aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

Recebo e-mail da querida filhota Fernanda:

olá família!!!
junto com o sucesso do início do meu curso de pós, saiu hoje a matéria da viagem no site do luciano huck.
na verdade não gostei muito, mas já é um começo né???
clicar primeiro no “diversão”, e depois no “viagem”
depois me falem oq acharam. pai, pode publicar no seu blog, tá?
um besote, fê

é isso, por fernando stickel [ 9:40 ]

Lembrei hoje cedo, ao levar o Arthur para a escola a pé, de um episódio de sabedoria que me marcou, e do qual sempre me recordo em dias lindos como hoje aqui em Sampa.
Eu morava em New York em 1985, e andava pelas ruas de Chinatown, num dia de sol forte, céu azul e brisa fresca. Na minha direção vinha andando pela calçada um senhor chinês de no mínimo uns 95 anos de idade, baixinho, sorridente, de óculos. Parou na minha frente, olhou para cima e exclamou em seu sotaque carregado:

BEAUTIFUL DAY!!!

Abaixou os olhos, seguiu seu caminho e eu nunca mais me esqueci desta cena.

é isso, por fernando stickel [ 9:31 ]

Minha amiga Marta Goes nos levou a ver um show simplesmente hilário, do qual eu nunca tinha ouvido falar, a TERÇA INSANA, no Bar Avenida, com roteiro e direção de Grace Gianoukas. Não percam, todas as terças.

é isso, por fernando stickel [ 2:57 ]

Recebi pelo correio um super bem impresso poster, acompanhado de uma melosa carta (também bem impressa), da Associaçao Católica Nossa Senhora de Fátima, assinada por um certo José Maria de Aquino, pedindo colaboração para a expansão do apostolado, com boleto da Caixa Econômica e opções pré impressas de R$ 15, R$ 25 e R$ 45.
Sei não, senti um certo cheiro de TFP nesta bem montada mala direta.
Décadas atrás minha mãe recebeu uma correspondência similar da TFP, a qual enviei para o Pasquim que acabou publicando.

é isso, por fernando stickel [ 19:39 ]

Composição suprematista, com Polaroid e Photoshop.

é isso, por fernando stickel [ 11:26 ]

Polaroid tirada em 28/8/89 num terreno baldio na esquina da R. Ribeirão Claro com o córrego Uberaba, hoje Av. Helio Pellegrino.

é isso, por fernando stickel [ 16:23 ]

Our vowed life of Poverty, Chastity and Obedience is lived in Enclosure.
Tanto lá quanto cá, a clausura me parece estranha…

é isso, por fernando stickel [ 15:39 ]

A família Ramenzoni era vizinha de frente da casa dos meus pais na Rua dos Franceses, bairro da Bela Vista.
Os filhos, Lamberto, Dante, Virgilio e Lucia são todos mais velhos do que eu, de vez em quando eles me convidavam a entrar e aí eu me deliciava em universos novos, como as armas de fogo ou os carros e lanchas potentes. Lembro-me bem de uma pick-up com motor de Corvette…
No início dos anos sessenta, adolescente, eu ia de ônibus às aulas de dança da Madame Poços Leitão e na volta para casa, cerca de 23:00h fisgava umas cenas do namoro da Lucia Ramenzoni com o Paulo Francini, no portão. Achava aquilo muito excitante!
Hoje a Lucia continua minha vizinha de bairro na Vila Olímpia, com estúdio na R. Fiandeiras.

é isso, por fernando stickel [ 14:40 ]

Fomos ao teatro ver “Vestir o pai”, com Karin Rodrigues dirigida por Paulo Autran. Hilário, excelente!
Saindo, fomos jantar no La Tartine, vizinho do Mestiço e muito gostoso, sempre com lugar, ao contrário do Mestiço, sempre lotado.
Nas mesas ao lado desenrolam-se conversas que nos chamam a atenção.
Ele alto, forte, 45 anos, grisalho nas têmporas, cara de serial killer, prolixo, voz alta e pausada, ela, mignon, gostosinha, parda, sorriso semi-cretino nos lábios, excelente ouvinte.
Atrás de nós outro casal curioso, ele jovem gatão gringo de mãos bonitas e costas largas, na segunda caipirinha tripla, ela mulata esguia, cabelos anelados, insinuosa e sorridente, no segundo balde de dry-martini.
Depois conto mais, anotamos tudo…Estas histórias poderão se chamar “Amor aos pedaços” ou “O tarado de Itanhaém”…

é isso, por fernando stickel [ 2:53 ]

