aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

arte

raquel welch


Raquel Welch

é isso, por fernando stickel [ 23:41 ]

lisette model

lisette
A fotógrafa Lisette Model (1901-1983) gostava de retratar extremos. Os muito ricos ou os muito pobres, feios e bonitos, etc… Diane Arbus tomou-a por sua mestre, amiga, conselheira.

é isso, por fernando stickel [ 22:39 ]

jimmy csi

jimmy-csi
Que tipo de memória visual tem um cão? Será possível “ler” a memória de um cão, ou de qualquer outro animal?
Hoje de manhã, passeando com Jimmy Hendrix no Viveiro Manequinho Lopes totalmente deserto, em um domingo cinza, frio, sem ninguém por perto, fiquei pensando nisso, e a questão assumiu a forma de uma fantasia, um conto, uma história fantástica. Várias versões são possíveis:
Ficção científica
Eu sou abduzido por alienígenas, e a única testemunha é o Jimmy. Simultâneamente pilotos de aviões em procedimento de pouso no Aeroporto de Congonhas detectam forte anomalia magnética, suas bússolas ficam loucas por alguns segundos, o fato é reportado.
Um cientista na USP pesquisa a retenção de imagens em animais. Jimmy é encontrado vagando sozinho, seu dono desaparecido. As histórias se cruzam…
CSI
Eu sou assassinado silenciosamente com uma pancada na cabeça por um louco que se esconde no meio do mato, mais uma vez a única testemunha é o Jimmy. O cadáver não oferece nenhuma pista aos investigadores do crime. Simultâneamente a polícia de algum lugarejo distante no Canadá investiga um acidente mortal com um urso pardo, onde as únicas testemunhas são o urso e o cão da vítima. Um zoólogo/veterinário que vem investigando a memória de animais se associa a um pesquisador em bio-engenharia para tentar “ver” o que o cão da vítima viu. Novamente as histórias se cruzam…
A história se transformará em um filme, dirigido naturalmente por David Lynch. A câmera passeará ao nível do chão, investigando em “Close-up” os olhos, ouvidos e narinas da testemunha, entrando a seguir em seu cérebro e suas sinapses…

é isso, por fernando stickel [ 10:59 ]

baravelli setentão


Meu mestre e amigo Luis Paulo Baravelli completa hoje 70 anos de idade!!! E continua sendo um menino brincalhão!
SETENTA!!!
Long live Baravelli!!

Conheça aqui sua obra completa.

é isso, por fernando stickel [ 21:53 ]

mini-livro

friedman
Olha só o tamanho deste mini-livro!

é isso, por fernando stickel [ 8:52 ]

da fiorella & stickel


Desenho de Dezembro 1989.
Lá no final dos anos 80 e começo dos 90 eu frequentava o delicioso restaurante de massas Da Fiorella, na Rua Bernardino de Campos no Brooklin Paulista.
A proprietária era minha amiga Mara Baldacci, e o restaurante era muito charmoso e decorado com centenas de desenhos, gravuras, vários deles de autoria dos amigos da casa.
A toalha da mesa era de papel, e invariavelmente eu desenhava alguma coisa.
A Mara acaba de me enviar imagens de alguns destes desenhos, que adorei rever!!
Obrigado Mara!!

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Desenho de 1993.

é isso, por fernando stickel [ 10:01 ]

rouxinol 51, o catálogo

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A capa do catálogo

Em 2005/06 a Fundação Stickel dedicava-se ao projeto de implantação, ao longo de três anos, de um “Centro de Pesquisas sobre a Escola Brasil: e a Arte Contemporânea Paulista”, sob coordenação da Profª Drª Claudia Valladão de Mattos, constituindo um espaço de referência sobre este tema, aberto ao público, com múltiplas atividades, inclusive banco de dados informatizado.
A Escola Brasil: fundada em 1970, pelos artistas Luiz Paulo Baravelli, Carlos Fajardo, Frederico Nasser e José Resende, funcionou como instituição de ensino entre 1970 e 1974 e opôs-se às formas pedagógicas tradicionais. Sua proposta de aprendizagem baseava-se na vivência e na atividade artística como experimentação, apoiando-se fortemente no modelo de formação recebido pelos seus fundadores na convivência com Wesley Duke Lee.
Procurando romper com as formas de ensino tradicionais, fundadas numa relação autoritária entre professor e aluno, os quatro artistas organizaram a Escola, não em torno de um currículo fixo e progressivo, mas em torno das personalidades de cada um dos fundadores. Os Ateliês tinham o nome de seus professores com a constante modificação do conteúdo de acordo com a orientação do professor.

