaria uma sólida amizade.


Sandra, Vera e Mário na Lapa, PR.

Naquela época eu me dedicava bastante à natação, ele corria e nadava e nós, junto com a Sandra participávamos das competições “Biathlon” do clube, onde um corre e o outro nada.
No Biathlon de novembro 2012, a dupla Sandra e Mário participaram de um sorteio e ganharam o prêmio de uma estadia no Lapinha SPA no Paraná, com direito a acompanhante. No inverno de 2013 os dois casais embarcaram para uma deliciosa semana de caminhadas e muita saúde na Lapinha!

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Chegando ao Clube Internacional de Regatas em Santos.

Vocês sabem o que é exaustão física extrema?
Eu sei, depois de dois dias de regata não muito bem sucedida… O primeiro dia, em setembro 2011 no Clube Internacional de Regatas em Santos foi só de treinos, Mário, timoneiro e eu, proeiro, entramos na água no snipe “Pantera por volta das 15:30 e navegamos até as 16:00 quando um defeito em uma roldana travou todo o sistema de controle da vela mestra do snipe, uma coisa provoca outra e acabamos virando, bem no meio da rota dos navios que entram e saem do porto de Santos. Rompeu-se a trava que segura a bolina, e ficamos sem a dita cuja, que mergulhou rumo ao fundo do mar… Mesmo se conseguíssemos desvirar o barco, seria impossível navegar sem a bolina.
Por sorte haviam outros competidores por perto que vieram nos ajudar, a coisa funciona assim: Mario e eu pedurados em uma escota, fazemos peso para desvirar o barco, quando a vela chega à superfície da água, alguém dos outros barcos pega a ponta do mastro que aflorou e dá um empurrão para cima, para completar a operação. Essa operação se repete uma, duas, três, cinco vezes, você escorrega, bate no barco, vai ficando fraco e com frio, cada tentativa é mais difícil que a anterior… Finalmente com o barco desvirado, um dos voluntários que nos ajudava saiu do barco dele e entrou no nosso tão rápidamente que parecia ter “andado sobre as águas”, e nos ajudou a baixar as velas e preparar um cabo para reboque. Chegamos no Clube Internacional de Regatas simplesmente exaustos… aí pega o carro e, chegando em São Paulo fomos ao Yacht Club Santo Amaro para emprestar uma bolina, a coisa foi longe…
Acordar no dia seguinte cheios de dores, tentando chegar cedo ao clube para consertar os estragos. Saímos em cima da hora, chegamos na raia exatamente na hora… UFA!!!!! Eis que, a dois minutos da largada se rompe um cabo… Novamente um perereco e a correria da improvização, conseguimos largar com cerca de 4 minutos de atraso, no primeiro contravento, tudo bem, conseguimos deixar três competidores para trás, na segunda bóia, tudo OK, aí o cabo esgarçou, pifou. Não deu mais, tivemos de desistir. Chegando de volta em São Paulo passamos na Regatta, compramos os equipamentos necessários, e amanhã cedo de volta à luta!!!!!!!

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O arquiteto João Batista Vilanova Artigas (1915-1985) projetou alguns prédios significativos na minha vida:
– FAUUSP na Cidade Universitária. No dia do vestibular de arquitetura em 1969, inauguração da nova faculdade, o próprio Artigas circulava entre as mesas, zeloso de sua obra e reprimia quem ousava usar um estilete sobre a fórmica virgem das mesas.
– Sobrados na R. Sampaio Vidal. Já formado arquiteto, comprei e reformei uma casa, projeto de sua autoria.
– Casa Domschke. Em setembro 2022 conheci outra obra do Artigas, desta vez em triste circunstância, pois nesta enorme casa realizou-se o velório de sua proprietária, Lydia Domschke, mãe da Vera, sogra do Mario e neste mesmo dia ficamos sabendo do diagnóstico do Mario, um tumor do tamanho de uma laranja no pulmão e várias metástases.

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Mário e eu em Santos, prontos para competir!

