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fare mondi

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Fernando Stickel convida para a abertura de sua exposição de fotografias

FARE MONDI

Vernissage com coquetel na terça-feira

4 Junho às 19:00h

Club Transatlântico
R. José Guerra 130 – Santo Amaro
Tel 11 2133-8606
Exposição 4 a 28 Junho 2013
De 2ª a 6ª das 9:00 às 22:00h
Sábados das 11:30 às 14:30 e das 18:30 às 22:00h

“Nesta série inédita de 30 fotografias digitais (ou seriam colagens, pinturas?…) investigo a relação entre imagens, justapondo duas ou mais e potencializando-as na criação de uma nova. O resultado pode sugerir o clima de um sonho ou ambientes que extrapolam a tensão entre os componentes iniciais.

O trabalho surgiu do título da Bienal de Veneza de 2009, “Fare Mondi”, ou seja, fazer mundos – criar novos mundos, série que iniciei ainda em 2009, logo após visitar a Bienal.

Matéria prima das montagens, as fotos são de locais como São Paulo e o deserto do Atacama, transitam de Nova York a Bebedouro, de Veneza ao Rio de Janeiro, de Londres a Jundiaí… de Santos à Vila Olímpia.

Na utilização do Photoshop para fazer as montagens incorporei algumas áreas de cor, e também alguns acidentes de percurso, técnica aliás adquirida na Escola Brasil: dos anos 70, o que acabou por conferir a certas imagens um caráter pictórico, em outras a utilização da ferramenta de edição é mínima, objetivando apenas a simples justaposição.

Fernando Stickel
Abril 2013″

é isso, por fernando stickel [ 14:19 ]

fare mondi

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SAVE THE DATE: 4 JUNHO 2013

Fernando Stickel convida para exposição de suas fotos

FARE MONDI

Vernissage com coquetel na terça-feira 4 Junho às 19:00h
Club Transatlântico  http://www.clubtransatlantico.com.br
R. José Guerra 130 – Santo Amaro
Tel 11 2133-8606

Exposição 4 a 28 Junho 2013
De 2ª a 6ª das 9:00 às 22:00h
Sábados das 11:30 às 14:30 e das 18:30 às 22:00h

Trinta e quatro imagens prontas, revisadas, dentro de um pen-drive a caminho da RCS Arte Digital para serem impressas.
Em seguida receberão uma moldura de alumínio preto, e seguirão para a montagem da exposição “FARE MONDI” no Club Transatlântico.
Um evento foi criado no Facebook.
Abri uma conta no Twitter para divulgar a exposição.
Revisei todas as ferramentas eletrônicas disponíveis para divulgação: Blog, Linkedin, Youtube, Instagram.
Enviarei e-mails, em data mais próxima da vernissage.

Na verdade o que quero é que meus amigos venham ver o novo trabalho, que eu estou achando muito interessante!!
Espero todos lá, para brindarmos junto!!

é isso, por fernando stickel [ 12:17 ]

fare mondi

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Faltam cerca de 20 dias para a inauguração da minha exposição de fotografias “FARE MONDI” no Club Transatlântico. Começo a sentir alguns sintomas de nervosismo/ansiedade, inevitáveis…
A impressão das fotos, molduras, divulgação do evento, convites, redes sociais, tudo isso vai se somando e a tensão vai aumentando.

FARE MONDI

Terça-feira 4 Junho às 19:00h
Club Transatlântico http://www.clubtransatlantico.com.br
R. José Guerra 130 – Santo Amaro
Tel 11 2133-8606

Exposição 4 a 28 Junho 2013
De 2ª a 6ª das 9:00 às 22:00h
Sábados das 11:30 às 14:30 e das 18:30 às 22:00h

é isso, por fernando stickel [ 8:39 ]

fare mondi na applaus

applaus2
Exposição de fotografias “Fare Mondi” na revista Applaus, editada pelo Club Transatlântico.

