O assunto SUSTENTABILIDADE não é simples, permeia hoje em dia por toda parte, aplicado e tratado com sabedoria ou sem.
Falar em sustentabilidade é absolutamente necessário e políticamente correto, já para praticá-la o buraco fica um pouco mais em baixo…
Como exemplo interessante leia o artigo “O velho Empire State ataca a crise outra vez” do jornalista Marcos Sá Corrêa, jornalista e diretor do site O ECO.
Vou exemplificar como a sustentabilidade permeia a vida pessoal de cada um confessando uma coisa: Exerço uma sustentabilidade relativa quando trato do consumo de água.
No meu apartamento procuro fechar a torneira do chuveiro ao fazer a barba, ao ensaboar, etc… em 90% dos banhos. Já no clube, onde tomo banho pelo menos 3 a 4 vezes por semana, o hábito cai para apenas 10% dos banhos.
Na minha classe da 5ª Turma do MBA FIA CEATS em Gestão e Empreendedorismo Social um dos professores fez a pergunta:
– Quem de vocês fecha o chuveiro ou a torneira da pia ao escovar dentes, etc… levante a mão.
Cerca de 10% dos alunos se manifestaram, eu inclusive.
É muito pouco.
1 Comentário
Raul Marinho
abril 8th, 2009 at 11:01
Interessante esse seu relato sobre a economia de água em casa ser maior do que no clube. Isso é um reflexo do que se chama “tragédia dos comuns” em teoria dos jogos, que por sinal eu abordo no meu livro de 2005 (“Prática na Teoria”, ed. Saraiva). Na verdade, a “tragédia dos comuns” é uma poderosa inimiga da maior parte das políticas ambientalistas, e ela funciona por meio de uma distorção na percepção de ganhos e perdas individuais e coletivas. É mais ou menos assim:
Se você vai sozinho a um restaurante, sabe que vai pagar o preço do que pedir ao garçom, nem um centavo a mais ou a menos, então você tenderá a ser comedido em relação aos preços do que consumir. Mas se você vai jantar em turma, é provável que você seja mais esbanjador porque você sabe que um exagero seu será amortecido pelos outros. O problema é que, com todos pensando da mesma forma, todo mundo exagera, e as contas individuais acabam mais caras do que se cada um estivesse sozinho. Não sei se deu para entender, mas eu explico melhor no meu blog: http://raulmarinhog.wordpress.com/2008/10/15/quem-sabe-sabe/
A maioria das políticas ambientalistas, especialmente as focadas em conscientização individual, falha justamente por causa da tragédia dos comuns. Por mais consciente que uma pessoa seja (o seu caso, aliás), ela vai ser tão mais rígida com seus padrões de consumo quanto mais fácil for percebido o efeito de seus próprios atos. No caso do clube, se houvesse um cartão magnético individual que mostrasse quanto a pessoa gasta frente a média, talvez as pessoas fossem mais econômicas… Não sei, é preciso pensar no que exatamente fazer, mas é muito importante entender o mecanismo da “tragédia dos comuns” das políticas ambientalistas. Se vc quiser, seria um prazer falar sobre isso para o seu grupo de MBA.
Deixe seu comentário