aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

Meu amigo Abbondio chamou hoje minha atenção para este texto de Monteiro Lobato (1882-1948) escrito há quase um século atrás.
O Brasil pouco mudou, e nada indica que mudará, infelizmente…
Uma das maiores cargas tributárias do planeta, e serviços públicos de quinta categoria parece ser a sina dos brasileiros… Leia:

NOVO GULLIVER

Há lembranças da meninice que jamais se apagam do cérebro
adulto, mesmo quando esse receptador de impressões não consegue,
por fraqueza senil, reter as da véspera. Lembro-me de um cromo de
vivas cores, visto aos cinco anos, reclame da linha de coser Coat’s e
não me lembro dos desenhos alegóricos a Cristo publicados nos jornais
na última sexta-feira santa. Representava esse cromo um gigante
estirado à borda do mar e enleado de mil fios de linha Coat’s; em redor
formigava a legião dos pigmeus amarradores. De mãos à cintura, muito
contentezinhos, confundiam a imobilidade do gigante, conseqüência do
bom sono que dormia, com a imobilidade da mosca enleada por mil
voltas da teia de aranha.
Mais tarde, quando chegou o belo tempo dos livros de Grimn,
Andersen, Ségur e outros maravilhadores da imaginação infantil travei
conhecimento com Jonathan Swift e tive a explicação do meu cromo
de Coat. Representava Gulliver no país de Lilipute, amarrado durante o
sono de mil cordas liliputianas. Mas Gulliver acordou, estirou os
músculos e com um simples espreguiçamento rompeu, com grande
assombro dos locais, toda a amarrilhoca que o prendia.
Quem trepa a um Corcovado imaginário e de lá procura ver em
conjunto o Brasil, espanta-se da sua atitude. É um gigante deitado e
amarrado. Mas não dorme; ofega com a respiração opressa e faz
descoordenados movimentos convulsivos para romper o cordame
enleador.
O Gulliver sul-americano principiou a ser amarrado pelos
portugueses, quando Portugal descobriu que em suas veias circulava
ouro, o sangue amarelo; e desd’aí até hoje os homens do cipó, vulgo
homens de governo, outra coisa não fizeram, federal, estadual,
municipalmente, senão dobrar cipós, cordas e fios de arame sobre seus
membros para que, a salvo de pontapés, possam sugá-lo com as suas
trombinhas de percevejo.
Portugal só organizou uma coisa no Brasil-colônia: o Fisco, isto é,
o sistema de cordas que amarram para que a tromba percevejante
sugue sem embaraços. Quem lê as cartas régias e mais literatura
metropolitana enche-se de assombro diante do maquiávelico engenho
luso na criação de cordas. Cordas trançadas de dois, de três, de quatro,
de dez; cordas de cânhamo, de crina, de tucum, de tripa; cordas
estrangulatórias de espremer o sangue amarelo e cordas de enforcar.
E assim foi até que um português de gênio impulsivo se condoeu
da triste sorte do gigante e cortou o cordão umbilical que o prendia à
Metrópole, corda mestra, corda mãe de toda a linda coleção de cordas
fiscais secundárias. E o gigante respirou e viveu feliz, sobretudo no
meio século de “compreensão” que o magnânimo filho do primeiro
Pedro houve por bem outorgar-lhe.
Mas não há felicidade que dure mais de meio século. Uns
bacharéis formados pela universidade da Lua e uns generais tentados
pela serpente da traição implicaram-se com a velhice do príncipe
magnânimo, acusaram-no de saber quatorze línguas, de assistir a
exames de meninos, de boicotar com um célebre lápis azul os maus
