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coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

arte

prêmio aquisição desenho


Com esta colagem sobre papel intitulada VET, de 27 x 187 cm. ganhei em 1985 o Prêmio Aquisição Desenho, no III Salão Paulista de Arte Contemporânea, realizado no Pavilhão da Bienal de São Paulo, no Parque do Ibirapuera.


Convite do Salão.


Ficha técnica dos três trabalhos enviados.


Os prêmios aquisição.

é isso, por fernando stickel [ 11:39 ]

fernando stickel na geração 80


Nesta esquina de uma das alamedas de acesso ao Parque Lage no Rio de Janeiro iniciava-se a minha Instalação AZ, com a qual participei da exposição “Como Vai Você Geração 80?” no Parque Lage em 1984.


A localização do Parque Lage na Rua Jardim Botânico é única, enfiada na floresta, tem o Cristo Redentor logo ali em cima, é maravilhoso!

Título: AZ
Técnica: Instalação composta de faixa de morim pintada ao longo de alameda de acesso do Parque Lage, no Rio de Janeiro, suporte de um texto poético composto pelo entrelaçamento de duas sequências de palavras de A a Z.
Dimensões: 0.80 x 150m
Data: 1984
Exposição: “Como vai você, Geração 80?”

Recebi em junho 2003 o seguinte e-mail:
Prezado Fernando,
Meu nome é Caroline Buttelli, sou estudante do 9º semestre de Design na Universidade Luterana do Brasil ULBRA, em Canoas, RS.
Estou cursando uma disciplina de História da Arte Brasileira, na qual estou desenvolvendo um trabalho em grupo sobre a Geração 80 de Pintores. Gostaríamos de fazer uma entrevista por e-mail a respeito dessa manifestação artística, para incluirmos em nossa pesquisa. O objetivo dela é saber qual a visão dos próprios pintores acerca da Geração 80.

E esta foi minha resposta:
Caroline,
Participei da exposição coletiva “Como vai você, Geração 80”, no Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ em 1984, quase que por acaso. Soube por amigos que os convites para participar estavam sendo feitos, mexi meus pauzinhos e fui convidado nos últimos instantes pelo curador Marcus Lontra.
Naquela época eu namorava a Helena, uma carioca, e passava bastante tempo no Rio de Janeiro. Fui ao Parque Lage e decidi que o meu trabalho seria feito ao longo de uma das alamedas de acesso do parque, a céu aberto. Apresentei meu projeto, uma instalação chamada “AZ”, que foi aprovado. Consegui o patrocínio de oito pessoas amigas, que financiaram o meu trabalho. Cada um dos patrocinadores recebeu, ao final do evento, uma colagem com fotos do trabalho realizado. Não participei de nenhum “grupo” chamado “Geração 80”, portanto este meu depoimento é individual. Tentando responder objetivamente às tuas perguntas:
1) Qual a relação entre a sua arte produzida nos anos 80 e o momento de abertura política pelo qual o Brasil estava atravessando? Existiu alguma relação?
– Os artistas são as antenas da raça, disse Ezra Pound. Então, para um artista antenado, tudo é política. No meu caso esta atitude não transparesce necessáriamente na minha obra, que não carrega slogans nem bandeiras, o que não quer dizer que eu não tenha carregado bandeiras, como a das “diretas já”, “fora collor” ou “stop the war”.
2) Alguns críticos de arte dizem que os anos 80 geraram as piores obras do século XX. Qual a sua opinião a respeito?
– Bullshit. Alguém se lembra de algum nome destes tais críticos? Alguns dos participantes da Geração 80, no entanto, tem hoje projeção mundial. Como em todas as exposições coletivas com grande número de artistas, olhando-se para os participantes quase 20 anos depois, nota-se uma grande maioria que sumiu, e alguns poucos que ganharam notoriedade. É sempre assim. 100 anos depois serão lembrados apenas aqueles de grande projeção. Já os críticos…
3) Com a liberdade artística pregada pela Geração 80, como você e os demais artistas escolhiam seus temas, já que tudo era permitido?
– Tudo sempre foi permitido. Vide Marcel Duchamp e sua obra “Fountain” de 1917. Liberdade artística sempre existiu, mesmo nos países e regimes mais totalitários a arte teima em florescer.
4) Os anos 80 marcaram a volta da pintura, que estava em baixa nos anos 70. Quais eram os ideais artístico da Geração 80?
– Eu sempre desenhei, pintei, fiz colagens, fotografei, escrevi, etc…, sem conexão direta com os anos 70, 80 ou 90. Meu ritmo de trabalho é muito irregular, e independe dos modismos e suas épocas.
5) Muitos artistas dizem que os anos 80 foram prósperos em termos financeiros, existindo uma grande procura pelas obras de arte. Qual a sua impressão a respeito disto?
– Por ter um ritmo de trabalho muito irregular, minha relação com o mercado nunca foi boa. Nunca fui um artista que “vende bem” (infelizmente…)
6) Como o conceito de Transvanguarda se aplicou à Geração 80 de Pintores?
– Não sei.
7) Quais os artistas internacionais que serviam de inspiração para ti e para a Geração 80, se é que existiram?
– Para mim foram e continuam sendo Matisse, Duchamp, Beuys. Para a Geração 80 não sei.
8) Quais as suas impressões gerais a respeito da exposição “Como vai você, geração 80?”, realizada no Parque Laje em 1984?
– A exposição foi um evento altamente energético, mágico, excitante, apinhado de gente, realmente marcante. Meu trabalho foi vandalizado e três dias após a inauguração já não existia mais.
9) Se pudesse selecionar uma obra sua que fosse a melhor representante dos conceitos da Geração 80, qual seria?
– A obra que lá foi exposta:
Título: AZ
Técnica: Instalação composta de faixa de morim pintada ao longo de alameda de acesso do Parque Lage, suporte de um texto poético composto pelo entrelaçamento de duas sequências de palavras de A a Z.
Dimensões: 0.80 x 150m
Data: 1984
10) Na sua opinião, qual a diferença básica entre a arte produzida hoje e a arte dos anos 80?
– A utilização maciça de novos meios técnicos digitais, fotografia, vídeo, computação, etc…

é isso, por fernando stickel [ 18:37 ]

juréia


Inês Sadalla me convidou em 1988 para participar de uma exposição coletiva em sua galeria, com o tema da Reserva Ecológica da Juréia.
O grupo de artistas selecionados fez uma excursão à Reserva, dormimos lá, acompanhados do biólogo, fotógrafo e ambientalista João Paulo Capobianco, na época Presidente da Associação em Defesa da Juréia, foi uma experiência maravilhosa!

