aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

arte

steinberg


Na minha saudosa aula de desenho de observação, as referências aos mestres estavam sempre presentes, neste caso Saul Steinberg.
Este aluno dedicava-se a criar caricaturas, com muito sucesso!

é isso, por fernando stickel [ 12:49 ]

elisa bracher


Chapas de cobre gravadas, matrizes de gravuras gigantes (2,00 x 1,00m) da Elisa Bracher (Licó).

é isso, por fernando stickel [ 12:26 ]

o fotógrafo

O Fotógrafo
Manoel de Barros

Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre
as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na
pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de
braços dados com Maiakovski – seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.

é isso, por fernando stickel [ 16:16 ]

maurício ianês


MAURÍCIO IANÊS na 28º Bienal de São Paulo

Leia aqui a entrevista do artista após sua performance na “bienal do vazio”.

é isso, por fernando stickel [ 9:49 ]

acaia


Ana Cristina Cintra Camargo, Beati Giorgi e Elisa Bracher (Licó) no ateliê de xilogravura do Instituto Acaia.
A Ana e a Licó tocam o trabalho fantástico que o Instituto faz na comunidade carente da Vila Leopoldina, atendendo jovens de 6 a 18 anos, proporcionando aulas de marcenaria, música, artes, vídeo, etc…

A Beati é filha de Flavio Di Giorgi, que foi meu professor no Colégio Santa Cruz, uma figura inesquecível. Ela está preparando um livro sobre o pai, que deverá abordar algo chamado “Oficina de Sentimentos”

é isso, por fernando stickel [ 11:06 ]

sucos ou grafite?


Durante anos funcionou nesta esquina da Av. Republica do Líbano, em frente ao Parque do Ibirapuera uma lanchonete de sucos, açaí na tijela, etc… permanentemente cheia de clientes.
A Prefeitura fechou-a várias vezes, e várias vezes foi reaberta, finalmente foi murada e surgiu recentemente este grafite.

é isso, por fernando stickel [ 9:46 ]

a mulher do meu amigo


Insistimos no cinema nacional e fomos ver a comédia “A mulher do meu amigo”
Ruinzinho demais, dá para uma ou duas gargalhadas.
Enredo perfeito para uma pornochanchada, duas mulheres bonitas e gostosas, mas nem isso.

é isso, por fernando stickel [ 18:13 ]

feliz natal?


Como é possível um “feliz natal” quando o convidado indesejado é Caio (Leonardo Medeiros).

O filme Feliz Natal de Selton Mello, desculpem-me, é ruim demais. Não é fácil tratar da escuridão profunda com competência.
É preciso cultura, leitura, quilometragem. Selton está com 36 anos de idade, tinha 7 quando David Lynch lançou “Eraserhead” em 1979. Talvez não conheça este clássico em pb, denso e aterrorizador.

Será que leu Monteiro Lobato (Contos Pesados), Edgar Allan Poe ou Joseph Conrad (“Heart of Darkness”) que acabou por dar origem ao roteiro de Apocalypse Now (1979) de Francis Ford Coppola? Será que viu “Dr. Mabuse” de Fritz Lang (1933)?

Ou será que simplesmente ficou inebriado com o Cheiro do Ralo?

Me impressiona muito a famosa “unanimidade burra” (Nelson Rodrigues) críticos elogiando, prêmios, estrelinhas no guia, etc… Bom, deve ter gente que acha a “bienal do vazio” o máximo e que já está com saudades de Julio Neves na presidência do MASP…

A chatice foi tanta que potencializou o efeito expulsante das poltronas do Cine UOL Lumière. Vinte minutos foram suficientes.

é isso, por fernando stickel [ 9:17 ]

macc campinas


No Museu de Arte Contemporânea de Campinas – MACC, as exposições de fotografias que estarão abertas até 30/11/08:
Juan Esteves – Presença
Fernando Stickel – Vila Olímpia
As fotos são da Tati Nolla.

é isso, por fernando stickel [ 16:44 ]

artes


No meu estúdio, Abril de 2003. Não vou dizer que não tenho saudades das artes. É muito gostoso!

