
Eu e meu pai Erico, em momento descontraido na R. dos Franceses nos anos 90. Ao fundo escultura de Marcello Mascherini (1906-1983)
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14 de junho de 2020
erico e fernando
é isso, por fernando stickel [ 14:39 ]
8 de junho de 2020
adeias infantis sos

Meus pais Erico e Martha Stickel doaram para as Aldeias Infantis SOS Brasil nos anos 70 uma gleba de terras denominada “Sitio das Corujas”, nas imediações do SESC Interlagos. Os casais Peter e Scholy Mangels, Karin e Eckard Essle e Marta e Hans Von Heydebreck participaram conjuntamente com meus pais da criação da Aldeia.
Nesta área, com projeto arquitetônico do meu irmão Roberto (Neco) foi construída a Aldeia Infantil SOS Rio Bonito, inaugurada em 8 Dezembro 1980. Na foto, os meus pais estão no canto direito. No centro, de roupa branca o criador das Aldeias, Hermann Gmeiner (1919-1986).
As Aldeias trabalham da seguinte forma:
Crianças, adolescentes e jovens, que por algum motivo foram separados de suas famílias, têm, aqui, um espaço de proteção em um ambiente familiar. Cada núcleo é composto por até nove crianças, irmãos biológicos ou não, de diferentes idades e de ambos os sexos. A Mãe Social (cuidadora residente) é responsável pelo cuidado e projeto de vida de cada criança e jovem, com foco em sua autonomia e reintegração a sua família de origem ou substituta.
Missão
Apoiamos crianças e famílias, ajudamos a construir seu próprio futuro e participamos no desenvolvimento de suas comunidades.
Missão Estratégica
Apoiar crianças, adolescentes e jovens que se encontram em vulnerabilidade, impulsionando seu desenvolvimento e autonomia em um ambiente familiar e comunitário protetor.
Visão
Cada criança pertence a uma família e cresce com amor, respeito e segurança.


A SOS Kinderdorf International, sediada em Innsbruck, foi fundada em 1949 na Áustria por Hermann Gmeiner (1919-1986). É a federação de todas as Aldeias infantis SOS no mundo. A Organização está presente atualmente em 135 países, com 73.000 acolhidos e 5.000 mães sociais.
é isso, por fernando stickel [ 9:23 ]
25 de maio de 2020
sociedade beneficente alemã

Este é o “Stickel Heim”, pavilhão que meus pais doaram à Sociedade Beneficente Alemã SBA no Sesquicentenário da Imigração Alemã 1824-1974.
O projeto arquitetônico ficou a cargo do arquiteto Salvador Candia, em cujo escritório eu trabalhava na época. Sob a orientação do arquiteto Yasuhiro Aida, braço direito do Salvador, trabalhei bastante neste projeto.
São 12 quartos, sala de estar, copa e terraço para uso dos idosos que a SBA abriga.


Os dizeres da placa comemorativa, afixada no prédio:
Em homenagem à memória de nossos pais
Ernesto Diederichsen
Maria Elisa A. Diederichsen
Arthur Stickel
Erna H. Stickel
No ano comemorativo do Sesquicentenário da Imigração Alemã no Brasil, construimos esta casa.
Martha Diederichsen Stickel
Erico João Siriuba Stickel

Meu pai, Erico Stickel, na inauguração.

Eu, meu pai Erico, iris Di Ciommo, minha mãe Martha e o arquiteto Salvador Candia.

Meu pai assinava o “Käseblatt” apelido carinhoso com que a comunidade alemã se referia ao jornal em lingua alemã “Deutsche Zeitung”, que trouxe uma longa reportagem com fotos sobre a inauguração do “Stickel-Heim”.
é isso, por fernando stickel [ 20:06 ]
17 de abril de 2020
porsche 912

Meu pai Erico comprou em 1968 um Porsche 912 branco zero km na Dacon. Ele tinha o último motor dos 356, com quatro cilindros, 1.600 cc dois carburadores e 90 hp, cambio 5 marchas “dog leg”, ou seja, a primeira era para baixo. Era capaz de cerca de 190km/h, dado seu baixo peso de cerca de 900kg.
Foi um carro que eu guiei muito, curti muito, com minha carteira de habilitação recém obtida.
Fazia o maior sucesso na FAUUSP, meus colegas adoravam quando eu dava carona…
Lembro-me de uma viagem para Ilhabela, eu sozinho e o carro carregado até as tampas com mantimentos, etc… A estabilidade, que já era excelente, com o carro carregado ficou melhor ainda, e me diverti muito na serra de Caraguatatuba.
Era preciso se acostumar com o câmbio de 5 marchas com a primeira marcha para baixo, (no lugar da segunda marcha da câmbios tradicionais) mas fora isso o carro era uma delícia.
As rodas estampadas cromadas com calotas idem tinham um ar retro que eu gostava muito, e sem calotas ele ficava “malandro”…
é isso, por fernando stickel [ 15:17 ]
3 de abril de 2020
erico 100 anos