Situada no litoral sul de São Paulo, entre Peruíbe e Iguape, a reserva tem 82.000 hectares


AQUI ESTÁ
AQUI FICARÁ
Trabalho fotográfico que fiz na Reserva Ecológica da Juréia em 1987.

Meus colegas de exposição: Aldemir Martins, Alex Cerveny, Alex Flemming, Alice Brill, Amélia Toledo, Angela Leite, Beatriz Leite, Brenda Novak, Darci Lopes, Edith Derdik, E. Granero, Fernando Stickel, Francisco Faria, Genilson Soares, Gilberto Salvador, Gilda Mattar, Glauco Pinto de Moraes, Gregório Gruber, Guta Oliveira Santos, Guto Lacaz, Heinz Budweg, Jeanete Musatti, Maria Victória Granero, Mário Ishikawa, Norma Grinberg, Odair Magalhães, Ricardo Levy, Rubens Matuck, Sylvía Motta, Thais Gasparinetti, Tomoshige Kusuno, Ubirajara Ribeiro, Zé Pedro

A exposição se realizou em junho 1988 na R. Estados Unidos 367.

é isso, por fernando stickel [ 15:54 ]

obras destruídas

O doloroso capítulo dos trabalhos descartados, destruídos.
Ideias boas que ficaram pelo caminho, circunstancias de espaço, armazenamento, caos organizacional, falta de condições de exposição, falta de clareza mental, tudo isso contribui para a destruição de obras.
Por sorte fotografei vários destes trabalhos destruídos, assim agora, muitos anos depois, podemos falar deles…


Visitei a retrospectiva de Joseph Beuys no Centre Pompidou em Paris em 1994 e fiquei louco. Fui duas vezes ao museu, absorvi, respirei o cheiro do feltro e do óleo de oliva, mergulhei nas vitrines, fiquei louco, passei horas fascinado lá dentro, o impacto foi muito grande.


De volta ao meu estúdio entendi que um monte de objetos que eu colecionava estavam ali esperando para serem utilizados em uma nova série de trabalhos.
Encomendei uma dúzia de caixas de folha de flandres, receptáculo destes objetos. Por alguma razão o projeto não avançou, sobrou o registro fotográfico. Tudo foi para o lixo.


Sempre gostei muito de colagens no papel, bidimensionais, depois comecei a pesquisar colagens espaciais, juntando objetos diversos. Uma das caixas de flandres ficou vazia na parede, adicionei um espelho guarnecido de suspensórios e um fragmento de tela. A trapizonga ficou ali por um tempo mas não se consolidou como um trabalho terminado, foi tudo para o lixo.


Tentei juntar vários fragmentos de tela com pirâmides pintadas, também sem sucesso, foi tudo para o lixo.


O trabalho “Sim querida, queimei tudo” foi mais elaborado, pelo tamanho, diversidade e quantidade de objetos coletados, rádios, caixas de charuto, calculadora, vários litros de vinagre feito por mim mesmo, um relógio, liquidificador, ventilador, etc… tudo devidamente acomodado em estantes de aço. O elemento aglutinador era uma tela vermelha com o título do trabalho pintado em branco. Gostava muito desta “assemblage”. Não sobreviveu, foi tudo para o lixo.


O caso desta pintura de grandes dimensões foi diferente, pois o trabalho foi concluido e exposto na exposição que fiz na Espaço Virgilio em 2001, como não foi vendido retornou ao estúdio, ocupando espaço imenso. Tanto atravancou que foi para o lixo.


Esta pintura acrílica sobre madeira de 2m. também foi finalizada e participou da exposição no Espaço Virgílio em 2001. Após a exposição voltou para o meu estúdio, eu não estava satisfeito com ela, seu conceito me parecia confuso não era um trabalho pacífico, tranquilo. Me incomodava, foi para o lixo.

é isso, por fernando stickel [ 6:59 ]

arte em pinheiros

No início dos anos 1980 recém separado da Iris, fui morar no Ed. Ipauçu, na R. Pinheiros 1076, ao lado do posto de gasolina da Av. Pedroso de Morais.

O apartamento no terceiro andar, de cerca 120 m2, tinha dois quartos com terraço e uma boa sala também com terraço. O prédio era antigo, dos anos 50, amplo e muito gostoso, um quarto para mim e outro para os meus filhos Fernanda, na época com 5 anos e o Antonio com 3. Uma vaga de garagem para o meu VW Passat branco. No prédio não havia porteiro eletrônico, então quando chegava alguém eu jogava lá de cima a chave embrulhada em uma esponja. Morei neste apartamento até o final de 1983.


Eu e meus filhos Fernanda e Antonio no terraço dos quartos.

Adaptei a sala para ser um amplo estúdio, e lá preparei minha primeira exposição individual de desenhos, na extinta Paulo Figueiredo Galeria de Arte, na Rua Dr. Mello Alves 717 casa 1.
Com os trabalhos da exposição quase prontos, e ainda sem moldura, pedi ao meu amigo fotógrafo Arnaldo Pappalardo para fotografá-los.


No dia das fotos, meu amigo Cassio Michalany (1949-2024) veio participar da sessão.

