Na minha casa-estúdio da R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia nos anos 80. No espaço principal, anexo a este da foto dei aulas de desenho de observação de 1986 a 2000.
28 de julho de 2020
é isso, por fernando stickel [ 10:11 ]
27 de julho de 2020
“Aquilo que fica das atividades humanas não é o que serve, mas o que emociona”.
Le Corbusier
Pouco antes de completar 39 anos de idade resolvi me dar um presente: Um salto de para-quedas!!
Me informei onde e como, marquei e fui! Não contei para ninguém, era uma curtição só minha!
Sábado, 26 setembro 1987, amanhece glorioso. Ligo para Campinas e confirmo o salto. Tomo café e parto sozinho.
São quase duas da tarde. A porta do avião se abre.
Estamos a 10.000 pés, em pleno domínio dos Deuses, acima do ar sujo, acima de tudo.
O ar frio invade a cabine e eu me arrependo de não ter colocado uma camisa por baixo do macacão. Outro instrutor e seu aluno saltam pela porta aberta e eu espio dois pontos que desaparecem muito rapidamente.
O ar frio invade meu estômago. Butterflies…
Já estou de capacete, óculos e me ajoelho ao lado da cadeira do piloto.
Pedro Hilu, meu instrutor, se conecta aos meus arreios e passamos a ser um único volume de 170 kg.
Pé direito para fora do avião. Mão direita no montante da asa.
Mão esquerda na alça da porta.
Quatro pés no estribo do Cessna, motor reduzido, velocidade de 80 mph.
Olho para a frente e vejo o céu. Azul.
O sol brilha e o vento é gelado. Estamos totalmente fora da cabine.
A sensação é muito clara: Não vai dar para voltar atrás.
Pedro diz: “Cruze os braços”, eu solto as duas mãos e agarro meus arreios.
Ele diz: “Pernas pra cima” e já estou pendurado nele. Nisto, a vertiginosa aceleração. Estamos caindo. Perco o fôlego.
Meu coração dispara.
Sinto medo? Não sei se é medo ou excitação ou apenas uma brutal descarga de adrenalina nos canos. Sinto algo
vertiginosamente forte e brutal.
Talvez meus braços cruzados aumentem a sensação de impotência.
Sou uma pedra, um saco de batatas. Quem está voando de braços e pernas abertos, como se vê nos filmes, é o Pedro, grudado em cima de mim. O barulho do vento é infernal. Quando começo a me acostumar com a queda livre a 200 km/h, um violento tranco, os arreios se afundam nas minhas coxas, as pernas voam para a frente e pronto!
Estamos voando. Solto gritos. Estou excitadíssimo.
Pedro me passa os manetes de comando.
Dada a carga dupla, os comandos serão feitos a quatro mãos (e quatro braços).
Fazemos curvas para a esquerda, para a direita, ficamos girando como um carrossel, treinamos duas ou três vezes o procedimento de pouso.
As construções crescem. Estamos em cima dos hangares do Aeroclube. Na área de pouso pessoas correm em nossa direção.
O vento acaba, a biruta murcha, usamos toda nossa força para frear o enorme pára-quedas quadrado, azul-claro e azul-escuro.
Toco o chão e imediatamente percebo que aterrizamos sem muita classe. Amontoados no chão, no meio da poeira, cobertos de cabo e velame, dou gargalhadas.
Eu fiz!
Não é preciso ter coragem.
É preciso ter vontade.
Alguns exercícios e simulações no solo antes do vôo.
A aproximação para o pouso.
Comemorando com o Pedro!
é isso, por fernando stickel [ 22:30 ]
27 de julho de 2020
Conheci Keith Sonnier em seu estúdio nos Hamptons nos anos 80, através de amigos comuns, e fiquei fascinado! Trabalhar com arte em um local tão bacana!
Agora ele nos deixou aos 78 anos de idade.
é isso, por fernando stickel [ 12:33 ]
20 de julho de 2020
Voltei ao Ibaté depois de muuuuuitos anos, queria mostrar a linda casa para a Sandra. Quem nos recebeu com extrema simpatia foi a minha prima Stella, que fez o tour completo!
Meu tio Luiz Dumont Villares construiu sua casa nos anos 50 em Campos do jordão de uma maneira curiosa, em um platô de cerca de um alqueire de área, no topo de um morro ele iniciou a casa construindo em primeiro lugar uma piscina, com um escorregador de alumínio!
