Um encontro com minha prima Stella no fim de semana em Campos do Jordão, com direito a conversas randômicas pelos temas da família e das memórias acabou me levando a contactar o Tio Roberto Guimarães, em Fort Lauderdale – USA, que muito simpaticamente atualizou e completou as informações deste post.
Nas comemorações da Semana da Marinha de 1962, o submarino Humaitá S-14, comandado pelo Capitão-de-Fragata Noísio Penna de Oliveira recebeu visitantes para um passeio na Baía de Santos.
Meu pai Erico e eu com 14 anos de idade fomos convidados para o passeio por um contraparente nosso, Roberto de Queiroz Guimarães, que na época era ajudante de ordens do Capitão-de-Mar-e-Guerra Átila Franco Ache, comandante da Flotilha de Submarinos.
O navio zarpou de Santos, eu simplesmente pirei com a experiência! A enorme quantidade de mostradores, canos, alavancas, o vento que a admissão dos motores diesel provocava dentro do submarino, poder visitar todas as áreas, ver os torpedos, camas, banheiros, cozinha, tudo apertadíssimo!
Depois de nos afastarmos do litoral e já em alto mar os motores a diesel foram desligados, as comportas fechadas e iniciada a submersão com os motores elétricos, eu pude olhar pelo periscópio, foi uma experiência inesquecível!
O Humaitá (S-14) nasceu como o submarino USS Muskallunge (SS-262), lançado ao mar em 7 de abril de 1942 e atuou durante a Segunda Guerra. Foi incorporado à flotilha de submarinos do Brasil em 18 de janeiro de 1957. Em sua chegada ao Brasil suspendeu ferros levando a bordo o Presidente da Republica Juscelino Kubitschek de Oliveira, e o então Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Antônio Alves Câmara Júnior.
Muitos anos depois assisti ao filme U-571, sobre batalha de submarinos na Segunda Guerra.
O filme mostra bem o clima dos anos quarenta e o inferno que era a vida em um submarino.
Meu pai me contou muitas histórias de submarinos na guerra, relatadas por um parente, Jürgen Kiep, que foi comandante de submarino na Alemanha, e sobreviveu à guerra!
Este submarino esculpido em madeira é um dos brinquedos mais antigos e queridos que tenho.
Meu pai comprou várias destas miniaturas de navios, que eram feitas por marinheiros de navios de guerra.