Este trabalho de pesquisa resultou na exposição ROUXINOL 51 – UM OLHAR SOBRE A ESCOLA BRASIL: com a edição de um catálogo, com projeto gráfico de Iris Di Ciommo e texto da Profª Drª Claudia Valladão de Mattos, a seguir:

“Arte é muitas coisas”:
sobre a Escola Brasil: e o ensino da arte contemporânea

Prof. Dra. Claudia Valladão de Mattos

Rouxinol 51. Nesse endereço funcionou entre 1970 e 1974 a Escola Brasil:. Seus fundadores, os jovens artistas Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende, possuíam uma história comum de aprendizagem com Wesley Duke Lee, alguma experiência como professor e o desejo de realizar uma revolução no ensino das artes. De acordo com Baravelli, a idéia inicial de fundar uma escola foi de José Resende e surgiu na época em que, após terem sido ‘diplomados’ por Wesley, os quatro passaram a compartilhar um mesmo ateliê: “Um dia ele falou: ‘Olha, vamos lá no bar pedir um chopp que eu preciso conversar uma coisa com vocês aí, quero fazer uma proposta.’ ‘Está bom, vamos lá’. ‘Vamos fazer uma escola.’ ‘Escola? Como? Quem? Como fazer uma escola?’ ‘Essa coisa que a gente está fazendo aqui, a gente pode expandir, aumentar e tal’”.
Pouco depois, a experiência de ateliê comum terminou, tendo cada um alugado seu próprio espaço, mas a idéia da escola permaneceu viva. Ainda de acordo com Baravelli, nos dois anos seguintes os quatro artistas passaram a fazer uma espécie de teste piloto do que poderia ser a escola, até finalmente decidirem de fato realizá-la: “tínhamos discussões contínuas tentando dar corpo ao que seria o nosso ensino, o que seria a Escola Brasil:”, lembra Fajardo.
Claro estava que o fundamento da escola deveria ser suas próprias experiências como artistas. Mas que experiência exatamente tinham esses quatro jovens no momento da fundação da Escola Brasil:? E por que tal experiência exigia um novo projeto pedagógico?

Devemos lembrar que os quatro artistas começaram suas carreiras durante um período especialmente significativo para a história da arte brasileira. A passagem dos anos 60 para os anos 70 foi marcada por grandes transformações políticas, econômicas e sociais que alteraram significativamente o cenário das artes em São Paulo. Foram os anos da ditadura e da articulação de novas formas de resistência e sobrevivência cultural, mas também os anos do‘milagre econômico’ que proporcionou as condições para o surgimento da cultura de massas, para o nascimento de um mercado de arte, propriamente dito, e para uma internacionalização da produção artística. Ampliaram-se, num espaço relativamente curto de tempo, os horizontes tradicionais da arte, e ela passou a se caracterizar fundamentalmente por uma intensa experimentação, tanto no que se refere aos materiais, quanto a conceitos.

O convívio com Wesley Duke Lee havia posto os quatro artistas, desde muito cedo, em contato direto com os debates sobre arte que se desenvolviam então em São Paulo. As atividades do Grupo Rex, organizadas em torno da figura irreverente de Wesley, das quais participaram ‘milagre econômico’ que proporcionou as condições para o surgimento da cultura de massas, para o nascimento de um mercado de arte, propriamente dito, e para uma internacionalização da produção artística. Ampliaram-se, num espaço relativamente Resende, Fajardo e Nasser, atualizavam o pensamento de Duchamp, questionando as formas geralmente aceitas de arte, denunciando a relação entre arte e mercado e propondo novos modelos de atuação para o artista. No final da década de 60 também se multiplicaram as oportunidades para dialogar com a produção artística internacional mais recente. Um dos espaços privilegiados para isso eram as Bienais. A Bienal de 1967 trouxe uma mostra da arte Pop, por exemplo, e em 1969 uma exposição de arte conceitual. O MAC-USP, sob a direção de Walter Zanini, também tornou-se fórum da nova arte no início dos anos 70, abrindo espaço para exposições de jovens artistas e valorizando uma produção conceitual.