Às sete da manhã em ponto, conforme combinado, Mario passou na minha casa e pegou a mim e ao meu filho Arthur, direção Ponta da Praia em Santos. Íamos participar do Circuito Netuno de Travessia em Águas Abertas – 2ª Etapa, abril 2010. Trânsito complicado em Santos, por um evento de pedestrianismo, ruas e avenida da praia fechados, chegamos ao stand da YPS, promoter do evento, às 8:15h, dentro do prazo.
Retiramos as toucas obrigatórias, verde para mim, vermelha para o Mario e tivemos nossos números de inscrição pintados no corpo. Às 9:00h houve “simpósio técnico”, com rápidas explicações para as provas, 9:20h, largada da minha prova. Cerca de 50m separavam a linha de início da prova do começo da arrebentação, distância que cobri em um trote leve, o que acabou por prejudicar meu fôlego no início das braçadas, planejada para ser em 4×1, mas acabei por começar direto no 2×1. Na primeira bóia, a 150m já havia controlado a respiração. Na virada da segunda bóia, a 600m, a coisa ficou feia, pois a correnteza me arrastava para longe do portal de chegada, e foi necessário aplicar mais de 100% da minha capacidade cardiopulmonar, com o esforço cheguei exausto, completando os 750m em 15’23”, em segundo lugar na minha categoria “P” 60+ nascidos entre 1947 e 1951.
O Mario largou às 9:35h e completou os 1500m em 34’14”, terceiro lugar na categoria “O” 55+ nascidos entre 1952 e 1956. No seu pódio haviam quatro Marios!!!!

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Poucas semanas atrás resolvi levar o Mario a passear de carro. Ele e a mulher Vera estavam morando temporariamente na casa da Luciana, irmã da Vera, pois a casa deles estava em reforma. Mario já estava sem trabalhar há algum tempo, fora de sua própria casa, imerso 100% na família, médicos, tratamentos, hospital etc… Achei que um passeio, retirando-o desta confusão faria bem a ele, consultei a Vera e ela me disse que o Mario gostou da ideia do passeio.
Cheguei na casa da Luciana em um sábado de manhã, 30 setembro 2023, estacionei a minha “baleia” Mercedes-Benz 560 SEL, toquei a campainha e a Luciana abriu a porta avisando:
– O Mario está saindo.
Ele apareceu na porta, caminhando muito devagar, muito fraco, e sem falar nada me deu um abraço emocionado.
Fomos até o carro, abri a porta do passageiro e ajudei-o a entrar no carro, dei a volta, sentei no banco do motorista e perguntei:
– Mario, você quer ir a algum lugar em especial, no YCSA?
– Quero ir na farmácia… e me deu instruções sucintas, usando mais gestos que palavras para chegar à farmácia mais próxima, quis descer do carro, ajudei-o, entramos na farmácia e ele comprou duas coisinhas.
Voltamos ao carro, e ele só com um gesto disse: Vamos!
Daí para frente, durante cerca de hora e meia dirigi em silêncio, apenas uma música suave no rádio, ele não abriu mais a boca, cheguei a pegar a Rodovia Castelo Branco, pensando em parar no bacalhau do km 54, mas o trânsito estava infernal e fugi por um desvio.
Voltamos à casa da Luciana e lá deixei o Mario. À tarde liguei e perguntei se ele havia comentado algo, e a Luciana disse que ele havia gostado do passeio.
No dia seguinte soubemos que ao se preparar para deitar, cerca de 23h, Mario disse para a Vera:
– Não vai dar, estou com muita dor.
E foram para o hospital.
Esse era o Mario, durão, aguentava dor sem reclamar, só abria o bico em último caso.
Esta foi a última vez que estive com o Mário, que o vi vivo, ele faleceu na sexta-feira 10 novembro 2023.

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Preparados para a largada do Rallye 1.000 Milhas Históricas Brasileiras.

