aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003


Faleceu aos 75 anos a fotógrafa Vania Toledo. RIP querida amiga.

é isso, por fernando stickel [ 9:32 ]


Um encontro com minha prima Stella no fim de semana em Campos do Jordão, com direito a conversas randômicas pelos temas da família e das memórias acabou me levando a contactar o Tio Roberto Guimarães, em Fort Lauderdale – USA, que muito simpaticamente atualizou e completou as informações deste post.

Nas comemorações da Semana da Marinha de 1962, o submarino Humaitá S-14, comandado pelo Capitão-de-Fragata Noísio Penna de Oliveira recebeu visitantes para um passeio na Baía de Santos.

Meu pai Erico e eu com 14 anos de idade fomos convidados para o passeio por um contraparente nosso, Roberto de Queiroz Guimarães, que na época era ajudante de ordens do Capitão-de-Mar-e-Guerra Átila Franco Ache, comandante da Flotilha de Submarinos.

O navio zarpou de Santos, eu simplesmente pirei com a experiência! A enorme quantidade de mostradores, canos, alavancas, o vento que a admissão dos motores diesel provocava dentro do submarino, poder visitar todas as áreas, ver os torpedos, camas, banheiros, cozinha, tudo apertadíssimo!

Depois de nos afastarmos do litoral e já em alto mar os motores a diesel foram desligados, as comportas fechadas e iniciada a submersão com os motores elétricos, eu pude olhar pelo periscópio, foi uma experiência inesquecível!

O Humaitá (S-14) nasceu como o submarino USS Muskallunge (SS-262), lançado ao mar em 7 de abril de 1942 e atuou durante a Segunda Guerra. Foi incorporado à flotilha de submarinos do Brasil em 18 de janeiro de 1957. Em sua chegada ao Brasil suspendeu ferros levando a bordo o Presidente da Republica Juscelino Kubitschek de Oliveira, e o então Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Antônio Alves Câmara Júnior.

Muitos anos depois assisti ao filme U-571, sobre batalha de submarinos na Segunda Guerra.
O filme mostra bem o clima dos anos quarenta e o inferno que era a vida em um submarino.
Meu pai me contou muitas histórias de submarinos na guerra, relatadas por um parente, Jürgen Kiep, que foi comandante de submarino na Alemanha, e sobreviveu à guerra!


Este submarino esculpido em madeira é um dos brinquedos mais antigos e queridos que tenho.
Meu pai comprou várias destas miniaturas de navios, que eram feitas por marinheiros de navios de guerra.

é isso, por fernando stickel [ 11:06 ]


Faleceu o arquiteto Giancarlo Gasperini (1926-2020)
É assim que me lembro dele. RIP Gasperini.

é isso, por fernando stickel [ 9:13 ]


Frederico Nasser e eu, na festa de noivado com Maria Alice Kalil, 1970

Somos a soma de nós mesmos com tudo o mais e mais um pouco, tudo misturado. Adicione ao seu eu genético, à sua estrutura biológica original, os aprendizados e as circunstâncias, as encrencas e os lugares, os amores e as paixões, as amizades, as viagens, os livros que leu e naturalmente os muitos erros e os poucos acertos eventualmente cometidos e me terás. Vou tentar explicar. Ou não.
Deixemos que as minhas memórias falem por si, em sua lógica peculiar.

No colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, um único professor me deixou saudades, pelo seu brilho, personalidade e integridade: Albrecht Tabor, professor de biologia e cientista maluco… A mesma coisa aconteceu no Colégio Santa Cruz com Flavio Di Giorgi, professor de português e um sábio em geral. Me preparando para o vestibular de arquitetura no Cursinho Universitário em 1968, tive mestres como o artista plástico Luis Paulo Baravelli, que me capturou imediatamente com sua simpatia e a fascinante habilidade de desenhar, e o cineasta Francisco Ramalho Jr., professor de física.
Na mesma época, um amigo me falou de um curso de desenho do professor Frederico Nasser, em uma casinha de vila na Rua da Consolação, estúdio emprestado por Augusto Livio Malzoni. Procurei o Frederico e iniciamos nossas aulas.

Preciso abrir aqui um parêntese. Frederico Nasser teve uma importância gigantesca na minha vida e na minha opção pelas artes plásticas. Foi uma presença instigante, fascinante, generosa, surpreendente, carismática – um poderoso magneto que despertava conhecimento, provocava sede de saber e, de quebra, irradiava uma atração que amalgamou muitas pessoas em um grupo de amigos e amantes das artes que de uma maneira ou de outra gravitaram em torno dele e da Escola Brasil:. Amigos como Augusto Livio Malzoni, Sophia Silva Telles, Dudi Maia Rosa, Baby Maia Rosa, Gilda Vogt, Norma Telles, Lucila Assumpção, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Leila Ferraz, Wesley Duke Lee, Maciej Babinski, Megumi Yuasa e muitos outros que aparecerão aqui e ali, ao longo das próximas linhas. Fecho aqui o parêntese.