é isso, por fernando stickel [ 15:16 ]

estúdio ou depósito


Em Fevereiro 2003, esta era a cena no meu estúdio, em plena aula de desenho de observação com modelo.
Hoje meu estúdio se transformou em um depósito…

é isso, por fernando stickel [ 15:07 ]

artes


Em 2003 não existia ainda nem sombra da minha vida dedicada ao Terceiro Setor, à Fundação Stickel e ao MBA na FIA-CEATS.
Minhas tardes eram dedicadas às artes e aulas de desenho de observação.
A vida de um artista plástico é muito diferente, não vou dizer que é mais fácil ou mais difícil, mas diferente com certeza.
Datam de 2002/2003 os meus últimos trabalhos significativos, colagens e assemblages.

é isso, por fernando stickel [ 15:00 ]

tomie ohtake na fea

Estive ontem na FEAUSP, na Cidade Universitária para palestra do Prof. James Austin, da Harvard Business School, “A CRISE E SEUS IMPACTOS SOCIAIS?”. A palestra foi muito interessante, e o Prof. é uma figura simpaticíssima e singular, to say the least…

Do lado de fora, reencontrei a MONSTRUOSA escultura da Tomie Ohtake ainda lá no jardim, agora sem o plástico preto cobrindo-a, revelando o horror em todos os seus detalhes.

Este desastre da engenharia PERC me faz pensar o seguinte: Existe ainda uma parcela grande de pessoas de “nível” neste país que não acredita em projeto. Não basta o artista pegar um pedaço de papelão torcido e dizer que é uma escultura. É preciso ir à prancheta e detalhar, dimensões, materiais, estrutura, etc…, conversar com o fornecedor, aparar arestas, chegar ao processo construtivo ideal, algo que óbviamente não aconteceu neste caso.
Algumas faixas meio caídas avisam:

“Devido a falhas em seu processo construtivo, a empresa de engenharia PERC reconstruirá a escultura de Tomie Ohtake, sem custos adicionais para a FEA.”
Grande merda.

é isso, por fernando stickel [ 18:25 ]

macusp

Como a Bienal me deixou melancólico, resolvi subir a rampa e visitar o MAC-USP no 3º andar do prédio da Bienal.
A melancolia não passou, mas pelo menos eram algumas exposições de ARTE, com destaque para as fotos do mexicano Pedro Meyer, emolduradas e expostas na parede, como deve ser.

é isso, por fernando stickel [ 17:07 ]

bienal do vazio

Voltei à bienal do vazio hoje, fruto de um misto de masoquismo e incredulidade. Masoquismo porque sabia que ia sofrer novamente, e incredulidade porque continio a me perguntar:
Será que pode MESMO se tão ruim assim?
Mais uma vez vi uma mostra vazia e esvaziada, frouxa, fraca, medíocre, pobre, decepcionante.

Procurei o trabalho de Sophie Calle, artista que conheci pessoalmente e cujo trabalho acompanho e gosto. A maneira de mostrar o trabalho desta importante artista é errado, a Bienal não é sala de leitura nem biblioteca, é uma exposição de artes plásticas, pelamordedeus! E ainda que a leitura fosse necessária, não nestes bancos duros de compensado!

Outra artista que gosto é a gravadora Leya Myra Brander, culo trabalho está exposto em caixas de madeira compensada, na horizontal. Não gosto destas invenções, para mim exposição é na parede, na vertical, se possível com boas molduras e iluminação.

é isso, por fernando stickel [ 20:01 ]

arte contemporãnea?!


Blocos de espuma cinza espalhados perto da porta de entrada da Bienal, sensação de caos e desorganização.

Mais “bienal do vazio”, artigo de Aracy Amaral sobre a 28ª Bienal de São Paulo, no Estadão de 31 de Outubro de 2008:

Esta Bienal… reflete a arte contemporânea?

é isso, por fernando stickel [ 15:37 ]

bienal do vazio


A fila para andar de tobogã.