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Fajardo e Baravelli

Os futuros fundadores da Escola Brasil: circulavam por estes espaços e discutiam os novos rumos da arte. Nesse contexto, surgiu uma questão central: se a arte deixou de ser definida através de seus meios artesanais tradicionais (pintura, escultura, desenho, gravura) para ampliar-se e tornar-se “muitas coisas”, para citar a definição de arte que mais tarde nortearia as atividades da Escola Brasil:, as formas tradicionais de ensino da arte também deveriam mudar. Sabemos que o ensino tradicional das “belas artes” organizara-se, ao longo de vários séculos de tradição, em torno dos gêneros tornou-se fórum da nova arte no início dos anos 70, abrindo espaço para exposições de jovens artistas e valorizando uma produção conceitual. Os futuros fundadores da Escola Brasil: circulavam por estes espaços e discutiam os novos rumos da arte. Nesse artísticos que definiam o campo da arte então. Assim, o aluno ingressando em uma instituição voltada para a formação de artistas passaria por diversos ateliês onde as técnicas tradicionais vinculadas a cada um dos gêneros da arte eram transmitidas. Este cânone acadêmico mantinha-se, paradoxalmente, ainda vivo na década de 70 (e, diga-se de passagem, continua sendo adotado por muitas instituições de ensino de arte hoje), mesmo sendo totalmente incoerente com o novo modelo ampliado de arte que estava sendo adotado por uma nova geração de artistas.

Encontrar uma nova proposta de ensino que estivesse em sintonia com os novos modelos teóricos contemporâneos que circunscreviam o campo das artes, tornou-se o desafio principal dos quatro artistas fundadores da Escola Brasil:. Esta tarefa realizou-se não sem muita discussão e experimentação no decorrer dos anos em que funcionou a Escola. Se a Escola Brasil: deu alguma contribuição significativa para o campo das artes em São Paulo, foi através da realização desse novo modelo pedagógico. Um modelo que poderíamos denominar de “didática do processo” (por razões que ficaram claras a seguir) e que se mostrou mais coerente e em sintonia com uma definição contemporânea de arte.

A apostila que definia os princípios e objetivos da Escola Brasil: abria com as seguintes palavras que deixavam claro as intenções de seus autores: “Brasil: não é uma escola de arte no sentido usual. Nas escolas de arte, em geral, o que interessa primeiro são as matérias, o aprendizado ‘teórico’. Elas estão preocupadas com os resultados imediatos e com a especialização, dando aos alunos um falso conhecimento artístico, fragmentando-o e reduzindo-o a modalidades acadêmicas de expressão. Em Brasil: o mais importante é o interesse do aluno e suas experiências. A ênfase está na experimentação constante, na investigação do processo criativo, no investigar durante o fazer, no conhecimento artístico como um todo.” Concluindo: “O processo de envolvimento do aluno durante o trabalho interessa mais do que o resultado final desse trabalho.”
Os princípios fundamentais expressos aqui valorizam o elemento conceitual (em sentido amplo) da arte, expresso através da idéia de processo. A arte deixou de ser definida através de seus materiais intrínsecos para tornar-se reflexão sobre a realidade, produzida por uma mente criativa e investigativa que lança mão, para tanto, de qualquer tipo de material para expressar-se.

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Créditos das imagens do catálogo

A estrutura do curso da Escola Brasil: espelhava esta concepção contemporânea de arte. Ao invés de organizar a Escola por ateliês ligados a diferentes meios: pintura, gravura, escultura, etc., Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende optaram por distribuir as aulas em quatro ateliês, cada um vinculado a um deles. Nesses ateliês ocorriam atividades as mais diversas, visando estimular a criatividade e a capacidade discursiva do aluno. “A minha idéia era fazer perceber que a arte é uma linguagem que opera em todos os níveis”, recordaria Frederico Nasser em um depoimento para a revista Arte em São Paulo, em 1984.
Aprender a operar com essa linguagem seria o objetivo primeiro do curso. A apostila Brasil: descreve alguns dos exercícios idealizados para cada ateliê. Fajardo, por exemplo, propunha diferentes temas e pedia para que os alunos se manifestassem. Remontar um texto de James Joyce, criar uma topografia com massa de modelagem, ou trabalhar a partir do I-Ching, eram algumas das atividades propostas. Já o José Resende priorizava a questão da relação aluno/espaço, desenvolvendo atividades como caminhar pela escola com um rolo de barbante, ou realizar uma intervenção no espaço, acendendo e apagando as luzes. Tais investigações sobre o espaço ocorriam também fora da sala de aula, em exercícios denominados “atividades de percurso”, onde os alunos saíam para explorar a malha urbana da cidade de São Paulo.

O conceito ampliado de arte que embasava a pedagogia da Escola Brasil: permitiu ainda a ampliação do âmbito de formação do aluno. Aprender a operar de forma criativa com a linguagem das artes plásticas poderia não só ajudar na formação de um artista, mas também de outros agentes culturais, como galeristas, diretores de museus, etc.
A herança duchampiana que marcava o modelo de arte adotado pelo fundadores da Escola alertava para a impossibilidade de compreender a arte fora de seus circuitos e este princípio era levado a sério. Assim, a Escola Brasil: ajudou a formar alguns galeristas, como Luisa Strina e Regina Boni, designers e outros profissionais vinculados ao campo das artes que, como vimos, se expandia em São Paulo.

