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arte

faleceu frederico jayme nasser


Faleceu o meu amigo Frederico Jayme Nasser aos 75 anos de idade.

Ele teve uma importância gigantesca na minha vida e na minha opção pelas artes plásticas. Foi uma presença instigante, fascinante, generosa, surpreendente e carismática.

Frederico foi meu professor, abriu caminhos e me apresentou ao mundo das artes plásticas do final dos anos 60 e início dos 70. Amigos como Augusto Livio Malzoni, Dudi Maia Rosa, José Carlos BOI Cezar Ferreira (1944-2018), Wesley Duke Lee (1931-2010) e muitos outros foram fruto desta amizade.

Juntamente com os amigos Luiz Paulo Baravelli, Carlos Fajardo e José Resende, Frederico instalou em 1970 o Centro de Experimentação Artística Brasil: na Av. Rouxinol 51 em Moema, que teve importância capital na formação de toda uma geração de artistas, eu incluido.

Além de tudo isso nós éramos muito amigos, tivemos uma relação pessoal muito forte, ele foi meu padrinho de casamento com a Alice Kalil em 1971, e eu fui padrinho do casamento dele com a Marina Leão em 1976, ele foi ainda padrinho (ausente, diga-se) do meu filho Antonio em 1979.

Ocorre que logo na sequência desses eventos familiares muito alegres, e entrando nos anos 80 o Frederico iniciou um processo misterioso de se fechar para o mundo, pouco a pouco ele foi evitando o contato social com amigos, família e foi se isolando. Ninguém entendia o que estava acontecendo.

Certa feita andando de carro pelo Itaim vi o Frederico andando a pé na calçada oposta, parei o carro e me dirigi a ele de mão estendida, feliz com o encontro! Frederico simplesmente me ignorou e passou reto… eu fiquei ali incrédulo, parado com a mão estendida, observando ele se afastar totalmente alheio à minha presença…

Seu coração falhou, não uma e definitiva vez há dois dias atrás, mas falhou durante quase quatro décadas. Foi muito triste e difícil de aceitar a perda de um amigo ainda vivo, o luto e a tristeza que agora sinto já senti e trabalhei durante quase 40 anos…


Polaroid do estúdio do Frederico Nasser em 28/12/1975
Da esquerda para a direita, Iris Di Ciommo, Frederico Nasser, Cassio Michalany e eu.


Transcrevendo o recorte:
Marina Ferraz de Camargo Leão tornou-se pela Lei dos Homens a sra. Frederico Jayme Nasser durante recepção na residência de sua avó, Haydée França Ferraz de Camargo, viuva de meu saudoso amigo José Ferraz de Camargo. Foi uma reunião íntima, co-anfitrionada pelos pais de Marina e Frederico: Helena Ferraz de Camargo e Francisco Moreira Dubeux Leão, Elisa e Jayme Nasser.
A casa da rua Bolivia era decorada por Mareio à base de malvas, jasmins e crisantemos e na pauta gastronomica: salada primavera, lagosta com camarão e molho rosé, rosbife com batata doce caramelada ao Madeira, e o Moet et Chandon correndo de ponta a ponta.
Foram padrinhos da noiva (vestida em tons cinza do Red E Blue): Josefina Leão e Joaquim Leão, Helena Moreau e Ornar Campos, Monica Frier e José Luiz Leão. Testemunharam pelo noivo, Maria Elisa Nasser e Augusto Livio Malzoni, sr. e sra. Fernando Stickel e o sr. e sra. Raphael Rosi (engano da redação, o nome correto é Rafael Maia Rosa)
A cerimonia religiosa oficiada ontem por Monsenhor Benedito Calazans foi em casa dos pais de Marina, na rua Bolivia.

é isso, por fernando stickel [ 16:50 ]

cruz-diez


Carlos Cruz-Diez (1923-2019) no Centro Cultural Porto Seguro, que está programado para encerrar suas atividades ao final de Fevereiro 2020.