Os alunos desenhavam em uma espécie de pátio, sob uma pérgula. Neste local, Frederico me apresentou Marcel Duchamp, através da “bíblia” The Complete Works of Marcel Duchamp, escrita por Arturo Schwarz e publicada pela Thames and Hudson em 1969, e assim selou meu destino, me conectando irremediavelmente às artes. Lá encontrei também o meu primo Marcelo Villares e fiquei conhecendo dona Rene, mãe do Dudi. Não sei como eu encontrava tempo para tudo isso, cursando simultaneamente o terceiro colegial, hoje o último ano do ensino médio. Foram tempos muito ricos e intensos!
Um dia precisei fazer um desenho grande e não tinha um lugar adequado. Meu amigo Rubens Mario se propôs a ajudar e disse que eu poderia usar a prancheta de um amigo dele, o arquiteto Eduardo Longo. Rubens Mario me garantiu que não haveria problema, que o Eduardo era “gente fina” e lá fui eu em uma tarde desenhar no apartamento do arquiteto na rua Bela Cintra. Fiquei maravilhado com o pequeno apartamento todo reformado, com o teto em ângulos, um biombo de metal e a porta do banheiro pintada de amarelo parecendo um submarino. Achei o máximo. Logo depois conheci o Eduardo pessoalmente e nos tornamos amigos desde então.
Pouco depois, passei no vestibular da FAUUSP e fui com meu colega Edo Rocha para a Bahia comemorar. Na volta de Salvador, capotamos o meu Fusca 68 bordô perto de Jequié, mas esta é uma outra história.

Em 1969, Frederico Nasser mudou seu espaço de aulas para um sobrado no Itaim, na rua Pedroso Alvarenga. Vários colegas recém-ingressados na FAUUSP desenhavam lá também, como o Edo Rocha e Cassio Michalany, Plinio de Toledo Piza, Leslie M. Gattegno e Claudio Furtado. Enquanto desenhávamos nus femininos dentro de casa, Frederico, muito focado, pintava coisas esquisitas no pátio externo…
No segundo semestre daquele ano, Frederico organizou em um domingo de manhã uma visita de seus alunos ao estúdio do mestre Wesley Duke Lee em Santo Amaro. Entrar naquele estúdio era um privilégio, fiquei totalmente fascinado. Com sua cultura e charme inigualáveis, Wesley falou sobre muitas coisas, mas sobretudo de tecnologia e da recém-ocorrida chegada do homem à Lua, no dia 20 de julho. Inesquecível.


Nas setas vermelhas eu e Maria Alice Kalil em Cabo Frio

E veio então o réveillon de 1970 em Cabo Frio, na casa do tio Bubi e da tia Lila, promovido pelo João e a Marília Vogt. O espírito da coisa era “EU VOU!”. Ninguém perguntou se tinha lugar ou convite, o negócio era simplesmente ir! (Os anfitriões não gostaram muito… mas no final deu tudo certo). Foram dias fantásticos, mais de 30 amigos e parentes, a casa explodindo, a pequena piscina abarrotada de gente!! Minha memória acusa a presença, entre outros, dos anfitriões Bubi e Lila e dos coanfitriões João e Marilia, claro, e de Baravelli e Sakae, de Zé Resende e Sophia, de Carlos Fajardo e Renata, mais o Frederico, Dudi, Gilda, Ricardo Alves Lima, Monica Vogt, Maria Alice Kalil.

Em janeiro de 1970 Frederico Nasser, Dudi, Augusto Livio e eu dividimos um gigantesco quarto no Wellington Hotel da 7ª Avenida em Nova York para um mês de imersão no universo das artes, com direito a tropeçar em Diane Arbus no restaurante Automat Horn & Hardardt na Rua 57 e visita à inesquecível exposição “New York Painting and Sculpture: 1940-1970” no Metropolitan Museum of Art, inaugurando o seu Departamento de Arte Contemporânea sob curadoria de Henry Geldzahler.


A Escola Brasil: na Av. Rouxinol 51

Pouco depois, na sequência do estúdio na Rua Pedroso Alvarenga, Frederico e os amigos e colegas das artes plásticas Baravelli, Fajardo e Zé Resende criaram o Centro de Experimentação Artística Brasil, na Avenida Rouxinol, em Moema. Conhecida como Escola Brasil:, eu fui um de seus alunos no ano de abertura.


Futebol dos “pernetas”na R. dos Franceses. De costas, Baravelli.

Foi também em 1970, na quadra multiuso nos fundos da casa dos meus pais, na Rua dos Franceses, que eu e o grupo de amigos da Escola Brasil: inventamos um jogo de futebol. O mais engraçado é que, se bem me lembro, nenhum dos participantes tinha muita intimidade com o esporte bretão – sempre fui um perna de pau, isso posso garantir! Além de mim e do Neco, meu irmão, jogavam Frederico, José Carlos BOI, Cassio, Fajardo, Leslie e Baravelli. Fora os “jogadores”, também estavam lá a Sakae, mulher do Baravelli, e o filho deles, o Zé.


Capa do catálogo de Frederico Nasser para a exposição BFNR, com dedicatória. Eu estou na foto de costas, em primeiro plano.