Um olhar retrospectivo sobre as atividades da Escola Brasil: nos anos de sua atuação talvez nos permita considerá-la como a primeira escola de arte verdadeiramente contemporânea em São Paulo. A presente exposição que traz uma série inédita de fotografias tiradas durante os anos de funcionamento da Escola, acompanhada de trabalhos dos alunos realizados na época, configura-se como uma tentativa de reconstruir o cotidiano da escola e com ele ressaltar a originalidade do projeto pedagógico desenvolvido ali.

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Placa da Av. Rouxinol em Moema, São Paulo, onde se localizava a Escola Brasil:

é isso, por fernando stickel [ 14:36 ]

eduardo lunardelli

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Na última sexta-feira recebi na Fundação Stickel o meu amigo Eduardo Lunardelli, e recebi de presente simpático opúsculo de suas poesias: Poema [ENTRE CHAVES]
Conversamos horas sobre o delicioso ofício de fazer livros, sobre os tempos de Escola Brasil:; as artes, os trabalhos da Fundação, enfim, colocando a conversa em dia durante longo almoço na Praça São Lourenço.
Eduardo lançará a seguir um livro sobre sua experiência como blogueiro, seu blog principal é o “Varal de Idéias”

é isso, por fernando stickel [ 13:39 ]

um olhar sobre a brasilândia

No último sábado, 15 Setembro 2012 a Fundação Stickel e Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha inauguraram a exposição
“Um Olhar sobre a Brasilândia”
Fotos dos alunos do curso de Arnaldo Pappalardo e Lucas Cruz, promovido pela Fundação Stickel durante 2011.

A exposição ficará em cartaz de 15 Setembro a 15 Outubro 2012
FÁBRICA DE CULTURA DA VILA NOVA CACHOEIRINHA
Rua Franklin do Amaral 1281, esquina com a R. Conselheiro Moreira de Barros 02479-001 São Paulo SP
Horário de visitação: terça a sexta, das 9h às 17h; sábado das 12:30 às 17:00

Contato: 11 3922-7664 com Glaucia glaucia@fundacaostickel.org.br
Patrocinio: Fundação Stickel
Apoio: T Tanaka; Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha; Museu da Imagem e do Som – MIS

Esta exposição marca o início de parceria da Fundação Stickel com a Fábrica de Cultura, equipamento da Secretaria de Estado da Cultura e a Poiesis, Organização Social de Cultura (OS) responsável por sua gestão.

um-olhar
Esta exposição teve um catálogo, editado pela Fundação Stickel, com textos do Arnaldo Pappalardo e meu próprio.

é isso, por fernando stickel [ 11:49 ]

veja só…

é isso, por fernando stickel [ 23:26 ]

livro escola viva

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Exatamente há dez anos atrás, no sábado, 14 Setembro 2002 houve na Escola Viva na Vila Olímpia a ‘Manhã Viva 2002’, evento que se propunha a trazer aos pais, alunos, ex-alunos e amigos, um pouco dos 30 anos de história da Escola Viva.
Houve exposição, feira de livros, oficinas, contação de histórias, música e teatro.

Houve também o lançamento do livro “Escola Viva”, com texto de Antonio Prata (ex-aluno); fotos de Jade Stickel (mãe de aluno); ilustração de Fernando Stickel (pai de aluno); editado pela DBA do Alexandre Dórea Ribeiro (pai de aluna).

O livro sofreu um processo meio complicado para ficar pronto, no início eu fiz uma diagramação básica e um boneco, depois me encomendaram uma ilustração, e acabei fazendo uma aquarela, ao final a programação visual ficou por conta da Rex Design, e a minha ilustração entrou no livro como uma espécie de anexo.
O resultado final é excelente, o texto do Antonio Prata é delicioso e hilário, o livro é colorido, cheio de imagens, gostoso de folhear.

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De quebra veio a foto da minha filha Fernanda, na época em que frequentou a escola. Todos os meus três filhos são “crias” da Escola Viva.