é isso, por fernando stickel [ 17:31 ]

modular delta


Foto Nelson Kon
Os Edifícios Modular Delta I e II fazem parte de um conjunto de obras que o arquiteto Abrahão Sanovicz projetou para a construtora Formaespaço no início da década de 1970 – os Modulares. Os edifícios foram pensados para serem implantados em terrenos típicos na cidade de São Paulo, a partir do conceito de planta livre. Procurou-se racionalizar a construção pela escolha formal – duas lâminas paralelas entre si – e pela modulação estrutural, permitindo maior reaproveitamento da forma e a padronização das dimensões das diversas partes da estrutura.


Abrahão Velvu Sanovicz (1933-1999), arquiteto formado em 1958 na FAUUSP, membro da “Escola Paulista”, geração de ouro da arquitetura paulista, projetou e construiu relevantes edifícios habitacionais, culturais, educacionais, de serviço e infraestruturais. Ainda jovem, foi aluno da Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM e estagiário do escritório do designer Marcello Nizzoli em Milão, legando trabalhos nas áreas de artes plásticas – em especial, desenho e gravura – e design de marcas e produtos.


O Modular Delta hoje, com a placa da construtora que está restaurando as fachadas. O bloco azul já está quase pronto e iniciam-se os trabalhos no bloco verde.


Foto Nelson Kon


Foto Nelson Kon


Foto Nelson Kon


O condomínio está em plena reforma, eu me voluntarizei para fazer parte do Conselho Consultivo e ajudar a síndica na reforma… Agora vai!!!!

é isso, por fernando stickel [ 21:15 ]

o’gorman


O projeto de Juan O’Gorman para sua própria casa, vizinha das casas-estúdio de Diego Rivera e Frida Kahlo na Cidade do Mexico.

é isso, por fernando stickel [ 9:09 ]

o’gorman, frida kahlo, diego rivera


Casa-Estudio de Frida Kahlo e Diego Rivera na Cidade do Mexico, projeto de Juan O’Gorman, anos 30.


Sandra e eu no terraço da casa-estúdio de Diego Rivera.

é isso, por fernando stickel [ 9:23 ]

muralistas no palacio


No Palacio De Bellas Artes, no centro da Cidade do Mexico, fica este mural gigantesco de 4,46 x 11,46m de autoria do muralista José Clemente Orozco (1883-1949) intitulado “Katharsis o La eterna lucha de la Humanidad por un mundo mejor”


O último imperador asteca Cuauhtémoc sendo torturado pelo conquistador Hernán Cortés para dizer onde escondia o ouro. Painel de David Alfaro Siqueiros (1896-1974) de 1950-1951.


Diego Rivera (1886-1957) “El hombre en el cruce de caminos o El hombre controlador del universo” 1934 Afresco sobre bastidor metálico transportável, 4,85 x 11,45m


Sandra no imenso e luxuoso hall de entrada em maravilhoso estilo Art-Deco do Palacio de Bellas Artes.
Na sobre-loja se vê o painel de Rufino Tamayo (1899-1991) intitulado “Mexico de hoy” de 1953, 5,10 x 11,28m

é isso, por fernando stickel [ 19:06 ]

torres de satelite de barragán


A primeira coisa que precisa ser dita sobre as Torres de Satélite, localizadas na parte norte da Cidade do México é que são muito lindas e poderosas, apenas estando ali, ao seu pé, é possível avaliar seu enorme tamanho, presença e personalidade.

Uma das primeiras esculturas urbanas do país de grandes dimensões, teve seu planejamento iniciado em 1957 quando o arquiteto Luis Barragán (1902-1988) foi convidado pela empresa que desenvolveu o loteamento Cidade Satélite para projetar o símbolo da urbanização. Ele por sua vez convidou o escultor Mathías Goeritz e o pintor Chucho Reyes Ferreira para colaborar no desenvolvimento do projeto.

O projeto foi originalmente planejado para sete torres, com a mais alta atingindo uma altura de 200 metros, mas uma redução no orçamento obrigou o projeto a ser reduzido para cinco torres, com a mais alta medindo 52 metros de altura, e as mais baixas 30 metros.

Goeritz originalmente queria que as torres fossem pintadas em diferentes tons de laranja, mas mudou de idéia mais tarde devido à pressão de construtores e investidores. Finalmente, decidiu-se que as torres seriam pintadas em vermelho, azul e amarelo, as cores primárias subtrativas, com a adição de branco.

Assim, nos primeiros dias de março de 1958, as Torres Satélite foram inauguradas como símbolo do recém-nascido e moderno Ciudad Satélite.