é isso, por fernando stickel [ 19:13 ]

fare mondi

moemas-rothko

Em 20 Maio 2006 inaugurei na Pinacoteca do Estado de São Paulo exposição de fotos “Vila Olímpia”.
Diógenes Moura, curador de fotografia, e a equipe da Pinacoteca trabalharam impecávelmente na preparação e montagem, até convite impresso foi enviado pelo correio. A exposição foi um sucesso, assim como o lançamento simultâneo do livro “Vila Olímpia” editado pela Terceiro Nome.

Era uma época pré-Facebook.

Hoje muitas instituições abandonam os convites impressos em favor dos virtuais, consequência lógica do crescimento da web, sistema prático, simples e barato, que acaba por eliminar, porém, o “prazer analógico” de manusear uma peça gráfica de qualidade.

Em plena explosão das redes sociais, realizarei nova exposição das minhas fotos, trata-se da série inédita “Fare Mondi”. A vernissage será no dia 4 Junho próximo no Club Transatlântico. Não haverá convite impresso, e farei óbviamente uso de todos os meios eletrônicos disponíveis na divulgação da exposição. Já criei evento “Fare Mondi” no Facebook.

Pretendo reformar este blog e o meu site, e também criar uma conta no Twitter.

é isso, por fernando stickel [ 9:16 ]

oscar niemeyer

oscar
“Toda forma que cria beleza tem uma função”

“O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que no encontro sinuoso dos nossos rios, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curva é feito todo o universo. O universo curvo de Einstein.”

Fiz esta homenagem a Oscar Niemeyer (1907-2012) em 9 Maio 1979, no caderno que mantive com meu amigo Cassio Michalany.

Como artista, escultor, desenhista, um gênio!
Já como arquiteto, sofrível (estive DENTRO de várias obras dele, são péssimas)
Como político, lamentável.

Sobre o comunismo de butique de Niemeyer, ícone perfeito da CHEC (Comunistas Hipócritas da Esquerda Caviar) leiam o excelente artigo de Reinaldo Azevedo.

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Por outro lado, é inegável o legado plástico de Niemeyer, homenageado pelo Edifício Copan, neste meu óleo sobre tela de 1980.

é isso, por fernando stickel [ 9:16 ]

seis anos casados!!

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… e seis anos se passaram desde que, em um delicioso almoço de domingo, Sandra e eu celebramos nosso casamento em 12 Novembro 2006!!!
… e continuamos a celebrar em uma dúzia de anos juntos, cheios de amor, trabalho, prazer, crescimento, filhos, neto, Jimmy, viagens, arquiteturas, artes, esportes, terceiro setor, etc… etc… etc…

é isso, por fernando stickel [ 8:25 ]

livro vera martins

livro-vera
Fazer um livro é uma das coisas mais gostosas que conheço.
Já fiz vários, tanto de minha autoria quanto para terceiros. Com maior ou menor grau de participação, a excitação e o prazer de ver a coisa pronta é sempre igual.

O livro sobre o trabalho da artista plástica Vera Martins “Pintura por Desconstrução” é o projeto editorial mais ambicioso da Fundação Stickel até agora, iniciou-se como um simples registro do “Projeto Contrapartida”, foi evoluindo, incorporou vários textos, fotos, recebeu a colaboração de várias pessoas, sofreu inúmeras revisões do design gráfico, e ao final de longo processo de maturação acertamos parceria com a editora Terceiro Nome, o que acabou por fornecer ao livro um “acabamento editorial” que só uma editora ativa no mercado sabe proporcionar.

Com 108 páginas, bilíngue (português-inglês) foi impresso a 4 cores em 1500 exemplares.
Coordenação geral: Fernando Stickel / Fundação Stickel
Textos: Agnaldo Farias, Carlos Perrone, Jochen Dietrich, Vera Martins
Concepção e projeto gráfico: Iris Di Ciommo
Revisão: Cecilia Ramos
Versão para inglês: Patrick David Hall
Fotos das obras: Rômulo Fialdini
Fotos na alemanha: Jochen Dietrich
Editora Terceiro Nome: Mary Lou Paris

Escrevi a introdução do livro:

Alquimia Contemporânea

Ao conhecer Vera Martins você percebe que ela não se revela por inteiro, mas se constrói aos poucos. É necessário um tempo para se chegar à inteireza da artista.