Em agosto do mesmo ano, os incansáveis Frederico, Baravelli, Fajardo e Zé Resende realizaram a poderosa exposição BFNR 1970 no MAM Rio de Janeiro, que viria no mês seguinte para o MACUSP, no prédio da Bienal em São Paulo – eu apareço na capa do catálogo do Frederico, de quem fiz alguns retratos para esta mesma edição. Fui ao Rio para a inauguração da exposição e me hospedei “comme il faut” no apartamento da vovó Zaíra, de frente para o mar no Posto 6, em Copacabana. Foram dias deliciosos com direito a um jantar no clássico Antonio’s.

Visitar o estúdio/oficina do Baravelli na Escola Brasil: era o máximo, assim como seus estúdios particulares, sempre fascinantes, muito bem resolvidos arquitetonicamente, amplos, limpos, organizados. (O mesmo fascínio e curiosidade acontecia também no novo estúdio do Fajardo, em um porão da Rua Pamplona, onde ele também dava aulas.)
Havia de tudo nos estúdios do Baravelli, até um pote com unhas cortadas… Foram muitos os espaços ao longo dos anos:
– Avenida Miruna, de 1967 a 1971;
– Rua Padre João Manoel, esquina com a Oscar Freire, de 1971 a 1974;
– Rua Pedroso Alvarenga, de 1974 a 1979;
– Rua João Cachoeira, de 1980 a 1984;
– Granja Viana, 1984 até hoje.
Pelo menos duas galerias saíram das hábeis mãos do Baravelli – a Galeria São Paulo, da Regina Boni, na Rua Estados Unidos, e a Galeria Luisa Strina, aberta em seu segundo estúdio particular, citado na lista ali em cima.
Com acesso pela Rua Padre João Manoel, uma escada levava à galeria na sobreloja. Passando por um pequeno espaço administrativo, chegava-se a um paralelepípedo de paredes brancas com o chão de tacos de madeira onde, logo à esquerda, o “escritório” da Luisa Strina era nada mais que uma mesinha com telefone e algumas cadeiras confortáveis. Sentada em seu canto, com as unhas impecavelmente esmaltadas de vermelho, ela recebia os amigos e os clientes, colecionadores, xeretas e desocupados em geral que lá ficavam papeando e, naturalmente, comprando!
Lá encontrei inúmeras vezes o meu contraparente Pituca Roviralta, um dos primeiros compradores do meu trabalho.


Frederico Nasser, Dudi Maia Rosa, Carlos Fajardo e José Carlos BOI Cezar ferreira

Em 1971 casei com Maria Alice Kalil e convidei o Frederico Nasser para ser meu padrinho. Durante alguns anos, Frederico frequentou assiduamente nosso apartamento na Rua Hans Nobiling. Éramos amigos íntimos, ele aparecia com presentes, uma bebida, um desenho do Evandro Carlos Jardim. No apartamento de cima, sempre havia umas festas e acabamos descobrindo que lá morava o mafioso Tommaso Buscetta!!
O casamento com a Alice terminou, mudei para um apartamento na Rua Tucumã, 141, e comecei a namorar a Iris Di Ciommo por volta de 1974.

No enorme apartamento na Avenida Angélica, de frente para a Praça Buenos Aires, onde morava com os pais, dona Rene e Lamartine, Dudi montou um pequeno atelier de gravura. Foi lá que ele me apresentou à técnica e eu fiz a primeira e única gravura da minha carreira ¬– me lembro bem até do dia – em 10 de agosto de 1972. Obrigado, Dudera!
Neste mesmo ano, Dudi e Gilda se casaram em uma linda festa na casa do João e Marília em Osasco.

Um dos integrantes da turma da Escola Brasil:, Xico Leão era um doce de pessoa, simpático, reservado, atencioso e, além de tudo, um excelente pintor. Marina, sua filha, muito jovem e delicada, caiu nas graças do professor Frederico Nasser. Quando o namoro evoluiu para o casamento, Frederico me convidou para ser seu padrinho. Felizes com a deferência, na quarta-feira 8 de dezembro 1976 Iris e eu embarcamos na minha VW Variant amarela para estarmos pontualmente, às oito e meia da noite, na casa dos pais da noiva, Xico e Zizá, na Rua Bolívia.
O casamento se deu em altíssimo astral. Nos divertimos muito, fiquei bêbado, conversei com todo mundo, foi uma farra! Lá pelas tantas, encontrei dona Maria Cecilia, minha professora do Kindergarten no Colégio Porto Seguro, e me apresentei a ela:
– D. Maria Cecilia, que prazer!!! A senhora está muito bem!!!
Ela me olhou de viés, sem entender direito, e eu prossegui rodopiando…
Iris e eu fomos os últimos a deixar a festa, comigo pilotando alegremente a Variant amarela como se fosse um Porsche. Lembro-me de que, no dia seguinte, repassando a façanha automobilística da madrugada, decidi comigo mesmo nunca mais cometer a tolice de pilotar embriagado.


Pinturas de Cassio Michalany, presente para a afilhada Fernanda.

