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liquitex

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Título: Hippodroma
Técnica: Acrílica (Liquitex) sobre Duratex
Dimensões: 80 x 80 cm.
Data: Setembro 1969

Um belo dia, em 1969, a informação correu como fogo em rastilho de pólvora: Chegou Liquitex na Casa do Artista!

Localizada na R. Major Sertório, no centro de São Paulo, a loja era a Meca dos artistas e lá fui eu comprar a tinta, facílima de usar pois era solúvel em água.

A primeira tinta acrílica surgiu nos E.U.A. em 1947 com o nome Magna, solúvel em aguarrás. Muito mais prática e fácil de usar, a Liquitex foi inventada em 1955 também nos E.U.A. e teve seu uso no Brasil disseminado graças a alguns artistas que começaram a usar intensamente Liquitex no final dos anos 60, como Aldemir Martins, Wesley Duke Lee e Luis Paulo Baravelli.

A Casa do Artista surgiu no início dos anos 60, especializada em materiais de desenho para engenharia e arquitetura, mas com o crescente uso da tinta acrílica, a Liquitex e os materiais para pintura entraram com força.

Comprei as tintas, encomendei algumas pranchas e iniciei minhas primeiras pinturas. Dei fundo, lixei, dei fundo branco novamente, marquei o desenho a lápis, coloquei a máscara de Durex e mandei bala na deliciosa tinta.
O cheiro ficou gravado até hoje, é único. O momento de retirar a máscara é mágico, você fica torcendo para que a tinta não tenha vazado. Pronto! Ficou lindo!

Enviei no mesmo ano o trabalho para a exposição coletiva III Jovem Arte Contemporânea no MAC-USP, e foi recusado pelo júri.

A pintura sobreviveu bem, está um pouco suja e riscada, afinal já são 51 anos, mas as cores estão vivas, aguentou muito bem!

Obrigado Caetano Ferrari pelas informações!

é isso, por fernando stickel [ 7:00 ]

4 comentários

Stela

julho 4th, 2003 at 6:11

Putz, bem legal vc curtir tanto assim seus trabalhos a ponto de lembrar da emoção da retirada da máscara e do cheiro da tinta. Ri muito pq a maior ansiedade mesmo é quando a gente “vai ver no que deu”, como se fosse abrir um presente sem saber o conteúdo da caixa. Acontece exatamente assim comigo também, é bem por aí mesmo, Fernando.

Eduardo Marquetti

julho 4th, 2003 at 8:11

“pra entender um trabalho tão moderno é preciso ler o segundo caderno calcular o produto bruto interno multiplicar pelo valor das contas de água luz e telefone rodopiando na fúria do ciclone reinvento o céu e o inferno ” (Zeca Baleiro e Ze Ramalho) – Bienal.Talvez tenha tudo haver :)Abraço!

Garota Marota

julho 4th, 2003 at 13:49

uau… gostei! gostei muito! parabéns, imagino como está seus trabalhos agora!

de pessoas e suas influências — aqui tem coisa

agosto 11th, 2020 at 10:45

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