Para melhor compreender a artista e sua obra, a Fundação Stickel colaborou com o Projeto Contrapartida de Vera, e agora oferece, nesta publicação, as ferramentas necessárias para se entender sua trajetória.

Vera trabalhou em várias frentes. Sua trajetória é interessantíssima e recentemente incluiu uma forma de “atletismo artístico”, o pleno uso do vigor físico na fatura artística… Vera, porém, não descuida de aspectos espirituais e místicos – pois, ao final das contas, onde está a alma da obra de arte? Essa talvez seja a pergunta principal que se coloca em seu trabalho.

Alquimistas (ainda os há hoje… ) e artistas plásticos trabalham de maneira similar, trancados em seus estúdios e laboratórios, destilando bem guardadas sabedorias, muitas vezes mantendo seu trabalho propositalmente escondido do mundo.

O curioso na Vera é que o resultado de seu trabalho caminha no sentido oposto ao dos alquimistas tradicionais, que agregavam em seu cadinho substâncias exóticas e preciosas, para delas depurar conhecimento, sabedoria e poder.

Vera, na solidão do estúdio, tomou um caminho avesso para obter a pedra filosofal.
Seu objetivo? Chegar ao elemento primordial da pintura, isolar e capturar sua alma, sua essência, despindo-se no processo de todas as substâncias, excessos e acessórios, físicos e mentais. Um caminho difícil e tortuoso, que se revela claro e luminoso ao final .

Quanto mais Vera Martins desconstrói sua obra, mais ela própria se constrói.

Fernando Stickel
Outubro de 2011

é isso, por fernando stickel [ 15:09 ]

novo exaustor

exanovo
A Saga do Exaustor Capítulo XIII

Hoje trocaram o exaustor, aquele que deu início ao problema há cerca de seis meses atrás na Sociedade Hípica Paulista.
Na aparência o novo exaustor é quase idêntico ao anterior, retiraram também uma imensa tubulação, vamos ver se resolve o problema do ruido…

Acompanhe todos os capítulos da novela clicando aqui.

é isso, por fernando stickel [ 9:59 ]

amor e paz

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Em paz o cidadão jogado na calçada parece estar, seja pela bebida, pelo sono ou ambos, já com amor…
A cena é de ontem, na Al. dos Arapanés em Moema.

é isso, por fernando stickel [ 11:15 ]

ernesto bonato

rian
O Edifício Rian na Liberdade, centro de São Paulo, de leve inspiração “art-deco”, fica a um quarteirão do Forum João Mendes. Localizado na R. da Glória 279, sítio altamente improvável (segundo minha bússola…) para uma galeria de arte.
Fui atraido por este endereço porque lá abriu no último sábado na Galeria Mezanino a primeira exposição de pinturas de Ernesto Bonato, na minha opinião excelentes!
Conversei com o artista e descobri que ele é um dos fundadores do Atelier Piratininga, ond é professor, e que foi aluno do mestre gravurista Evandro Carlos Jardim.

rian2
Ao entrar no prédio, a sensação de um bunker militar russo da Guerra Fria…


A exposição.

é isso, por fernando stickel [ 13:41 ]

bruno bischofberger

bischofberger
Em Maio 2007 fui à Suíça.
Na cidade de Basel o compromisso foi a inauguração da exposição de Magy Imoberdorf na Fundação Brasilea, e conversas sobre projetos conjuntos com Onorio Mansutti, diretor da Fundação.
Em Zurique uma reunião na UBS Optimus Foundation, para avaliar possibilidades de apoio ao trabalho da Fundação Stickel.
Aproveitei para visitar a famosa galeria Bruno Bischofberger

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Inauguração da exposição de Magy na Fundação Brasilea, da esq. para a direita, Magy, eu e Erica Banwart.