Em 1977, nasceu minha filha Fernanda. Seu padrinho, o Cassio, a presenteou com uma tela de 15 x 15 cm, um ladrilho tecido e pintado a mão – em cada aniversário, ela ganharia mais um. Dois anos depois, nasceu o meu filho Antonio e convidei Frederico Nasser para ser seu padrinho, mas ele não pôde estar presente ao nascimento.
Na mesma época, Frederico planejava abrir uma livraria. Em uma conversa com Dudi no Guarujá , Claudinho Fernandes, que também flertava com a mesma ideia, ficou sabendo dos planos do amigo em comum e os dois acabaram se tornando sócios para abrir, em 1978, a Livraria Horizonte.
O imóvel selecionado na Rua Jesuíno Arruda, 806, quase esquina com a João Cachoeira, abrigava originalmente um açougue, mas Baravelli, o homem dos sete instrumentos, transformou o lugar em uma charmosa livraria de tijolinhos à vista. A Horizonte acabou virando ponto de encontro dos amigos artistas, sempre uma farra com sua enorme mesa central e poltronas confortáveis completando o ambiente acolhedor. No andar de cima, Frederico tocava sua editora Ex Libris. Naquela época, eu era sócio do Norberto (Lelé) Chamma na empresa de design gráfico und – assim mesmo, com minúscula – e produzimos alguns itens gráficos para a livraria.
Cerca de dois anos depois, Frederico desmanchou a sociedade com Claudinho e montou uma nova livraria a poucos metros da Horizonte, na Rua João Cachoeira, 267 – a Universo. Também com projeto do Baravelli, a execução da obra ficou a cargo do Roberto “faz tudo”, com o chão de tijolo aparente, cortado a 45 graus, dois mezaninos e janelas ilegalmente abertas para a lateral do prédio.
A Universo tinha como vizinhos a CLICK Molduras, de Odila de Oliveira Lee, mulher de William Bowman Lee, pais de Wesley; o estúdio da vez de Baravelli, na sobreloja; e o escritório de paisagismo de Toledo Piza, Cabral e Ishii, arquitetos associados, na edícula.
Algum tempo depois, a livraria fechou as portas ao público, trabalhando somente com visitas agendadas, agora especializada em livros raros. Lá, Frederico continuou a operar a Editora Ex Libris, lançando em 1987 o notável O Perfeito Cozinheiro das Almas deste Mundo, edição fac-símile do diário coletivo da garçonnière de Oswald de Andrade.
No estúdio em cima da Universo, Baravelli trabalhava à noite. Os amigos mais próximos se davam o direito de chegar, tocar a campainha, subir as escadas e ficar lá perturbando o artista. Por vezes, para frear o ímpeto da turma, ele colocava um bilhete na campainha: ESTOU TRABALHANDO – CAMPAINHA DESLIGADA.

Foi neste espaço que, certo dia, Baravelli confidenciou aos amigos:
– Estou com uma grana, não sei se faço uma revista de arte ou compro um Camaro…
A opção foi fazer a revista Arte em São Paulo. Muito pragmaticamente, ele fez uma lista dos itens necessários e comprou:
_ Impressora;
_ Prensa de hot stamping para as capas;
_ Encadernadora espiral;
_ Estoque de papel para impressão;
_ Estoque de cartão para as capas.
Em seguida contratou Lisette Lagnado e Marion Strecker Gomes, duas jovens estudantes de jornalismo, para tocarem a revista. O primeiro número saiu em 1981, com um texto meu sobre Cassio Michalany. O último saiu em 1985.

Entrando nos anos 1980, minha vida virou de ponta cabeça. Tomei a decisão de ser artista plástico em tempo integral, saí do escritório de design gráfico und e me separei da Iris, mudando para o apartamento da Rua dos Pinheiros.
Foi um ano estressante, trabalhoso, caótico!

A esta altura, começava a se quebrar o encanto dos anos 1970, criativos e loucos, com os contatos entre aquela grande turma de amigos se espaçando, as amizades se esgarçando, os filhos nascendo e crescendo, cada um cuidando de sua vida. Foi nessa época que Frederico Nasser iniciou um misterioso processo de se fechar para o mundo. Pouco a pouco, foi evitando o contato social com os amigos e a família, se isolando mais e mais, sem responder nem mesmo aos telefonemas. Ninguém entendia o que estava acontecendo.
Muitos anos depois, andando de carro pelo Itaim, o avistei caminhando na calçada oposta. Parei o carro e corri para ele de mão estendida, feliz com o encontro! Frederico me ignorou solenemente e passou reto… Fiquei ali incrédulo, parado com a mão estendida, observando ele se afastar totalmente alheio à minha presença…
Que Frederico Nasser era aquele?!!
Seu coração falharia definitivamente no início de 2020, aos 75 anos de idade. É sempre muito triste e difícil aceitar a perda de um amigo. O luto e a tristeza que senti naquele momento, na verdade, já vinha sentindo e trabalhando durante quase 40 anos…

Fernando Stickel,
9 de julho de 2020

Uma conjunção muito especial de fatores propiciou a sistematização destas memórias, focadas nos anos 1970, um pouco antes e um pouco depois. Em fevereiro de 2020, faleceu meu grande amigo Frederico Nasser. Em seguida, a pandemia do coronavírus e a quarentena redefiniriam o mundo como o conhecíamos.
Foi neste contexto que me voltei a arquivos fechados há muitos anos, repassando textos e a memorabilia do período para atualizar minhas memórias ¬– e este blog.
Um documento em particular atuou como poderoso catalisador de lembranças, o convite de casamento do Frederico e Marina. Foi fundamental a ajuda dos amigos em várias conversas para ajustar algumas datas, locais e nomes.
Deixo aqui um agradecimento especial para Sandra Pierzchalski, Plinio de Toledo Piza Filho, Claudio Furtado, Iris Di Ciommo, Claudio Fernandes, Mauro Lopes, Monica Vogt Marques, Luis Paulo Baravelli, Cassio Michalany e José Resende.