juízes, em vez de fazer as coisas interessantes que, quatrienalmente
postos no lugar do velho sábio, eles, bacharéis e generais, fariam. E
deportaram-no; meteram-no a bordo dum mau navio e:
— Vai ninar os netos de Victor Hugo. Tu não entendes de lidar
com o gigante.
O bom velho partiu e os bacharéis e generais, a olharem-se uns
para outros, sorridentes e gozosos, tomaram conta da casa.
Não diremos aqui das conseqüências inúmeras da mudança; basta
que as sintamos todos os dias como o suplício da gota d’água; diremos
somente da coisa capital que a república fez, faz e continuará a fazer.
Estomagada com a liberdade de movimentos do bom gigante, resolveu
amarrá-lo de novo. Foi às cartas régias da Metrópole e ressuscitou uma
a uma todas as cordas e cipós fiscais rompidos pelos Pedros;
recompô-las e começou a enlear pachorrentamente o pobre Gulliver.
Amarra os braços, amarra as pernas, amarra as mãos; amarra,
amordaça a boca para que não grite — e foi-se a Constituição; amarra,
venda os olhos para que não veja — e lá se foi a imprensa.
Sobre o corpo de Gulliver desceram todos os arrochos. Não
bastaram os cipós e cordas de invenção lusa; importaram-se cabos de
aço, torniquetes complicadíssimos, borzeguins medievais, remodelados
pela engenhosidade moderna. O Fisco tornou-se o objetivo supremo da
república, a meta de todas as suas altas cogitações. Anualmente se
reúnem, durante meses, centenas de técnicos cuja função é uma só:
inventar novas torturas fiscais, novos aparelhos de sarjar as carnes e
extorquir sangue à vítima.
Gulliver estertora. Todas as suas forças emprega-as em
defender-se das cordas e ventosas que o Congresso torce e engenha. O
Santo Ofício virou um marquês de Sade repartido em bancadas; não se
contenta em tirar sangue, há que tirá-lo da maneira mais dolorosa, da
maneira mais incômoda, da maneira mais lesiva ao organismo do bom
gigante. A invenção do novo borzeguim — imposto da renda, excede a
tudo quanto saiu da cabeça dos inquisidores: a vítima ignora o que tem
de pagar e se não paga com exatidão incide em pena de confisco! E se
em desespero de causa pede ao Fisco que lhe explique o mistério, que
lhe dê a chave vertical e horizontal do quebra-cabeças, o marquês de
Sade sorri e responde, diagonalmente:
— Pague com cheque cruzado, e explica com grande ironia de
detalhes como se toma de uma régua, duma pena molhada em boa tinta
e como se cruza um cheque.
Não há criatura neste país que não confesse um desânimo infinito.
As energias do homem que trabalha e produz despendem-se por três
quartos na luta contra a escolástica e o sadismo da cipoeira fiscal;
sobra-lhe uma pequena parte para dedicar à sua indústria. Até esforço
muscular dos dedos o sadismo do fisco lhe rouba. Pela manhã, ao
acender o primeiro cigarro, tem que gastar o esforço de duas unhadas
para romper o selo com que o fisco tranca as caixas de fósforos e os
maços de cigarro.
Este engenhoso sistema de tortura tem em vista uma coisa só:
permitir que sobre o corpo do gigante a vermina duma parasitalha
infinita engorde em dolce far niente, como o carrapato engorda no
couro do boi pesteado.
Vermina ininteligente! Consultasse ela os carrapatos e receberia
deles um conselho salutar:
— É perigoso levar a sucção a grau extremo; morre o boi, e com
ele a parasitalha.
Será que nem o instinto da conservação própria consiga meter um
raio de inteligência nos miolos do triatoma megista?