O convite da exposição “Fernando Stickel Desenhos”. A vernissage foi no dia 5 abril 1983 às 21:00h. O trabalho reproduzido no convite Título: Audit; Técnica mista; Dimensões 26 x 182cm.

ARTE
Só para os “happy few”
Dois estilos eficazes, pessoais, exclusivos
MANFREDO DE SOUZA NETO E FERNANDO STICKEL • Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo

Dentre todas as áreas, a de artes plásticas é seguramente a que tem um público mais especializado – e essa tese pode ser provada pela presente exposição. Sem dúvida, a crítica, os colecionadores e os habitués do circuito terão grandes prazeres, e muito o que falar, diante dos trabalhos destes dois jovens artistas. Mas é muito difícil explicá-los para o leigo. Que diabos, afinal, querem dizer os compridos desenhos de Fernando Stickel, quase uma tira de papel com formas geométricas simples, aparentemente sem grandes emoções e nenhum virtuosismo? E qual a “mensagem” das pinturas de Manfredo de Souzaneto, que são na verdade montagens de telas de formatos distintos, cada uma recoberta uniformemente com uma cor, e muitas vezes com a moldura e o próprio chassi tornando-se parte do quadro?
Decididamente este texto não terá a pretensão de responder com clareza a tais perguntas. Mesmo porque a noção de “mensagem”, na obra de arte contemporânea, é bem mais complexa do que a de transmissão de um recado que está “fora” da obra. Isto é: a mensagem de um quadro é o próprio quadro – e acabou-se. Não interessa tanto se ele mostra um determinado assunto (no caso da arte figurativa) ou se ele extravasa determinadas emoções (como em certo tipo de abstração). O que de fato conta é a forma por cujo intermédio esse conteúdo está expresso. Em estética moderna, aliás, pode-se até afirmar que a distinção entre forma e conteúdo é uma falácia. Na verdadeira obra de arte, um é o outro, interagindo. Esse tipo de elucubração teórica é inevitável, para legitimar e qualificar o trabalho de Fernando e de Manfredo. Da mesma geração (34/35 anos), ambos com formação de arquiteto, e evidentemente atualizados em matéria de contemporaneidade, fazem uma arte consciente de sua função no universo. Tanto Manfredo quanto Fernando começam por questionar certos limites até a nível técnico. O primeiro é apresentado aqui como pintor e o segundo como desenhista. Mas na verdade Manfredo faz objetos que invadem ambiciosamente o espaço, exploram o lado reverso da pintura (através dos chassis aparentes), não usam a cor como seu maior recurso expressivo e não chegam a ser escultóricos. E os desenhos de Fernando só são desenhos porque utilizam o lápis – entre outras técnicas. Em apenas um ou outro caso, o elemento especificamente gráfico impera.
É claro que o objetivo dos dois artistas não é apenas essa discussão formal. No caso de Manfredo – que tem maior currículo e está visivelmente mais maduro -, sua atual fase é o legítimo ponto de chegada para outras etapas onde o elemento “extrapictórico” era maior. Mineiro, ele chegou a
desenhar, numa linguagem semi-abstrata, as montanhas de Minas. Viveu depois na França uma fase quase experimentalista e retorna agora a um suporte clássico – a tela -, mantendo-se ainda fiel às origens (suas tintas são todas feitas com terras, por ele mesmo preparadas). Fernando faz aqui sua primeira individual, com honestidade e garra. O que mais impressiona, em ambos, é a sensação imediata de acerto, Isto é: deram um tiro com boa pontaria.
Construíram uma linguagem bem articulada e eficaz.
Cabe a pergunta se vale a pena criar essa linguagem, que seguramente se destina a minorias. Com rara coragem, Manfredo argumenta: “Não creio que a arte possa mudar o mundo. Ela pode, quando muito, colaborar para mudar a cabeça de indivíduos”. Dependendo do ponto de vista, esta posição será tachada de alienada ou realista. Mas mesmo tal distinção é menos importante do que o fato de que a opção de Manfredo e Fernando não exclui (pelo contrário: incorpora) a beleza. Por isso, até quando não “entendida”, sua obra prova-se capaz de despertar sempre a mesma exclamação. “Que bonito!” E este é, seguramente, um critério decisivo de valor. Em vez de discursos, temos a instauração de objetos que enriquecem a sensibilidade do indivíduo. Não será também isso um ato social?
Olivio Tavares de Araújo
ISTOÉ 13/4/1983

é isso, por fernando stickel [ 18:24 ]

jadite galleries

Participei de uma única exposição em New York, com trabalhos produzidos lá, durante a minha estadia em 1984/1985. Não me lembro como fiquei conhecendo o Roland Sainz, proprietário, da Jadite Galleries, inaugurada em 1985, mas ele me convidou a participar da exposição coletiva “SPACE AND COLOR” em fevereiro 1986.

Entre outros trabalhos que estiveram na exposição na Jadite Galleries estava este desenho/colagem, intitulado Helter Skelter de 32 x 76 cm. de 1985. Ele voltou para São Paulo após a exposição e participou da minha individual “NYC 1985” na Galeria Suzanna Sassoun, na sequência foi para Belo Horizonte, onde participou de outra individual na Sala Corpo, galeria do Grupo Corpo, foi então para Porto Alegre em uma exposição na Galeria Arte & Fato, voltou para São Paulo e finalmente foi presenteada aos meus amigos Arnaldo Pappalardo e Miriam Andraus, no casamento deles.
A dedicatória diz assim: Arnaldo, Miriam, no velho e novo mundo, de noite e de dia, no frio e calor, Boa Viagem! (assinatura) 23 abril 88.