Erico João Siriuba Stickel (1920-2004)
Fosse vivo, meu pai completaria hoje 100 anos de idade!!!
é isso, por fernando stickel [ 10:23 ]
30 de março de 2020
lili e a gripe espanhola

Lili, minha mãe Martha e meu tio Ernesto, anos 30, na casa da R. dos Franceses
Minha avó Lili – Maria Elisa Arens Diederichsen (1883-1973), foi uma sobrevivente da gripe espanhola de 1918.
Ela se curou da gripe, mas teve como sequela uma lesão no pulmão que muitos anos mais tarde se transformaria em enfisema, doença que acabou sendo a causa de sua morte aos 90 anos de idade.
Ela tinha 35 anos de idade quando foi infectada em São Paulo pelo H1N1, a pandemia infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época, e vitimou entre 50 e 100 milhões de pessoas no planeta, as vítimas preponderantemente adultos jovens.
Dois anos mais tarde nasceu a caçula da família, minha mãe Martha em 1920. Lili teve uma vida excelente, suas sequelas não diminuíram em nada seu vigor e alegria de viver. Dois anos ates de falecer o enfisema se manifestou, e ela passou a ter sintomas de falta de ar.

Lili no navio, com meu pai Erico, eu e minha irmã Sylvia, anos 50

Lili com minha irmã Sylvia na Suíça, anos 50

Lili com 87 anos, na festa do meu noivado com Maria Alice Kalil, 1970

A ciência tem dados das epidemias e pandemias, as curvas e as precauções são as mesmas…
é isso, por fernando stickel [ 9:23 ]
25 de fevereiro de 2020
encrencado aos 13 anos

A minha educação sexual foi praticamente inexistente, meu pai jogou na minha mão aos 13 anos de idade um calhamaço chamado “A nossa vida sexual” de um tal Dr. Fritz Kahn. A parte interessante do livro é que ele trazia algumas “gravuras” dos órgãos sexuais masculino (que eu já conhecia) e do feminino, o grande desconhecido!

A educação sexual informal da minha geração todos conhecem, os amigos e os catecismos do Carlos Zéfiro!

Encrencado como qualquer adolescente, coberto de eczemas, e já com pelos crescendo nas palmas das minhas mãos, meus pais acharam por bem que eu deveria ter ajuda profissional, e com 14 ou 15 anos de idade meu pai me levou ao Rio de Janeiro, para ser atendido pelo papa da psicologia, um tal de Mira Y Lopez.
No consultório da sumidade, um escuro apartamento em Copacabana, após as formalidades iniciais meu pai se afastou, o doutor fechou as portas com vitrais de seu estudio e eu fiquei frente a frente com o monstro.
Lembro que ele perguntava insistentemente quem eram os meus ídolos, e eu dizia que não os tinha, mas ele teimava:
– Mas você não gosta de futebol?
Eu dizia NÃO, e ele insistia:
– Mas você não gostaria de ter um autógrafo do seu jogador de futebol preferido?
– Eu pacientemente explicava ao doutor que não tinha o menor interesse por futebol.
Ou seja, a consulta foi um fiasco total.

O lucro da visita ao doutor são as deliciosas lembranças que ficaram daqueles dois ou três dias no Rio de Janeiro, sozinho com meu pai, a viagem de avião, o Aeroporto Santos Dumont, a hospedagem no Hotel Miramar, no Posto 6, os almoços em restaurantes à beira da praia, do vento e o cheiro do mar.

é isso, por fernando stickel [ 9:05 ]
21 de fevereiro de 2020
aniversário martha

Minha mãe Martha Diederichsen Stickel completa hoje, 21 Fevereiro 2020, 93 anos de idade!!! Parabéns Mamãe!!! Suas fiéis escudeiras Tide e Ivani a ladeiam na foto.
A Fundação Stickel também comemora o aniversário de sua instituidora, que com seu marido e meu pai Erico João Siriuba Stickel a criaram em 1954.

