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Posts tagueados ‘erico stickel’

fundação e bandalheira

sé
Esta é a visão da Sala do Curador, sobre o centro da minha amada cidade de São Paulo.

Estive ontem no 15º andar do Forum João Mendes conversando com o Curador das Fundações do Estado de São Paulo, Dr. Airton Grazzioli, profissional sério, competente e engajado, que conheço e admiro há vários anos.

Na capacidade de Diretor Presidente da Fundação Stickel, procurei esclarecer com ele alguns pontos sobre os quais tinha dúvidas, a conversa foi excelente, a troca de experiências é necessária pois as coisas mudam rapidamente, e assim também algumas doutrinas aplicáveis às Fundações. Recebi também de suas mãos o ATESTADO DE REGULARIDADE E APROVAÇÃO DE CONTAS referente a 2013.

Me qualifiquei ao cargo que ocupo assumindo corajosamente perante minha família o compromisso de ressuscitar a Fundação de um sono profundo de 30 anos. Este marco inicial de militancia no Terceiro Setor deu-se em 2004, poucos meses antes do falecimento de meu pai e instituidor da Fundação, Erico João Siriuba Stickel.

Ao longo dos últimos onze anos batendo a cabeça, enfrentando burrocracias inacreditáveis e as naturais dificuldades de qualquer empreendedor neste país, fui me capacitando e me especializando no Terceiro Setor, através de um MBA em Gestão e Empreendedorismo Social, no qual me graduei em 2009 e inúmeros outros cursos, seminários e congressos, tanto no Brasil como no exterior.

Aprendizado árduo, lento, trabalhoso em um ramo que grande parte da sociedade ainda olha com desconfiança, principalmente depois do desserviço prestado pelas bandallheiras em ONGs, o que acabou por gerar a gigantesca crise de confiança de 2007/2008, quando toda e qualquer instituição do Terceiro Setor foi jogada no mesmo balaio das ONGs corruptas.

E por que faço esta pequena retrospectiva?

Pela revolta e indignação que sinto a cada 24 horas, bombardeados que somos pelas notícias de roubos, corrupção, denúncias de safadezas inimagináveis envolvendo exatamente as pessoas que deveriam dar o exemplo para o país.
É difícil fazer a coisa certa, prestar contas, procurar caminhos, tentar obter melhores resultados, e, simultaneamente, conviver com o apodrecimento moral de um país com a dimensão do Brasil.
Ainda assim vamos em frente, mantendo o foco!

é isso, por fernando stickel [ 18:55 ]

erico está leve!

tjsp
Meu pai Erico Stickel (1920-2004), confortavelmente instalado em uma nuvem de esquina, deve estar se sentindo leve e vingado…

Sim, porque ontem no Tribunal de Justiça de São Paulo foi proferido, após mais de 20 anos, o voto que praticamente encerra processo injusto que ele e toda a família sofreu.

Depois eu conto mais, por ora basta este desagravo…

é isso, por fernando stickel [ 16:10 ]

fotos antigas

Minha mãe continua a desencavar umas fotos…
ernesto & martha
Meu avô Ernesto Diederichsen (1877-1949), com sua caçula Martha, minha mãe. Atrás, lendo, meu primo Luiz Diederichsen Villares (Luisinho).

martha & erico
Minha mãe Martha e meu pai Erico, namorando em Campos do Jordão.
Quando casaram em 1946, meu pai já era careca aos 26 anos, nesta foto ele deve ter algo como 24 e minha mãe 17.

é isso, por fernando stickel [ 15:30 ]

mondialino 50cc

Olha só que descoberta fantástica do meu amigo Pituco, enviada por WhatsApp!
Ele estava ajudando o Pedrinho Latorre a organizar coisas da famosa loja de motocicletas Latorre quando tropeçou no registro da compra da Mondialino 50cc no exato dia do meu aniversário de 17 anos, 6 Outubro 1965!!!

pituco

mondialino1
Em 1964, aos dezesseis anos de idade, de tanto insistir e encher o saco dos meus pais, acabei ganhando uma Leonette 50cc, com duas marchas, na mão.