Os artistas plásticos bem ou mal organizados utilizam sistemas de registro e controle de seus trabalhos. Eu me incluo na fatia dos bem organizados, e inventei em 1983 um caderno grande e um carimbo, equipamento simples com o qual fui registrando cronologicamente o nascimento dos meus trabalhos. Evidentemente existem hoje sistemas digitais sofisticados para cumprir a mesma tarefa, mas eu continuo satisfeito com o analógico, que me serve bem há 42 anos…

Escrevi a página de registro do Helter Skelter em New York quando lá morei e trabalhei. A anotação mostra o nascimento do trabalho em 1985 e sua história subsequente.

Juntamente com o livro de registro criei também uma etiqueta de identificação adesiva, inspirado na etiquetas de Luis Paulo Baravelli e Wesley Duke Lee. Todos os trabalhos que saíam do meu estúdio deveriam teoricamente estar registrados no livro e portar a etiqueta. Houve falhas…

é isso, por fernando stickel [ 18:34 ]

desenho jovem

Participei da exposição coletiva Desenho Jovem em julho 1980 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MACUSP, comandado naquela época pelo Prof. Dr. Wolfgang Pfeiffer, com três desenhos. Entre outros participaram também desta mostra Jaqueline Aronis, Ciro Cozzolino, José Leonilson, Sergio Niculitcheff, Sergio Romagnolo e Luiz Hermano..


Nankin e aquarela, 22 x 30 cm. 1973


Nankin e aquarela, 22 x 30 cm. 1977


Nankin e aquarela, 22 x 30 cm. 1973

é isso, por fernando stickel [ 8:14 ]

5ª jovem arte contemporânea

Participei da V Exposição Jovem Arte Contemporânea, no Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP) no Ibirapuera entre 25 de agosto e 26 de setembro de 1971.

A Jovem Arte era uma uma exposição coletiva anual, parte de uma série de iniciativas do MAC-USP sob a gestão de Walter Zanini, para fomentar a produção artística jovem no Brasil. A série “Jovem Arte Contemporânea” surgiu após as edições iniciais focadas em desenho e gravura (Jovem Desenho Nacional e Jovem Gravura Nacional) e se tornou mais abrangente a partir de 1967.

A novidade desta edição foi a exposição de poemas, departamento no qual fui aceito juntamente com, entre outros Olney Krüse, enquanto vários amigos como Antonio Henrique Amaral, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Augusto Livio Malzoni, Aieto Manetti Neto, Cassio Michalany, Plinio de Toledo Piza Filho, Dudi Maia Rosa, Gilda Vogt, Mario Cravo Neto, Norberto (lelé) Chamma, Vitor Ribeiro, Claudio Tozzi participaram na área das artes plásticas, os premiados foram Aieto Manetti Neto, Victor Ribeiro, Dudi Maia Rosa, e Gilda Vogt. Artigo na página 7 do jornal O Estado de São Paulo do dia25/8/1971 aborda extensamente a exposição.

Os poemas que apresentei foram:

James Coburn no Guarujá

El Camión
perfuro chão
Eurailpass
desde ontem
em Dresden
Desdêmona
desmaiou

Cabo Frio

É tarde e eu já estou exausto de não fazer nada.
Felizes são aqueles que não fazem nada em paz.
E aqueles que não se cansam de não fazer nada.
E aqueles que dormem bem sem estarem cansados de não
fazer nada além de mergulhar nas águas frias do
Cabo Frio de Janeiro apesar do Janeiro encalorado
e as águas são d’Álcalis como se fossem veículo
de peixes e mergulhadores encalorados por não
além de nada trabalhar na madrugada encalorada
pela água dos canos plásticos em exposição ao sol
ardente oriundo do calor da madrugada que o banho
em canos quentes não deu cabo.

Posteriormente estes dois poemas foram incluídos no meu livro de desenhos e poesias “aqui tem coisa”</em> lançado em 1999.

é isso, por fernando stickel [ 17:26 ]

aviação e arte

Exposição Aviação e Arte promovida pela TAM Linhas Aéreas.

Os artistas Amélia Toledo, Emanuel Araújo, Fernando Stickel, Guto Lacaz, Maria Matheus, Nicolas Vlavianos, Tomie Ohtake, Vicente Kutka, Yutaka Toyota e Ivete Ko foram convidados pela curadora Zilda Matheus a realizar esculturas com sucatas de avião.

A TAM franqueou seus depósitos de sucata para os artistas escolherem livremente os materiais, na sequência, auxiliados pelos funcionários das oficinas de manutenção tiveram liberdade total de escolha, das técnicas de soldagem, corte, pintura, etc… para realização de seus projetos.

A exposição dos trabalhos se realizou no Espaço Cultural do Aeroporto de Congonhas em 24 novembro 1993.

é isso, por fernando stickel [ 17:19 ]

doação à pinacoteca

Meu pai foi muito amigo do artista plástico, curador e diretor da Pinacoteca do Estado Emanuel Araújo (1940-2022). Moravam no mesmo bairro, a Bela Vista, e se frequentavam sempre com o tema da arte à mesa.
Talvez por conta disso meus pais Martha e Erico Stickel resolveram homenageá-lo na sua gestão da Pinacoteca, doando um trabalho de minha autoria, realizado parte em New York e parte em São Paulo, intitulado Lisas, técnica mista sobre madeira com 134 x 393 cm. datado 1985-1989

A cerimônia da doação deu-se em 11 abril 2002, no prédio da Pinacoteca

é isso, por fernando stickel [ 17:49 ]

ensaio de moda

Fui convidado em 1990 a dar aulas de desenho de observação no Projeto Ensaio de Moda, criado pelas amigas Vera Souto, Filomena Ragone e Iris Di Ciommo, e realizado na Oficina Cultural Oswald de Andrade no Bom Retiro.

é isso, por fernando stickel [ 17:18 ]

pro arte

Quando criança eu tinha aulas de música na Pro Arte Seminários de Música, na R. Sergipe 271 em Higienópolis, eu tocava flauta block.