Que Mamãe continue a navegar acompanhada dos quatro filhos, Fernando, Sylvia, Ana Maria e Roberto, quatro netos, Fernanda, Antonio, Joana e Arthur e cinco bisnetos, Samuel, Rodrigo, Ian, Noah e Pedro.

Anos 60, Martha com 30 e poucos anos…

Familia quase completa no Natal 2019.
é isso, por fernando stickel [ 9:57 ]
17 de fevereiro de 2020
erico stickel

Encontrei na publicação “Quem é Quem no Brasil – Biografias Contemporâneas” Volume VI de 1961 o verbete alusivo ao meu pai.
A editora Sociedade Brasileira de Expansão Comercial Ltda se dedicava a traçar perfis de empreendedores e divulgar empresas.
STICKEL, Erico João Siriuba — Advogado e Industrial.
Nasceu a 3 de abril de 1920, em São Paulo (Capital). Filho do Sr. Arthur Stickel e de D. Erna Stickel.
Casado com D. Martha Diederichsen Stickel. Tem quatro filhos: Fernando, Sylvia, Ana Maria e Roberto.
Fêz seus estudos no Ginásio São Bento; Escola de Comércio “Alvares Penteado” e na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. É Oficial do Exército Brasileiro pelo CPOR; Diretor do grupo industrial S.A. Fiação para Malharia “Indiana”; S.A. Cotonifício Adelina; Argos Industrial S.A. e Lanificio Argos S.A.; Diretor do grupo Villares S.A. — Participações Industriais; Ibaté S.A. Agropecuária e Alduvi S A. Agrícola e Pecuária; Gerente Geral das firmas: Sociedade Agrícola e Comercial Siriuba Ltda.; Autogar Ltda. e Sociedade Hotel Toriba Ltda.; Presidente (instituidor) da Fundação Beneficente “Martha e Erico Stickel”, Presidente da Fundação “Visconde de Porto Seguro”; Vice-Presidente dos “Sanatorinhos” de Campos do Jordão; Conselheiro (vitalício e colaborador ativo) das Fundações: “Luiz Dumont Villares”, “Martius de Ciências, Artes e Letras” e “Instituto Hans Staden”. Pertence ao Jóquei Clube, e Automovel Clube de São Paulo; São Paulo F.C. e à Hípica Paulista.
Residência: Rua dos Franceses, 324 — Fone: 32-1160.
Escritorio: Largo do Ouvidor, 102 — 5.o andar — Fone: 32-5483 — S. Paulo.
Interessante a divulgação aberta de amplos dados pessoais, incluindo endereços e telefones, algo impensável no Brasil de hoje.
é isso, por fernando stickel [ 9:59 ]
7 de fevereiro de 2020
ernesto diederichsen