O programa das férias de Julho era ir até lå e mergulhar na piscina totalmente gelada!
Mais tarde surgiu a casa, inaugurada em 1957.
é isso, por fernando stickel [ 14:43 ]
20 de julho de 2020
A Mercedes-Benz 280 SL em Campos do Jordão, na Av. Benjamin Hunnicutt, entrada de Umuarama, está em seu habitat natural no clima alpino. Capota abaixada, sol forte, céu azul, frio estimulante e natureza exuberante! Some-se a isso a companhia da minha mulher Sandra e o cenário é simplesmente perfeito.
Na Vista do Baú.
No Ibaté.
Sim, pela primeira vez em muitos anos e milhares de quilômetros percorridos, a Pagoda nos deixou na mão no meio da estrada…
é isso, por fernando stickel [ 13:49 ]
20 de julho de 2020
Pela primeira desde o início da quarentena em Março estive ontem na oficina A M Marcelo, e soube do falecimento do Dirceu, após 44 anos trabalhando na oficina! Estivesse vivo completaria hoje, 20/7/2020, 74 anos de idade.
Em 2015, quando iniciei lá o restauro da Mercedes-Benz 280 SL 1970, conheci o mestre funileiro Dirceu Caseiro, na época com 69 anos de idade. Quieto, rabugento, homem de poucas palavras, mas um profissional do metal inigualável.
Dirceu lutou bravamente contra um cancer, e continuava a trabalhar na funilaria. Perdeu a luta no dia 10 Abril 2020, aos 73 anos de idade. Boa viagem Dirceu! Teu trabalho está gravado a ferro e fogo nos meus carros e em muitos outros de clientes satisfeitos!
Dirceu, eu e o painel traseiro da Mercedes.
Em 2017 Dirceu construiu do zero um capô de 300SL!!! Trabalho de mestre!!
Dirceu trabalhando na porta do Porsche 911 S 1975 “Silver Anniversary Edition” em 2018.
é isso, por fernando stickel [ 10:04 ]
18 de julho de 2020
E não é que a sensação é exatamente essa?
Esquecer em que dia da semana e em que dia do mês estamos, adiar ou adiantar compromissos… e mesmo esquecê-los… são alguns dos efeitos colaterais da quarentena da Covid 19.
é isso, por fernando stickel [ 7:55 ]
17 de julho de 2020
Nestas trilhas do Sitio Siriuba em Campos do Jordão passei minha infância e adolescência, e já adulto cuidei durante longo período de sua manutenção. Tive enorme prazer de reencontrá-las não apenas perfeitas, mas com os interessantes acréscimos que seu novo proprietário Aref Farkouh criou.
A capela na pedreira.
Obra de Eduardo Srur.
A vista da Pedra do Baú, perene!
A linda vista do Hotel Toriba, imerso na Serra da Cantareira!
Ivone, que foi nossa caseira durante cerca de 20 anos, continua trabalhando para o Aref.
é isso, por fernando stickel [ 9:41 ]
16 de julho de 2020
Hotel Toriba! Quantos dias, horas, meses, anos passados aí, na companhia dos afrescos de Fulvio Pennacchi, principalmente na infância e adolescência. quantas memórias de Campos do Jordão!!!
Nossa chegada ao hotel apresentava este cenário!
Felizes no terraço do chalé, mais uma saída de São Paulo durante a pandemia e quarentena
O chalé abriga três suites com total privacidade.
O quarto muito bem decorado e aconchegante!
Terraço delicioso!
Com as restrições da pandemia, almoçar no terraço é um programa e tanto!
Aref Farkouh, o proprietário e responsável pela maravilhosa revitalização do hotel!
é isso, por fernando stickel [ 13:41 ]
16 de julho de 2020
Faleceu aos 75 anos a fotógrafa Vania Toledo. RIP querida amiga.
é isso, por fernando stickel [ 9:32 ]
15 de julho de 2020
Um encontro com minha prima Stella no fim de semana em Campos do Jordão, com direito a conversas randômicas pelos temas da família e das memórias acabou me levando a contactar o Tio Roberto Guimarães, em Fort Lauderdale – USA, que muito simpaticamente atualizou e completou as informações deste post.
Nas comemorações da Semana da Marinha de 1962, o submarino Humaitá S-14, comandado pelo Capitão-de-Fragata Noísio Penna de Oliveira recebeu visitantes para um passeio na Baía de Santos.