é isso, por fernando stickel [ 17:53 ]

um olhar sobre a brasilândia

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Foto: Rosa Maria Peres Horta

Fundação Stickel e Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha
convidam para a abertura da exposição

Um Olhar sobre a Brasilândia

Fotos dos alunos do curso de Arnaldo Pappalardo e Lucas Cruz

Abertura: sábado, 15 Setembro 2012 das 12:30h às 16:00h

FÁBRICA DE CULTURA DA VILA NOVA CACHOEIRINHA
Rua Franklin do Amaral, 1281 Esquina coma R. Conselheiro Moreira de Barros
02479-001 São Paulo SP

Exposição de 15 Setembro a 15 Outubro 2012
Horário de visitação: terça a sexta, das 9h às 17h; sábado das 12:30 às 17:00
Contato: 11 3922-7664 com Glaucia glaucia@fundacaostickel.org.br
Patrocinio: Fundação Stickel
Apoio: T Tanaka; Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha; Museu da Imagem e do Som – MIS

é isso, por fernando stickel [ 16:00 ]

vila olímpia e diógenes moura

vol
Lancei meu livro de fotografias “Vila Olímpia” em 20 Maio 2006, simultâneamente à inauguração da exposição de mesmo nome, com curadoria de Diógenes Moura, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
O livro, editado pela Editora Terceiro Nome, contou com o texto de Diógenes, a seguir:

Ruas como telas
Diógenes Moura
Curador de Fotografia
Pinacoteca do Estado de São Paulo

Numa imagem assinalada por uma geometria simples, um recorte negro interrompe o olhar para quase criar um terceiro plano na medida em que uma esfera de vidro propõe ao espectador descobrir: que tubo azulado é aquele que ali está? O que se passa por trás desse primeiro plano? Quais as referências dessa quase-abstração? O que se esconde num anúncio cujo ponto de fuga é quase um segredo? A resposta está, ou estava, num bairro paulistano sem muita personalidade chamado Vila Olímpia. Está na série que o fotógrafo e artista plástico Fernando Stickel vem descobrindo nas ruas e recantos daquele mesmo bairro desde 2003. Estava porque a cidade, seu corpo, seus músculos, adormece com uma cor e no dia seguinte sua vida cotidiana já lhe trocou as roupas, as dores, os sons, o gozo, os dias, as noites, as palavras. A fotografia não estará mais ali. O recorte, o recanto, o tombo daquela “outra” imagem, será parte do passado.

Ao contrário da “destruição” visual imposta pelos grafites – com sua ira de torcida de futebol organizada -, onde qualquer superfície limpa é afeto para ser imediatamente poluída (costuma-se falar que é a arte dos sem vozes), as imagens de Stickel praticamente nos remete a uma cidade perfeita. Límpida, o que São Paulo não consegue ser; harmonizada em suas cores, muito menos; deliciosa de olhar em seu devaneio geométrico, tampouco. Stickel criou uma série em muitos momentos com uma apuradíssima fatura pictórica, o que leva sua fotografia para a ponta de um bisturi que perscruta os devaneios da própria cidade. São imagens do que seria ideal, produzidas em fases que se completam dentro da simplicidade de detalhes comuns, imperceptíveis a olho nu: um corte de luz solar por trás de um tonel cria um drama onde se pode escutar barulho em volta; uma lanterna interrompendo novamente o negro de um muro qualquer se transforma num minuto de silêncio japonês; uma pin-up fragmentada entre luz e sombra, com seu corpo americanizado, é capaz de interromper o passo, para ser notada: aquela mulher transforma-se em transeunte, pulsa, vive com seus poros de plástico.
A cidade de Stickel tem seu mapa geográfico situado entre imagem e palavra, raciocínio e construção. Um filme, uma sessão particular: penumbra, urbis e tempo, que, em sua explosão luminosa, ultrapassa a expectativa do dia-a-dia e imprime São Paulo como metáfora e memória.

olhar-que-vê
O livro tem também um texto escrito por mim, a seguir:

olhar que vê
Fernando Stickel

Diz a lenda que Ezra Pound, próximo de seus últimos dias e após ter permanecido em absoluto silêncio durante anos, ao ser procurado para uma entrevista e permanecer mais uma vez em profundo mutismo, concordou, após muita insistência do entrevistador em proferir uma única palavra, que considerasse significativa como mensagem:
CURIOSITY

Sempre gostei de fotografar e o faço desde cedo: comecei na adolescência, com uma câmera 6 x 6, que ganhei do meu avô Arthur; em seguida passei a usar uma Pentax Spotmatic 35 mm e depois várias outras ao longo dos anos. Quando conheci o trabalho de Diane Arbus e de Lee Friedlander (só para citar dois mestres), no início dos anos 1970, tive uma certeza: aí tem coisa!