No dia 6 de Outubro de 1965, dia do meu aniversário de 17 anos, um pouco antes da hora do almoço, meu pai pede para que eu entre no carro, o motorista começa a dirigir em direção à cidade, sem falar nada… vamos nos aproximando da Al. Barão de Limeira, e começo a sentir um friozinho na barriga, pois naquela região ficavam na época as principais lojas de motocicletas, Latorre, Edgar Soares, etc…
Paramos no Latorre, descemos, e meu pai me pergunta qual moto eu gosto mais…
Explodindo de alegria eu examino os modelos Mondial 50cc, havia um de corrida, com o tanque bem comprido, e um outro, estilo “cross”, que achei mais adequado ao meu biotipo, digamos assim, forte…
Quatro marchas no pé, a máquina era o sonho de qualquer moleque.
Meu pai fechou o negócio, e um mecânico da loja veio seguindo nosso carro no Mondialino zero km, azul claro metálico!!!
Que visão, que memória fantástica, meu pai que sempre foi durão comigo ganhou um milhão de pontos naquele dia.

Meu amigo Pituco me envia este catálogo da Brasimport, representante da Mondial:

brasimport

é isso, por fernando stickel [ 10:25 ]

maria elisa (lili) arens diederichsen

Minha avó materna, Maria Elisa (Lili) Arens Diederichsen (1883-1973) era uma mulher cheia de personalidade e vontades. A foto é na festa do meu noivado com Maria Alice Kalil em 1970, na casa do meu sogro José Kalil na R. Martiniano de Carvalho, bairro do Paraíso em São Paulo.

Após o falecimento do meu avô Ernesto Diederichsen em 1949 ela veio morar na nossa casa na R. dos Franceses na Bela Vista, convivi com ela até sair de casa para casar em 1971.

Vez por outra havia um arranca-rabo entre ela e meu pai Erico, no geral era uma convivência agradável.

é isso, por fernando stickel [ 15:17 ]

ex libris ejss

Acabo de ler a notícia de que foi publicado pela Imprensa Oficial o “Livro dos Ex-Libris”. Será que o do meu pai está lá?


Lá nos anos 70 criei um EX LIBRIS para o meu pai, identificando-o pelas iniciais de seu nome completo, Erico João Siriuba Stickel – EJSS
Imprimi em papel Vergé creme, uma novidade na época, e dei a ele de presente.
Ele o utilizou, marcando seus livros até falecer em 2004.

é isso, por fernando stickel [ 17:32 ]

abaporu de tarsila

aba
Eu convivi com o Abaporu durante mais de duas décadas! Leia a história aqui.

é isso, por fernando stickel [ 13:31 ]

fotos na lapinha

estrada

A Lapinha SPA em três momentos.

No primeiro momento nos anos 50-60 eu e meus irmãos perguntávamos aos meus pais Erico e Martha o que eles iam fazer naquele lugar distante, e eles nos contavam que iam lá tomar sucos, e ninguém entendia nada…
– Mas por que só sucos???!!!! (naquela época toda a dieta era baseada em sucos)
Aí eles explicavam que eram sucos exóticos de cenoura, beterraba, couve, para desintoxicação, limpeza, etc…

Nas décadas seguintes, regularmente uma vez por ano lá iam meus pais ao sul do país tomar os tais sucos. Progressivamente outros membros da família começaram a ir à Lapinha e comentar sobre suas maravilhas, eu só ouvindo as histórias, não muito interessado, desintoxicação nunca colou muito bem comigo, afinal naquela época eu queria mais era me intoxicar mesmo….

O segundo momento veio com um prêmio que minha mulher Sandra ganhou em 24 Novembro 2012, em um sorteio no Biathlon da Hípica Paulista: Uma semana no Lapinha SPA para um casal, com tudo pago, inclusive a passagem aérea!!!
Finalmente fomos lá conhecer o SPA. Cenário deslumbrante, dieta ovo-lacto-vegetariana, sem carne e muito gostosa, não se passa fome. Adoramos a estadia e eu aproveitei para fotografar bastante, principalmente nos passeios matinais.