O poder de atração de São Paulo: O que será?
As minhas visitas de sábado ao moldureiro tem sido muito interessantes, e muitas delas, como hoje, com chuva.
Na ida, ainda intoxicado pela beleza de Buenos Aires, me perguntava o que nos fascina em São Paulo, e fui fotografando trechos banais da cidade, para depois tentar achar alguma pista do magnetismo paulistano.
Após os assuntos moldurísticos parei no Centro Universitário Maria Antonia, e aí visitando a exposição do artista argentino Marcelo Brodsky, me veio a idéia de fotografar lugares hoje banais, mas que já carregaram, e de certa forma ainda carregam parte significativa de nossa história.
Por exemplo, nesta hoje inofensiva calçada defronte à sede do 2º Exército no Ibirapuera quase fui preso em 1969. Voltava eu tranquilo para casa em meu fusquinha, lá pelas 11 da noite e entrei na área do exército a uns 60 km/h sem me dar conta do perigo que corria.
Quando percebi, um batalhão de milicos avançava na minha direção, armas e lanternas em riste, me obrigando a parar. Me retiraram do carro, me revistaram, revistaram o carro minuciosamente, e enquanto isso faziam piadinhas a meu respeito, me provocando, eu, gelado, com as mãos em cima do carro nem olhava para os lados. Depois de uma aflita meia hora me liberaram.
Nesta esquina da R. Tutóia, um amigo meu que serviu na PE, lotado no DOI CODI ficou inúmeras vezes nesta guarita, enquanto lá dentro ocorreram coisas que hoje sabemos, mas que ele até hoje se recusa, compreensivelmente, a comentar.

é isso, por fernando stickel [ 14:02 ]

Descobertos novos anjos, todos os nomes terminam com o sufixo “el”, que significa Deus.
Samuel: Anjo protetor da poupança.
Motel: Anjo protetor dos amantes.
Sarapatel: Anjo protetor do Engov e dos anti-ácidos em geral.
Abravanel: Anjo que protege quem topa tudo por dinheiro. Só aparece aos domingos.
Aluguel: Anjo mau. Impede a pessoa de conseguir sua casa própria.
Chanel: Anjo protetor dos costureiros, perfumistas e estilistas.
Pastel: Anjo protetor dos endocrinologistas.
Tonel: Anjo protetor dos alcoólatras anônimos e bêbados em geral.
Babel: Anjo protetor das escolas de línguas.
Manuel: Anjo de português.
Papel: Anjo protetor daqueles com desarranjo intestinal.
Anatel: Anjo que como qualquer outro órgão do governo não serve para nada.
Pinel: Anjo travesso. Estimula loucos em geral.
Papai Noel: Anjo gastão, protetor dos comerciantes. Só aparece no fim de ano.
Gel: Anjo protetor dos cabeleireiros.

é isso, por fernando stickel [ 23:34 ]

Sexta-feira, 23h, chove em São Paulo.
A zorra total em que se transforma a Vila Olímpia nos fins de semana está um pouco reduzida, graças à chuva.
Abriu mais uma casa noturna aqui na R. Nova Cidade, grande, feia, mal acabada, iluminada em tons de roxo, um exército de valets para o infernal parking, e descaso total para com os vizinhos.
É a total falta de CIVILIDADE, EDUCAÇÃO, RESPEITO. Que pena que o tal do progresso tenha que trazer consigo, ao menos nestes locais do quinto mundo, esta gentalha que buzina de madrugada, mija na tua porta, grita, compra e consome drogas, quebra garrafas e com infernal regularidade se destrói nos postes e uns contra os outros.

é isso, por fernando stickel [ 23:17 ]

é isso, por fernando stickel [ 17:38 ]

Em Buenos Aires fomos visitar o MALBA.
A pintura O Abaporu de Tarsila do Amaral é o carro chefe do livro de apresentação do museu.
Meu pai comprou este quadro do Bardi lá no início dos anos 60, e eu convivi com esta tela por mais de 20 anos.
O quadro sempre esteve no escritório do meu, pai, pois minha mãe não gostava dele e não o queria em casa.
Em 1984 meu pai o vendeu e distribuiu parte do valor entre os filhos, eu peguei o dinheiro e me mandei para New York para um ano sabático, foi o dinheiro mais bem gasto!

é isso, por fernando stickel [ 15:25 ]

RMS Queen Mary

é isso, por fernando stickel [ 15:04 ]

Graciliano Ramos, em entrevista concedida em 1948, sobre o ofício do escritor:

“Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício.
Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”

é isso, por fernando stickel [ 13:04 ]

Últimos dias de férias da minha filha Fernanda em Barcelona. Na próxima semana começam as aulas na pós-graduação em jornalismo. Ela está falando o espanhol com perfeição, já o meu portunhol é um desastre…

é isso, por fernando stickel [ 9:21 ]

Recebi esta deliciosa mensagem de aniversário:

Fernando,
Que seu novo ano seja assim, bem ensolarado!
Tereza

é isso, por fernando stickel [ 10:26 ]