Mario navegador e eu piloto articipamos nos dias 2,3,4 e 5 de junho 2011 do Rallye 1.000 Milhas Históricas Brasileiras destinado a carros clássicos, realizado pela primeira vez no Brasil pelo MG Club do Brasil, com regras da FIA e supervisão da “Fédération Internationale des Véhicules Anciens” – FIVA.
Percorremos cerca de 1.700 km entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, as cidades de pernoite foram Angra dos Reis, Tiradentes e Campos do Jordão. A máquina que nos levou nesta competição incrível foi o Porsche 911 Carrera 1975, motor 2,7 litros, 210hp, que passou com louvor em seu primeiro grande teste após período de três anos de restauro de motor, câmbio, suspensão, freios, etc…
Logo de manhã, na largada da segunda perna saindo do Portobello Resort, fui perguntando ao Mario qual o próximo objetivo, uma lombada, um ponto de ônibus, uma padaria, etc… ele dizia lombada e ela não estava lá, ele dizia padaria, mas ela já havia passado, e assim fomos indo e eu comentava com ele que alguma coisa estava errada…
Até que ele falou: Túnel! Não havia túnel… Aí eu tive certeza que havíamos errado o roteiro, e iniciei a toda velocidade (e muita emoção) a recuperação do erro, que nos custou apenas 60 km…
À noite, a organização do rallye projetou em uma tela o percurso de todos os carros registrado por GPS, vários pontos seguiam juntos após a largada e logo um ponto desgarrou-se do bloco principal (éramos nós…), o ponto distanciou-se bastante do grupo, e depois voltou rapidamente a se juntar, demos muitas risadas e fomos dormir felizes com a aventura.
Completamos a prova em 22º lugar na geral (51 inscritos) e 14º lugar na categoria (24 inscritos).
O carro se comportou perfeitamente e descobrimos que existem inúmeras belezas naturais que não conhecemos, simplesmente por falta de andar por este mundão afora.
Além dos prazeres da competição, e dos deliciosos “rachas” em trechos de deslocamento, conhecemos várias pessoas interessantes, escutamos muitos “causos”, e conversei muito com o Mario, ele mesmo um fantástico contador de causos. Mario, e eu fomos nos ajustando durante o percurso, ao ponto de zerarmos todos os PC no último trecho.

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Mario era um excelente contador de causos. Contava histórias da sua infância e adolescência na casa dos pais na Vila Nova Conceição, as brincadeiras e aventuras com os amigos da rua, passando por sua vida profissional, a MGS Eletronica, pelas aventuras na vela, viagens, etc… etc… Um dos causos ficou bem gravado na minha memória, pois passou-se na Praia do Tombo no Guarujá, local que eu conhecia bem, pois tínhamos casa ali perto, e sobre o qual meu pai sempre me alertou:
– Não entre no mar na Praia do Tombo, é muito perigoso, as ondas são muito fortes e tem correnteza!
Pois foi justamente nesta praia que o Mario foi surfar, foi embrulhado por uma onda e sofreu um corte profundo no ombro, ferido, teve que aguentar um bom tempo para conseguir sair do mar sangrando e procurar ajuda…

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Passeio a Campos do Jordão, Francisco, Mario e eu nas BMW.

Certo dia, início de 2010, Mario me falou assim: Quer ser meu proeiro?
Eu respondi: Se você é louco de me convidar, eu sou louco de aceitar!
Eu explico. Mario foi desde sempre um velejador, inicialmente na classe Finn, uma das mais difíceis, e depois na classe Snipe, na qual eu fui proeiro na minha adolescência no YCSA. Como já havíamos conversado sobre esse assunto ele sabia que eu tinha intimidade com a vela.
Ele me explicou que o Snipe World Master Championship 2010, organizado pela Snipe Class International Racing Association – SCIRA, Campeonato Masters Mundial de Snipe, aconteceria em setembro no Rio de Janeiro, e que teríamos cerca de cinco meses para os necessários treinamentos.
Eu topei na hora, e começamos a participar de regatas, na represa de Guarapiranga, sede do Yacht Club Santo Amaro – YCSA. Comprei roupas técnicas, velejamos em temperaturas congelantes, viramos o barco em vento forte, fizemos muitos ajustes e reformas no barco, enfim, muita experiência acumulada em pouco tempo. Naquela época tanto ele quanto eu tinhamos potentes motos BMW, e ir e voltar ao YCSA era fácil e rápido.
Em julho veio o Campeonato Leste Brasileiro em Cabo Frio, minha primeira regata fora de São Paulo. Viajamos na quinta-feira ao meio-dia, rebocando o snipe na perua Peugeot do Mario. Em condições normais, sem congestionamentos são cerca de sete horas na estrada. Foram duas regatas na sexta-feira e duas no sábado, as duas do domingo não fizemos para poder preparar o barco para a viagem de volta e chegar cedo.
Ao final da regata na sexta-feira o Iate do Clube do Rio de Janeiro – Sede Cabo Frio ofereceu um churrasco, devorado por nós, e logo na sequência fomos à pousada Porto Fino, exaustos. Enquanto eu tomava banho, Mario já havia se preparado, mergulhou na cama e dormiu imediatamente, quando eu ia entrar na cama fui assaltado pelo ronco do Mario… Ele dormia profundamente e roncava na potência máxima! Pensei com os meus botões: Assim não vai dar! Fui à recepção e pedi outro quarto, onde pude finalmente desabar na cama! Nossa posição nas quatro regatas foi de 20º lugar, para um total de 26 participantes, resultado excelente, considerando que no grupo havia competidores com inúmeros troféus internacionais, como Bruno Bethlem e Ivan Valente, além de vários outros “feras”. Além disso nossas idades somavam 117 anos e o peso 170kg, muitas das tripulações concorrentes eram bem mais jovens e mais leves. O resultado, além de um brutal aumento na minha experiência e no treino da tripulação, foram dores generalizadas, exaustão total ao final das regatas, noites de doze horas de sono, e os meus dedos parecem salsichas “overstuffed”, duros, doídos, parecia que com qualquer coisa eles iriam estourar!

