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amantes das artes

Não de esqueçam, amantes das artes, dos desenhos, aquarelas, e gravuras executadas pelos viajantes estrangeiros do século passado (minto, retrasado) em visita à nossa terrinha que retrataram a fauna, flora, o povo e a paisagem do Brasil.
É amanhã!!
Meu pai, Erico Stickel, na véspera de completar 84 anos lança seu livro:
Uma pequena biblioteca particular / Subsídios para o estudo da iconografia no Brasil – Editora Edusp
Livraria Cultura do Conjunto Nacional, segunda-feira 29/3, 19h00 às 22h00.

é isso, por fernando stickel [ 0:46 ]

uma pequena biblioteca particular


Finalmente o lançamento do livro do meu pai: Uma Pequena Biblioteca Particular – Subsídios para o estudo da Iconografia no Brasil

Erico Stickel possui uma respeitável biblioteca de títulos publicados no Brasil ou em outros países, que têm em comum o olhar sobre a cultura brasileira em seus aspectos mais variados. Neste livro, o autor apresenta aos leitores um pouco da história de formação da biblioteca, acrescentando comentários sobre os livros.
A coleção teve início com a biblioteca do naturalista alemão Johann Metz (1861-1936), tio-avô do autor, que chegou ao Brasil em 1893 trazendo em sua bagagem algo pouco usual entre os imigrantes da época: uma biblioteca.
A maioria dos títulos dessa biblioteca inicial era formada basicamente por obras em alemão, destacando-se os estudos sobre expedições científicas e explorações marítimas e terrestres. A esse acervo inicial, o pai do autor acrescentou outros títulos e o filho, por sua vez, ampliou ainda mais a coleção.
Neste núcleo original recebido por legado, encontravam-se muitas obras com temas bem definidos, mas também se fazia notar, por omissão, a falta de interesse por alguns outros temas importantes, tais como economia, política, astronomia e ciências exatas, tendência que também viria a nortear a minha formação, comenta Erico Stickel na introdução do livro.
Desse grande acervo, formado por vários núcleos temáticos, o autor destaca sua Pequena Biblioteca, desenvolvida em torno da representação artística que tivesse basicamente por alvo a paisagem, a cidade e sua arquitetura, o retrato, a fauna e a flora em seu ambiente natural, as festas populares e sacras, o patrimônio artístico e histórico nacional, imagens produzidas ao longo dos tempos por centenas de viajantes e pintores de todos os tipos, aventureiros, fotógrafos e outros, que percorreram o país em busca dessas imagens e que nos foram transmitidas em obras publicadas no país.
A Pequena Biblioteca, doada ao Instituto de Estudos Brasileiros da USP, é o tema deste livro, ilustrado com mapas, aquarelas, gravuras e desenhos, muitos dos quais inéditos, e acompanhado do estudo bibliográfico do autor.
Erico J. Siriuba Stickel é advogado, colecionador de arte brasileira e bibliófilo. Conviveu desde cedo com a biblioteca herdada de seu tio-avô, à qual adicionou sua própria coleção, da qual parte constitui a “Pequena Biblioteca” do título, doada ao Instituto de Estudos Brasileiros da USP.

é isso, por fernando stickel [ 14:56 ]

pequena biblioteca particular

Meu pai, Erico João Siriuba Stickel, escreveu a obra que acaba de nascer editada pela EDUSP, com o título “Uma Pequena Biblioteca Particular – Subsídios para o estudo da Iconografia no Brasil”.

A noite de autógrafos será no dia 29 Março 2004 na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

A obra levou por volta de 30 anos para ser concluida, e minha mãe, Martha, pode-se dizer, é co-autora, ao menos na paciência de aguentar meu pai na obsessiva e interminável leitura e compilação de fichas, referências, notas, etc…

No início era apenas o fichamento das publicações que meu pai achava interessantes, as fichas em cartolina eram preenchidas à mão com caneta tinteiro e foram crescendo em número e complexidade. O centro de produção da obra é um quarto no piso superior da casa onde meus pais moram na Rua dos Franceses, na Bela Vista, com janelas abrindo para o jardim da casa e o vale da Rua Almirante Marques Leão.

De uns 8 a 10 anos para cá, por insistência minha, todo este vasto material foi introduzido no computador, operado pela eficientíssima Francis Melvin Lee. Foram muitos e muitos meses de uma minuciosa e cuidadosa rotina, de digitalização do material manuscrito, revisão e catalogação.

O livro é uma obra de peso, com cerca de 750 páginas e inúmeras reproduções a cores do Romulo Fialdini. Será sem dúvida uma necessária obra de referência para estudiosos.

