aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

Posts tagueados ‘artes plásticas’

fernando stickel na geração 80


Nesta esquina de uma das alamedas de acesso ao Parque Lage no Rio de Janeiro iniciava-se a minha Instalação AZ, com a qual participei da exposição “Como Vai Você Geração 80?” no Parque Lage em 1984.


A localização do Parque Lage na Rua Jardim Botânico é única, enfiada na floresta, tem o Cristo Redentor logo ali em cima, é maravilhoso!

Título: AZ
Técnica: Instalação composta de faixa de morim pintada ao longo de alameda de acesso do Parque Lage, no Rio de Janeiro, suporte de um texto poético composto pelo entrelaçamento de duas sequências de palavras de A a Z.
Dimensões: 0.80 x 150m
Data: 1984
Exposição: “Como vai você, Geração 80?”

Recebi em junho 2003 o seguinte e-mail:
Prezado Fernando,
Meu nome é Caroline Buttelli, sou estudante do 9º semestre de Design na Universidade Luterana do Brasil ULBRA, em Canoas, RS.
Estou cursando uma disciplina de História da Arte Brasileira, na qual estou desenvolvendo um trabalho em grupo sobre a Geração 80 de Pintores. Gostaríamos de fazer uma entrevista por e-mail a respeito dessa manifestação artística, para incluirmos em nossa pesquisa. O objetivo dela é saber qual a visão dos próprios pintores acerca da Geração 80.

E esta foi minha resposta:
Caroline,
Participei da exposição coletiva “Como vai você, Geração 80”, no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ em 1984, quase que por acaso. Soube por amigos que os convites para participar estavam sendo feitos, mexi meus pauzinhos e fui convidado nos últimos instantes pelo curador Marcus Lontra.
Naquela época eu namorava a Helena, uma carioca, e passava bastante tempo no Rio de Janeiro. Fui ao Parque Lage e decidi que o meu trabalho seria feito ao longo de uma das alamedas de acesso do parque, a céu aberto. Apresentei meu projeto, uma instalação chamada “AZ”, que foi aprovado. Consegui o patrocínio de oito pessoas amigas, que financiaram o meu trabalho. Cada um dos patrocinadores recebeu, ao final do evento, uma colagem com fotos do trabalho realizado. Não participei de nenhum “grupo” chamado “Geração 80”, portanto este meu depoimento é individual. Tentando responder objetivamente às tuas perguntas:
1) Qual a relação entre a sua arte produzida nos anos 80 e o momento de abertura política pelo qual o Brasil estava atravessando? Existiu alguma relação?
– Os artistas são as antenas da raça, disse Ezra Pound. Então, para um artista antenado, tudo é política. No meu caso esta atitude não transparesce necessáriamente na minha obra, que não carrega slogans nem bandeiras, o que não quer dizer que eu não tenha carregado bandeiras, como a das “diretas já”, “fora collor” ou “stop the war”.
2) Alguns críticos de arte dizem que os anos 80 geraram as piores obras do século XX. Qual a sua opinião a respeito?
– Bullshit. Alguém se lembra de algum nome destes tais críticos? Alguns dos participantes da Geração 80, no entanto, tem hoje projeção mundial. Como em todas as exposições coletivas com grande número de artistas, olhando-se para os participantes quase 20 anos depois, nota-se uma grande maioria que sumiu, e alguns poucos que ganharam notoriedade. É sempre assim. 100 anos depois serão lembrados apenas aqueles de grande projeção. Já os críticos…
3) Com a liberdade artística pregada pela Geração 80, como você e os demais artistas escolhiam seus temas, já que tudo era permitido?
– Tudo sempre foi permitido. Vide Marcel Duchamp e sua obra “Fountain” de 1917. Liberdade artística sempre existiu, mesmo nos países e regimes mais totalitários a arte teima em florescer.
4) Os anos 80 marcaram a volta da pintura, que estava em baixa nos anos 70. Quais eram os ideais artístico da Geração 80?
– Eu sempre desenhei, pintei, fiz colagens, fotografei, escrevi, etc…, sem conexão direta com os anos 70, 80 ou 90. Meu ritmo de trabalho é muito irregular, e independe dos modismos e suas épocas.
5) Muitos artistas dizem que os anos 80 foram prósperos em termos financeiros, existindo uma grande procura pelas obras de arte. Qual a sua impressão a respeito disto?
– Por ter um ritmo de trabalho muito irregular, minha relação com o mercado nunca foi boa. Nunca fui um artista que “vende bem” (infelizmente…)
6) Como o conceito de Transvanguarda se aplicou à Geração 80 de Pintores?
– Não sei.
7) Quais os artistas internacionais que serviam de inspiração para ti e para a Geração 80, se é que existiram?
– Para mim foram e continuam sendo Matisse, Duchamp, Beuys. Para a Geração 80 não sei.
8) Quais as suas impressões gerais a respeito da exposição “Como vai você, geração 80?”, realizada no Parque Laje em 1984?
– A exposição foi um evento altamente energético, mágico, excitante, apinhado de gente, realmente marcante. Meu trabalho foi vandalizado e três dias após a inauguração já não existia mais.
9) Se pudesse selecionar uma obra sua que fosse a melhor representante dos conceitos da Geração 80, qual seria?
– A obra que lá foi exposta:
Título: AZ
Técnica: Instalação composta de faixa de morim pintada ao longo de alameda de acesso do Parque Lage, suporte de um texto poético composto pelo entrelaçamento de duas sequências de palavras de A a Z.
Dimensões: 0.80 x 150m
Data: 1984
10) Na sua opinião, qual a diferença básica entre a arte produzida hoje e a arte dos anos 80?
– A utilização maciça de novos meios técnicos digitais, fotografia, vídeo, computação, etc…