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Mário preparando o barco.

Finalmente chegou o dia 18 setembro 2010, hora da viagem ao Rio de Janeiro para o tão esperado Campeonato Masters de Snipe, Mario e eu estávamos bastante bem treinados, o barco regulado, tudo em ordem.
Mais uma vez o processo de preparar a carreta e desmontar o barco e colocá-lo na carreta, aproveitei e fui atrás de um pneu novo, preparativos para uma viagem tranquila.
Chegamos ao Rio de Janeiro ao final da tarde e fomos direto ao Iate Clube do Rio de Janeiro em Botafogo para descarregar o snipe. O local é lindo demais, com o Pão de Açúcar logo ali. Na sequência fizemos o check-in no Novotel no Leme, desta vez em quartos separados!
Na manhã seguinte, a cerimônia de abertura do campeonato contou com banda de música da Marinha e discurso de autoridades!

Durante os meses de treinamento Mario me ensinou tudo, comentava sobre os competidores concorrentes e suas estratégias, me apresentou dezenas de amantes da vela, esclareceu as regras de largada e de competição, detalhes técnicos do barco. Tentei ser um bom aluno, fui melhorando no processo de montagem e desmontagem do barco, e na velejada em si, nas responsabilidades do proeiro, e, de fato, pouco a pouco nos tornamos um time. Algumas habilidades acessórias foram desenvolvidas, como guiar pelo Rio rebocando a carreta, procurando um borracheiro…


Mário e eu no Iate Clube do Rio de Janeiro.

As competições na baía da Guanabara, à sombra do Pão de Açúcar, eram lindíssimas, e muito difíceis. Poucos velejadores conhecem o complicado regime de marés e correntezas do local, então apenas os competidores locais e os mais experientes se davam bem.
A convivência no Iate Clube era muito divertida, com muita gente nova, tomar um chopp ao final da tarde naquele ambiente foi uma experiência única! Nas poucas horas livres conseguimos ainda caminhar bastante pelo Leme, visitar o Forte de Copacabana, fizemos uma trilha ao redor do Pão de Açúcar, visitamos o Museu Niemeyer em Niterói e uma exposição de Wesley Duke Lee na Pinakotheke em Botafogo.
A competição foi vencida pela dupla Paulo Santos e Rodrigo Inacio, cariocas e profundos conhecedores da Baía da Guanabara, nós ficamos em 35º lugar, dentro de um universo de 54 competidores, incluindo japoneses, noruegueses, italianos, norte-americanos e canadenses.


Mário e eu na Guarapiranga.

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No Carnaval de 2016, os Hackepeters, grupo de Whatsapp formado por 4 casais de amigos da Sociedade Hipica Paulista, decidiam ir a um baile a fantasia em um restaurante no centro da cidade, na R. Nestor Pestana. Foi hilário! O Mario de Popeye e a Vera de arlequim; Sandra de anos 70 e Fernando; Mané de Chapolim Colorado e Laura e Alexandre de pirata e Celina.

