Início de ano e muita gente vai atrás de cartomante, astrólogo, vidente, paranormal, tarô, periquito da sorte, búzios, quiromancia, sensitivos, leitores de mão, futurólogos, enfim, tudo aquilo que for capaz de aliviar a angústia do desconhecido, do futuro, da incógnita da vida.
Para não ficar atrás, aproveitei a calma proporcionada pelo apagão de ontem e desenterrei o meu I Ching, o Livro das Mutações chinês que consulto desde 1977.
A sabedoria contida no I Ching se iniciou milhares de anos antes de Cristo como um oráculo tradicional, do tipo “Tal coisa vai acontecer?” admitindo duas respostas, “SIM” representada por uma linha inteira e “NÃO” por uma linha quebrada (antecipando o 0-1 do mundo digital)
Este sistema evoluiu para combinações de linhas inteiras e quebradas em trigramas, desaguando finalmente nos 64 hexagramas, cada um representando uma situação da vida.
Você deve se dirigir ao oráculo com uma pergunta, e a resposta é obtida jogando-se três moedas seis vezes, obtendo uma linha do hexagrama a cada jogada.
A teoria da sincronicidade de Jung se aplica ao momento em que você joga as moedas, e ao seu estado mental/emocional proporcionado pela pergunta/dúvida.
Desta maneira o hexagrama obtido representa o teu momento, e portanto pode, segundo interpretação do texto, indicar o melhor caminho a seguir.
Como todo oráculo, exige aproximação correta: a preparação e limpeza do espaço, meditação prévia, o ritual, e a formulação precisa da pergunta. O oráculo nunca falha, quem falha é o consulente: se a pergunta não foi clara e precisa, isto indica que a pessoa não tem clareza sobre o que deseja saber. O ritual tem a função psicológica de focar a atenção da pessoa na consulta.
Tal qual na estratégia militar, o I-Ching não acredita em verdades absolutas, e sim na eterna mutação das coisas, e no poder do indivíduo de influir, através de pensamento e ação, no rumo das mudanças.
2 comentários
Emanuel J Santos
janeiro 12th, 2010 at 12:22
Adorei a postagem, embora não seja adepto do I Ching. Parabéns!
fernando stickel
janeiro 12th, 2010 at 15:21
Emanuel, eu me encantei com o I Ching por conta de professores que me introduziram nesta maravilha, há quarenta anos atrás…
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