Enfim, com o lançamento próximo, a família se mobiliza para encontrar os endereços de pesooas com nomes tais como Aracy, Odila, Aristoteles, Hans, Istvan, Erwin, Leopoldo, Gerda, Edel, para o envio dos convites.

Eu, como ativo representante da ala informatizada da família, chamei a mim a função de ampliar o meu cadastro de nomes na Palm, com todos os parentes e amigos que estão sendo localizados.

Desnecessário dizer que tenho passado muitas horas dedicado ao tedioso, porém necessário labor.

é isso, por fernando stickel [ 10:29 ]

mundinho ridículo

Lancei meu livro aqui tem coisa em Dezembro de 1999, e desde então o envio, vez por outra, de presente para alguém.
São pessoas que conheci em eventos artísticos ou festas, ou em raríssimos casos para desconhecidos que eu gostaria que conhecessem um pouco do meu trabalho.
Existem também casos de pessoas que viram meu livro na casa de alguém, e aí me encontram e comentam: -Puxa, que legal teu livro, onde encontro? E aí, naturalmente, eu dou de presente.
Após enviar, fico aguardando a reação do presenteado. Algumas são extremamente gratificantes, como a da Fal, ou do Edemar Cid Ferreira, da Brasil Connects que, educadíssimo, me agradeceu enviando um maravilhoso livro do Instituto Cultural Banco Santos. Outros me brindam com um sonoro silêncio
Tudo isso para comentar que dia desses (já houveram outros eventos como esse), encontrei em uma exposição conhecidíssima figura do mundo das artes, a quem havia enviado meu livro.
Perguntei o que havia achado do presente, e a figura, visívelmente embaraçada, disse que sim, havia recebido… e só. Nem obrigado falou. E aí fico me perguntando porque será que determinadas pessoas tão destacadas são tão desprovidas de educação assim. E como é difícil viver nesta eterna fogueira das vaidades do mundinho das artes plásticas.

é isso, por fernando stickel [ 11:57 ]

fal

A Fal e eu fizemos um escambo (ou troca-troca), o meu livro aqui tem coisa pelo livro dela.
O correio se encarregou de entregá-los, nós só nos conhecemos até agora através do universo blogueiro, não tivemos ainda o prazer do contato pessoal.
Agora, com o livro dela na mão, conheço um pouco melhor a autora de “Crônicas de Quase Amor”, de Fabia Vitiello, Editora Iglu, 1999.

…olho para trás e vejo os maiores patos que alguém poderia imaginar. Enormes. Cara de malvados. Grasnavam ameaçadoramente para mim. Mas eu, pessoa normal que sou, sentei na manta e esperei os patos queriam saber o que aquelas duas bicho-grilo-poncho-e-conga faziam em sua casa…

…e assim vai, histórias deliciosas! Obrigado, Fal, adorei!

é isso, por fernando stickel [ 23:15 ]

duas pessoas importantes


Conheci duas pessoas importantes em New York em Junho 1983, Jay Chiat e Washington Olivetto.
Veja aqui perfil do Jay no Art Directors Club.

Encontrei com Washington Olivetto hoje numa festa, e me lembrei da carta que enviei a ele, logo após o falecimento do Jay, em Abril 2002, acompanhada do meu livro “aqui tem coisa”:

São Paulo, 25 Abril 2002
Caro Washington,
Junho de 1983, NYC, Chanterelle, você nos apresentou aquela jóia do Jay Chiat, depois teve Carnaval no Rio, alguns eventos em São Paulo, etc… e eu acabei ficando muito amigo do Jay.
Ele agora se foi, fazia um ano que eu tentava entrar em contato, sem sucesso, ele provavelmente já devia estar muito doente.
E voltei a lembrar de você.
Nos encontramos no hall do evento da Mercedes, e logo em seguida você foi sequestrado. Fiquei pensando em você à distância, desejando que tudo terminasse bem, o que Graças aos Céus, aos Budas e a todos os Deuses aconteceu.
Me deu vontade de conversar um pouco sobre o Jay, tentei te ligar ontem e você estava ainda em Portugal.
Abração!
Fernando Stickel

Esta carta ficou sem resposta, vou reenviar hoje através deste post, e também pelo correio.

é isso, por fernando stickel [ 2:26 ]

lya luft

Hoje cedo ouvi na FM Cultura a entrevista da Lya Luft pelo Salomão Schwartzmann, falando de seu novo livro Perdas e Ganhos. Deve ser muito interessante.

é isso, por fernando stickel [ 11:31 ]

sintomas da riqueza

Jane Austen had it right when she wrote: “One half of the world cannot understand the pleasures of the other.”