é isso, por fernando stickel [ 12:24 ]

jimmy csi

jimmy-csi
Que tipo de memória visual tem um cão? Será possível “ler” a memória de um cão, ou de qualquer outro animal?
Hoje de manhã, passeando com Jimmy Hendrix no Viveiro Manequinho Lopes totalmente deserto, em um domingo cinza, frio, sem ninguém por perto, fiquei pensando nisso, e a questão assumiu a forma de uma fantasia, um conto, uma história fantástica. Várias versões são possíveis:
Ficção científica
Eu sou abduzido por alienígenas, e a única testemunha é o Jimmy. Simultâneamente pilotos de aviões em procedimento de pouso no Aeroporto de Congonhas detectam forte anomalia magnética, suas bússolas ficam loucas por alguns segundos, o fato é reportado.
Um cientista na USP pesquisa a retenção de imagens em animais. Jimmy é encontrado vagando sozinho, seu dono desaparecido. As histórias se cruzam…
CSI
Eu sou assassinado silenciosamente com uma pancada na cabeça por um louco que se esconde no meio do mato, mais uma vez a única testemunha é o Jimmy. O cadáver não oferece nenhuma pista aos investigadores do crime. Simultâneamente a polícia de algum lugarejo distante no Canadá investiga um acidente mortal com um urso pardo, onde as únicas testemunhas são o urso e o cão da vítima. Um zoólogo/veterinário que vem investigando a memória de animais se associa a um pesquisador em bio-engenharia para tentar “ver” o que o cão da vítima viu. Novamente as histórias se cruzam…
A história se transformará em um filme, dirigido naturalmente por David Lynch. A câmera passeará ao nível do chão, investigando em “Close-up” os olhos, ouvidos e narinas da testemunha, entrando a seguir em seu cérebro e suas sinapses…

é isso, por fernando stickel [ 10:59 ]

sessenta e quatro!!!

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Hoje, 6 de Outubro, completo sessenta e quatro anos de idade, o número de hexagramas no I-Ching, um número até bonito para comemorar!
Sandra & Jimmy alegraram o meu dia, assim como inúmeros telefonemas, mensagens, Facebook, e-mails, etc… Foi muito bom e estou muito feliz!
Obrigado a todos!!

By the way, comemorando seus 50 anos, um clássico dos Beatles…

When I’m 64
Songwriters: Paul Mccartney; John Lennon

When I get older, losing my hair, many years from now
Will you still be sending me a valentine, birthday greetings, bottle of wine?
If I’d been out ‘til quarter to three, would you lock the door?
Will you still need me, will you still feed me when I’m sixty-four?

You’ll be older too
Ah, and if you say the word, I could stay with you

I could be handy, mending a fuse when your lights have gone
You can knit a sweater by the fireside, Sunday mornings, go for a ride
Doing the garden, digging the weeds, who could ask for more?
Will you still need me, will you still feed me when I’m sixty-four?

Every summer we can rent a cottage
In the Isle of Wight if it’s not to, dear
We shall scrimp and save
Ah, grandchildren on your knee, Vera, Chuck and Dave

Send me a postcard, drop me a line stating point of view
Indicate precisely what you mean to say, yours sincerely wasting away
Give me your answer, fill in a form, mine forever more
Will you still need me, will you still feed me when I’m sixty-four?

é isso, por fernando stickel [ 23:26 ]

apartamento na r. rocha

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Em 1966, poucos meses antes de completar 18 anos, comecei a namorar a Alice. Nós não tínhamos, como todos os jovens daquela época, um lugar só nosso para namorar e relaxar.
Na casa dos meus pais ou dos sogros era impossível namorar, os tempos eram outros… o recurso eram as viagens ou o carro, nas famosas “corridas de submarino”.
Depois de algum tempo cansamos de namorar na rua e decidimos alugar um apartamento só nosso, encontramos uma kitinete para alugar na Rua Rocha, na Bela Vista (Bixiga), o prédio tinha muitas unidades por andar…

Pintei a porta de entrada de vermelho brilhante, como em Londres, instalei um carpete de sisal cinza claro e pintei as paredes de branco, ficou lindo! Compramos cama, mesa, cadeiras, fogãozinho, tudo funcionava e passávamos deliciosos fins-de-semana brincando de casinha, cozinhando macarrão. Eu levei materiais de desenho e ficava produzindo minhas artes, a Alice dedicava-se à leitura.
Apenas alguns amigos íntimos sabiam da existência do nosso “ninho” e algumas vezes emprestávamos o apartamento para os mais necessitados…

Casamos em Maio 1971, passamos a lua-de-mel foi em Londres, na volta fomos morar na casa dos meus sogros, José e Josephina. A casa era muito grande, um apartamento foi separado para nós, quarto, saleta e banheiro.