é isso, por fernando stickel [ 18:37 ]

juréia


Inês Sadalla me convidou em 1988 para participar de uma exposição coletiva em sua galeria, com o tema da Reserva Ecológica da Juréia.
O grupo de artistas selecionados fez uma excursão à Reserva, dormimos lá, acompanhados do biólogo, fotógrafo e ambientalista João Paulo Capobianco, na época Presidente da Associação em Defesa da Juréia, foi uma experiência maravilhosa!

Situada no litoral sul de São Paulo, entre Peruíbe e Iguape, a reserva tem 82.000 hectares


AQUI ESTÁ
AQUI FICARÁ
Trabalho fotográfico que fiz na Reserva Ecológica da Juréia em 1987.

Meus colegas de exposição: Aldemir Martins, Alex Cerveny, Alex Flemming, Alice Brill, Amélia Toledo, Angela Leite, Beatriz Leite, Brenda Novak, Darci Lopes, Edith Derdik, E. Granero, Fernando Stickel, Francisco Faria, Genilson Soares, Gilberto Salvador, Gilda Mattar, Glauco Pinto de Moraes, Gregório Gruber, Guta Oliveira Santos, Guto Lacaz, Heinz Budweg, Jeanete Musatti, Maria Victória Granero, Mário Ishikawa, Norma Grinberg, Odair Magalhães, Ricardo Levy, Rubens Matuck, Sylvía Motta, Thais Gasparinetti, Tomoshige Kusuno, Ubirajara Ribeiro, Zé Pedro

A exposição se realizou em junho 1988 na R. Estados Unidos 367.

é isso, por fernando stickel [ 15:54 ]

arte em pinheiros

No início dos anos 1980 recém separado da Iris, fui morar no Ed. Ipauçu, na R. Pinheiros 1076, ao lado do posto de gasolina da Av. Pedroso de Morais.

O apartamento no terceiro andar, de cerca 120 m2, tinha dois quartos com terraço e uma boa sala também com terraço. O prédio era antigo, dos anos 50, amplo e muito gostoso, um quarto para mim e outro para os meus filhos Fernanda, na época com 5 anos e o Antonio com 3. Uma vaga de garagem para o meu VW Passat branco. No prédio não havia porteiro eletrônico, então quando chegava alguém eu jogava lá de cima a chave embrulhada em uma esponja. Morei neste apartamento até o final de 1983.


Eu e meus filhos Fernanda e Antonio no terraço dos quartos.

Adaptei a sala para ser um amplo estúdio, e lá preparei minha primeira exposição individual de desenhos, na extinta Paulo Figueiredo Galeria de Arte, na Rua Dr. Mello Alves 717 casa 1.
Com os trabalhos da exposição quase prontos, e ainda sem moldura, pedi ao meu amigo fotógrafo Arnaldo Pappalardo para fotografá-los.