Fernando Stickel,
10 de outubro de 2021

Revisão do texto: Tato Coutinho

é isso, por fernando stickel [ 10:37 ]

Meu amigo José Antonio Penteado Vignoli escreveu um belo artigo sobre a S.A. Fiação para Malharia Indiana empresa da minha família, no interessante site São Paulo Antiga.


A história da empresa da família de Vignoli é também muito interessante, veja aqui.

é isso, por fernando stickel [ 20:01 ]


Faleceu a baiana Martha Rocha, miss Brasil 1954 aos 18 anos de idade.
Na minha infância e adolescência, quando alguém queria mencionar um padrão de beleza era sempre Martha Rocha… RIP linda!

é isso, por fernando stickel [ 18:59 ]


Aniversário de 2 anos do meu neto Pedro!!

é isso, por fernando stickel [ 14:42 ]


Proposta incrível! Inteligência em ação durante a pandemia:

Projeto Quarentena Books reúne oito fotógrafos e designers em livros inéditos.

Bob Wolfenson, Claudia Jaguaribe, Cristiano Mascaro, Cássio Vasconcellos, Ana Carolina Fernandes, Daniel Klajmic, Rodrigo Koraicho e Paulo Fridman estão no projeto idealizado por Lucas Lenci e André Matarazzo

Renda será revertida aos grupos vulneráveis ao covid-19 e autores se encontram em live dia 30 de junho, às 19h

Livros de fotografia inéditos, produzidos e impressos em plena quarentena, com renda revertida aos mais vulneráveis impactados pela pandemia do covid-19. Essa foi a ideia da dupla Lucas Lenci e André Matarazzo, que movimentou oito fotógrafos e oito designers a remexerem suas gavetas e levantarem projetos para publicação pela editora Ipsis. “A quarentena proporciona uma nova visão sobre nossas atitudes, e isso impacta a produção criativa, nossa ideia é explorar isso ajudando aos outros no processo”, diz Lenci.

O Quarentena Books contará com trabalhos dos fotógrafos Bob Wolfenson, Claudia Jaguaribe, Cristiano Mascaro, Cássio Vasconcellos, Ana Carolina Fernandes, Daniel Klajmic, Rodrigo Koraicho e Paulo Fridman, cada qual com seu designer escolhido. Os livros poderão ser adquiridos em uma caixa, com todos (R$ 450,00), ou separadamente (R$60,00 cada) pelo site do projeto (www.quarentenabooks.com). Toda a impressão ficou por conta da Ipsis, que entrou como editora e gráfica sem custos para o projeto. “Nossa intenção com esta iniciativa é manter vivo o sonho dos maravilhosos livros de fotografia, documentos/objetos/textos/fotos que se eternizam para gerações futuras entenderem a nossa época. Também aproveitamos o tempo livre de pouco trabalho para investir em algo criativo e que vai permitir ajudar pessoas carentes, vítimas da pandemia, com o lucro deste grande projeto”, explica Fernando Ullmann, da Ipsis.

A ideia do Quarentena Books é conectar criativos, consolidar projetos e assim ajudar pessoas na quarentena. “Estamos todos doando nosso tempo e nossa criatividade. A única transação financeira do projeto é a venda final de livros cujo lucro é destinado aos mais vulneráveis”, explica André.

Os livros
Com retratos de anônimos feitos nos mais de 50 anos dedicados à fotografia, Cristiano Mascaro apresenta Apenas Retratos, que terá projeto gráfico de Julio Mariutti. “Minhas aventuras me puseram diante de inúmeros monumentos arquitetônicos, mas sempre esteve presente junto a mim este propósito, quase saudosista, de retratar as pessoas que encontrava nas ruas ou nos locais de trabalho. Finalmente neste período de confinamento pude rever meus arquivos em filme e finalmente achei o tempo que precisava para materializar este projeto”, conta Mascaro.

Já Cássio Vasconcellos viu na quarentena o momento ideal para refletir sobre o caos urbano, visto de cima, em voos de helicópteros. A série Coletivos tem projeto de Kenzo Mayama e reúne situações típicas da sociedade pré-pandemia que agora ganham nova leitura. “Realidade ou fantasia era a pergunta que me fazia sobre estas extensas montagens digitais que iludiam pela complexidade e tamanho, e, na quarentena, o que chamava de fantasia parece mais um sonho”, diz Cássio.

Em Cinderela, a fotógrafa Ana Carolina Fernandes edita finalmente a série em que registrou as travestis moradoras de um casarão antigo, na Lapa, no Rio de Janeiro. Foram mais de três anos de convivência entre elas, que resultou em cumplicidade, confiança e respeito vistas nas imagens. “Parece que a quarenta trouxe a oportunidade e o momento certo para finalmente me dedicar a este livro, cujo estímulo inicial veio de uma grande referência da fotografia mundial, David Alan Harley, que me disse ser este um trabalho merecedor de um livro”, conta ela. Bruno Di Cellio é o designer convidado.