A convivência diária com meus sogros me ensinou muitas coisas sobre uma cultura bem diferente da casa dos meus pais, como sempre fui curioso fui aprendendo um pouco de árabe, pois o casal só conversava entre eles em árabe, curtindo muito a culinária libanesa, na qual D. Josephina era mestre, a maneira de receber convidados, as festas, etc… Eu era jovem e ingênuo, na minha maneira simples consegui me relacionar muito bem com meus sogros, gostava muito deles!

Morávamos já há algum tempo na casa da R. Martiniano de Carvalho 1049 quando Alice e eu tivemos em uma mesma noite o mesmo sonho. Foi algo inusitado, muito forte e significativo, pois a mensagem do sonho era claríssima: Saiam daí, comecem sua vida de casados na sua casa!

Poucas semanas após o aviso já havíamos mudado para o Edifício Hugo Eduardo, na R. Hans Nobiling, atrás do Clube Pinheiros.


Edifício Hugo Eduardo.

é isso, por fernando stickel [ 18:14 ]

da fiorella & stickel


Desenho de Dezembro 1989.
Lá no final dos anos 80 e começo dos 90 eu frequentava o delicioso restaurante de massas Da Fiorella, na Rua Bernardino de Campos no Brooklin Paulista.
A proprietária era minha amiga Mara Baldacci, e o restaurante era muito charmoso e decorado com centenas de desenhos, gravuras, vários deles de autoria dos amigos da casa.
A toalha da mesa era de papel, e invariavelmente eu desenhava alguma coisa.
A Mara acaba de me enviar imagens de alguns destes desenhos, que adorei rever!!
Obrigado Mara!!

fiorella-2
Desenho de 1993.

é isso, por fernando stickel [ 10:01 ]

livro escola viva

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Exatamente há dez anos atrás, no sábado, 14 Setembro 2002 houve na Escola Viva na Vila Olímpia a ‘Manhã Viva 2002’, evento que se propunha a trazer aos pais, alunos, ex-alunos e amigos, um pouco dos 30 anos de história da Escola Viva.
Houve exposição, feira de livros, oficinas, contação de histórias, música e teatro.

Houve também o lançamento do livro “Escola Viva”, com texto de Antonio Prata (ex-aluno); fotos de Jade Stickel (mãe de aluno); ilustração de Fernando Stickel (pai de aluno); editado pela DBA do Alexandre Dórea Ribeiro (pai de aluna).

O livro sofreu um processo meio complicado para ficar pronto, no início eu fiz uma diagramação básica e um boneco, depois me encomendaram uma ilustração, e acabei fazendo uma aquarela, ao final a programação visual ficou por conta da Rex Design, e a minha ilustração entrou no livro como uma espécie de anexo.
O resultado final é excelente, o texto do Antonio Prata é delicioso e hilário, o livro é colorido, cheio de imagens, gostoso de folhear.

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De quebra veio a foto da minha filha Fernanda, na época em que frequentou a escola. Todos os meus três filhos são “crias” da Escola Viva.

é isso, por fernando stickel [ 17:53 ]

vila olímpia e diógenes moura

vol
Lancei meu livro de fotografias “Vila Olímpia” em 20 Maio 2006, simultâneamente à inauguração da exposição de mesmo nome, com curadoria de Diógenes Moura, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
O livro, editado pela Editora Terceiro Nome, contou com o texto de Diógenes, a seguir:

Ruas como telas
Diógenes Moura
Curador de Fotografia
Pinacoteca do Estado de São Paulo

Numa imagem assinalada por uma geometria simples, um recorte negro interrompe o olhar para quase criar um terceiro plano na medida em que uma esfera de vidro propõe ao espectador descobrir: que tubo azulado é aquele que ali está? O que se passa por trás desse primeiro plano? Quais as referências dessa quase-abstração? O que se esconde num anúncio cujo ponto de fuga é quase um segredo? A resposta está, ou estava, num bairro paulistano sem muita personalidade chamado Vila Olímpia. Está na série que o fotógrafo e artista plástico Fernando Stickel vem descobrindo nas ruas e recantos daquele mesmo bairro desde 2003. Estava porque a cidade, seu corpo, seus músculos, adormece com uma cor e no dia seguinte sua vida cotidiana já lhe trocou as roupas, as dores, os sons, o gozo, os dias, as noites, as palavras. A fotografia não estará mais ali. O recorte, o recanto, o tombo daquela “outra” imagem, será parte do passado.