No dia das fotos, meu amigo Cassio Michalany (1949-2024) veio participar da sessão.

O convite da exposição “Fernando Stickel Desenhos”. A vernissage foi no dia 5 abril 1983 às 21:00h. O trabalho reproduzido no convite Título: Audit; Técnica mista; Dimensões 26 x 182cm.

ARTE
Só para os “happy few”
Dois estilos eficazes, pessoais, exclusivos
MANFREDO DE SOUZA NETO E FERNANDO STICKEL • Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo

Dentre todas as áreas, a de artes plásticas é seguramente a que tem um público mais especializado – e essa tese pode ser provada pela presente exposição. Sem dúvida, a crítica, os colecionadores e os habitués do circuito terão grandes prazeres, e muito o que falar, diante dos trabalhos destes dois jovens artistas. Mas é muito difícil explicá-los para o leigo. Que diabos, afinal, querem dizer os compridos desenhos de Fernando Stickel, quase uma tira de papel com formas geométricas simples, aparentemente sem grandes emoções e nenhum virtuosismo? E qual a “mensagem” das pinturas de Manfredo de Souzaneto, que são na verdade montagens de telas de formatos distintos, cada uma recoberta uniformemente com uma cor, e muitas vezes com a moldura e o próprio chassi tornando-se parte do quadro?
Decididamente este texto não terá a pretensão de responder com clareza a tais perguntas. Mesmo porque a noção de “mensagem”, na obra de arte contemporânea, é bem mais complexa do que a de transmissão de um recado que está “fora” da obra. Isto é: a mensagem de um quadro é o próprio quadro – e acabou-se. Não interessa tanto se ele mostra um determinado assunto (no caso da arte figurativa) ou se ele extravasa determinadas emoções (como em certo tipo de abstração). O que de fato conta é a forma por cujo intermédio esse conteúdo está expresso. Em estética moderna, aliás, pode-se até afirmar que a distinção entre forma e conteúdo é uma falácia. Na verdadeira obra de arte, um é o outro, interagindo. Esse tipo de elucubração teórica é inevitável, para legitimar e qualificar o trabalho de Fernando e de Manfredo. Da mesma geração (34/35 anos), ambos com formação de arquiteto, e evidentemente atualizados em matéria de contemporaneidade, fazem uma arte consciente de sua função no universo. Tanto Manfredo quanto Fernando começam por questionar certos limites até a nível técnico. O primeiro é apresentado aqui como pintor e o segundo como desenhista. Mas na verdade Manfredo faz objetos que invadem ambiciosamente o espaço, exploram o lado reverso da pintura (através dos chassis aparentes), não usam a cor como seu maior recurso expressivo e não chegam a ser escultóricos. E os desenhos de Fernando só são desenhos porque utilizam o lápis – entre outras técnicas. Em apenas um ou outro caso, o elemento especificamente gráfico impera.
É claro que o objetivo dos dois artistas não é apenas essa discussão formal. No caso de Manfredo – que tem maior currículo e está visivelmente mais maduro -, sua atual fase é o legítimo ponto de chegada para outras etapas onde o elemento “extrapictórico” era maior. Mineiro, ele chegou a
desenhar, numa linguagem semi-abstrata, as montanhas de Minas. Viveu depois na França uma fase quase experimentalista e retorna agora a um suporte clássico – a tela -, mantendo-se ainda fiel às origens (suas tintas são todas feitas com terras, por ele mesmo preparadas). Fernando faz aqui sua primeira individual, com honestidade e garra. O que mais impressiona, em ambos, é a sensação imediata de acerto, Isto é: deram um tiro com boa pontaria.
Construíram uma linguagem bem articulada e eficaz.
Cabe a pergunta se vale a pena criar essa linguagem, que seguramente se destina a minorias. Com rara coragem, Manfredo argumenta: “Não creio que a arte possa mudar o mundo. Ela pode, quando muito, colaborar para mudar a cabeça de indivíduos”. Dependendo do ponto de vista, esta posição será tachada de alienada ou realista. Mas mesmo tal distinção é menos importante do que o fato de que a opção de Manfredo e Fernando não exclui (pelo contrário: incorpora) a beleza. Por isso, até quando não “entendida”, sua obra prova-se capaz de despertar sempre a mesma exclamação. “Que bonito!” E este é, seguramente, um critério decisivo de valor. Em vez de discursos, temos a instauração de objetos que enriquecem a sensibilidade do indivíduo. Não será também isso um ato social?
Olivio Tavares de Araújo
ISTOÉ 13/4/1983

é isso, por fernando stickel [ 18:24 ]

marcio périgo

Fundação Stickel convida para a mostra “Somos Memórias”, exposição de gravuras de Márcio Périgo com texto crítico de Agnaldo Farias, no Espaço Fundação Stickel.

