AVISO AOS NAVEGANTES
Alguém falou, acho que foi o Millôr, ou o Nelson Rodrigues, que tudo na vida tem limite, menos a estupidez humana.
De fato, como prova da existência da estupidez humana em grande escala aí temos o Bush, Lula e Chávez reeleitos para continuar a fazer besteira em grande escala. Quero contar sobre outro tipo de estupidez na escala tico-tico, individual e mais banal, que se encontra todos os dias em todos os lugares:
Lá na Ponta do Corumbau, Bahia, existem três pousadas de alto nível, a Vila Naiá onde ficamos, maravilhosa em seu estilo despojado “pauvre-chic”, o “Tauana Hotel” recém inaugurado, numa arquitetura deslumbrante e localização idem, e a Fazenda São Francisco de Corumbau, vizinho de muro (cerca) da Vila Naiá, num estilo mais convencional.
A pedido da minha irmã, que estaria interessada em se hospedar lá, fomos Sandra e eu visitar a Fazenda São Francisco.
Entramos a pé, e logo nos primeiros passos fomos rudemente barrados por um jardineiro/segurança.
Seguiu-se um diálogo mais ou menos assim:
-Bom dia, somos hóspedes da Vila Naiá, onde é a recepção?
-Não pode entrar.
-Queremos apenas ir até a recepção para conhecer a pousada.
-Tenho ordem de não deixar ninguém entrar.
-Então chame por favor o seu gerente.
Todo este diálogo se deu de pé, ao sol, nisso apareceu o segundo mal-educado, funcionário um pouco mais graduado, explicando que é política do hotel não permitir visitas, para não prejudicar a intimidade dos hóspedes. Retrucamos que não iríamos constranger ninguém, que não iríamos nos jogar na piscina, e que gostaríamos apenas de ir até a recepção, inclusive para checar as tarifas, que não estão disponíveis no site.
Aí ele disse que iria providenciar uma cópia do tarifário, e sugeriu que visitássemos o site do hotel para que nos informássemos, ao que retrucamos:
-Mas meu amigo, nós estamos aqui!!! O site já visitamos, queremos conhecer “in loco”.
Nisto apareceu o teceiro funcionário, mais graduado, um pouco mais educado, que nos ofereceu uma água de coco na soleira do terraço de entrada, mas daí não nos deixou passar, e repetiu a lenga-lenga toda, nos fornecendo ao final um “print” com as tarifas.
Bahia e Turismo nasceram juntos, acho que a Bahia é o estado mais dedicado, como um todo, à exploração desta indústria e poderia passar muito bem sem estes pequenos núcleos de estupidez. É óbvio que depois desta, minha irmã vai se interessar apenas pelas outras duas pousadas. No Tauana, aliás, fomos super bem recebidos por uma gerente portuguesa, que nos mostrou tudo, inclusive o quarto, nos oferecendo gentilmente água de coco, à sombra.