Interessante que as torres não tem cobertura, são simples cascas de concreto abertas em cima…


Não tive coragem de subir nesta escada…


À tarde, a visão das Torres com a bruma/poluição não é a melhor… Esta também é a visão “de trás”, o melhor impacto se obtém vindo pelo outro sentido.

é isso, por fernando stickel [ 10:50 ]

barragán e a luz


Na Casa Luis Barragan na Cidade do Mexico, preservada como um museu, o arquiteto Luis Barragán (1902-1988) viveu de 1948 até sua morte. Lá o arquiteto adotou uma característica interessantíssima nos interiores, a ausência de luminárias nos tetos. Ele utiliza apenas abajures e luminárias presas a pequenos toquinhos de madeira, chumbados em locais estratégicos.
Na foto o escritório de Barragán com uma tela de Josef Albers (1888 – 1976), seu contemporâneo.


O toquinho de madeira chumbado na parede.


Em primeiro plano escultura de Henry Moore, que Barragan recebeu como parte do The Pritzker Architecture Prize, com o qual foi laureado em 1980, e a tela de Josef Albers da série “Homage au Carré” dos anos 60.


Em seu escritório, ao lado de sua poltrona de leitura temos também a luminária presa na própria estante. Barragan mantinha reproduções de obras do seu interesse, como o nu de Edward Weston, uma pintura de Modigliani e um vaso grego.


Quarto de dormir de Barragan. Nosso guia Alberto Guzmán, também arquiteto, o conheceu e esteve próximo em seus últimos dias, relatando um homem extremamente católico e muito solitário. Em cima da cama o toquinho de madeira suporta a luminária.

é isso, por fernando stickel [ 18:44 ]

arquivos frida kahlo


Arquivos de Frida Kahlo em sua casa-estudio que se transformou em um museu.
Frida, seu marido Diego Rivera e seu amante Leon Trotsky eram todos comunistas de carteirinha, o engraçado neste contexto é o tamanho do cifrão na pasta 18 da artista comunista…
Todos eles viviam muito bem, em casas e estudios muito grandes, com jardins, etc…


Jardim interno da casa-estúdio de Frida Kahlo na Cidade do Mexico.

Guillermo Kahlo, Frida Kahlo, c.1926. Silver gelatin print, 6 ¾ x 4 ¾ in. (17.2 x 12.2 cm). Frida Kahlo & Diego Rivera Archives. Bank of Mexico, Fiduciary in the Diego Rivera and Frida Kahlo Museum Trust


Items from the Museo Frida Kahlo. Photograph by Javier Hinojosa. Diego Rivera and Frida Kahlo Archives, Banco de México, Fiduciary of the Trust of the Diego Rivera and Frida Kahlo Museums. Museo Frida Kahlo.

é isso, por fernando stickel [ 16:56 ]

frida kahlo e ex-voto


Ex-votos colecionados por Frida Kahlo, expostos no museu instalado em sua antiga casa-estudio na Cidade do Mexico.
Não sei se seria um gosto pessoal dela, ou uma característica de uma sociedade rural, mas a grande maioria das imagens envolve animais…

é isso, por fernando stickel [ 9:18 ]

casa egerström


Quadra San Cristóbal, Fonte dos Amantes e Casa Egerstrom são partes de um projeto pensado por Barragán para uma comunidade de cavaleiros, na periferia da Cidade do Mexico.
O projeto foi encomendado ao arquiteto pelo executivo sueco Folke Egerström, CEO da Ericsson no Mexico. A fonte é um dos espaços de uso público do conjunto, projetada especificamente como bebedouro para os animais. A construção do conjunto terminou em 1969.


Os amantes são simbolizados por coches de madeira. Tivemos o privilégio de um dia glorioso e a fonte ligada!

é isso, por fernando stickel [ 18:46 ]

casa ortega


Fachada da Casa Ortega de 1940, primeiro projeto de Luis Barragán no bairro de Tacubaya, Cidade do Mexico. O mal estado de conservação é um mal que afeta patrimonio cultural no mundo todo….
Na frente da porta de entrada, Sandra e nosso guia Alberto.


Hall principal de distribuição da Casa Ortega.