Abertura no próximo sábado, 12 de abril, das 11h às 16h. Venha conferir 66 gravuras em metal!

Rua Nova Cidade 195 – Vila Olímpia – São Paulo

“Nesta série de gravuras, cores vibrantes e carregadas de simbolismo revelam a terra e o carvão, evocando memórias ancestrais de povos originários e seus utensílios, histórias profundas e enraizadas. O que vemos na obra de Périgo vai além de imagens – são narrativas que ecoam em nós, pulsantes e viscerais, como a terra que sustenta a nossa memória coletiva.” – Fernando Stickel.

Márcio Périgo é gravador e desenhista. Iniciou seu trabalho em gravura em metal na Fundação Armando Álvares Penteado, em 1972, como matéria curricular do curso de graduação em Comunicação Visual. Em 1977 obteve o título de Bacharel em Comunicação Visual, quando apresentou um painel voltado a um estudo gráfico da obra Grande Sertão-Veredas, de João Guimarães Rosa. Obteve o título de mestre na área de Poéticas Visuais, com a dissertação A Matéria da Sombra em 2001. Em 2009 obteve o título de doutor apresentando a tese Caos Aparente – Sinais gráficos.

é isso, por fernando stickel [ 17:07 ]

colagem sem cola…

colagem
Colagem sem cola… último trabalho feito no meu estúdio…artes plásticas + fotografia.


Com algum Photoshop depois… e impresso!

é isso, por fernando stickel [ 23:34 ]

do fundo do baú

Nsta foto, tomada pelo meu falecido amigo e colega arquiteto Leslie Joseph Murray Gattegno, na 10ª Bienal de São Paulo, em 1969, estou observando as pinturas do artista canadense Greg Curnoe (1936-1992)


Página do catálogo da Bienal.


Trabalho de Greg Curnoe.

é isso, por fernando stickel [ 17:40 ]

livro michalany / stickel

Em 18 Janeiro 1973 iniciei um caderno de anotações de folhas em branco, encadernado com espiral, formato 22,5 x 16 cm. Este seria o meu sétimo caderno de anotações, em ordem cronológica, desde que iniciei este tipo de registro, estimulado pelos meus professores da Escola Brasil: Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende.
No entanto este caderno tornou-se um intercâmbio com o meu amigo Cassio Michalany (1949-2024) recém falecido. A combinação era simples, cada um de nós faria uma página, não havia limitação de tempo. E assim foi, até 6 abril 1973.

Algum tempo depois recomeçamos a brincadeira, desta vez em um caderno de folhas brancas e capa dura de 31x 22 cm, encomendado especialmente para a missão. O primeiro registro com data é do Cassio, de outubro 1976.

Mais uma vez a regra era única e simples: Uma página você, uma página eu.

cm2
O caderno ficava comigo durante um período, que podia ser de alguns dias até vários meses, e eu passava o caderno ao Cassio com alguma coisa escrita/desenhada/colada, em seguida ele fazia algo e me devolvia, e assim sucessivamente.

cm3
Nas cerca de 100 páginas deste “Livro de Artista” ficaram inclusive registrados (com arte!) momentos importantes de nossas vidas, exposições, nascimento dos meus filhos mais velhos, conquistas esportivas, etc…

E assim caminhamos até março 1980, quando o caderno se encerrou e Cassio abriu em 18/3/80 sua segunda exposição individual de pinturas na Galeria Luisa Strina, com convite feito por mim, a última página do livro.

é isso, por fernando stickel [ 12:14 ]

bolsa de estudo

Lá nos anos 80, artista plástico ambicioso, eu queria muito ir morar em New York, uma das soluções seria uma bolsa de estudos em arte, tentei a CAPES – FULBRIGHT para me aperfeiçoar em Artes nos E.U.A, fiquei em segundo lugar, não consegui. Mesmo assim fui morar em New York, lá apliquei para um período na Alemanha, também não funcionou, assim como a bolsa da Guggenheim Foundation.