Ao contrário da “destruição” visual imposta pelos grafites – com sua ira de torcida de futebol organizada -, onde qualquer superfície limpa é afeto para ser imediatamente poluída (costuma-se falar que é a arte dos sem vozes), as imagens de Stickel praticamente nos remete a uma cidade perfeita. Límpida, o que São Paulo não consegue ser; harmonizada em suas cores, muito menos; deliciosa de olhar em seu devaneio geométrico, tampouco. Stickel criou uma série em muitos momentos com uma apuradíssima fatura pictórica, o que leva sua fotografia para a ponta de um bisturi que perscruta os devaneios da própria cidade. São imagens do que seria ideal, produzidas em fases que se completam dentro da simplicidade de detalhes comuns, imperceptíveis a olho nu: um corte de luz solar por trás de um tonel cria um drama onde se pode escutar barulho em volta; uma lanterna interrompendo novamente o negro de um muro qualquer se transforma num minuto de silêncio japonês; uma pin-up fragmentada entre luz e sombra, com seu corpo americanizado, é capaz de interromper o passo, para ser notada: aquela mulher transforma-se em transeunte, pulsa, vive com seus poros de plástico.
A cidade de Stickel tem seu mapa geográfico situado entre imagem e palavra, raciocínio e construção. Um filme, uma sessão particular: penumbra, urbis e tempo, que, em sua explosão luminosa, ultrapassa a expectativa do dia-a-dia e imprime São Paulo como metáfora e memória.

olhar-que-vê
O livro tem também um texto escrito por mim, a seguir:

olhar que vê
Fernando Stickel

Diz a lenda que Ezra Pound, próximo de seus últimos dias e após ter permanecido em absoluto silêncio durante anos, ao ser procurado para uma entrevista e permanecer mais uma vez em profundo mutismo, concordou, após muita insistência do entrevistador em proferir uma única palavra, que considerasse significativa como mensagem:
CURIOSITY

Sempre gostei de fotografar e o faço desde cedo: comecei na adolescência, com uma câmera 6 x 6, que ganhei do meu avô Arthur; em seguida passei a usar uma Pentax Spotmatic 35 mm e depois várias outras ao longo dos anos. Quando conheci o trabalho de Diane Arbus e de Lee Friedlander (só para citar dois mestres), no início dos anos 1970, tive uma certeza: aí tem coisa!

Desenho, pinto, faço colagens, fotografo e escrevo desde pequeno, e meu principal instrumento de trabalho é o olhar – o olhar que foi sendo treinado para descobrir coisas bonitas, excitantes, nos lugares mais banais e à primeira vista desinteressantes; o olhar curioso, que de tanto observar, e observar cada vez com mais paixão e critério, me permitiu desenvolver uma ferramenta poderosa: o olhar que vê, fundamental para descobrir o que não se mostra à primeira vista e sem o qual não existe expressão artística.

Adicione-se a esse “olhar que vê” a minha obsessão em caminhar pela Vila Olímpia, bairro onde moro e trabalho há vinte anos. Quando me mudei para lá, esse bairro de São Paulo, delimitado pelas avenidas Santo Amaro, dos Bandeirantes, Marginal Pinheiros e Juscelino Kubitschek, sofria freqüentemente com as enchentes provocadas pelos córregos Uberaba e Uberabinha, hoje canalizados, e passava por um processo de transformação intenso, no qual suas velhas chácaras davam lugar a prédios sofisticados e a faculdades, e as pequenas indústrias e oficinas que ocupavam sua parte mais baixa se transformavam em mega casas de shows e eventos. A transformação rápida e intensa deu lugar a tudo, da modernidade à decadência, da imundície à sofisticação.