Meu amigo Vignoli me envia este texto sobre meu avô que eu não conhecia!
ERNESTO DIEDERICHSEN
in “Os precursores do progresso do Brasil” de Eddie Augusto da Silva-Rubens Veras-Julio Ewigkeit
Editora: Sociedade Brasileira de Expansão Comercial Ltda 1959
Nascido em São Paulo. em 19 de Setembro de 1878, faleceu na mesma cidade, em 20 de Outubro de 1949, aos 71 anos de uma longa vida dedicada ao trabalho construtivo, à prática de atos de bondade consciente e espontânea, como de patriotismo sem alardes.
Foram seus pais Bernardo Diederichsen e D. Ana da Rocha Leão Diederichsen. Casado com D. Maria Eliza Arens Diederichsen, teve os seguintes filhos: Bernardo; Leonor, casada com o Dr. Luiz Dumont Villares; Ernesto George casado com D. Maria Antonieta Ratto Diederichsen, e Martha, casada com o Dr. Erico João Siriuba Stickel. Seu pai, dono, com seu cunhado, da Fazenda Morumbi, situada nos arredores de São Paulo, onde se produzia chá, vinhos e hortaliças, mandou-o estudar na Alemanha. Voltando à sua terra, empregou-se na firma Theodor Wille & Cia. Secção Têxtil, cuja chefia lhe era entregue pouco tempo depois. Sua operosidade, dinamismo, inteligência e lealdade, elevaram-no, em breve, à categoria de sócio e chefe da filial paulista dessa poderosa e conhecida emprêsa.
São múltiplos e notáveis os empreendimentos pessoais de ERNESTO DIEDERICHSEN.
Em 1914 em sociedade com Luiz Trevisioli e Aleardo Borin, fundou uma fábrica de tecidos em Jundiai. Essa fábrica transformou-se no que é hoje a “Argos Industrial S/A” uma das mais pujantes organizações industriais do ramo. Acompanhado por alguns amigos ERNESTO DIEDERICHSEN fundou ainda a “S/A Fiação para Malharia Indiana”, o “Lanifício Argos S/A”, e adquiriu e ampliou a “S/A Cotonificio Adelina”.
Outros setores industriais beneficiaram-se também de sua inteligência criadora e de sua capacidade de organização. Assim. fundou a “Pró-Pecuária, Forragens Equilibradas, Limitada”, a “Indústria e Comércio de Adubos e Forragens ICAF, Ltda”, a “Indústria Brasileira de Óleos Vegetais, Ltda.”; além de indústrias para beneficiamento de fibras nacionais. como o rami, o caroá, indústrias de descaroçamento de algodão; de malharia; de tinturaria e beneficiamento de tecidos; emprêsa de navegação costeira; indústria eletrônica e de construções de máquinas e outras.
Espirito ativo e empreendedor, sempre inclinado a novos cometimentos, ERNESTO DIEDERICHSEN dedicou-se também a atividades imobiliárias, e nesse setor, em companhia do seu genro Luiz Dumont Villares dotou Campos do Jordão de um notável patrimônio, fazendo ali construir o conhecido Hotel Toriba.
Suas maneiras afáveis e sua bondade caracterizavam-se no trato não só com seus auxilares, como também com todos aqueles deparados na trajetória de sua operosa vida, quer ricos ou pobres, potentados ou humildes.
Tinha sempre voltada a sua atenção para o bem estar de todos os empregados de suas indústrias, junto às quais, antes que as leis para tanto obrigassem, fez instalar Creche, Ambulatório, Gabinete Médico, Escola primária, Cinema e Biblioteca.
A entidade que administra esses serviços nas indústrias de Jundiaí, a “Associação dos Empregados da Argos”, é autônoma e dirigida pelos próprios empregados.
Desse modo, ERNESTO DIEDERICHSEN inscreve-se, com justiça, entre aqueles que muito contribuiram para a grandeza Brasil.
E eu completo: Um pioneiro do Terceiro Setor!
é isso, por fernando stickel [ 15:38 ]
3 de outubro de 2018
stickel e turelli

Meu pai Erico Stickel e o diretor do Colégio Visconde de Porto Seguro, Amilcar Turelli. Os outros não sei quem são.
é isso, por fernando stickel [ 14:50 ]
3 de dezembro de 2016
erico stickel doou ao ieb

Meus pais Erico e Martha Stickel doaram em 2002 parte importante da biblioteca que meu pai criou durante sua vida de bibliófilo e estudioso da iconografia brasileira. Foram cerca de 4.000 volumes.
A instituição escolhida para a doação foi o Instituto de Estudos Brasileiros da USP – IEB, e a doação ocorreu em 2002, dois anos antes do falecimento do meu pai, em 25/12/2004.
é isso, por fernando stickel [ 8:37 ]
25 de outubro de 2016
atestado de regularidade

Atestado de Regularidade e Aprovação de Contas – Ministério Público do Estado de São Paulo – Curadoria das Fundações – Airton Graziolli – Promotor de Justiça Cível
Obter este certificado significa que desde 1997, quando meu pai Erico me empossou como o responsável pela Fundação Stickel, que está tudo em ordem na minha gestão.
Na verdade está tudo em ordem desde 1954, quando a Fundação foi instituida por meus pais Erico e Martha.
Não é mole manter uma instituição do Terceiro Setor neste padrão. No Brasil de hoje, aliás, não é mole manter qualquer tipo de negócio.
Ano após ano é uma satisfação receber este atestado, principalmente porque quem o assina é o Dr. Airton Graziolli, profissional extremamente competente, reconhecido por toda a comunidade do Terceiro Setor paulista.
é isso, por fernando stickel [ 14:11 ]
31 de janeiro de 2016
sonhei com meu pai

Sonhei que estava com meu pai Erico no pórtico de entrada da casa da família na Rua dos Franceses.
Estávamos de pé, um de frente para o outro, e ele me desabotoava a camisa, num gesto de carinho e intimidade.
é isso, por fernando stickel [ 7:22 ]
19 de janeiro de 2016
casamento martha e erico

Começo do ano é uma época tranquila para os projetos, portanto propícia para limpezas e organizações gerais no escritório.
Decidi abrir caixas de arquivo fechadas há décadas, e começo a descobrir pequenas jóias, como por exemplo o convite de casamento dos meus pais Martha e Erico em 6 Janeiro 1947.
Se meu pai estivesse vivo, aos 96 anos de idade, estaria casado há 69 anos…

Após a cerimônia religiosa, recepção na Rua dos Franceses 324 na Bela Vista, a casa onde minha mãe, eu e meus irmãos nasceram, e onde meus pais viveram até o falecimento do meu pai em 2004.