O terceiro momento foi o convite que recebi do diretor Dieter Brehpol para expor as fotos, algo que se concretizará no próximo fim-de-semana.

LAPINHA – Fotos de Fernando Stickel
Sábado, 18 Janeiro 2014 às 16:00h
Estrada Lapa-Campo do Tenente, km 16 Lapa PR Tel 41 3662-1044

Criei um album no Flickr, veja aqui.


O casal proprietário do Lapinha SPA, Margareth e Dieter, ao centro da foto, conversa com os visitantes da exposição.

é isso, por fernando stickel [ 17:48 ]

aracy arens (1905-2013)

aracy
Aracy Arens (1905-2013), 108 anos de idade, iniciou hoje sua última viagem. Ela era filha do meu tio-avô Fernando Arens Jr. (1880-1942)
Prima irmã da minha mãe Martha, Aracy era um fenômeno.
Nesta foto de 2005, exatos oito anos atrás, Aracy (à esq.) e Joanninha visitam uma das exposições que a Fundação Stickel promoveu no “Espaço Fundação Stickel” na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia.
Aracy recebia os convites da Fundação e imediatamente me ligava, o diálogo que se seguia era mais ou menos assim:
-Fernando! (com voz forte, clara, bem articulada)
– Oi Aracy!
– Como você sabe que sou eu?!
– Porque sua voz é inconfundível!
– Ah, sei… Olha, recebi seu convite, estarei lá!
– Com o maior prazer Aracy!
E, de fato, no dia da vernissage lá estava ela, com mais de 100 anos de idade, interessada, curiosa, falante.
Que sua energia e vivacidade sirvam de exemplo para a família e os amigos, faça boa viagem Aracy!

aracy 2
Nesta foto, à esquerda minha tia Leonor Diederichsen Villares (1906-2006) e Aracy, em um almoço de comemoração do aniversário de meu pai, Erico Stickel (1920-2004), em 3 Abril de 2004.

é isso, por fernando stickel [ 22:42 ]

fiação indiana

indiana
Recebi este simpático e-mail do Danilo Correa:

“Caro Sr.Fernando Stickel, pesquisando sobre a história da Fiação Indiana, me deparei com a incrível história da sua família. Seu avô Ernesto Diederichsen, e a bela história de um empresário de sucesso.
Lhe explicarei porque fiz essa pesquisa, tive um bisavô “postiço”, pai da minha madrinha, o Sr. José de Marco. Um funcionário de seu avô, que ingressou na Fiação Indiana nos anos 20, saindo somente nos anos 60, ao se aposentar (o irmão, chamado Leonardo de Marco também trabalhou na Indiana). Tive contato com ele muito pequeno, pois ele faleceu em 1987, quando eu tinha quase 4 anos, mas me recordo de alguma de suas histórias.
Minha madrinha lembra de mais história, principalmente dos piqueniques e das festas de Natal, realizadas na Indiana. Meu ” bisavô ”  era mestre rings. Ele falava de um Sr. chamado Pfeifer, um suíço. Minha madrinha tem um grande acervo do pai dela, sua vida toda na Indiana. Ele vinha da Mooca para trabalhar  na Indiana. Ela sabe de muitas histórias (incluindo as que te contei) , além de ter algumas fotos, tanto internas, quanto da fachada da fiação, o diploma original dele como técnico têxtil de 1933, réguas de cálculo, fórmulas de cálculo de tipos de fios, fotos de confraternizações da diretoria, a carteira de trabalho, carteiras de saúde, fotos do time de futebol da Indiana e uma carteirinha de um clube de funcionários da Indiana, espero um retorno, e já é um grande prazer conhecer o Sr., mesmo que virtualmente
Lhe mando em anexo a folha da carteira de trabalho com a entrada e a saída dele da Indiana.”

Pois é, a memória das coisas que se vão… Como é difícil resgatar o passado em um país que não o valoriza. Por sorte às vezes lgum tipo de informação cai nas nossas mãos, como é o caso deste e-mail.
Obrigado Danilo, mande mais fotos!

