Sem pele ou lona (por Ledusha)
Há horas definitivas
em que o amor te põe nocaute
Não existe pele ou lona alguma
que suavize o seu impacto
O amor te expõe a tudo
de novo, de velho, de insano,
de lindo, de fácil
impossível
Depois de espumar
como um mar bravio
em seus ouvidos
subitamente repousa
e de joelhos te promete a eternidade
– quem o rejeitaria?
Às vezes
depois de dormir no
teu colo
te esfola vivo
O amor sabe como te arrancar o couro,
baby
Sua brasa intermitente
no bom e no tal sentido
te fazem um ser movido a ciscos,
relâmpagos de lâmina,
prazeres e suspiros
O amor
te encaixa
no caos do cosmo
no colo maternal das nuvens
Te deixa à beira, à deriva
e te incita a pisar sem olhos seu precioso gume
O amor detona revoluções, partidos,
linhas filosóficas, correntes artísticas
Fomenta banalidades, paixões, teses de doutorado,
crimes, letras de música e saudade
Instrumentos que delineiam
a história e geografia de cada um
O amor te faz preciso
Vulnerável
porém radioso
1 Comentário
Vânia
junho 28th, 2003 at 13:08
Lindo poema… o engraçado é que a pessoa que amo e não me quer me deu a dica dos blogs…uma coisa por outra!
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