Erico João Siriuba Stickel 1920 – 2004
Meu pai viajou. Descansou. 84 anos bem vividos, precisa mais?
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26 de dezembro de 2004
faleceu meu pai
é isso, por fernando stickel [ 23:31 ]
23 de dezembro de 2004
lama michel rinpoche
Ontem à noite minha prima Bel Cesar foi visitar o meu pai no Hospital Osvaldo Cruz acompanhada do filho, o Lama Michel Rinpoche.
Com 12 anos de idade o Michel deixou a família e foi estudar budismo tibetano na Índia, se transformando em um monge budista, aos 23 anos de idade.
A visita foi muito boa, calma, Lama Michel fez uma longa oração pedindo abertura de caminhos para a alma do meu pai se elevar, e atravessar o “bardo” mais tranquilamente.
Bardo é a fronteira entre a vida e a morte, que é descrita com minúcias no budismo.
Após a oração conversamos e esclarecemos dúvidas, foi um belo gesto. Obrigado!
é isso, por fernando stickel [ 10:53 ]
21 de dezembro de 2004
fortaleza
Meu pai resiste.
Não deveria, mas resiste, estamos entrando no quinto dia de hospital, a sedação aumenta, e ele lá. Firme, não sei nem como.
é isso, por fernando stickel [ 20:37 ]
17 de dezembro de 2004
erico stickel
Na foto do meu filho Antonio, minha irmã Sylvia, meu pai, minha mãe e minha filha Fernanda.
Na quinta-feira 16 Dezembro a família estava reunida ao final da tarde ao lado do meu pai, que sofria muito com as consequências do cancer de pancreas, com dificuldade de se alimentar e mesmo de beber água. Várias semanas antes ele havia decidido que ficaria em casa até o último momento, a partir daí seria sedado e levado ao hospital.
Mesmo sem muita clareza, meu pai comunicou que não aguentava mais, e queria ser sedado.
Por volta das 22 horas, com minha mãe ao seu lado, meu irmão Neco e meu filho Antonio, ele tomou, em silêncio, os remédios que encerraram seu sofrimento. Na manhã seguinte a ambulância o levou para o Hospital Osvaldo Cruz.
é isso, por fernando stickel [ 9:25 ]
15 de novembro de 2004
meu pai teve alta
Depois de 12 dias no hospital meu pai Erico finalmente teve alta hoje na hora do almoço.
Levei-o para casa, deixei meu pai alegremente instalado em sua poltrona favorita e fui ao clube andar um pouco. Fiz meus alongamentos e fiquei largado numa espreguiçadeira, olhando as idas e vindas de uma família de Quero-quero.
Saio deste episódio um pouco abalado, muito cansado e com a certeza de ter feito pelo meu pai tudo que foi possível. A natureza, a medicina, o amor da minha mãe, o apoio de toda a família e dos amigos foram os ingredientes desta recuperação.
é isso, por fernando stickel [ 15:00 ]
10 de novembro de 2004
uma semana no hospital
Meu pai completa uma semana no hospital, pequena melhora, cansaço imenso, monocanal, esquecimento, sono profundo, sonhei que o Wesley tinha um estúdio underground, embaixo de uma chácara de plantas da Olinda, na Vila Olímpia, lá pelas tantas ele apareceu conversando com a voz do Marlon Brando em The Godfather, rouca e quase inaudível. Ainda bem que choveu.
PS: Obrigado a todos que deixaram aqui seu carinho e cuidado, estou sem forças para responder individualmente.
é isso, por fernando stickel [ 22:36 ]
7 de novembro de 2004
conversa com arthur
Conversa com o meu filho Arthur de 9 anos no carro, a caminho do Hospital Osvaldo Cruz para visitar meu pai Erico, internado desde quarta-feira:
-Papi, o que é que o Vovô tem?
-Um tumor no pâncreas.
-Onde é isso?
-É um órgão que fica mais ou menos embaixo do estômago, no começo do intestino.
-Ele pode morrer disso?
-Pode, mas ninguém sabe quando.? (um longo silêncio)
-Papi, (chorando) estou muito triste que o vovô vai morrer.
-Não chora, Arthur, estamos todos tristes, a gente tem que ser forte e chegar lá legal, para dar um beijo no Vovô, dar uma força pra Vovó. Estamos torcendo pra ele sair do hospital logo.
-É, mas eu estou muito triste. (continua chorando…)
-Arthur, (chegando no hospital, eu também quase chorando) deixa eu te explicar uma coisa, o Vovô não consegue comer pela boca, então colocaram uma sonda nele (explico o que é a sonda) para ele poder se alimentar e ficar mais forte.
-Mas ele sente o gosto?
-Não, a comida, que é uma papinha líquida vai direto para o intestino.
-Mas ele fica com fome?
-Não, e ele não tem dor nenhuma, porque os médicos estão tratando muito bem dele. Chegando ao quarto, meu pai dorme de boca aberta na cadeira. Arthur cumprimenta a tia e recomeça a chorar, deita no colo da avó, conversam um pouco, ele se acalma, daqui a pouco o avô acorda, Arthur dá um beijo no avô, conversam, e todo mundo assiste um programa de tubarões no National Geographic.
Na saída:
-Papi, eu quero vir visitar o Vovô todos os dias.
é isso, por fernando stickel [ 21:47 ]
3 de novembro de 2004
meu pai internado
Tristeza adicional no dia em que bush vence, meu pai Erico será internado logo mais.
é isso, por fernando stickel [ 17:30 ]
4 de maio de 2004
patek philippe
Domingo, acabo de chegar e vou com meu filho Arthur visitar meus pais. Levo algumas lembranças da viagem para eles, conversamos e em seguida ganho de presente do meu pai o Patek Philippe que foi do meu avô Arthur Stickel, comprado por ele, segundo consta, em 1912. Que lindo presente, obrigado, pai.
é isso, por fernando stickel [ 0:18 ]
31 de março de 2004
fotos do lançamento
Chegaram as fotos do lançamento do livro ‘Uma pequena biblioteca particular” do meu pai Erico Stickel na Livraria Cultura. A fotógrafa é a Tati Nolla.
Olha só a felicidade dele, merece cada milímetro, e no sábado completa 84 anos!!!
é isso, por fernando stickel [ 20:47 ]
30 de março de 2004
lançamento do livro
Completamente bêbado, feliz por ter contribuido para o maravilhoso evento que foi o lançamento do livro do meu pai Erico Stickel.
Raras oportunidades foram de tão alto astral como hoje, vi inclusive pessoas queridas que nao via há 15, 20, 30, 35 anos, precisa dizer mais?
Depois conto mais detalhes e adiciono fotos. Boa noite! Bom dia! (o português tá certo?! amanhã eu vejo melhor…)
é isso, por fernando stickel [ 1:30 ]
6 de janeiro de 2004
57 anos de casamento
Hoje é o aniversário de 57 anos de casamento dos meus pais. Uma verdadeira bênção!
é isso, por fernando stickel [ 18:54 ]
4 de janeiro de 2004
meus pais
Meus pais, Martha Diederichsen Stickel, e Erico João Siriuba Stickel em Itacaré, Bahia.