é isso, por fernando stickel [ 16:01 ]

abaporu, telmo martino e nyc

telmo
Com sua acidez e humor característicos, o jornalista Telmo Martino (1931-2013) noticiou em sua coluna social do Jornal da Tarde de 31/8/84 minha viagem a New York em setembro de 1984.

“Abaporu Foundation” é uma brincadeira com o fato de meu pai, Erico Stickel, ter vendido na época o ABAPORU, famosa tela de Tarsila do Amaral, tido como a estrela do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires – MALBA, e distribuido metade do valor da venda entre os filhos.
Eu que estava esperando o resultado da bolsa CAPES – FULBRIGHT de estudos para me aperfeiçoar em Artes nos E.U.A. peguei o dinheiro e me mandei para New York para um ano sabático, foi o dinheiro mais bem gasto!

Em 2005 visitei em Buenos Aires um velho conhecido no MALBA… Meu pai comprou o quadro do Bardi na Galeria Mirante das Artes em 1968, eu convivi com esta tela por quase 20 anos…

é isso, por fernando stickel [ 8:41 ]

erico e mausi

Erico e Elisabeth crianças
Meu pai, Erico Stickel, e minha tia Elisabeth (Mausi).
A foto é de 1925, mais ou menos…

é isso, por fernando stickel [ 16:31 ]

etiquetas do erico


Meu pai, Erico Stickel, colecionava etiquetas de hotéis e navios, neste caderno ele colou algumas…

é isso, por fernando stickel [ 18:25 ]

campos do jordão


Campos do Jordão

Meu avô Ernesto Diederichsen (1878-1949), industrial e empresário e minha avó Maria Elisa Arens Diederichsen (Lili) chegaram à cidade serrana de Campos do Jordão SP em 1936. Encantados com o cenário alpino, adquiriram grandes áreas de terra na região.
Construiram em área de cerca de 100 alqueires denominada “Fazenda Toriba” a “Casa Grande” destinada ao veraneio da família, inaugurada em 1941. Na sequência, associados ao genro Luiz Dumont Villares construíram o Hotel Toriba, inaugurado em 1943.

Até o comecinho dos anos 70 as famílias Stickel, Diederichsen e Villares passavam as férias de Julho na Casa Grande. A casa era imensa, tinha três alas, duas no térreo (Stickel e Diederichsen), e uma no piso superior (Villares). O quarto da Vovó Lili (1883-1973), a dona da casa, ficava em um “corner” da ala Stickel. Havia ainda a casa da portaria, no andar superior da casa do caseiro, o que significava no total cerca de 16 quartos e perto de 50 pessoas na casa na alta temporada de Julho, pois vários quartos eram guarnecidos de dois beliches. Logo na entrada, sobre o gramado, ficava um lindo chorão, ao seu lado o telhadinho do sino, seu toque chamava para as refeições.
No total, a Fazenda Toriba englobava duas portarias (Toriba e Umuarama), dois chalés, a Casa Grande, duas ou três casas de colonos, a garagem do trator, a casa do Fritz, o administrador, a cocheira ao lado do lago e a horta, cuidada pelo “Joãozinho da Horta”, que também era um artista “naif”, pintava sobre madeira. Inúmeras construções auxiliares se espalhavam pela área, caixas d’água, estufas, barragens, captação de águas e casa de bombas, etc…
Os dois chalés eram ocupados, um pela família Lenz Cesar, e o outro alugado à família Van Langendonck. A portaria de Umuarama era tradicionalmente alugada para a família Oliveira.

As crianças se auto-definiam em grupos pelas idades como “pequenos, 8-9″, “médios, 10-11″ e “grandes, 13-14″, nesta escala um ou dois anos de diferença faziam a separação dos grupos. O grupo dos pequenos adorava fazer cabana dentro de casa, prendiam colchas e lençóis trazidos pelas mães com pregadores no espaldar das cadeiras, e se instalavam confortavelmente sobre almofadas.
Eu, meu amigo Klaus, meu primo Bernardo e a os irmãos mais velhos da família Oliveira, Mauricio, Marcelo e Marcos eram os “grandes”, e esta turminha não se cansava de aprontar, tendo certa feita se dedicado a quebrar TODOS os vidros da cocheira! Quando os pais souberam da façanha aplicaram uma das maiores broncas de que tenho memória, e vários castigos…