Meu pai Erico e eu com 14 anos de idade fomos convidados para o passeio por um contraparente nosso, Roberto de Queiroz Guimarães, que na época era ajudante de ordens do Capitão-de-Mar-e-Guerra Átila Franco Ache, comandante da Flotilha de Submarinos.
O navio zarpou de Santos, eu simplesmente pirei com a experiência! A enorme quantidade de mostradores, canos, alavancas, o vento que a admissão dos motores diesel provocava dentro do submarino, poder visitar todas as áreas, ver os torpedos, camas, banheiros, cozinha, tudo apertadíssimo!
Depois de nos afastarmos do litoral e já em alto mar os motores a diesel foram desligados, as comportas fechadas e iniciada a submersão com os motores elétricos, eu pude olhar pelo periscópio, foi uma experiência inesquecível!
O Humaitá (S-14) nasceu como o submarino USS Muskallunge (SS-262), lançado ao mar em 7 de abril de 1942 e atuou durante a Segunda Guerra. Foi incorporado à flotilha de submarinos do Brasil em 18 de janeiro de 1957. Em sua chegada ao Brasil suspendeu ferros levando a bordo o Presidente da Republica Juscelino Kubitschek de Oliveira, e o então Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Antônio Alves Câmara Júnior.
Muitos anos depois assisti ao filme U-571, sobre batalha de submarinos na Segunda Guerra.
O filme mostra bem o clima dos anos quarenta e o inferno que era a vida em um submarino.
Meu pai me contou muitas histórias de submarinos na guerra, relatadas por um parente, Jürgen Kiep, que foi comandante de submarino na Alemanha, e sobreviveu à guerra!
Este submarino esculpido em madeira é um dos brinquedos mais antigos e queridos que tenho.
Meu pai comprou várias destas miniaturas de navios, que eram feitas por marinheiros de navios de guerra.
é isso, por fernando stickel [ 11:06 ]
15 de julho de 2020
Faleceu o arquiteto Giancarlo Gasperini (1926-2020)
É assim que me lembro dele. RIP Gasperini.
é isso, por fernando stickel [ 9:13 ]
7 de julho de 2020
Meu amigo José Antonio Penteado Vignoli escreveu um belo artigo sobre a S.A. Fiação para Malharia Indiana empresa da minha família, no interessante site São Paulo Antiga.
A história da empresa da família de Vignoli é também muito interessante, veja aqui.
é isso, por fernando stickel [ 20:01 ]
5 de julho de 2020
Faleceu a baiana Martha Rocha, miss Brasil 1954 aos 18 anos de idade.
Na minha infância e adolescência, quando alguém queria mencionar um padrão de beleza era sempre Martha Rocha… RIP linda!
é isso, por fernando stickel [ 18:59 ]
4 de julho de 2020
Aniversário de 2 anos do meu neto Pedro!!
é isso, por fernando stickel [ 14:42 ]
29 de junho de 2020
Proposta incrível! Inteligência em ação durante a pandemia:
Projeto Quarentena Books reúne oito fotógrafos e designers em livros inéditos.
Bob Wolfenson, Claudia Jaguaribe, Cristiano Mascaro, Cássio Vasconcellos, Ana Carolina Fernandes, Daniel Klajmic, Rodrigo Koraicho e Paulo Fridman estão no projeto idealizado por Lucas Lenci e André Matarazzo
Renda será revertida aos grupos vulneráveis ao covid-19 e autores se encontram em live dia 30 de junho, às 19h
Livros de fotografia inéditos, produzidos e impressos em plena quarentena, com renda revertida aos mais vulneráveis impactados pela pandemia do covid-19. Essa foi a ideia da dupla Lucas Lenci e André Matarazzo, que movimentou oito fotógrafos e oito designers a remexerem suas gavetas e levantarem projetos para publicação pela editora Ipsis. “A quarentena proporciona uma nova visão sobre nossas atitudes, e isso impacta a produção criativa, nossa ideia é explorar isso ajudando aos outros no processo”, diz Lenci.