Menu amplo e curioso… A cargo do Automóvel Club de São Paulo.
é isso, por fernando stickel [ 14:36 ]
14 de dezembro de 2015
erico stickel por cerri

Meu pai Erico João Siriuba Stickel. Chuto que ele deveria ter nesta foto no máximo uns 20 anos, cursando direito na USP.

Fotógrafo Cerri, no Largo do Patriarca. Reparem a beleza do logotipo “Art-deco”
é isso, por fernando stickel [ 16:07 ]
29 de outubro de 2015
ouro velho

Mais uma foto antiga encontrada! O endereço do Edifício Siriuba, R. São Francisco 71, escrito pelo meu pai nas costas da foto.
Em destaque a entrada do Restaurante Ouro Velho, com um recepcionista uniformizado.

O luminoso, afixado na fachada do prédio.

Este prédio de seis andares e subsolo, sem garagem, foi construido pelo meu pai Erico Stickel no final dos anos 50, na esquina das ruas São Francisco e Ouvidor, no centro de São Paulo, com projeto arquitetonico de Oswaldo Bratke (1907-1997).
Aos sábados de manhã ele me convidava:
– Fernando, vamos ver o “predinho”?
E lá íamos nós ao centro da cidade visitar a obra, o momento culminante era andar no elevador de madeira da obra, eu devia ter 10 ou 11 anos de idade.
O prédio ficou pronto, meu pai se instalou no último andar, o restante do prédio era ocupado pelos escritórios da Argos Industrial do meu tio Ernesto George Diederichsen, cuja sala ficava no quinto andar.
Naquela época o centro da cidade era muito arrumado, ao ponto de meu pai exigir que eu colocasse terno e gravata “para ir ao centro”. Hoje está tudo degradado, sujo, uma tristeza…

Projetado pelo arquiteto Jacob Ruchti (1917-1974), no subsolo do prédio, com entrada pela Rua do Ouvidor 52, ficava o sofisticado restaurante Ouro Velho, muito conhecido nos anos 60 e 70 pelos almoços de executivos, palco de “power-lunches” e happy-hour. Era pequeno, acolhedor e decorado em estilo Brasil Colônia. Servia pratos clássicos como Chateaubriand e Camarão à Newburg.
As grandes ocasiões da família eram sempre comemoradas lá. O logotipo do restaurante tinha a letra “V” no lugar do “U”.

Mary Wynne, jornalista americana nascida no Texas e trabalhando em São Paulo, tinha uma coluna social no jornal ‘O Estado de S.Paulo’ chamada Carrossel “Mary”-Go-Round iniciada em meados da década de 1950 que durou toda a década de 1960. O texto sobre o Ouro Velho diz:
“Anteontem comecei a minha noite com uma visita ao meu “N.º 1 barman” Fritz no seu novíssimo Ouro Velho, lugar bonitinho e já com as suas novidades. Agora tem música suave e selecionada, “Background music” que não atrapalha a conversa e deixa o ambiente mais alegre.
E também tem ventiladores que continuamente renovam o ar, muito agradavel. Tanto o Fritz como os membros do seu excelente “staff”: o elegante “maitre” Jorge, o “barman” Rocha (que era ajudante do Fritz no Othon), o garção Rudy e o “chef” José Ferreira da Silva estão contentíssimos com o movimento da nova casa.
Este último, que foi treinado pelo “N.° 1 chef” Manolo Rimbau, está obtendo êxitos com seus pratos especiais que incluem “Escalope Parisiense”, “Lobster Newberg”, “Filet Ouro Velho”, “Chicken a la King” e brevemente será iniciado o serviço de “Chicken in the basket”, aquele delicioso frango frito que a gente come na mão.
Na semana que vem já deve ser colocado o lindo luminoso que o Fritz encomendou.”