Todo o processo de aplicação para aa bolsas era bem complexo, era necessário juntar um monte de documentos, cartas de recomendação, etc… Na verdade este processo era por si só bem educativo, te obrigava a organizar currículo, documentos, etc…,

No caso da School of Visual Arts, reuni cartas de recomendação do Salvador Candia, Wesley Duke Lee, Carlos Alberto Fajardo, Frederico Jayme Nasser, Antonio Jacinto Matias e Luis Paulo Baravelli.

é isso, por fernando stickel [ 17:51 ]

james turrell no uruguai

Na primeira vez que tive contato com a obra de James Turrell, lá nos anos 80, eu quase caí de costas pela potência do trabalho.

Não lembro se era um museu ou uma galeria, orientado por um funcionário você entrava em um grande espaço silencioso e aguardava um tempo para seus olhos se acostumarem com a escuridão. Pouco a pouco, à medida que a sua visão ia se adaptando à sombra, surgia muito fraca uma área de cor, e você magneticamente atraído por ela ia se aproximando, até que uma espécie de janela de cerca de 1 x 2 metros se revelava, preenchida com cor, melhor dizendo, preenchida com luz. Uma coisa muito estranha, fascinante, pois você não conseguia detectar a origem daquela luz, daquela massa de luz e cor que parece uma névoa colorida. Muito bonito, muito forte.

A partir daí me interessei pelo artista e conheci detalhes de sua obra, em especial o seu monumental projeto Roden Crater no Arizona.

Em Punta Del Este no Uruguai visitamos recentemente uma instalação do artista anexa à Posada Ayana, em José Ignacio. Chama-se Skyspace Ta Khut e foi construída por iniciativa dos donos da pousada, o casal austríaco Edda e Robert Kofler.

O espaço recebe visitantes para duas sessões ao dia, uma ao anoitecer, e outra ao alvorecer, mediante agendamento e pagamento de U$50,00. Marcamos nossa visita para as 19:15h e quem recebeu o grupo foi o próprio idealizador.


Robert Kofler explica o conceito e a história do espaço.

O grupo entra no grande espaço circular, ceca de 7 metros de diâmetro e 5 de altura, onde 20 pessoas podem se sentar confortavelmente em um banco que circunda todo o ambiente, ou, como o próprio Mr. Kofler sugere, se deitar no chão, em cima de pelegos, olhando para a abertura circular no teto.


O início e o fim da sessão.

A sessão começa, a luz no interior do espaço vai mudando, uma trilha sonora composta especialmente para o espaço preenche o ambiente, e o céu, visto através de uma abertura circular segue seu curso rumo à noite. Passam nuvens, mudam as cores, passa um pássaro… E você maravilhado com tudo aquilo vai mergulhando em um sereno transe feito de cores, sons, natureza, arte, tecnologia, sofisticação…


A entrada do espaço.


A vista da rua.


Na entrada do Skyspace, plantas e fotos da construção.

é isso, por fernando stickel [ 7:33 ]

maria villares na fundação


A fachada do Espaço Fundação Stickel recebe tratamento especial.

No próximo sábado 11 novembro das 10 às 16h abriremos no Espaço Fundação Stickel, na R. Nova Cidade 195 – Vila Olímpia, a exposição de pinturas “Maria Villares – Flor e Pedra” com minha curadoria.

Minha carreira de curador de arte não existiu até hoje como tal, nunca dei maior destaque a este mister, mas, assim como nunca deixei de ser arquiteto, designer gráfico, artista plástico ou fotógrafo, o ofício da curadoria sempre esteve presente na minha vida artística desde os anos 70, tanto nas minhas exposições, nas exposições dos amigos e, a partir do início do meu trabalho com a Fundação Stickel em 2004, em todas as dezenas de exposições que fizemos.

Em algumas exposições me permiti assinar a curadoria, como “A Trama do Gosto”, na Bienal de São Paulo em 1987, onde apresentei um espaço intitulado “Natureza Morta Limitada”; na exposição “Retratos Eriçados” de Maciej Babinski em parceria com Agnaldo Farias no Espaço Fundação Stickel em 2019, e agora assino a curadoria da exposição “Maria Villares – Flor e Pedra”, para a qual escrevi o texto a seguir.