A rotina diária incluia sair a cavalo logo cedo, passeios os mais diversos, até a hora do almoço, depois do almoço trabalhar nas “estradinhas”, construção coletiva de estradas, grutas, pontes, escavadas em um barranco perto da Casa Grande, depois “zonear” no Hotel Toriba, onde os netos de Dona Lili, minha avó, podiam fazer tudo, inclusive assaltar a confeitaria…
Á noite, banho, pijama, “robe-de-chambre” e chinelos de lã com sola lisa de couro, que nos incentivava a derrapar no piso de cerâmica vermelha, em seguida jantar e jogos perto da lareira. Os mais safados costumavam assaltar a despensa, recheada de latas de biscoito e leite condensado. O acesso sempre trancado era driblado por uma passagem secreta através da lavanderia…

Vez por outra visitávamos o Ibaté, casa do meu tio Luiz Dumont Villares, e o programa era sempre nadar na piscina gelada e o escorregador de alumínio!
A Casa Grande tinha um único telefone, alojado em uma cabine anexa ao lavabo, as ligações muito difíceis eram através da telefonista. Do lado de fora, o pavilhão do ping-pong, construido em “logs”. Na entrada, do lado direito do portão principal ficava uma área coberta que abrigava uma dúzia de cavalos.

Durante as férias de Julho os pais chegavam de São Paulo às sextas-feiras, para grande alegria de todos, carregados de revistas, guloseimas, etc… Nas manhãs de sábado e domingo meu tio Ernesto montava as caixas de som nas janelas da sala, direcionadas para o páteo externo, e tocava música clássica, Dave Brubeck e outras preciosidades. Ficava todo mundo por ali curtindo o som, lendo, tomando um sol ou simplesmente ouvindo o vento nas árvores.

orestes
Vez por outra a Casa Grande recebia a visita de Frei Orestes Girardi, baixinho, magérrimo e corcunda, o Frei era uma importante liderança local, sempre batalhando pelos pobres. Talvez tenha sido o meu primeiro contato com o Terceiro Setor…

O cavalo Winnetou da Vovó Lili morreu ao escorregar em uma grota ao lado da Casa Grande, ao resgatar o corpo do animal descobriu-se uma fonte de água pura e cristalina, que a partir deste momento passou a ser chamada de Fonte Winnetou, na qual Vovó Lili bebia água todos os dias!
Inevitavelmente, a cada mês de Julho, era construida uma cabana no meio do mato. Todos participavam, e carregavam martelos, pregos, serrote, machadinhas, facões, etc… Óbviamente um ou outro era vítima de tantos objetos perfuro-cortantes, e as diligentes mães tinham que se desdobrar como enfermeiras, e levar alguém para a cidade dar pontos…

No lago haviam dois ou três caiaques de lona, e sempre que eu me aventurava por aquelas bandas acabava por cair no lago e voltava molhado e enlameado para casa. Aliás, água, chuva, lama e sapos faziam parte integrante das férias, sair pelado na chuva era o máximo!
As aventuras com cavalo eram inúmeras, e os tombos também, ao meu primeiro cavalo dei o nome de Ferraz, o segundo foi o Carbono, tinha esse nome por sua cor gafite azulado, lindo! Os mais velhos faziam excursões a cavalo que duravam dois ou três dias, dormíamos em sleeping bags debaixo de um céu estúpidamente estrelado!

Um dos passeios recorrentes era a visita ao Matadouro Municipal, na serra velha, era o fascínio do horror, da morte, do sangue, a língua de fora e os olhos vidrados. Mas o pior eram os cheiros, porque ao lado existia um curtume, e aí é que a sinfonia sensorial pegava pesado!
As excursões à Pedra do Baú envolviam logística mais sofisticada, às vezes voltávamos pelo Acampamento Paiol Grande e São Bento do Sapucaí. Quem tinha medo ia só até o Bauzinho…