O Quarentena Books contará com trabalhos dos fotógrafos Bob Wolfenson, Claudia Jaguaribe, Cristiano Mascaro, Cássio Vasconcellos, Ana Carolina Fernandes, Daniel Klajmic, Rodrigo Koraicho e Paulo Fridman, cada qual com seu designer escolhido. Os livros poderão ser adquiridos em uma caixa, com todos (R$ 450,00), ou separadamente (R$60,00 cada) pelo site do projeto (www.quarentenabooks.com). Toda a impressão ficou por conta da Ipsis, que entrou como editora e gráfica sem custos para o projeto. “Nossa intenção com esta iniciativa é manter vivo o sonho dos maravilhosos livros de fotografia, documentos/objetos/textos/fotos que se eternizam para gerações futuras entenderem a nossa época. Também aproveitamos o tempo livre de pouco trabalho para investir em algo criativo e que vai permitir ajudar pessoas carentes, vítimas da pandemia, com o lucro deste grande projeto”, explica Fernando Ullmann, da Ipsis.
A ideia do Quarentena Books é conectar criativos, consolidar projetos e assim ajudar pessoas na quarentena. “Estamos todos doando nosso tempo e nossa criatividade. A única transação financeira do projeto é a venda final de livros cujo lucro é destinado aos mais vulneráveis”, explica André.
Os livros
Com retratos de anônimos feitos nos mais de 50 anos dedicados à fotografia, Cristiano Mascaro apresenta Apenas Retratos, que terá projeto gráfico de Julio Mariutti. “Minhas aventuras me puseram diante de inúmeros monumentos arquitetônicos, mas sempre esteve presente junto a mim este propósito, quase saudosista, de retratar as pessoas que encontrava nas ruas ou nos locais de trabalho. Finalmente neste período de confinamento pude rever meus arquivos em filme e finalmente achei o tempo que precisava para materializar este projeto”, conta Mascaro.
Já Cássio Vasconcellos viu na quarentena o momento ideal para refletir sobre o caos urbano, visto de cima, em voos de helicópteros. A série Coletivos tem projeto de Kenzo Mayama e reúne situações típicas da sociedade pré-pandemia que agora ganham nova leitura. “Realidade ou fantasia era a pergunta que me fazia sobre estas extensas montagens digitais que iludiam pela complexidade e tamanho, e, na quarentena, o que chamava de fantasia parece mais um sonho”, diz Cássio.
Em Cinderela, a fotógrafa Ana Carolina Fernandes edita finalmente a série em que registrou as travestis moradoras de um casarão antigo, na Lapa, no Rio de Janeiro. Foram mais de três anos de convivência entre elas, que resultou em cumplicidade, confiança e respeito vistas nas imagens. “Parece que a quarenta trouxe a oportunidade e o momento certo para finalmente me dedicar a este livro, cujo estímulo inicial veio de uma grande referência da fotografia mundial, David Alan Harley, que me disse ser este um trabalho merecedor de um livro”, conta ela. Bruno Di Cellio é o designer convidado.
Proibidas de ir à praia hoje, as pessoas fotografadas no Piscinão de Ramos em 2002, por Daniel Klajmic ganham agora outros olhos. Parte do ensaio já foi publicada em revistas nacionais e internacionais, mas nesta edição as mais de 40 imagens refletem mais aspectos. “Lembro que tive um sentimento estranho, pois me parecia uma maneira de manter parte da população longe das praias da zona Sul. Percebendo a alegria das pessoas ali, entendi que o assunto tinha uma complexidade muito maior, e que me interessava muito. No contexto atual, as fotos ganham um novo sentido já que hábitos outrora banais como ir à praia ou fotografar a praia parece um privilégio distante”, diz ele. O projeto gráfico é de Edu Hirama.
Também imerso no comportamento de um grupo, o livro “Ô Culpa”, com fotografias de Rodrigo Koraicho e design de Raphael Ferraz, se lança intimamente no cotidiano de uma ocupação em São Paulo. “A escassez habitacional da região metropolitana de São Paulo bateu recorde e atualmente o Estado de São Paulo registra um déficit habitacional de cerca de 1,8 milhão de domicílios segundo números da FGV”, alerta Rodrigo.
Já em Submerso, o fotógrafo Bob Wolfenson convida o designer Pedro Gerab para contar a história de suas fotografias atingidas pela água do rio Pinheiros na maior enchente da região, em 2020. Todas elas estavam guardadas em gavetas no estúdio e agora existem sob novos aspectos: carcomidas, manchadas, rasgadas e desfeitas. “E é deste jeito que quero apresentá-las. Esta quarentena me parece um momento adequado para reorganizar minhas fotografias que por motivos externos, tem novo significado”, diz Bob.