Em relação a essa brincadeira dos ricos-mesmo e novos-ricos, li estes dias um texto do Peter Mayle, autor do livro “A Year in Provence” abordando as raízes do prazer.
O artigo, “The pleasure principle”, que achei muito interessante, acaba tratando exatamente do que está por trás de tudo isso, o TEMPO!

é isso, por fernando stickel [ 10:30 ]

cretinice

Peguei na Cora:
“Uma escola católica na Austrália, a Maranatha Christian College, proibiu os livros de Harry Potter em sua biblioteca porque mostram a bruxaria como se fosse uma coisa normal.”
De fato, bruxaria não é normal; mas cretinice, pelo visto é. Tsk, tsk, tsk.

é isso, por fernando stickel [ 13:54 ]

stupid white men

Comecei a ler Stupid White Men do Michael Moore. Necessário e assustador, apenas o capítulo referente à eleição do nosso amigo bush junior já vale a pena. E por pouco que o livro não sai…

é isso, por fernando stickel [ 10:41 ]

olhando a biblioteca

Olhando a biblioteca.

Coisas do estúdio.

Olhando os livros.

é isso, por fernando stickel [ 10:07 ]

discordo do amarar

Discordo do Amarar, existem livros insubstituiveis, seja pela carga afetiva, seja lá pelo que for, não me desgrudo deles, alguns estão comigo há mais de 30 anos.
Mesmo que haja outra maneira de consultá-los.

é isso, por fernando stickel [ 18:13 ]

manoel de barros

De Manoel de Barros, no livro O Encantador de Palavras, 1996.

1. MATÉRIA DE POESIA
Todas as coisas cujos valores podem ser
disputados no cuspe à distância
servem para poesla
O homem que possui um pente
e uma árvore
serve para poesla
Terreno de 10×20, sujo de mato – os que
nele gorjeiam: detritos semoventes, latas
servem para poesla
Urn chevrolé gosmento
Coleção de besouros abstêmios
O bule de Braque sem boca
são bons para poesia
As coisas que não levam a nada
tem grande importância
Cada coisa ordinária é um elemento de estima
Cada coisa sem préstimo
tem seu lugar
na poesia ou na geral
O que se encontra em ninho de joão-ferreira:
caco de vidro, garampos,
retratos de formatura,
servem demais para poesia
As coisas que não pretendem, como
por exemplo: pedras que cheiram
água, homens
que atravessam períodos de árvore,
se prestam para poesia
Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma
e que você não pode vender no mercado
como, por exemplo, o coração verde
dos pássaros,
serve para poesia
As coisas que os líquenes comem
– sapatos, adjetivos-
têm muita importância para os pulmões
da poesia
Tudo aquilo que a nossa
civilização rejeita, pisa e mija em cima,
serve para poesia
Os loucos de água e estandarte
servem demais
O traste é ótimo
O pobre-diabo é colosso
Tudo que explique o alicate cremoso
e o lodo das estrelas
serve demais da conta
Pessoas desimportantes
dão pra poesia
qualquer pessoa ou escada
Tudo que explique
a lagartixa de esteira
E a laminação de sabiás
é muito importante para a poesia
O que é bom para o lixo é bom para a poesia
Importante sobremaneira é a palavra repositório;
a palavra repositório eu conheço bem:
tem muitas repercussões
como um algibe entupido de silêncio
sabe a destroços
As coisas jogadas fora
têm grande importância
-como um homem jogado fora
Aliás é também objeto de poesia
saber qual o período médio
que um homem jogado fora
pode permanecer na terra sem nascerem
em sua boca as raízes da escória
As coisas sem importância são bens de poesia
Pois é assim que um chevrolé gosmento chega
ao poema, e as andorinhas de junho

é isso, por fernando stickel [ 1:10 ]

livro palíndromos

sator
Acabo de voltar do lançamento do livro do meu amigo Guto Lacaz, cujo muso inspirador foi o José Carlos BOI Cezar Ferreira.
O livro trata de palíndromos, e eu acrescento um que até é conhecido, mas o genial é que funciona em todos os sentidos: SATOR AREPO TENET OPERA ROTAS.
A tradução é mais ou menos a seguinte: O operador do arado mantém a rota do trabalho.
Depois, tomando um choppinho e conversando com o Boi, descobrimos uma relação engraçada, ambos temos estúdios em esquinas, ele em cima de um estofador, eu em cima da farmácia.

