Página de um caderno de anotações, com a ajuda do Mestre Millôr:
De repente
Na alma
O terror da calma
Página de um caderno de anotações, com a ajuda do Mestre Millôr:
De repente
Na alma
O terror da calma
Ontem à noite passei em frente ao Teatro Ágora, na R. Rui Barbosa, 664 – Bela Vista, dos meus amigos Roberto Lage e Celso Frateschi, e fiquei triste ao ver que a fachada foi reformada, obliterando a pintura que eu havia feito.
Tudo bem, manutenção é necessária, mas que trabalho sumido é triste é, ainda mais que apagaram sem me avisar.
A fachada do teatro hoje, 2021, segundo Google.
A tchurma gostou tanto que vou mostrar outro ângulo do meu estúdio, numa tarde de sol, para alegrar a tarde horrorosa de hoje aqui em SP.
Aula de desenho de observação no meu estúdio.
o quente é uma revista
que se foda a literatura
tem que ser uma transa com tesão
crua de tão pura
fedendo pra cachorro
obscena e imprevista
mas realmente limpa
uma coisa que não minta
vamos fazer um esporro
algo que se adiante
autêntico e delirante
uma coisa genuína como pichação
na latrina
agraciada com garra e agarrada
com graça
segure a barra e mande brasa
e. e. cummings, tradução de duda machado
Preparar a tinta, Phtalo Blue + Phtalo Green + Ultramarine + Black, misturar bem no liquidificador, testar, deixar secar para confirmar a cor, e pintar.
Então curtir o resultado.
Detalhe de um trabalho.
sinto muito. mas o amor tem que sair da lista
dos artigos de luxo.
pois. os homens estão morrendo de fome afetiva
nas ruas da vida. ou mesmo dentro
das salas de jantar
por Luciana Wis
tudo nítido
azul brilhante
o mundo assim
de hoje em diante
Henri Matisse
Notre-Dame, fin d’après-midi, 1902
óleo sobre papel montado em tela, 72.5 x 54.5 cm
Este é um dos desenhos mais antigos que me lembro ter feito, devia ter 16 ou 17 anos.
Dei de presente para os meus pais nas bodas de prata, em 1976.
Não resisti, tá lindo demais!
O verdadeiro DESENHO CEGO, do meu aluno Plinio Pereira, carvão sobre papel sulfite.
Sil Curiati entendeu bem do que eu tratava e me envia estes popôs, de sua autoria (o desenho, bem entendido… )
Estudei no prédio da FAUUSP na Cidade Universitária, projeto do arquiteto João Batista Vilanova Artigas.
No dia do vestibular, inauguração da nova faculdade de arquitetura, ele circulava entre as mesas, zeloso de sua obra e reprimia quem ousava usar um estilete sobre a fórmica virgem.
Não gosto do projeto da FAU, entre outras razões porque era gelado no inverno e um forno no verão.
Na Rua Sampaio Vidal existe este conjunto de quatro sobrados geminados, genial projeto dele, térreo mais dois andares. Na casa com hera na fachada iniciei minha vida profissional desenhando plantas de prefeitura para o arquiteto Alfred Talaat. Nos fundos era o estúdio do Augusto Livio Malzoni.
Anos depois, já casado com a Iris, comprei a casa em ruinas, reformei-a e fiz meu estúdio nos fundos. Hoje lá mora minha ex e minha filha. As árvores da frente plantei 23 anos atrás. A casa amarela da direita foi reformada e completamente desfigurada pelo atual proprietário, filho da Marília Gabriela, que criou um muro absurdo, encheu de alarmes, etc…
E assim a cidade vai mudando, sempre para pior…