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bernardo diederichsen


Meu tio Bernardo Frederico Diederichsen (1904-1928) faleceu aos 24 anos de idade, ao sofrer choque elétrico.
Recém formado Engenheiro Eletrotécnico na prestigiosa escola EHT Zürich em Zurique na Suíça, ele estava em seu primeiro emprego no Banco do Brasil em São Paulo.
Vestia um guarda-pó branco e trabalhava em um rádio, com uma chave de fenda no bolso do guarda-pó, inclinou-se sobre o rádio e a chave de fenda encostou em uma fonte de alta voltagem, fulminando-o instantaneamente.
Em seu bolso da calça carregava seu primeiro salário.
Minha mãe Martha tinha apenas um ano de idade, e lembra de conviver toda sua infância com sua mãe Maria Elisa Diederichsen (Lili) vestida de preto, em luto fechado.
Eu me lembro de ter visto o guarda-pó, com uma marca de queimado provocada pelo choque…


Este busto de Bernardo em bronze, esculpido por Franz Diederichsen, estava na casa do meu tio Ernesto George Diederichsen em Florianópolis. A casa pegou fogo e o busto sobreviveu. Após o falecimento do meu tio, meus primos Tim e Arnaldo acharam que o busto deveria ficar com a única irmã sobrevivente de Bernardo, minha mãe Martha. O busto se encontra no terraço do apartamento de minha mãe.


O diploma de engenheiro elétrico.

Em um curioso costume da época, na página 6 do jornal CORREIO PAULISTANO de Sabbado 21 abril 1928, na seção NECROLOGIA consta a seguinte notícia:
Dr. Bernardo Frederico Diederichsen
Causou dolorosa impressão nesta capital o fallecimento do sr. dr. Bernardo Frederico Diederichsen, vítima do lamentavel desastre de ante-hontem. Os seus funeraes, realizados hontem, constituíram uma eloquente prova de quanto o mallogrado moço, era estimado no nosso meio social. O feretro sahiu, ás 17 horas, da rua dos Franceses, n. 9, para o cemitério dos Protestantes. Entre as pessoas presentes viam-se as seguintes: Dr. Pires do Rio, prefeito municipal, acompanhado de seu oficial de gabinete sr. Paulo de Campos; dr. Luis B. Da Gama Cerqueira, coronel Arthur Diederichsen e senhora d. Lydia de Araujo… Seguem-se centenas de nomes da sociedade paulistana. Na sequência uma lista das coroas de flores, entre elas esta: “Ao querido irmão Bernardo beijinhos carinhosos de Ernestinho e Martha” Veja a reprodução do jornal AQUI.


Testemunho dos costumes da época, o cartão de agradecimento às manifestações de luto muito formal e muito pesado gráficamente falando…

é isso, por fernando stickel [ 13:36 ]

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