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Almoço no Manacá, com Bassy, Alberto e meu filho Arthur.

Mario e eu estávamos treinando bastante natação, já havíamos feito o teste de natação no mar na prova em Santos, e resolvemos participar de uma prova maior, a Fuga das Ilhas na Barra do Sahy, litoral norte. A organização do evento insistia em dizer que a distância era de 1.500m, quando na realidade é de cerca de 1.900-2.000m.
No domingo 8/12/2013 Mario, Jean, outro amigo da Hípica e eu procuramos o espaço do Edu Modenez, parceiro do nosso professor Ricardo, e lá, guarnecidos de cadeiras, água, isotônico e sombra aguardamos o início da prova nos hidratando, para combater as cãibras. Foram cerca de duas horas de espera até a largada. Na escuna que leva os competidores à ilha fiz bastante alongamento das panturrilhas, e me senti preparado para a prova.
Dada a largada me esquivei de parceiros mais afoitos, ninguém quer tomar uma braçada ou pernada, peguei o meu ritmo e mirei na referência no continente. Mario e Jean sumiram, cada um na sua… Durante o percurso senti uma ou outra “fisgada” na panturrilha, início de cãibra, dei uma soltada na perna e me livrei da maldita, e assim foi até o final. O mar estava bastante mexido, acho que fiquei retido por um bom tempo em alguma correnteza contrária perto da largada, e na chegada, andando com água abaixo da cintura as cãibras quiseram se manifestar novamente, combati-as com calma, andando devagar e levei cinco minutos até passar pelo portal. Completei a prova em 55’06”, 9º colocado na categoria e 2086 na geral. O Mario completou a prova com pelo menos 10 minutos a menos.
Almoçamos como reis no Manacá, em Camburi, e a sensação de vitória e objetivo cumprido: Completar a prova sem cãibras!!!

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No topo do Monte Serrat, eu, Sandra, Vera e Mário.

Em Julho 2012 Mário sugeriu que visitássemos Santos, sugestão aceita imediatamente, e lá fomos nós para o litoral na tarde da sexta-feira 20 julho, Dia Internacional da Amizade.
Primeira parada no Monte Serrat, com linda visão 360 graus de toda a cidade, com acesso pelo bondinho. Em seguida pegamos uma catraia na Bacia do Mercado, em Santos, destino Vicente de Caravalho (antiga Itapema), no Guarujá, uma linda e curta viagem, ida e volta, pelo meio do porto de Santos.
Na sequência uma caminhada pelo Valongo, Bolsa do Café, museu Pelé em construção, até em um casamento tropeçamos!

é isso, por fernando stickel [ 23:55 ]

faleceu frapê


Faleceu minha amiga Frapê (Flavia Ribeiro) aos 69 anos de idade. R.I.P. querida.

é isso, por fernando stickel [ 23:42 ]

faleceu valu oria


Foto: Zeca Florentino

Faleceu minha querida amiga Valu Oria. Faça uma linda viagem, Valu.

é isso, por fernando stickel [ 15:31 ]

faleceu monica figueiredo

Faleceu em Lisboa a minha amiga Monica Figueiredo. Quando comecei a dar aulas de desenho de observação no meu estúdio na R. Ribeirão Claro na Vila Olímpia, conheci a Monica, ela me deu dicas fantásticas para divulgar o meu curso, na sequência ficamos amigos. Ela se vai muito cedo, vítima de um cancer… Boa viagem Monica!!

é isso, por fernando stickel [ 17:40 ]

faleceu itália bighetti

Faleceu no último domingo em Ribeirão Preto Itália Novelli Bighetti, mãe do Arnaldo Halpern, meu amigo e Conselheiro da Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 18:21 ]

faleceu zé maria


Faleceu meu amigo José Maria Monteiro Ribeiro, colega no Colégio Santa Cruz e posteriormente Conselheiro da Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 10:18 ]

faleceu rita lee


Foto Bob Wolfenson

Rita Lee (1947-2023) fez parte da minha vida, temos praticamente a mesma idade. Muito triste sua partida, fica a sensação de uma vida bem vivida, uma artista fantástica, uma brasileira corajosa. Faça uma linda viagem Rita.

é isso, por fernando stickel [ 9:01 ]