Nos convites de audição, que acontecia de tempos em tempos, encontrei os nomes das professoras Elisa Helena Memolo Lanna e Maria Amelia Cozzella.
No fundo do casarão havia um salão chamado Auditório Theodor Heuberger onde os alunos se apresentavam em audições familiares, e eventualmente haviam exposições de arte.

Certa feita, houve uma exposição de pinturas a óleo, abstratas, com grossíssimas camadas de tinta aplicadas sobre a tela, que escorriam…
Aí eu comentei com alguém:?– Ah!… mas isso aí eu também faço!?O autor das pinturas, que estava por ali, e que eu evidentemente não conhecia, ouviu o meu comentário, pegou um lápis, me entregou e disse:
– Então faça!
Eu me atrapalhei todo, tentei argumentar que era com tinta, não com lápis, e finalmente me recolhi à minha ignorância…
Muitos anos depois, no meu curso de desenho de observação, eu usei este “- Então faça!” inúmeras vezes.

Meus colegas das aulas de música: Os nomes dos alunos na lista: Elizabeth Ruchti, Elvira M. Oliveira Negrais, Laila Gebara, Léa Roizen, Maria Aparecida Figueiredo, Maria Margarida Ferreira, Nadia Gebara, Regina Maria O. Negrais, Regina Miriam Costa, Renata Rosenthal, Abel Santos Vargas, Caio Rosenthal, Fernando Stickel, Helio Goldenstein, Marcelo Lefreve, Mauricio Oliveira

é isso, por fernando stickel [ 18:03 ]

trama do gosto


Cartão postal, o convite.

A TRAMA DO GOSTO
Assessoria de Imprensa da Fundação Bienal de São Paulo – Carmelinda Guimarães

Aonde está a arte no dia a dia da cidade? Para despertar a percepção do público para a realidade artística que nos cerca, a Fundação Bienal de São Paulo reuniu uma equipe de mais de 150 artistas e intelectuais sob a curadoria de Sônia Fontanezi. Eles interpretarão a arte e o cotidiano na mostra A Trama do Gosto que se realiza de 25 de janeiro a fins de fevereiro de 1987 no Pavilhão do Ibirapuera.


Planta do prédio da Fundação Bienal de São Paulo para a exposição “A Trama do Gosto”, destacado em verde o espaço “Natureza Morta Limitada”.

Uma avenida central com diversas travessas, sinais de trânsito e até um veículo de transporte reproduzirão locais que fazem parte da vida de uma grande cidade: os graffitis que estão na rua, o edifício, o monumento, o restaurante, a galeria de arte, o bar, o museu, a drogaria, o correio, os eletrodomésticos, a praça, a música e o “lar doce lar”.

São 26 instalações que farão uma releitura deste cotidiano, organizadas pelos seguintes sub curadores: Guinter Parschalk, Norberto Amorim, Walter Silveira, Tadeu Jungle, Roberto Sandoval, Nelson Screnci, Carmela Gross, Fernando Lion, Beto de Souza, Julio Plaza, Tacus (Dionisio Jacob), Mira Haar, Lenora de Barros, José Simão, Rubens Matuck, Antenor Lago, Regina Silveira, Carlos Moreno, Alex Vallauri, Maurício Villaça, Guto Lacaz, Fernando Stickel, Agnaldo Farias, Norma Ortega e João Pirai.

A mostra terá coordenação geral de Luiz Loureiro, curadoria de música de Ana Maria Kíeffer, projeto do espaço de Felipe Crescenti.


Projeto do espaço, com colaboração de Mariangela Fiorini, minha assistente.

NATUREZA MORTA NA ARTE DE ONTEM E HOJE

“A natureza morta é o cotidiano congelado”, afirma o artista plástico Fernando Stickel, que faz a instalação Natureza Morta Limitada, para a exposição A Trama do Gosto; um olhar diferente sobre a realidade do cotidiano.

“O espirito do espaço que estamos criando é portanto o de uma parada no tempo”.

Para organizar esta instalação Stickel reuniu 38 artistas e dividiu em dois núcleos a produção artística: contemporâneo e histórico. No último estão reproduções fotográficas de trabalhos consagrados de Braque, Matisse, Morandi e Goya, entre outros, que permitem ao público localizar a origem e a evolução da natureza morta na arte. Neste núcleo figura também um quadro original de Pedro Alexandrino e os objetos que ele usava na composição de suas telas.


“Peru depenado” de Pedro Alexandrino, pintura de 1903, cedida pela Pinacoteca. Os objetos da época, cedidos pelo Museu da Casa Brasileira, com produção de Luisa Vadasz.

A Visão de Hoje

No núcleo contemporãneo, que é o foco principal da exposição, projetos especiais de Ucho Carvalho e Rosely Nakagawa entre outros; ainda uma reinterpretaçáo da natureza morta dos pintores da praça da República feita em 1967 por Nelson Leirner; peças de coleção de Amélia Toledo, José Carlos BOI Cezar Ferreira, Feres Khoury, Guyer Salles, Jeanete Musatti, Bonadei e mais 20 artistas; uma coleção de cartões postais reunida por Malu Morais.

A reinterpretaçáo dos elementos da natureza morta estará presente no trabalho de Ana Maria Stickel, Queque utiliza partes da própria natureza como galhos, folhas e flores secas, troncos e pedras; nas frutas, verduras e flores de Maurício Villaça; potes de Stella Ferraz de Camargo; cortina, e rosa de Sílvia Elboni; objetos e garrafas de Fernando Stickel.

