Em 1600, Giordano Bruno foi condenado à fogueira pela Inquisição porque acreditava que a terra se movia em torno do seu eixo e em torno do sol. Trinta e três anos depois, Galileu Galilei só não teve o mesmo destino porque renunciou à sua convicção científica.
A dificuldade em confirmar a rotação da terra reside no fato de que se trata de uma rotação muito lenta (0,0007 rotações por minuto).
Em 1851, o astrônomo francês Jean Bernard Léon Foucault (1819-1868) realizou uma bela e simples experiência capaz de demonstrar a rotação da terra. Com uma corda de 67 metros, fixa no teto do Panthéon de Paris, ele suspendeu uma esfera de 28 kg e imprimiu-lhe um movimento pendular.
A princípio, a expectativa era que o pêndulo oscilasse em um movimento retilíneo em um único plano vertical. No entanto, o que foi observado é que a oscilação do pêndulo parecia girar com o tempo, mudando sua direção em relação a esse plano considerado.
Quando o pêndulo é colocado em movimento, pelas Leis de Newton, sua oscilação depende somente da força gravitacional, da tração do fio e da resistência do ar, que faz diminuir a amplitude das oscilações com o passar do tempo. Nenhuma outra força age para explicar a mudança de direção da oscilação do pêndulo. Em Paris, a rotação é medida em cerca de 10° por hora, no sentido horário.
Mas, se não há nenhuma força atuando no pêndulo para que mude a direção da oscilação, por que o pêndulo gira? Na verdade, o pêndulo não gira. É o plano contido pela Terra que está girando! O plano de oscilação do pêndulo permanece constante. Nós, os observadores, temos a impressão de que o pêndulo gira, por que estamos “presos” à Terra.
O experimento de Foucault consiste em uma das maneiras mais simples e elegantes de se provar a rotação da Terra, que até hoje é admirada por sua simplicidade na forma de integração entre o ser humano e a natureza, sendo considerada por muitos físicos como um dos dez mais belos experimentos científicos.
Em janeiro 2010 levei meu filho Arthur para conhecer Paris, fomos ao Panthéon e, frustração! O pêndulo estava fechado para reforma!
Desta vez voltei lá e pude ver a maravilha em ação. Me surpreendeu a lentidão do movimento de oscilação, veja:
2 comentários
Vinicius
abril 26th, 2017 at 19:51
Oi Fernando, tudo bem?
estou estudando várias mudanças na física , principalmente algumas que interferem diretamente na teoria do funcionamento do pendulo e acabei encontrando sua página.
Apenas um detalhe , ele não se move sozinho como o Sr. descreve… na verdade existe um componente magnético em toda a base para que ele continue se movendo por tempo indeterminado, caso contrário ele se move por pouco tempo e para.
Inclusive a explicação da gravidade neste caso é um tanto estranho, visto que a gravidade ainda é uma teoria e além de teoria em breve ganhará uma nova versão para servir ao campo quântico da física que inicia novas teorias a fim de mudar completamente tudo o que conhecemos sobre a física “clássica/antiga”.
Se o Sr. puder , dê uma lida nestes 3 links e caso seja do seu interesse se puder compartilhar alguma informação, idéia, seu ponto de vista a respeito, ficarei grato… estou pesquisando tantas coisas sozinho que por fim ajuda muito alguém para debater e compartilhar estas pesquisas.
Sobre o pendulo:
http://www.sacred-texts.com/earth/za/za39.htm
Sobre os novos parâmetros e as novas mudanças na física:
http://vixra.org/pdf/1603.0389v2.pdf
http://cds.cern.ch/record/553293/files/0205065.pdf
http://flex.flinders.edu.au/file/d5826174-b2b9-41f7-b9c2-4657d405caa6/1/DavidRothallPhD.pdf
Abraços
fernando stickel
abril 27th, 2017 at 9:28
Vinicius, obrigado pelos teus esclarecimentos, espero que visitantes gabaritados como você possam se aproveitar deles, não é o meu caso!
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