Proibidas de ir à praia hoje, as pessoas fotografadas no Piscinão de Ramos em 2002, por Daniel Klajmic ganham agora outros olhos. Parte do ensaio já foi publicada em revistas nacionais e internacionais, mas nesta edição as mais de 40 imagens refletem mais aspectos. “Lembro que tive um sentimento estranho, pois me parecia uma maneira de manter parte da população longe das praias da zona Sul. Percebendo a alegria das pessoas ali, entendi que o assunto tinha uma complexidade muito maior, e que me interessava muito. No contexto atual, as fotos ganham um novo sentido já que hábitos outrora banais como ir à praia ou fotografar a praia parece um privilégio distante”, diz ele. O projeto gráfico é de Edu Hirama.

Também imerso no comportamento de um grupo, o livro “Ô Culpa”, com fotografias de Rodrigo Koraicho e design de Raphael Ferraz, se lança intimamente no cotidiano de uma ocupação em São Paulo. “A escassez habitacional da região metropolitana de São Paulo bateu recorde e atualmente o Estado de São Paulo registra um déficit habitacional de cerca de 1,8 milhão de domicílios segundo números da FGV”, alerta Rodrigo.

Já em Submerso, o fotógrafo Bob Wolfenson convida o designer Pedro Gerab para contar a história de suas fotografias atingidas pela água do rio Pinheiros na maior enchente da região, em 2020. Todas elas estavam guardadas em gavetas no estúdio e agora existem sob novos aspectos: carcomidas, manchadas, rasgadas e desfeitas. “E é deste jeito que quero apresentá-las. Esta quarentena me parece um momento adequado para reorganizar minhas fotografias que por motivos externos, tem novo significado”, diz Bob.

Resgatando o passado, o fotógrafo Paulo Fridman apresenta NY in the 80´s, um livro com registros feitos naquela década. “Esse tempo em casa me permitiu viajar no tempo. O confinamento me fez mergulhar neste material de quando vivi na cidade”, conta. Rodolfo Garcia assina o projeto gráfico.

Em Releituras, a fotógrafa Claudia Jaguaribe experimenta um novo processo, absorvendo notícias atuais, voltando-se para dentro e ressignificando imagens. “As casas que antes eram um conforto agora retratam uma nova solidão. Nada melhor do que usar este tempo de reclusão e repensar o próprio trabalho”, afirma ela. Para a edição, convidou a designer Mariana Lara Resende.

Sobre os editores:

Lucas Lenci
Fotógrafo e coordenador de projetos editoriais, publicou 5 livros próprios e outros diversos para colegas fotógrafos e tambem empresas. Participou de inumeras exposições entre Brasil, Estados Unidos e alguns paises da Europa Recebeu diversos prêmios tanto de fotogrfia quanto para suas publicações. Espera usar o tempo de confinamento para dispersar sua criatividade e criar novas obras editoriais.

Andre Matarazzo
Com mais de 46 prêmios internacionais no portfólio, André é um criativo e empreendedor que fez sua carreira publicitária ao longo de 8 países nos últimos 22 anos e hoje vive ao redor do mundo tocando sua Sexy Beast. Está incrivelmente animado em poder conectar com criativos tão interessantes durante esse período claustrofóbico.

Ipsis gráfica e Editora S/A
Considerada a principal referência de qualidade no mercado editorial brasileiro recebe a missão de imprimir com o mais alto padrão livros de arquitetura, artes plásticas, fotografia, história, literatura, com 70 anos de existência sempre inovando e criando novas tendências. Em recente mudança de marca, a Ipsis criou um selo que vai abraçar as publicações que porventura venha a editar. Trata-se do IpsisPub que assina esta coleção.

é isso, por fernando stickel [ 17:27 ]

Encontrei nestas intermináveis arrumações proporcionadas pela pandemia do coronavirus e a consequente enorme quantidade de horas dentro de casa, um texto manuscrito explicativo (será que explica?) do título do meu livro “aqui tem coisa”, lançado em Dezembro 1999. A data provável da execução deste texto seria entre 1997 e 1999, antes do início do meu trabalho com fotografia em 2003.

Por que aqui tem coisa

Na verdade explicar o título do livro serve como pretexto para falar um pouco do meu trabalho, afinal o material para este livro vem sendo criado preparado, revisado, repaginado desde 1968/69/70 quando as portas da percepção do mundo artístico me foram abertas por Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende. Em 1970 ao organizarem a Escola Brasil: os quatro artistas prepararam um folheto explicativo dos objetivos e da filosofia da Escola em cuja capa se lia:

ARTE É MUITAS COISAS

Vinte e cinco anos de carreira me levaram a trabalhar com com muitas coisas. Meu interesse continua a circular por diversas coisas e assuntos diferentes.
No entanto a formação formal de arquiteto e artista plástico delimita seu currículo e você se acostumar dizer:

Sou arquiteto e artista plástico.