Na Antevéspera
Reações Mentais dum Ingênuo
Monteiro Lobato

Companhia Editora Nacional

São Paulo
1933

é isso, por fernando stickel [ 14:13 ]


Depois de muito tempo sem competir, participei hoje do Biathlon da Sociedade Hípica Paulista na categoria “sobreviventes…”, nadando 500m em 12:32

Meus últimos tempos nesta prova foram:

2019 – 12:32
2012 – 11:51
2011 – 11:33
2010 – 11:40
2009 – 12:24
2008 – 11:25
2007 – 11:11

É surpreendente que 10 anos depois, tendo passado por duas cirurgias eu ainda tenha um tempo similar… Na foto comigo está a Juliana, minha professora de natação, que me incentivou a treinar e participar da prova, ela também atuou como minha companheira na corrida, completando os 4.000m da prova em cerca de 20 minutos.

é isso, por fernando stickel [ 18:03 ]


Levei a patroa a passear em um fim de semana relaxante…


Começamos com um passeio de Mercedes-Benz pela Estrada dos Romeiros, com parada para fotos em Pirapora do Bom Jesus.


Na sequência delicioso almoço português no Rancho 53 na Rodovia Castelo Branco.


Durante o almoço, produzi um convite surpresa, preparado com cuidado e em total segredo… Uma celebração à vida, uma viagem à Paris, e… ingressos para a Final Masculina do torneio de tênis em Roland Garros!!!!!


À tarde chegamos no Hotel Fasano Boa Vista, dentro de um condomínio lindo de morrer, perto de Porto Feliz.


Passeios de bicicleta, natureza linda, precisa mais?


Cenário perfeito para a Mercedes-Benz 2080SL!

é isso, por fernando stickel [ 9:36 ]


Casamento perfeito: Mercedes-Benz 280 SL 1970, a “Pagoda”, no Condominio Fazenda Boa Vista em Porto Feliz SP

é isso, por fernando stickel [ 22:51 ]


Meu filho Arthur participou da 18ª Mostra do Filme Livre no Centro Cultural Banco do Brasil em 17/4/2019, com o curta Larus & Niu, onde ele fez a Direção de Som.

é isso, por fernando stickel [ 14:53 ]


Bisavó Martha com meus quatro netos! Pedro, Samuel, Ian e Noah!

é isso, por fernando stickel [ 8:57 ]


Na Fábrica de Arte Marcos Amaro – FAMA em Itu, interior de São Paulo.

é isso, por fernando stickel [ 8:42 ]


Meu neto Samuel apresenta aos amigos do prédio onde mora seu irmão Pedro.

é isso, por fernando stickel [ 9:29 ]


Com a Andreia e a Marisol, em visita ao Centro de Assistência Social do Jardim Peri, instituição parceira da Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 13:33 ]


Recebi a deliciosa visita do arquiteto Marcos Acayaba na Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 12:26 ]


A Pharmacia Cultural Fundação Stickel, aberta ao público no dia 23 Março 2019, na R. Ribeirão Claro 193, Vila Olímpia São Paulo é o novo Espaço Fundação Stickel, um espaço de múltiplo uso aberto ao público, que será utilizado complementando os programas e projetos da Fundação.

A exposição inaugural na Pharmacia Cultural apresenta, até 30 Junho 2019:
-Exposição dos trabalhos dos alunos dos cursos gratuitos de artes visuais, oferecidos na periferia de São Paulo, em diversas técnicas.
-Linha do tempo com 8 metros de comprimento, contando gráficamente a história da Fundação nos seus 65 anos de existência.
-Projeção de vídeos sobre as atividades da Fundação.

Neste espaço acontecerão também em futuro próximo cursos, palestras, projeções, seminários, etc

é isso, por fernando stickel [ 13:52 ]


Um legítimo Brasinca 4200 GT Uitrapuru! Projeto brasileiro dos anos 60 de Rigoberto Soler Gisbert e Ângelo Mário Gonçalves, com mecânica Chevrolet.

é isso, por fernando stickel [ 16:35 ]


A arquiteta Sandra Pierzchalski, autora da reforma da Pharmacia Cultural Fundação Stickel, em frente aos trabalhos dos alunos de Vera Martins.
A exposição inaugural dos trabalhos dos alunos dos cursos gratuitos da Fundação Stickel será no dia 23 Março às 11:00h na R. Nova Cidade 193 – Vila Olímpia


Na foto parte da equipe que montou a exposição.


Os grafiteiros Drope e Digão, parceiros da Fundação Stickel, em frente à fachada da Pharmacia Cultural, grafitada por eles.

é isso, por fernando stickel [ 21:55 ]


Conselho Curador da Fundação Stickel e familiares reunidos na minha casa.

é isso, por fernando stickel [ 12:16 ]


O sábado começou com Jimmy e Bolt nos ajudando na montagem da exposição inaugural do novo Espaço Fundação Stickel na R. Nova Cidade.


Depois na hora do almoço eles nos acompanham!

é isso, por fernando stickel [ 17:57 ]


Os educadores e parceiros da Fundação Stickel, Drope e Digão, trabalhando na fachada do Espaço Fundação Stickel, a Pharmacia Cultural na R. Nova Cidade 195, Vila Olímpia.

é isso, por fernando stickel [ 10:38 ]


Minha mãe Martha completa 92 anos de idade!!!!

é isso, por fernando stickel [ 20:43 ]


Com meu neto Pedro na casa da Vovó Martha.

é isso, por fernando stickel [ 13:26 ]