Desenho, pinto, faço colagens, fotografo e escrevo desde pequeno, e meu principal instrumento de trabalho é o olhar – o olhar que foi sendo treinado para descobrir coisas bonitas, excitantes, nos lugares mais banais e à primeira vista desinteressantes; o olhar curioso, que de tanto observar, e observar cada vez com mais paixão e critério, me permitiu desenvolver uma ferramenta poderosa: o olhar que vê, fundamental para descobrir o que não se mostra à primeira vista e sem o qual não existe expressão artística.

Adicione-se a esse “olhar que vê” a minha obsessão em caminhar pela Vila Olímpia, bairro onde moro e trabalho há vinte anos. Quando me mudei para lá, esse bairro de São Paulo, delimitado pelas avenidas Santo Amaro, dos Bandeirantes, Marginal Pinheiros e Juscelino Kubitschek, sofria freqüentemente com as enchentes provocadas pelos córregos Uberaba e Uberabinha, hoje canalizados, e passava por um processo de transformação intenso, no qual suas velhas chácaras davam lugar a prédios sofisticados e a faculdades, e as pequenas indústrias e oficinas que ocupavam sua parte mais baixa se transformavam em mega casas de shows e eventos. A transformação rápida e intensa deu lugar a tudo, da modernidade à decadência, da imundície à sofisticação.

No início de 2003, com uma câmera digital Sony DSC-F717, iniciei um trabalho constante, pesquisando inúmeras maneiras de fotografar e diversos temas. A versatilidade da câmera, a lente “zoom-zeiss” e a possibilidade de ver o resultado instantaneamente transformaram esse período meio caótico, de aprendizado, em uma riquíssima introdução do meu “olhar que vê” no universo da fotografia digital.

Pouco depois, no início de 2004, comecei a caminhar pela Vila Olímpia com a câmera na mão, com a intenção de fotografar os edifícios comerciais recém-construídos na parte “nobre” do bairro, mas acabei mergulhando justamente nas áreas mais antigas e degradadas, nos detalhes, ruas, calçadas, muros, tapumes, casas, portões, beirais e janelas, e os resultados me deixaram excitado e gratificado, pois meu olhar havia encontrado um foco extremamente claro e fértil.

Desde então, nos fins de semana, por volta das onze horas, de preferência com sol alto e céu azul, saio andando. Minhas caminhadas duram entre uma e duas horas; cada dia faço um roteiro diferente, e é interessante como, mesmo passando várias vezes por um mesmo lugar ou determinada rua, sempre acabo descobrindo algo novo. Ao voltar para casa descarrego as fotos no meu Macintosh, seleciono as melhores, trato-as minimamente no Photoshop, as arquivo. E, agora reúno uma seleção delas neste livro.

Uma particularidade interessante deste trabalho são as conversas que acabo tendo com algum morador mais curioso ou ressabiado, ou com as crianças, que são bem mais acessíveis e pedem para ser fotografadas, ou até, como aconteceu uma vez, com a moradora de uma casa humilde que eu fotografava e que veio me perguntar se eu a estava observando pensando em seqüestrá-la!

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Meu amigo Bruno Mortara também escreveu:

A fotografia de Fernando Stickel

“Qualidade, luz, cor, profundidade, que estão aí diante de nós, aí só estão porque despertam um eco em nosso corpo, porque este lhes faz acolhida.” (Maurice Merleau-Ponty em O olho e o espírito, 1960)

O plano do devir que nos atinge é repercutido no corpo e pelo corpo do artista. Seu corpo funciona como uma janela nervosa indo de um lado ao outro, de cima a baixo, girando a cabeça, inclinando-se. A intersecção do plano da vida com o plano do olhar é o resultado do trabalho do artista.

Fernando Stickel nos apresenta suas imagens: resultado da conjunção do trabalho do músculo do olho, da consciência, da inconsciência e da imaginação, que selecionam o que ver, e do trabalho do músculo do dedo indicador direito, que decide o momento certo a ser selecionado – em detrimento de todos os outros. É nessa escolha que seu ser se funde nas imagens captadas. As imagens revelam muito daquele que seleciona e compõe, brinca e pinta recriando seu próprio mundo. É por isso que ao ver suas fotos sentimos alegria e curiosidade. Sentimos o olhar-criança do artista adulto-que-pensa-a-vida.

As imagens sentidas-escolhidas por Fernando Stickel fazem lembrar aquilo que Merleau-Ponty disse sobre a percepção: a seleção de alguns fragmentos do fluxo de fenómenos que nos atingem é já parte da obra do artista, seu visar. Sua sensibilidade, através de seu visar, seleciona ver isso e não aquilo, a todo momento. Isso reduz o fluxo de sensações a recortes particularizados da realidade – o mundo do artista. Ao clicar um fragmento desse seu mundo, Fernando Stickel nos revela aspectos das coisas que já estavam lá e não seriam percebidos sem o visar do artista. Essa revelação, resultado do processo de criação, é o que o artista tem de mais precioso e nos mostra sua maneira única de penetrar nos mistérios daquilo que aparentemente está visível para todos mas só alguns são capazes de perceber.