Resgatando o passado, o fotógrafo Paulo Fridman apresenta NY in the 80´s, um livro com registros feitos naquela década. “Esse tempo em casa me permitiu viajar no tempo. O confinamento me fez mergulhar neste material de quando vivi na cidade”, conta. Rodolfo Garcia assina o projeto gráfico.
Em Releituras, a fotógrafa Claudia Jaguaribe experimenta um novo processo, absorvendo notícias atuais, voltando-se para dentro e ressignificando imagens. “As casas que antes eram um conforto agora retratam uma nova solidão. Nada melhor do que usar este tempo de reclusão e repensar o próprio trabalho”, afirma ela. Para a edição, convidou a designer Mariana Lara Resende.
Sobre os editores:
Lucas Lenci
Fotógrafo e coordenador de projetos editoriais, publicou 5 livros próprios e outros diversos para colegas fotógrafos e tambem empresas. Participou de inumeras exposições entre Brasil, Estados Unidos e alguns paises da Europa Recebeu diversos prêmios tanto de fotogrfia quanto para suas publicações. Espera usar o tempo de confinamento para dispersar sua criatividade e criar novas obras editoriais.
Andre Matarazzo
Com mais de 46 prêmios internacionais no portfólio, André é um criativo e empreendedor que fez sua carreira publicitária ao longo de 8 países nos últimos 22 anos e hoje vive ao redor do mundo tocando sua Sexy Beast. Está incrivelmente animado em poder conectar com criativos tão interessantes durante esse período claustrofóbico.
Ipsis gráfica e Editora S/A
Considerada a principal referência de qualidade no mercado editorial brasileiro recebe a missão de imprimir com o mais alto padrão livros de arquitetura, artes plásticas, fotografia, história, literatura, com 70 anos de existência sempre inovando e criando novas tendências. Em recente mudança de marca, a Ipsis criou um selo que vai abraçar as publicações que porventura venha a editar. Trata-se do IpsisPub que assina esta coleção.
é isso, por fernando stickel [ 17:27 ]
29 de junho de 2020
Encontrei nestas intermináveis arrumações proporcionadas pela pandemia do coronavirus e a consequente enorme quantidade de horas dentro de casa, um texto manuscrito explicativo (será que explica?) do título do meu livro “aqui tem coisa”, lançado em Dezembro 1999. A data provável da execução deste texto seria entre 1997 e 1999, antes do início do meu trabalho com fotografia em 2003.
Por que aqui tem coisa
Na verdade explicar o título do livro serve como pretexto para falar um pouco do meu trabalho, afinal o material para este livro vem sendo criado preparado, revisado, repaginado desde 1968/69/70 quando as portas da percepção do mundo artístico me foram abertas por Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende. Em 1970 ao organizarem a Escola Brasil: os quatro artistas prepararam um folheto explicativo dos objetivos e da filosofia da Escola em cuja capa se lia:
ARTE É MUITAS COISAS
Vinte e cinco anos de carreira me levaram a trabalhar com com muitas coisas. Meu interesse continua a circular por diversas coisas e assuntos diferentes.
No entanto a formação formal de arquiteto e artista plástico delimita seu currículo e você se acostumar dizer:
Sou arquiteto e artista plástico.
Minha atividade artística iniciou-se em 1971 participando da 5ª Jovem Arte Contemporânea No MAC USP na seção de Poesia.
Trabalhei com design, arquitetura, engenharia e marketing, voltando à atividade artística em 1980.
Não faço diferença entre uma tela de Matisse, uma Ferrari by PininFarina, um almoço no Joel Robuchon, um poema de e e cummings, uma foto de Man Ray, um quadrinho do Angeli, a coluna da Barbara Gancia ou uma música e letra do Caetano. É tudo arte. É tudo inteligência. É tudo prazer sabor e enriquecimento.
É tudo coisa.
Então aqui tem coisa, ali tem coisa, estamos cercados de coisas. Coisas boas, coisas ruins e coisas mais ou menos.
As minhas coisas boas se manifestaram na minha carreira artística como aulas, poemas, textos, desenhos, pinturas, esculturas, objetos, arquitetura, design, culinária, instalações, curadoria, joias, ilustração, cenografia.
Aqui tem coisa são as coisas boas da escrita.