No início de 2003, com uma câmera digital Sony DSC-F717, iniciei um trabalho constante, pesquisando inúmeras maneiras de fotografar e diversos temas. A versatilidade da câmera, a lente “zoom-zeiss” e a possibilidade de ver o resultado instantaneamente transformaram esse período meio caótico, de aprendizado, em uma riquíssima introdução do meu “olhar que vê” no universo da fotografia digital.

Pouco depois, no início de 2004, comecei a caminhar pela Vila Olímpia com a câmera na mão, com a intenção de fotografar os edifícios comerciais recém-construídos na parte “nobre” do bairro, mas acabei mergulhando justamente nas áreas mais antigas e degradadas, nos detalhes, ruas, calçadas, muros, tapumes, casas, portões, beirais e janelas, e os resultados me deixaram excitado e gratificado, pois meu olhar havia encontrado um foco extremamente claro e fértil.

Desde então, nos fins de semana, por volta das onze horas, de preferência com sol alto e céu azul, saio andando. Minhas caminhadas duram entre uma e duas horas; cada dia faço um roteiro diferente, e é interessante como, mesmo passando várias vezes por um mesmo lugar ou determinada rua, sempre acabo descobrindo algo novo. Ao voltar para casa descarrego as fotos no meu Macintosh, seleciono as melhores, trato-as minimamente no Photoshop, as arquivo. E, agora reúno uma seleção delas neste livro.

Uma particularidade interessante deste trabalho são as conversas que acabo tendo com algum morador mais curioso ou ressabiado, ou com as crianças, que são bem mais acessíveis e pedem para ser fotografadas, ou até, como aconteceu uma vez, com a moradora de uma casa humilde que eu fotografava e que veio me perguntar se eu a estava observando pensando em seqüestrá-la!

bruno3
Meu amigo Bruno Mortara também escreveu:

A fotografia de Fernando Stickel

“Qualidade, luz, cor, profundidade, que estão aí diante de nós, aí só estão porque despertam um eco em nosso corpo, porque este lhes faz acolhida.” (Maurice Merleau-Ponty em O olho e o espírito, 1960)

O plano do devir que nos atinge é repercutido no corpo e pelo corpo do artista. Seu corpo funciona como uma janela nervosa indo de um lado ao outro, de cima a baixo, girando a cabeça, inclinando-se. A intersecção do plano da vida com o plano do olhar é o resultado do trabalho do artista.

Fernando Stickel nos apresenta suas imagens: resultado da conjunção do trabalho do músculo do olho, da consciência, da inconsciência e da imaginação, que selecionam o que ver, e do trabalho do músculo do dedo indicador direito, que decide o momento certo a ser selecionado – em detrimento de todos os outros. É nessa escolha que seu ser se funde nas imagens captadas. As imagens revelam muito daquele que seleciona e compõe, brinca e pinta recriando seu próprio mundo. É por isso que ao ver suas fotos sentimos alegria e curiosidade. Sentimos o olhar-criança do artista adulto-que-pensa-a-vida.

As imagens sentidas-escolhidas por Fernando Stickel fazem lembrar aquilo que Merleau-Ponty disse sobre a percepção: a seleção de alguns fragmentos do fluxo de fenómenos que nos atingem é já parte da obra do artista, seu visar. Sua sensibilidade, através de seu visar, seleciona ver isso e não aquilo, a todo momento. Isso reduz o fluxo de sensações a recortes particularizados da realidade – o mundo do artista. Ao clicar um fragmento desse seu mundo, Fernando Stickel nos revela aspectos das coisas que já estavam lá e não seriam percebidos sem o visar do artista. Essa revelação, resultado do processo de criação, é o que o artista tem de mais precioso e nos mostra sua maneira única de penetrar nos mistérios daquilo que aparentemente está visível para todos mas só alguns são capazes de perceber.

Com atitude provocadora, o artista foge da visão clássica de mundo – como cosmo, ordem ou totalidade. A partir de seu corpo, mergulhado no mundo, Fernando Stickel garimpa nos fragmentos da realidade o fio condutor para expressar suas percepções, emoções e valores.

Bruno Mortara

é isso, por fernando stickel [ 23:08 ]