Minha atividade artística iniciou-se em 1971 participando da 5ª Jovem Arte Contemporânea No MAC USP na seção de Poesia.
Trabalhei com design, arquitetura, engenharia e marketing, voltando à atividade artística em 1980.
Não faço diferença entre uma tela de Matisse, uma Ferrari by PininFarina, um almoço no Joel Robuchon, um poema de e e cummings, uma foto de Man Ray, um quadrinho do Angeli, a coluna da Barbara Gancia ou uma música e letra do Caetano. É tudo arte. É tudo inteligência. É tudo prazer sabor e enriquecimento.
É tudo coisa.
Então aqui tem coisa, ali tem coisa, estamos cercados de coisas. Coisas boas, coisas ruins e coisas mais ou menos.
As minhas coisas boas se manifestaram na minha carreira artística como aulas, poemas, textos, desenhos, pinturas, esculturas, objetos, arquitetura, design, culinária, instalações, curadoria, joias, ilustração, cenografia.
Aqui tem coisa são as coisas boas da escrita.

é isso, por fernando stickel [ 9:54 ]


Um gênio do design gráfico nos deixa… Milton Glaser (1929-2020) Curti muito seu trabalho nos anos 70…

é isso, por fernando stickel [ 12:12 ]


O Brasil vai ganhar dos Estados Unidos!!!!!

Que triste sina a nossa… Quantas décadas perdidas, quantos brasileiros ficaram pelo caminho, esquecidos, tragados pela miséria, pelo esgoto a céu aberto, pela incompetência dos agentes públicos, pelos infindáveis crimes dos políticos… etc… etc…

É triste ser brasileiro… É triste ver Bolsonaro ignorar solenemente a pandemia, se lixando para os milhares de compatriotas mortos.
É incompreensivel o Ministério da Saúde sem ministro, gerenciado por um general.
É triste ver este país maravilhoso se arrastando na lama da corrupção, do crime e da impunidade, década após década…

Agora além das já muito usadas hashtags #foralula #foradilma e #forapt temos que adicionar #forabolsonaro

é isso, por fernando stickel [ 10:21 ]


Retrato de Patricia Magano

Faleceu hoje meu amigo o fotógrafo Fausto Ivan Marcondes Passos, aos 79 anos de idade. Vá em paz Fausto, faça uma linda viagem!


Fausto 100% no estilo dos anos 70, “barba e bolsa”


Gosto muito desta foto do Fausto de 1982, eu com meus filhos Fernanda e Antonio.

é isso, por fernando stickel [ 18:23 ]

fs New York 1
Foto Beatriz Schiller, New York, 1985.

Morando em New York em 1985 em um loft eu tinha espaço para produzir arte de grandes dimensões.
Já havia feito lá pinturas sobre tela de 4 metros de comprimento, e resolvi mudar o suporte, comprei um rolo de papel preto, destes que se usa em estúdios fotográficos, e pedi para minha amiga Lisa posar.

G3ô

Nesta sessão de Novembro de 1985 fiz várias pinturas grandes (na verdade são desenhos feitos com pincel e tinta). Um mês depois encerrei minha estadia em NYC e voltei ao Brasil, carregando um gigantesco rolo de trabalhos em papel, que foram emoldurados e expostos em 27 Abril 1986 na exposição “NYC 1985” na Galeria Suzana Sassoun em São Paulo.

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O convite da exposição.


Minha amiga Gilda Mattar me fotografou.


Meu amigo Baravelli escreveu um texto.

é isso, por fernando stickel [ 8:54 ]


Participei de uma “live”com o tema “EU VIVI COM O ABAPORU”, convidado por Cristina Delanhesi, Presidente do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba – MACS, participou também o Diretor Artístico do museu, Fabio Magalhães.
Nesta “live” conto sobre a minha convivência com a icônica pintura de Tarsila do Amaral.
Desde o início da pandemia do coronavírus as reuniões presenciais à distância, via aplicativo Zoom se tornaram comuns, alguns problemas técnicos vem ocorrendo e precisam ser superados, na primeira tentativa de realizar esta live fomos invadidos por hackers digitais, que tumultuaram a reunião e nos obrigaram a encerrar.
Desta vez funcionou! Apesar de, infelizmente, nem todos os inscritos terem conseguido logar na live. Mas a gravação do evento está aí em cima!

é isso, por fernando stickel [ 8:17 ]


Este é o cenário maravilhoso que encontramos ao chegar em Ubatuba, na primeira saída de São Paulo após o início da quarentena!


As primas Fernanda e Sandra.


Paz e beleza!


Hóspedes da prima da Sandra Fernanda e seu marido Fernando em Ubatuba!


Natureza fascinante!

é isso, por fernando stickel [ 23:05 ]


Babinski – História de uma exposição

Na inauguração do Espaço Fundação Stickel, a Pharmacia Cultural, na R. Nova Cidade 193, em 23 Março 2019, Bassy Machado, Sandra Pierzchalski, Rosangela Dorazio, Sandra Lourenço e Michele Behar.

Logo depois da inauguração mostrei aquarelas e gravuras de Maciej Babinski da minha coleção para Rosangela Dorazio, que ficou agradavelmente surpresa ao reencontrar o Babinski, pois sua tia Sandra Sousa Lemos havia sido duma das primeiras pessoas a fazer uma exposição do artista em Araguari, MG em 1977, e se interessou em reatar contato com Babinski, iniciando contato com ele.