Os artistas participantes da Mostra:
Amelia Toledo
Ana Maria Stickel
Antonio Cabral
Antonio Peticov
Carmen Avian
Cecilia Abs André
Dudi Maia Rosa
Ester Grinspum
Fabio Cardoso
Felipe Tassara
Feres Lourenço Khoury
Fernanda Coube Arieta
Fernando Stickel
Flávia Ribeiro
Flávio Motta
Gilda Mattar
Gilda Vogt
Guyer Salles
Hans Juergen Ludwig
Ivan Kudrna
Jeanete Musatti
João Carlos Carneiro da Cunha
José Carlos BOI Cezar Ferreira
Luise Weiss
Luiz Paulo Baravelli
Maciej Babinski
Margot Delgado
Mauricio Vilaça
Marisa Bicelli
Nelson Leirner
Pedro Alexandrino Borges
Pinky Wainer
Rosely Nakagawa
Silvia Elboni
Stella Ferraz de Camargo
Ucho Carvalho
Wesley Duke Lee

A trilha sonora a ser ouvida em todo o ambiente da exposição foi criada por Hans Juergen Ludwig a partir da discussão do tema natureza morta. O espaço será tratado com penumbra, paredes, piso e teto pretos e focos de luz dirigidos.

“A proposta” afirma Fernando Stickel, “é uma re-leitura da natureza morta através da apresentação de trabalhos contemporâneos, em diversas técnicas, bem como da fragmentação de seus tradicionais elementos constituintes, a fruta, as flores, o jarro, a garrafa, a toalha, o peixe, o castiçal, etc,… e a reagrupação destes elementos interpretada por artistas contemporãneos”.


Na porta do espaço estava afixado este “manifesto” de minha autoria.

O trabalho artístico do gênero “Natureza Morta” na sua forma mais tradicional sugere sempre uma parada no tempo. Sua tradução do inglês (Still Life) significa, literal­mente, “Vida Parada”.

Este corte plástico no quoti­diano, congelando espaço e tempo, nos remete a pensa­mentos sobre a transitoriedade e incerteza da vida.

A realidade urbana contemporânea carece de momentos de reflexão como estes, propi­ciados pela longa e introspec­tiva fruição de uma obra de arte.

Assim, propomos uma releitura da Natureza Morta através da apresentação de trabalhos contemporâneos, em diversas técnicas, bem co­mo através da fragmentação de seus tradicionais elementos constituintes, a fruta, as flores, o jarro (cerâmica), a garrafa (vidro), a toalha, o peixe (animal, caça), o castiçal (objeto), etc… e o reagrupamento destes elementos inter­pretado por artistas contemporâneos.

Reproduções fotográficas de alguns trabalhos de pintores famosos permitirão uma rápida avaliação das origens e evolução do gênero.

O partido arquitetônico, ilu­minação e trilha sonora do espaço da mostra foram criados poro recapturar o clima de paralisação cósmica encontrado em muitos desses trabalhos. Para ilustrar este texto, um vaso de Sempre vivas
SEMPRE VIVAS
MORTAS VIVAS
NATUREZA MORTA
VIDA PARADA
ESPAÇO CONGELADO TEMPO
SUSPENSO
BELEZAS ESTACIONADAS


Desenhos de observação realizados por participantes da oficina de desenho, modelo Lela Severino.

Aulas de desenho na Trama do Gosto

O artista plástico Fernando Stickel está dando um curso de desenho com modelo vivo dentro da exposição A Trama do Gosto, no Pavilhão Bienal do Ibirapuera, como parte da instalação Praça do Corpo.

As aulas serão de terça-feira a sexta-feira, até 20 de fevereiro, no horário das 16 às 18 horas.
As inscrições, serão feitas de terça-feira a sexta-feira, a partir das 14 horas no balcão de informações na entrada da exposição, para a aula do dia. O número de vagas por aula é 20. A taxa de CZ$ 100,00 por aula inclue o material. Idade mínima: 18 anos.


Fotos para divulgação do evento da fotógrafa Marisa Bicelli, tiradas no meu estúdio da R. Ribeirão Claro.


Certificado de participação assinado por Jorge Wilheim, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo.

é isso, por fernando stickel [ 7:57 ]

sala corpo

Em 1986 realizei uma exposição de parte dos meus trabalhos realizados em New York, na Sala Corpo, espaço de exposições do Grupo Corpo em Belo Horizonte, MG. Fiquei encantado com os mineiros, principalmente porque a minha anfitriã em Minas era a minha namorada mineira, Helena Bricio.
Fui muito bem recebido pela “trupe” Corpo, os irmãos Pederneiras, e a arquiteta, cenógrafa e figurinista Freusa Zechmeister…

é isso, por fernando stickel [ 15:05 ]

geração 80

A BELA ENFURECIDA

“Como vai você, geração 80?” Respondem 120 artistas de todo o Brasil, que ocuparão, com seus trabalhos, as paredes, portas, janelas, piscina, banheiros, espaços construídos e espaços vazios do imponente prédio da Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro, além das aléias, árvores, grutas e cantinhos malocados do Parque Lage. Muito mais, portanto, que uma exposição, “Geração 80” caracteriza-se como um evento, oportunidade primeira em que esses 120 jovens batalhadores resolveram se reunir e permitir que as pessoas conheçam, e se possível compreendam, a sua produção.

É evidente que, num evento como esse, estipular critérios de seleção é algo de delicado e
perigoso. Certamente vocês poderão argumentar que muitos não deveriam participar e que, por
outro lado, alguns nomes foram esquecidos. Tudo bem. Esses são movimentos normais no jogo da arte. O que acreditamos importante é que, durante todo o agradável (e por vezes alucinado) processo de realização da mostra, jamais os curadores, (Paulo Roberto Leal e Sandra Moger) entre os quais me incluo, tentaram impor caminhos, forçar a existência de movimentos ou grupinhos, comportamentos superados nos quais somente alguns poucos e velhos ‘espertos’ se beneficiam.