Com atitude provocadora, o artista foge da visão clássica de mundo – como cosmo, ordem ou totalidade. A partir de seu corpo, mergulhado no mundo, Fernando Stickel garimpa nos fragmentos da realidade o fio condutor para expressar suas percepções, emoções e valores.

Bruno Mortara

é isso, por fernando stickel [ 23:08 ]

tensão calma

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A Fundação Stickel, dentro de seu Projeto Contrapartida, co-editou em 2008 o livro de fotografias de Arnaldo Pappalardo “Tensão Calma” em parceria com a Editora Cosac Naify e a Neogama. O livro foi lançado durante exposição de mesmo nome realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Neste trabalho, Pappalardo apresenta três séries de fotos da metrópole de São Paulo. Nas primeiras fotografias, o leitor se perde em imagens abstratas, que são, na realidade, closes extremos de fragmentos do asfalto que cobre as ruas paulistanas. A segunda série de fotos explora a cidade vertical, com prédios no centro da cidade, em imagens noturnas e silenciosas, sem a presença frenética dos transeuntes. O terceiro segmento apresenta as pessoas desta cidade, em retratos crus, sem artifícios, que completam o trabalho lírico e inventivo de Arnaldo Pappalardo.

O fotógrafo faz ao longo do livro uma alternância de imagens bem horizontais com outras verticais, jogo que é aproveitado pelo projeto gráfico da diretora de arte da editora, Elaine Ramos. A edição é enriquecida por um ensaio do pesquisador e curador da exposição de suas fotos na Pinacoteca do Estado, Rubens Fernandes Junior, e por uma cronologia ilustrada de sua trajetória.

é isso, por fernando stickel [ 16:49 ]

rua quatá

quata
Rua Quatá, Vila Olímpia

é isso, por fernando stickel [ 15:14 ]

presença de juan esteves

livro-presença1
Em Novembro 2006 a Fundação Stickel promoveu no Espaço Fundação Stickel – R. Ribeirão Claro 37 – Vila Olímpia a exposição de fotos PRESENÇA do fotógrafo Juan Esteves, e lançou em parceria com a Editora Terceiro Nome o livro de mesmo nome.

O título do livro foi sugerido por Frans Krajcberg, e reflete a proposta deste trabalho: mostrar retratos de 138 artistas plásticos brasileiros, natos ou adotivos, de várias gerações, fotografados por Juan Esteves em ambientes como suas casas, ateliês ou galerias. Raramente conhecemos o artista que está por trás de uma obra de arte, e as fotos mostram seus olhares, seus gestos, sua expressão interior – sua presença. São 153 imagens, pois alguns artistas foram fotografados mais de uma vez, em anos diferentes.
Juan Esteves iniciou este trabalho há cerca de vinte anos, quando era fotógrafo na Folha de S. Paulo, e ao longo desses vinte anos retratou representantes de diferentes gerações e tendências das artes plásticas no Brasil. Mesmo com um recorte pessoal, o livro tem caráter histórico, pois abrange desde o modernismo, o concretismo, o Grupo Rex, a Escola Brasil:, a Geração 80 e o Ateliê Abstração, até artistas jovens. É, como diz o autor, “um trabalho denso, carregado, com olhares fortes, significativos, cheio de dúvidas e ansiedade, vivos, olhares de quem viveu uma vida complexa, produtiva e intensa.
O texto de Olivio Tavares de Araújo “Eles iam a Paris, nós ao Canindé” completa a obra.

Eu escrevi a apresentação do livro, a seguir:

Memórias indeléveis
Fernando Stickel

Coincidências não existem. Como explicar, então, que a imagem mais antiga deste livro – Lina Bo Bardi, em 1985 – coincide com personagens das minhas mais antigas memórias do mundo das artes?

Lembro perfeitamente bem de uma visita ao MASP da rua 7 de Abril, onde meus pais me apresentaram a um casal “muito importante”, Pietro Maria Bardi e sua esposa Lina Bo Bardi. Naqueles anos 50/60 também conheci a famosa “casa de vidro”, onde Pietro e Lina moravam no Morumbi, e visitei uma “villa” nos arredores de Florença onde o casal Bardi recebeu a família Stickel.