é isso, por fernando stickel [ 0:04 ]

linda manhã de sol

Linda manhã de sol, com mais um poema do Paulo Mendes Campos, do livro Alhos e Bugalhos:

Coisas deleitáveis
Arrancar os sapatos depois do baile;
andar descalço em relva úmida;
sombra de árvore;
passarinho colorido quando pousa perto da gente;
mudar para apartamento maior;
flores;
dormir cansado;
banho de cachoeira antes do almoço;
achar dinheiro;
varanda de fazenda;
o sorriso de Ingrid Bergman;
janela para o mar…

é isso, por fernando stickel [ 8:50 ]

são paulo acorda

No meio da bruma São Paulo acorda, e nada melhor para começar a semana do que esta pérola:

ACORRENTADOS de Paulo Mendes Campos, do livro “O Anjo Bêbado”, Editora Sabiá – Rio de Janeiro, 1969.

Quem coleciona selos para o filho do amigo; quem acorda de madrugada e estremece no desgosto de si mesmo ao lembrar que há muitos anos feriu a quem amava; quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; quem segura sem temor uma lagartixa e lhe faz com os dedos uma carícia; quem se detém no caminho para ver melhor a flor silvestre; quem se ri das próprias rugas; quem decide aplicar-se ao estudo de uma língua morta depois de um fracasso sentimental; quem procura na cidade os traços da cidade que passou; quem se deixa tocar pelo símbolo da porta fechada; quem costura roupa para os lázaros; quem envia bonecas às filhas dos lázaros; quem diz a uma visita pouco familiar: Meu pai só gostava desta cadeira; quem manda livros aos presidiários; quem se comove ao ver passar de cabeça branca aquele ou aquela, mestre ou mestra, que foi a fera do colégio; quem escolhe na venda verdura fresca para o canário; quem se lembra todos os dias do amigo morto; quem jamais negligencia os ritos da amizade; quem guarda, se lhe deram de presente, o isqueiro que não mais funciona; quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque a fim de conversar com amigo ou amiga; quem coleciona pedras, garrafas e galhos ressequidos; quem passa mais de dez minutos a fazer mágicas para as crianças; quem guarda as cartas do noivado com uma fita; quem sabe construir uma boa fogueira; quem entra em delicado transe diante dos velhos troncos, dos musgos e dos liquens; quem procura decifrar no desenho da madeira o hieróglifo da existência; quem não se acanha de achar o pôr-do-sol uma perfeição; quem se desata em sorriso à visão de uma cascata; quem leva a sério os transatlânticos que passam; quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz; quem de repente liberta os pássaros do viveiro; quem sente pena da pessoa amada e não sabe explicar o motivo; quem julga adivinhar o pensamento do cavalo; todos eles são presidiários da ternura e andarão por toda a parte acorrentados, atados aos pequenos amores da armadilha terrestre.

é isso, por fernando stickel [ 10:46 ]

sobre aqui tem coisa


Sobre “aqui tem coisa”, meu primeiro livro, que lancei em 1999, o meu amigo Carlos von Schmidt escreveu a seguinte nota, em 19/10/2002:

No início de outubro Fernando Stickel ligou. Para quem não sabe, Fernando é um artista plástico. Arquiteto, casado, três filhos, 51 anos. Esses dados estão na orelha de aqui tem coisa. Levei um susto quando vi que Fernando é cinqüentenário. Não sei porque mas sempre achei que Fernando não passava dos trinta. Talvez a voz, o jeito de falar, o entusiasmo permanente.
Não falávamos há anos. Uns cinco pelo menos. Contou-me que escrevera um livro, aqui tem coisa. Pediu-me o endereço para mandá-lo. Ontem, dia 18/10/02 o livro chegou. Reúne poemas, pensamentos, lembranças, anotações, desenhos, muitos desenhos. Gosto de livro assim. Espécie de diário de bordo. É um livro que dá gosto manusear, folhear, olhar, ler. O título , aqui tem coisa é um achado maravilhoso. Não vou contar nada para não perder a graça.
Na página 4, no prefácio que não é prefácio Fernando fala de seus poemas. Conta que alguns foram publicados na revista artes: número 57 de dezembro de 1983-, os poemas já fui jovem executivo. nonsense, precisão e Virada Selênio.
Ao ler a menção ao artes: fiquei contente. São raros os artistas que divulgamos e promovemos que se lembram. Foram muitos. Hoje, amnésicos, exibem o colorido rabo de pavão em vernissages e bienais. Gostei de ver que Fernando não esqueceu. Gostei!
Para comemorar o lançamento de aqui tem coisa vou republicar os poemas que selecionei há quase dezenove anos e outros que li de madrugada. De choro alguns desenhos também. Só espero que o próximo livro não demore tanto. Se demorar o que aqui tem coisa demorou vou estar com 91 anos. Idade perigosa. Picasso que o diga.

é isso, por fernando stickel [ 15:13 ]