Gostem ou não, queiram ou não, está tudo aí. Todas as cores, todas as formas, quadrados, transparências, matéria, massa pintada, massa humana, suor, aviãozinho, geração serrote, transvanguardas, pós-modernos e pré-modernos, radicais e liberais, punks e panquecas, neo­expressionistas e neocaretas, velhos conhecidos, tímidos, agressivos, apaixonados, despreparados e ejaculadores precoces. Todos, enfim, iguais a qualquer um de vocês. Talvez um pouco mais alegres e mais corajosos, um pouco mais…Afinal, trata-se de uma nova geração, novas cabeças.
E, se hoje, ninguém alimenta mais o pedantismo de se entrar para a História e ser o tal, o que todos esperam é poder fazer alguma coisa, sem os exagerados pavores e pudores da
conceitualização. Trata-se de tirar a arte, donzela, de seu castelo, cobrir os seus lábios de batom bem vermelho e com ela rolar pela relva e pelo paralelepípedo, recriando momentos precisos nos quais trabalhos e prazer caminham sempre juntos.

Marcus de Lontra Costa

Artistas Integrantes de “Geração 80”

Adélia Oliveira
Adir Sodré
Alberto Camareiro
Alex Vallauri
Alexandre Dacosta
Ana Horta
Ana Maria Morais – Amom
Ana Maria Tavares
Ana Miguel
Ana Regina Aguiar
Analu Cunha
André Costa
Ângelo Marzano
Antônio Alexandre
Armando Matos
Augustus Almeida
Beatriz Milhazes
Beatriz Pimenta
Carlos Mascaranhas
Carlos Fiuza
Ciro Cercal Filho
Ciro Cozzolino
Claudio Alvarez
Claudio Duque
Cláudio Fonseca
Claudio Roberto
Cláudia Monteiro
Clara Cavendish
Cristina Bahiense
Cristina Canale
Cristina Salgado
Daeco
Daniel Senise
Denise Porto
Delson Uchoa
Eduardo Kac
Eduardo Moura
Elisabeth Jobim
Eneias Valle
Ester Grinspum
Esther Kitahara
Felipe Andery
Fernando Barata
Fernando Lopes
Fernando Lucchesi
Fernando Moura
Fernando Stickel
Francisco Cunha
Francisco Faria
Frida Baranek
Gastão Castro Neto
Gerardo
Gervane de Paula
Gonçalo Ivo
Grupo Rádio Novela
Hamilton Viana Galvão
Hellen Marcia Potter
Hilton Berredo
Inês de Araújo
Isaura Pena
Jadir Freire
Jayme Fernando
Jair Jacqmont
Jeanete Musatti
João Magalhães
João Modé
Joaquim Cunha Neto
Jorge Barrão
Jorge Duarte
Jorge Guinle
José Eduardo Garcia de Moraes
José Roberto Miccoli
Ju Barros
Judith Miller
Karin Lambrecht
Leda Catunda
Leonilson
Lídia Perla Sacharny
Livia Flores
Lúcia Beatriz
Luiz Antônio Norões
Luiz Cruz
Luiz Ernesto
Luiz Pizarro
Luiz Sérgio de Oliveira
Luiz Zerbini
Manoel Fernandes
Marcelo Lago
Marcos Lima
Marcus André
Mario Azevedo
Mariza Nicolay
Marta Dangelo
Maria Ignêz Lobo
Maurício Arraes
Maurício Bentes
Maurício Dias
Mauro Fuke
Monica Lessa
Monica Nador
Nelson Felix
Paulo Campinho
Paulo Henrique Amaral
Paulo Nobre
Paulo Paes
Patrícia Canetti
Ricardo Basbaum
Ricardo Sepúelveda
Rogéria de Ipanema
Roberto Tavares
Sandra Sartori
Sérgio Romagnolo
Sérgio Niculitcheff
Siomar Martins
Solange Oliveira
Suzana Queiroga
Tadeu Burgos
Terezinha Lozada
Umberto França
Valério Rodrigues
Vicente Kutka
Xico Chaves
Waldemar Zaidler e Carlos Matuck

é isso, por fernando stickel [ 14:51 ]

rosângela dorazio

É AMANHÃ!
 
ROSÂNGELA DORAZIO
NATUREZA SUSPENSA

Nesta exposição o caos se transforma em método, e a desconstrução da natureza revela uma nova ordem visual. A artista mistura desenho, gravura, fotografia e escultura, criando um universo onde a violência do gesto dá lugar a uma estranha serenidade. A abertura será amanhã sábado, 2 de agosto, das 11h às 16h, no Espaço Fundação Stickel.

Rua Nova Cidade 195 Vila Olímpia São Paulo SP

Visitação
até 6 setembro
terça a sexta 11 às 17h sábados 11 às 15h

é isso, por fernando stickel [ 13:56 ]

inhotim e clara arte

Sandra e eu visitamos novamente o Inhotim, mas desta vez ficamos no novo hotel dentro do parque.
O Clara Arte Resort é um hotel maravilhoso, bonito e bem feito, com pensão completa, sua culinária é deliciosa.

Os jardins maravilhosos são um prazer, simplesmente caminhar e curtir a riqueza da nossa flora já seria suficiente.


Nosso quarto, inserido na natureza, desfrutando de silêncio total, o maior luxo!

é isso, por fernando stickel [ 8:54 ]

josé carlos BOI cezar ferreira

True Colors: An Interview with Fernando Stickel on José Carlos “Boi” Cezar Ferreira

Entrevista por escrito que dei a pedido da minha amiga Cynthia Garcia, para Newcity Brazil.