MARIA VILLARES Flor e Pedra

Flor e pedra. Claro e escuro. Quente e frio. Pele e osso. Vermelho e azul.

A obra de Maria Villares é extensa e longeva. Seu universo pictórico é labiríntico e habitado por seres sem rosto. Mas eles estão ali, silenciosos, observando, e comandando o espetáculo.

Conhecer suas pinturas é como passear por dentro de uma caverna, com uma lanterna na mão, descobrindo imagens fascinantes que brotam da escuridão, uma hora usando uma lupa, outra hora se aproveitando de um raio de sol bandido intrometido na escuridão. Pode-se também pensar em utilizar um periscópio, ele te revelará mais algumas imagens surpreendentes…. Mas, o que está fazendo esta flor aqui???!!! Assim é a pintura de Maria Villares.

Maria não busca os holofotes, mas a solidez da disciplina, coerência e permanência. Seu trabalho atravessa os anos sem interrupção, uma coisa fluindo para outra coisa, por vezes inclinada à gravura, por vezes à cerâmica, mas mantendo sempre o norte do desenho. Sim, o desenho comanda seu destino e sua arte, esta verdade permanente transparece nesta série de pinturas executadas ao longo de mais de duas décadas.

As pinturas de Maria não se revelam por completo, elas são discretamente generosas ao fornecer pequenas pistas ao arqueólogo de plantão que queira mergulhar em espaços desconhecidos à procura de flores ou outras iguarias no Jardim das Delícias de sua obra. Tal qual os peixes luminosos do abismo, flores crescem em locais proibidos…
Fernando Stickel
Outubro 2023


Maria Villares e seu armarinho de referências.


Montagem da exposição


O planejamento analógico da expografia

é isso, por fernando stickel [ 7:15 ]

jac aronis

Linda exposição cOsMoS de gravuras de Jacqueline Aronis na Galeria Gravura Brasileira. Até 2 dezembro 2023 na R. Ásia 219. Informações 3624-0301

jacq

é isso, por fernando stickel [ 11:19 ]

maria villares

A Fundação Stickel realizará em seu espaço na R. Nova Cidade 195 – Vila Olímpia, a exposição de pinturas de Maria Villares, com inauguração prevista para 11 novembro 2023.


Maria Villares à direita e sua assistente, Andrea Angulo. Ao fundo algumas telas da exposição.


Maria Villares em seu estudio.


O estudio da artista.

é isso, por fernando stickel [ 8:40 ]

visita ao dudi


O mestre Dudi Maia Rosa em seu estúdio.


Como parte do meu curso de desenho de observação no Espaço Fundação Stickel, realizamos com os alunos do curso uma visita ao estúdio do meu amigo artista Dudi Maia Rosa.


A casa do artista se confunde com o estúdio, há obras de arte por todos os lados, tanto do próprio artista como de outros pintores, desenhistas, escultores…


Nas paredes dois mestres da Escola Brasil: À esquerda Wesley Duke Lee, à direita Frederico Jayme Nasser.

é isso, por fernando stickel [ 7:41 ]

feres khoury


FERES KHOURY PINTURAS

Como um raio na floresta, as pinturas recentes de Feres nos revelam lugares distantes, territórios intocados da natureza, florestas, pântanos, rochas e ravinas imaginárias, iluminados com precisão e potência.

A arte de Feres Khoury transpira sua forte conexão com o criativo e a pesquisa, seu gosto pela música e literatura, o mergulho profundo e apaixonado no universo da arte. Seu trabalho identifica-se integralmente com o vigor e diversidade da natureza.

Convivem no artista várias características, que aparecem aqui e acolá, há o ser racional, geométrico, cartesiano, há o calígrafo oriental, zeloso de sua habilidade e precisão, e há o ser lírico, explosivo, romântico. Há ainda o professor sensível… Tal como somos surpreendidos na natureza com uma súbita tempestade, ou um glorioso raio de sol, neste conjunto de pinturas Feres também é flagrado desenvolvendo um, outro ou vários de seus múltiplos talentos.

Nesta mostra Feres nos brinda com situações pictóricas de grande força, cor e teatralidade, à semelhança de J. W. Turner, nos expondo livremente e sem temor à força das tempestades, aos dias cinzentos e todas as outras glórias do planeta.