Memórias indeléveis, ricas em nuances, temperaturas e cheiros, única e exclusivamente minhas. Revividas nestas parcas linhas podem, talvez, suscitar curiosidade ou servir de fio condutor de alguma outra história. Gravadas na película, e em seguida no papel, as imagens de Juan Esteves são um poderoso fio terra entre as memórias e a história, prescindindo de “esforços” de memória. São a presença da história.

Ao ver a foto de Lina e do professor Bardi, imediatamente saltaram do meu “inconsciente coletivo artístico” todas as vivências e memórias daquela época. Esse é o poder da imagem. Esses rápidos instantes gravados evitam o desaparecimento da memória, e o Juan, lutando contra desencontros, dependendo da sorte, insistindo nestes últimos vinte anos, captou em imagens uma significativa parcela de artistas – e da nossa história.

Sinto-me privilegiado por poder abraçar o projeto do Juan Esteves, pois já tenho idade suficiente para testemunhar a rapidez com que as gerações de artistas se sucedem, experimentando com clareza a necessidade imperiosa de se registrar a história das artes no Brasil, país que não preza sua história e não tem sólida tradição editorial.

A Fundação Stickel tem por objetivo trabalhar com a arte contemporânea brasileira, sem deixar de homenagear as gerações de artistas do passado, incentivando as novas gerações que surgem. A parceria entre Juan Esteves, Editora Terceiro Nome e Fundação Stickel aqui está, presente.

é isso, por fernando stickel [ 12:09 ]

caminho das águas

águas
Em 2007 a Fundação Stickel co-patrocinou com a editora Cosac Naify a edição do livro “O Caminho das Águas” do fotógrafo Valdir Cruz. O livro conta com prefácio de Emanoel Araujo e ensaio de James Enyeart, eu escrevi o texto de apresentação do livro, a seguir:

A natureza da memória
Fernando Stickel

As imagens que Valdir Cruz apresenta neste livro levam o espectador a comungar com a natureza. Suavemente seduzem-no e capturam seu olhar, retirando-o de seu ambiente e levando-o diretamente ao seio da mata, ao ruído da cachoeira, ao vento e respingos. A comunhão plena com a imagem acaba por proporcionar uma experiência quase religiosa, atemporal, remetendo à natureza ideal, imaculada, perene em sua glória.

Em tempos de turbulência ecológica e infindável sucessão de desastres ambientais, o trabalho solitário do fotógrafo em regiões isoladas funciona como caldeirão alquímico, combinando ciência, arte, geografia e missão arqueológia anímica, capturando a beleza destes fenômenos da natureza em registros de altíssima qualidade técnica e artística.

O caminho das águas nada mais é que o fio condutor do reencontro do espectador com a natureza, é a picada no meio do mato, que súbitamente se abre para revelar um tesouro natural.

Parte da missão da Fundação Stickel é a “divulgação, valorização e desenvolvimento do patrimônio artístico-cultural brasileiro”, desta forma temos grande prazer em iniciar nossa parceria com a Cosac Naify através de “O Caminho das Águas”, projeto cujo alcance vai muito além da arte, fala da memória destas águas, de todas as águas, fala de nossa sobrevivência no planeta.

é isso, por fernando stickel [ 9:04 ]

apresentação livro um boi abstrato

capa-boi
A Editora J.J. Carol e a Fundação Stickel lançaram em Abril de 2011 o livro “José Carlos BOI Cezar Ferreira, um Boi Abstrato”, texto de Gabriel Borba e apresentação de Fernando Stickel, a seguir:

O Boi mora na minha cozinha.
Eu gostaria de dizer que ele mora no meu coração, na minha cabeça, no meu estômago, então fica mais fácil de encontrar na cozinha mesmo.
É, porque o homem desafia rótulos e catalogações. Dizer que é um artista? Uai, não somos todos? Dizer que ele é um pintor é pouco. Poeta? Meio esquisito. Intelectual? Nem pensar. Pai? É. Tudo isso junto?
Salada russa.
Então como introduzir, nesta orelha, o Boi?
É tudo isso junto, mas com um tempero especialíssimo e separação sábia das camadas.
Artista completo, íntegro, daquele tipo que não se faz mais, que passeia pela língua portuguesa azeitado pelos óleos das tintas, que desenha e pinta com cores fortes, permanentemente intoxicado por tesão poético e pelo irremediável apelo profundo da ARTE.
É um cara que não dispensa a barriga no fogão e um dedo de prosa, que não liga pra papo cabeça, e que é capaz de dizer o valor de hoje da arroba do boi gordo.
Ele depura.
Ele concentra.
Ele resume.
Ele foca.
Ele é foda.
Ele é o Boi.

é isso, por fernando stickel [ 12:07 ]