Mais Bienal do Vazio, transcrevo abaixo artigo de Jorge Coli na Folha de São Paulo 09/11/2008

“O título deste “Ponto de fuga” está na coluna de Barbara Gancia – Esta Bienal… reflete a arte contemporânea? Um artigo que lavou a alma. Enfim, alguém berrou: “O rei está nu”.
Ou melhor: a Bienal de São Paulo está vazia. Vazia. Sem floreios ou firulas: vazia, irremediavelmente vazia, patéticamente vazia. Vazia de obras, de idéias, de vergonha.
Não é gesto artístico: Yves Klein [1928-62] pintou de branco a galeria Iris Klert, em Paris, e expôs o vazio, provocando filas de gente querendo entrar para ver o que não havia.
Isso em 1958. Cinqüenta anos depois, está lá, no pavilhão do Ibirapuera, o cavo, o inane, o chocho.
Não adianta vir com história de que essa Bienal causa “polêmica”, palavra hedionda porque reduz argumentos e debates a um espetáculo de circo. Não pode haver “polêmica” com alguma coisa que se situa entre o simplório e o safado. Não é admissível contemporizar, dizendo que a arquitetura do Niemeyer ficou visível, patati e patatá.
Nem que houve seminários, conferências e quejandos: a Bienal de São Paulo não é academia ou universidade. Existe para mostrar arte recente.
Nem que ela “questiona” a produção de hoje ou a natureza das próprias bienais. Questiona nada, porque é um nada.
O que ela traz, sem querer, não é artístico ou estético, é ético. Aracy Amaral, com sua serenidade de sábia, tocou num nervo exposto, declarando à Folha: “Existe uma produção nacional muito vigorosa que não está aqui e poderia”.
Basta comparar a atual Bienal de São Paulo com as últimas edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre.
Lá, as mostras, nacionais e internacionais, são vivas, agudas, brilhantes.
Parquinho
No segundo andar da Bienal não há nada. Literalmente. No primeiro, algumas obras minguadas. Entre elas, um escorregador, de Carsten Höller. Escorregador mesmo.
Na Tate Modern, de Londres, há dois anos, eram cinco. Aqui é um só, perdido no desânimo.
Se é para perturbar a seriedade sagrada dos lugares reservados às artes, uma sugestão: instalar a próxima bienal no Playcenter. Tanya Barson, da Tate Modern (Londres), que lamentou, na Folha, ter voado 14 horas para ver a Bienal do Vazio, poderia ao menos se divertir na montanha-russa, no chapéu mexicano.
Charabiá
Como muitas pessoas são fascinadas por aquilo que não conseguem entender, a crítica e a teoria das artes abusam.
Jonathan Shaughnessy sobre Carsten Höller: “Esses objetos tentam ao mesmo tempo embrulhar e revelar os sentidos a fim de que inibam a subjetividade e o sentimento de si ao invés de favorecê-los”. Tradução possível: depois de escorregar no tobogã a gente fica tonto.
Coronéis
Um problema de certas instituições brasileiras voltadas para a arte e para a cultura é que se acham nas mãos de ricaços.
Nos EUA, contribuições vão para o MoMA ou a Metropolitan Opera. Uma direção especializada decide o destino das verbas. Aqui, quem tem dinheiro mete o bedelho. Os resultados são desastrosos. Sem contar a freqüência com que dinheirama e falcatrua se tornam sócias.
Ilustração evidente, o caso de Edemar Cid Ferreira. Chegou a ser mais poderoso do que o ministro da Cultura no Brasil e acabou na cadeia.
Tristes fraquezas pressupostas naquele latim: “Sic transit gloria mundi”, ou seja, uma hora por cima, outra hora por baixo. Edemar Cid Ferreira vivia circundado por uma corte de intelectuais que se agitava ao seu serviço. Que se escafedeu ao sentir o cheiro de queimado.”

é isso, por fernando stickel [ 15:06 ]

ibirapuera e bienal


Minha visita à Bienal hoje à tarde se iniciou por aqui, a Praça do Porquinho no Parque do Ibirapuera.


O enorme vazio da 28ª Bienal de São Paulo.


A favelização da ARTE.


O auditório principal no 3º Andar, vazio.


O piso pintado pela artista Dora Longo Bahia, e os móveis estilo Casas Bahia sem acabamento.


Sucesso de público, o tobogã grátis. Fila para entrar no 3º andar e platéia ao chegar no térreo.


O artista Mauricio Ianês que iniciou nú temporada de 15 dias sem falar, vivendo na Bienal apenas daquilo que recebe dos visitantes.


A melhor parte da Bienal (Duchampiana…).

é isso, por fernando stickel [ 22:13 ]