O nome dele era “Seu” Arruda, baixinho, de meia idade, sempre de terno e gravata chegava em casa com sua fala rápida e enrolada, munido de maletinha de couro preta recheada de remédios, ampolas e seringas de vidro, agulhas, tudo devidamente esterilizado e guardado em estojos de aço inoxidável.
Simpático, discreto e eficiente, conhecia todos os glúteos da casa. Sua profissão, farmacêutico, sua missão, aplicar injeções. Eu gostava muito de observar a rotina de cortar o pescoço da ampola com uma serrinha e depois quebrá-lo com um ‘pop’.
Não sei por que me lembrei dele, presença constante na casa dos meus pais na Rua dos Franceses. Havia sempre alguém precisando de uma injeção, a casa era cheia de gente, meus pais, quatro irmãos, minha avó Lili, a Fräulein governanta e o “Seu” Paulo jardineiro.
1 Comentário
João Carlos Lourenção
agosto 31st, 2023 at 15:50
Ola, tenho 2 estojos iguais a estes ai da foto para vender, reliquia.
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