A seguir, a entrevista por escrito em português:

1.Fernando, o que lhe atrai na pintura do José Carlos (Boi)? Vc possui telas dele? Qtas? Compradas lá atrás?
Cynthia, em primeiro lugar quero reforçar algo que é importante para a preservação da memória do Boi. Toda e qualquer referência ao seu nome deverá ser grafada sempre José Carlos BOI Cezar Ferreira, é a melhor maneira de indexá-lo na internet. A Enciclopédia Itaú Cultural usa este verbete, por minha sugestão.
O Boi foi sempre um autêntico, o artista dos artistas, um verdadeiro mestre. Relacionamentos pessoais, questões de saúde, negócios mundanos, família, nada era capaz de obliterar sua essência de artista. Entre seus amigos corria a brincadeira de que ele nunca aprendeu a desenhar, o que nos anos 70, em tempos de Escola Brasil: poderia até se configurar como uma heresia…, mas ele não dava a menor bola a estes comentários, simplesmente seguia em frente fazendo sua arte, pintando telas poderosas e resolvendo da maneira dele todas as questões do desenho. E é justamente a maneira dele resolver e dominar estas questões que torna seu trabalho único, com o uso de cores fortes e padrões geométricos em inspirações corriqueiras, familiares, domésticas, urbanas, da natureza, das florestas e cachoeiras, vez por outra geométricas.
Tenho hoje na minha coleção, quatro telas e dois desenhos, todos comprados muitos anos atrás. Alguns estão comigo há meio século…

2.Quando você o conheceu? Como foi sua amizade com ele? Vc o conheceu do meio da arte paulistana ou de alguma escola que vcs teriam cursado? Vcs expuseram juntos? Como era seu meio social? Vinha de família burguesa ou de um meio mais simples?
Conheci o Boi em plena efervescência dos anos 70 e o surgimento da Escola Brasil: Imediatamente ficamos amigos, participando da vida familiar um do outro, casamento, nascimento de filhos, namoros, separações etc… Tudo isso junto e misturado com Dudi Maia Rosa, Fajardo, Frederico Nasser, José Resende, Cassio Michalany, Baravelli, Augusto Livio Malzoni e muitos outros.
O cenário paulistano da arte ocupava o pano de fundo permanente na nossa amizade, era uma época em que todo mundo ia aos vernissages, as pessoas se encontravam nas exposições e nas festas, surgiu também em 1979 a Cooperativa dos Artistas Plásticos de São Paulo, e com ela mais exposições e encontros no ateliê de amigos. Nunca expusemos juntos, talvez tenhamos participado de algum salão de arte juntos, não me lembro.
Conheci o pai dele Carlito, supersimpático, morava em Higienópolis, família classe média, acompanhei as incursões do Boi no mercado imobiliário e a criação de seu restaurante Truta Rosa. Visitei-o com meus filhos Fernanda e Antonio em Mauá, onde ele morou.

3.Na época, diziam que sofria de problemas psicológicos, que caia em períodos de depressão. O que sabe? Como era isso?
Consta que tudo começou quando o Boi foi morar em Los Angeles nos anos 60, lá ele teve uma bad trip de ácido lisérgico e as sequelas desta primeira crise voltavam a se manifestar de tempos em tempos, ao longo dos anos, com crises psicológicas, mas quem pode falar melhor sobre isso é a Leila Ferraz, com quem o Boi foi casado. Ao final da vida estas crises se tornaram mais frequentes e agudas, ele acabou internado, os amigos se reuniram no grupo de WhatsApp “Amigos do Boi” e organizaram um leilão de obras de arte para criar um fundo para ajudar a custear as despesas de saúde dele. O leilão ocorreu em junho 2017 no Auroras, em dezembro 2018 o Boi faleceu aos 74 anos de idade.

4.Pq acha que ele nunca viu uma verdadeira apreciação de sua arte? Ele ficava triste por isso? Seria pq era mto tímido no approach aos galeristas? Ou sua pintura simplesmente já não estava no gosto corrente?
O Boi foi sempre apreciado, desde o primeiro dia, pelos seus pares, seus amigos artistas e meia dúzia de colecionadores próximos, ele teve exposições importantes, mas acho que ele não tinha o necessário traquejo, todo mundo sabe que o relacionamento com galerias, críticos, curadores é dificílimo e ele não era uma figura disposta a fazer esse jogo, acho que também não sabia.
Reputo seu trabalho como importantíssimo e pouco divulgado, com certeza merece uma retrospectiva e um livro. A Fundação Stickel está com projeto de lei de incentivo para tanto.

5.O que levou sua fundação a publicar em 2010 o ótimo livro sobre sua pintura? Uma curiosidade, de onde vem o apelido Boi?
Foi justamente a ausência de um documento sobre sua tão importante obra, que nos motivou a fazer o livro. Na sequência da exposição dele que fizemos em 2006, surgiu o livro José Carlos BOI Cezar Ferreira, um Boi Abstrato, com texto de seu amigo Gabi Borba, editado pela editora J.J.Carol.
Não sei de onde vem o apelido Boi. Será que alguém sabe?

6.Como vê a exposição na MAPA? Dê uma panorâmica.
O Marcelo Palotta tem a incrível habilidade de condensar em torno de si arte da melhor qualidade, de artistas que não desfrutam dos holofotes da crítica e/ou da mídia, como é o caso do Boi. Circunstâncias aleatórias colocaram-no em contato com vários colecionadores, inclusive eu, surgiu daí a exposição, com texto crítico do Agnaldo Farias, amigo comum. Eu fiz um esforço de reunir trabalhos espalhados com meus filhos, ex-mulheres, e conseguimos reunir um belo conjunto de trabalhos. É na verdade, uma minirretrospectiva.

7.Algo mais
O Boi tem uma habilidade que não fica evidente em uma exposição de pinturas, que é sua enorme criatividade com as palavras, o Boi era também um poeta, um linguista e etimólogo, apreciava anagramas e os criava. Sua inteligência e humor sempre me fascinaram.
Seus cadernos de anotações são deslumbrantes, testemunho de uma mente privilegiada, misturando palavras e recortes visuais, desenhos e pensamentos brilhantes. Um viés do destino determinou o fim precoce de tanta criatividade e brilho, Boi nos deixou prematuramente… Tenho muita saudade dele.

Neste link você poderá encontrar mais sobre José Carlos BOI Cezar Ferreira.

é isso, por fernando stickel [ 17:08 ]