Estúdio e biblioteca. Na casa mora o arquiteto Jose Manuel Barcena Ortega.


Sala de estar e jantar.


Sala de estar.

é isso, por fernando stickel [ 9:58 ]

art-deco no palácio


No interior do Palacio De Bellas Artes, no centro da Cidade do Mexico, finalizado em 1934, maravilhosa arquitetura Art-Deco!


O exterior do Palacio De Bellas Artes.

é isso, por fernando stickel [ 9:06 ]

biblioteca unam


Juan O’Gorman (1905-1982) pintor e arquiteto mexicano, realizou em 1950 os murais que cobrem o edifício da biblioteca central da Universidad Nacional Autónoma de México-UNAM, na Cidade Universitária da Cidade do Mexico.

é isso, por fernando stickel [ 9:38 ]

ek’ balam


Nosso primeiro contato com as ruínas no Mexico foi em Ek Balam, na peninsula do Yucatan, centro do império Maya entre os anos 700 e 900.
As cabaninhas de sapé são apenas para proteger áreas mais sensiveis das ruinas


Os mayas tinham pedras e água à vontade… Todo o subsolo da península do Yucatan é formado por lagos de água doce.


Esta é a única piramide onde ainda se pode subir, todas as outras já estão protegidas do público.


A beleza destas construções gigantescas no meio da floresta tropical é indescritível!


Sandra e nosso guia Jorge.

é isso, por fernando stickel [ 11:14 ]

dois papas e música


No filme Os dois Papas de Fernando Meirelles, uma breve e interessantíssima cena se passa quando durante a visita de Bergoglio, e após o jantar enquanto conversam sobre música, Bento XVI senta-se ao piano e toca um fragmento de Smetana (1824-1884), na sequencia brinca no teclado e diz sorrindo para o Cardeal Bergoglio: Stockhausen! (1928-2007)
Logo os dois sentados em frente à TV assistem a uma performance de Thelonius Monk (1917-1982), captada com ruído…

é isso, por fernando stickel [ 10:00 ]

cartão postal


Sempre gostei muito de papéis, cartas, cartões postais escritos à mão.
Nos anos 70 e 80 enviei muitos cartões feitos por mim, com colagens, desenhos, etc…
Este cartão, na verdade uma mini-pintura em acrílico, que enviei para os meus pais de New York em Janeiro de 1985, meio manchado e desbotado sobreviveu!

é isso, por fernando stickel [ 13:49 ]

sophie calle in nyc


Foto Jade Gadotti

Conheci a artista francesa Sophie Calle em New York em 1991.
Eu e minha ex-mulher Jade Gadotti ganhamos de presente de casamento do meu falecido amigo Jay Chiat (1931-2002) a estadia em um fabuloso apartamento Na East 19 Street, que ele colocou à nossa disposição. Já instalados no apartamento há alguns dias o Jay ligou e perguntou se nós poderíamos dividir o Ap. com uma amiga dele, que era a Sophie.
No problem eu disse, ela chegou e se instalou, muito discreta e estranha. Pouco a pouco entramos em contato mais íntimo, e assim se passaram umas duas semanas de convivência, pudemos conhecer melhor seu fascinante trabalho. O aspecto mais curioso de sua pessoa eram seus perfumes (excessivamente exóticos…) suas jóias, feitas de cabelos de pessoas mortas, eram tramas, bordados, fechados em pequenos ostensórios de vidro, que ela usava como broches ou anéis.
Outro aspecto interessante foi o meu primeiro contato com a informática, pois a Sophie usava uma agenda eletrônica Palm, que eu não conhecia, ela me explicou o funcionamento, me encantei e saí imediatamente para comprar na Third Av., foi o início da minha vida digital.


Minha anotação da época.


No dia 15 Março houve a vernissage do trabalho “La Fille du Docteur”na Thea Westreich – 114 Greene Street


Carriage House
No dia 16 Março 1991 houveram duas vernissages do trabalho dela na Pat Hearn Gallery – 39 Wooster St. e na Luhring Augustine – 130 Prince St., e após um jantar na lindíssima “Carriage House” do Jay na 149 East 38 Street onde conheci também o famoso marchand Leo Castelli (1907-1999), já com 84 anos de idade.


8 East 12 St. New York

é isso, por fernando stickel [ 9:22 ]