Fruto destas conversas, na sequência, o filho do artista, Daniel Babinski me contactou dizendo haver produzido um documentário em vídeo inédito sobre seu pai. Tudo isto seria de extremo interesse para a Fundação Stickel, que estava na época negociando a colaboração do curador Agnaldo Farias, desenhava-se assim o início de um trabalho conjunto, com a possibilidade de fazer uma exposição, e para tanto convidei o Agnaldo a visitar Babinski em Várzea Alegre CE, o que fizemos em Julho 2019.
Chegamos na madrugada do dia 9 Julho, após o pouso em Juazeiro do Norte fomos diligentemente conduzidos pelo Tonheiro, taxista que atende o casal Babinski, até Várzea Alegre, onde Lidia e Babinski nos esperavam, gentilíssimos, cerca de 3 horas da manhã!


Logo na manhã de 9 Julho primeira manhã na casa de Babinski, longas conversas com Agnaldo Farias.


Babinski em seu “Museu”. A tela da esquerda selecionamos para a exposição.


O estúdio do artista.


No dia 10 Julho em uma longa reunião de trabalho, Agnaldo e eu selecionamos as 66 aquarelas e 2 pinturas para a exposição.


O curador e o artista.


Ao final do dia, Lidia e Babinski embalam cuidadosamente as aquarelas que traríamos para São Paulo no vôo daquela noite.


De volta a São Paulo Agnaldo começou a escrever o texto do catálogo, e eu chamei Lucas Cruz, professor de fotografia da Fundação Stickel para fotografar as aquarelas. Na sequência foram feitas molduras na Capricho Molduras e contratamos Luciana Facchini para o design gráfico do catálogo. Uma parceria se estabeleceu com Marcelo Guarnieri para a comercialização da exposição, e eu desenvolvi o Projeto Expográfico.


Lidia, Maciej e Daniel Babinski.
Finalmente acertamos com o Daniel a projeção do seu documentário juntamente com a vernissage da exposição e conversa dos curadores com Babinski, também durante a vernissage.


A vernissage no dia 7 Setembro 2019

é isso, por fernando stickel [ 9:18 ]


Nove anos atrás Sandra e eu fomos visitar a ninhada de 6 Jack Russel recém nascida, para escolher o nosso cachorrinho, todos tinham nomes de músicos, havia Tim Maia, Madonna, Jamiroquai, e outros que não lembro, e havia Jimmy Hendrix! Foi o escolhido!


Eu relutei muito em tomar a decisão de ter um cachorro, e fui atropelado pela Sandra que decidiu e pronto! Quando o Jimmy chegou em casa, em 24 horas eu já havia me derretido todo por ele, e estava irremediavelmente apaixonado, como continuo até hoje, em seu aniversário de 9 anos!


Dois anos depois chegou o Bolt, para fazer companhia e completar a familia!

é isso, por fernando stickel [ 8:24 ]

Minhas memórias de Ferrari são muito antigas e muito vívidas!

Na memória mais antiga eu deveria ter uns 4 anos de idade e viajava com meus pais de carro pela Itália ou Suíça, a estrada em meio a uma floresta, de repente em uma clareira aparece aquela maravilha vermelha estacionada em frente a um pequeno bar ou restaurante, quiçá uma Ferrari 340 Mexico… Imagem indelével.

Interlagos


Com 16 ou17 anos de idade eu era tarado por motocicletas e automóveis, assíduo leitor da revista Quatro Rodas e frequentava a pista de Interlagos nas Mil Milhas, 500 Km, etc…
Morava na Rua dos Franceses na Bela Vista, o bairro abrigava, além de uma enorme colônia italiana, várias oficinas mecânicas. Perto da minha casa morava, na Rua dos Ingleses, o Domingos Papaleo (1937-2015), que corria de Ferrari, provavelmente uma 500 Testa Rossa vermelha de 1956.
Do meu quarto eu ouvia cheio de prazer e excitação as aceleradas da Ferrari nos testes que ele fazia no imenso quarteirão formado pela R. dos Franceses, Joaquim Eugênio de Lima, Alm. Marques Leão e R. Cons. Carrão. Certo dia tomei coragem, fui até a casa dele, toquei a campainha e pedi pra ele me levar a dar uma volta, e não é que o italiano me mandou entrar na macchina e lá fomos nós dar a volta no quarteirão, com aquele som maravilhoso preenchendo todos os meus sentidos!!! Jamais esquecerei!!!

Mais recentemente, já vivendo na Vila Olímpia, algumas experiências com Ferraris, mas de outro tipo… Novos ricos mais afoitos, se exibem nos fins de semana ou feriados aqui na Vila Olímpia / Vila Nova Conceição.
Aceleram e fazem bastante barulho nas avenidas Helio Pelegrino e Nova Faria Lima. São várias, vermelhas, pretas, amarelas, brancas.

Ora, o cara que tem grana para comprar uma Ferrari, vai ficar brincando aqui na cidade, nas ruas esburacadas, cheias de lombada e radar? Se exibindo em torno do quarteirão? Atormentando os vizinhos com o lindo ronco da macchina?
E olhe que sou um amante das máquinas e motores, em particular da Ferrari…

Elegância e discrição andam em falta por aqui..

Meu irmão Neco ilustrou a paixão:

é isso, por fernando stickel [ 20:39 ]