O capítulo dos automóveis era sério…
Com cerca de 13 anos eu queria guiar de qualquer jeito, e meu pai me ensinou a guiar em uma Rural Wyllis, com câmbio no chão. Nesta fase ele permitia que eu guiasse dentro dos limites da fazenda, o que significava intermináveis idas e vindas em uma pequena estrada de terra de cerca de 2 km.
Eu dirigia tudo o que me caisse nas mãos, principalmente uma camionete Ford 1951 cinza, caindo aos pedaços, um trator vermelho Case dos anos 40, de rodinhas juntas na frente, e o carro da minha avó Lili, um Ford Tudor V8 1955 branco.
À noite, eu e meu primo Bernardo sempre encontrávamos um jeito de roubar os carros, e aí saíamos para fora da fazenda, eu guiando o Ford Tudor e ele no Plymouth Belvedere 1959 do pai dele. Eram corridas entre Abernéssia e Capivari, sempre em alta velocidade, a mais de 100km/h. As avenidas eram totalmente desertas e geladas e eu lembro das luzes dos postes passando rápidamente contra o céu estrelado. Só não aconteceu um acidente nestas saídas noturnas porque a divina providência houve por bem nos poupar!

Muitas e muitas vezes todos se mobilizavam para ajudar no combate aos incêndios na mata, que eram comums na época de inverno. Muitos relacionamentos, namoros e até casamentos conteceram a partir das brincadeiras nas noites geladas, excursões ao Pico do Itapeva, festas em casas dos amigos, bailinhos no Hotel Toriba etc…

Bons tempos!!


A planta da casa.


Uma amiga me enviou estas fotos da casa construida por Floriano Pinheiro, publicadas na revista Acrópole Nº 72 de Abril 1944.

é isso, por fernando stickel [ 11:28 ]

faleceu father edmund leising


Acabo de receber um telefonema do Rio de Janeiro dando conta do falecimento do Pe. Edmund N. Leising aos 93 anos de idade.
Nascido nos E.U.A., padre oblato e sobretudo uma pessoa incrível, simpaticíssima e incansável na sua batalha para ajudar aos necessitados, Father Ed foi um dos fundadores do Acampamento Paiol Grande, juntamente com meu tio Luiz Dumont Villares e meu pai Erico João Siriuba Stickel (fosse vivo teria hoje 92 anos) gostava muito dele, e eu herdei a amizade.
Por convite dele fui conselheiro da Fundação Acampamento Paiol Grande por breve período, e sempre nos correspondíamos, eu ajudando sua instituição, o CEAR-FASE, e ele me mandando recados e contando de suas andanças pelo mundo.
Que faça boa viagem, e continue iluminando seu caminho.

é isso, por fernando stickel [ 12:35 ]

pedra do baú

Descobri em uma antiga publicação da Villares este projeto para o Refúgio da Pedra do Baú. A cabana foi construida nos anos 40 como parte da implantação do Acampamento Paiol Grande em São Bento do Sapucaí, graças aos esforços, entre outros, do meu tio Luiz Dumont Villares, do meu pai Erico Stickel, Job Lane, Otavio Lotufo e Alfredo Velloso.
Eu ainda conheci a cabana de pé, e lá dormi na minha primeira escalada da Pedra em 1956. Logo depois ela foi vandalizada, hoje não sobra nada.

refugio-2

certificado-baú
Meu certificado de escalada do Baú foi assinado pelos meus primos Maria e Paulo Villares (com a observação “que escalou o Matterhorn…), e pelo meu pai, Erico Stickel. Eu tinha 7 anos e três meses de idade!

é isso, por fernando stickel [ 14:49 ]

erico stickel


Meu pai, Erico Stickel (1920-2004) no dia de seu aniversário de 83 anos, 3 Abril 2003.

é isso, por fernando stickel [ 9:57 ]

fiação indiana

indiana
Fiação Indiana nos anos 20, época da instalação das máquinas. Localizava-se na Av. Ibirapuera, onde hoje é o Shopping Ibirapuera em São Paulo.
Nos anos 70, já sob o comando do meu pai, Erico Stickel, eu vivia por ali.
Saudades.


No destaque em verde a indústria.

é isso, por fernando stickel [ 9:57 ]