Aleluia!

é isso, por fernando stickel [ 17:42 ]

olhar 70′ na mapa


Marcelo Pallotta, Xenia Roque Benito e eu.

A exposição “OLHAR 70’ uma pequena coleção particular” ficará em cartaz na Galeria MaPa até 23 Junho.
Segunda a sexta-feira das 10 às 18h, sábado com agendamento. Rua Costa 31 (estacionamento R. Bela Cintra 374)
Pinturas, desenhos, esculturas e gravuras de Wesley Duke Lee, Frederico Nasser, Luis Paulo Baravelli, Cassio Michalany, Dudi Maia Rosa, Evandro Carlos Jardim, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Maciej Babinski, Plinio de Toledo Piza, Sergio Lima e Fernando Stickel. @galeriamapa

A seguir imagens da inauguração no sábado 7 Maio.


Edo Rocha, eu e Claudio Furtado.


Ana Maria Stickel, Sylvia Stickel, Luiz Villares e Isabela Prata.


Macaparana e a tela de Baravelli.


Sylvia Stickel, Marcos Aspahan, Claudio Furtado, eu, Eneida Ferraz e Plinio Toledo Piza.


Geral da galeria.


Sylvia Stickel e Sandra Pierzchalski.


Claudio Ferlauto e Carlos Perrone.


Martha Stickel, aos 95 anos… com a tela de José carlos BOI Cezar Ferreira


Com o colecionador Orandi Momesso.


(foto Marcos Aspahan) Com Plinio de Toledo Piza Fº


(foto Marcos Aspahan) Memorabilia!

é isso, por fernando stickel [ 10:30 ]

olhar 70′ galeria mapa

70′ uma pequena coleção particular

A paixão pela arte transmuta-se na paixão do colecionador.

Amalgamento de fazeres, pensares, e contemplares. Muita gente fazendo arte conhecendo o trabalho de muita gente, referências cruzadas em uma São Paulo muito circulável.

Alquimia de amizades, mestres, artistas, curiosos e amantes, no recorte temporal, geográfico, afetivo e quiçá intelectual em que todas essas coisas assumem uma CARA, a cara dos Anos 70

Pinturas, desenhos, esculturas e gravuras de Wesley Duke Lee, Frederico Nasser, Luis Paulo Baravelli, Cassio Michalany, Dudi Maia Rosa, Evandro Carlos Jardim, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Maciej Babinski, Plinio de Toledo Piza, Sergio Lima e Fernando Stickel.

Galeria MaPa e Fernando Stickel convidam para a exposição “OLHAR 70’ uma pequena coleção particular”
Abertura sábado, 7 maio das 11:00 às 18:00h. Rua Costa 31 (estacionamento R. Bela Cintra 341) De 7 maio a 23 junho


Catálogo da exposição disponível na galeria.

é isso, por fernando stickel [ 16:39 ]

limpar o desastre

O acidente ocorreu exatamente 18 anos atrás, em Agosto de 2003!


Shit happens!


Agora tenho que limpar o desastre, recolher vidros quebrados, contar mortos e feridos, reutilizar o que sobrou inteiro, reinventar o trabalho, etc…etc…

é isso, por fernando stickel [ 8:59 ]

futebol de artista

Cerca de 1970, no terreno dos fundos da casa dos meus pais na R. dos Franceses havia uma quadra cimentada, e lá inventamos um jogo de futebol com o grupo de amigos que frequentava a Escola Brasil:
O engraçado é que, se bem me lembro, nenhum dos artistas plásticos participantes da brincadeira tinha muita conexão com o esporte bretão.
Eu sempre fui um perna de pau, isso posso garantir.
Além dos jogadores estavam também a Sakae, mulher do Baravelli e seu filho Zé.


Da esq. para a direita, José Carlos BOI Cezar Ferreira (falecido), eu, Cassio Michalany, Luis Paulo Baravelli, Carlos Alberto Fajardo, Leslie Joseph Murray Gattegno (falecido) e Frederico Nasser (falecido).
Meu irmão Neco também está na foto, de pernas abertas e vestido de branco.
Não tenho a menor idéia de quem tirou as fotos, as cópias em papel apareceram nos meus guardados.

é isso, por fernando stickel [ 8:38 ]