Fique por dentro da programação do FACES – Festival de Arte e Cultura Erico Stickel que reunirá Vik Muniz, Livio Tragtenberg, Jarid Arraes, Noemi Jaffe, Rodrigo Andrade e demais nomes da cena brasileira e internacional. Conheça todos aqui!
O Faces ocorrerá em agosto nos dias 11, 12, 13, 18, 19 e 20 – reunirá destacados nomes das letras, da música e das artes visuais em debates sobre variados e contundentes temas da atualidade. Confira aqui abaixo a programação do FACES, que é organizado pela Fundação Stickel e conta com a curadoria de Agnaldo Farias e direção artística de Fernando Stickel. A transmissão gratuita e aberta e todos será pelo Canal YouTube da Fundação Stickel.
11/08 – 19h – Abertura
A mesa redonda debaterá o papel transformador da arte, as repercussões na cultura e na sociedade que o convívio com a arte potencializa. A pauta passará também sobre como aliar trabalho artístico autoral ao trabalho de inclusão social e representatividade. A conversa será entre Vik Muniz e Viviane Ferreira, com mediação do professor e curador Agnaldo Farias.
Sobre os participantes:
Vik Muniz (São Paulo, 1961) vive e trabalha em Nova York e no Rio de Janeiro. Seu trabalho está pre-sente em grandes museus de arte, tais como: J. Paul Getty Museum, MoMA, Masp e Victoria and Al-bert Museum. Muniz também está envolvido em projetos sociais e educacionais realizados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O documentário que retrata o seu trabalho, intitulado “Lixo extraor-dinário”, foi indicado ao Oscar de melhor documentário e ganhou o prêmio do público no Festival de Sundance na categoria melhor filme. Em 2011, foi nomeado pela Unesco embaixador da boa vontade. Em 2013, recebeu o Crystal Award do World Economic Forum. Em 2014, iniciou a construção da Escola Vidigal, com arte e tecnologia voltadas às crianças da comunidade do Vidigal, no Rio de Janeiro. Em 2015, foi convidado pela Gates Foundation para fazer parte do projeto global “A arte de salvar vidas” com sua série “Colonies”.
Viviane Ferreira (Salvador, 1985) é mestra em Políticas de Comunicação e Cultura pela Universidade de Brasília. Dirigiu e foi roteirista do filme “Um dia com Jerusa” (2020). Entre 2016 e 2021, presidiu a APAN – Associação de Profissionais do Audiovisual Negro. Fundou a produtora Odun Filmes, além das plataformas Raio Agency e a Todesplay, sendo esta última de streaming. Atualmente é presidente da SPCINE e professora da cadeira de direção do curso de cinema e audiovisual da ESPM-SP.
12/08 – 19h – Chamada Geral: O lugar da arte
Esse encontro será feito para realizar uma troca direta entre o público e integrantes da Fundação Sti-ckel. A conversa será sobre possíveis deslocamentos da arte em relação ao exclusivismo de seus circui-tos hegemônicos, em especial quando busca colocar-se como ponte para contextos de produção artís-tica dificultada, porém rica, diversa e latente. A conversa será entre João Angelini e Rodrigo Andrade, com mediação do professor e curador Agnaldo Farias.
Sobre os participantes:
João Angelini (Planaltina, 1980) é artista plástico e pesquisador. Foi membro do Grupo EmpreZa, de Goiânia, de 2008 a 2018, período durante o qual realizou diversas residências nacionais e internacio-nais, discussões, produções coletivas e participou de uma série de eventos expressivos, como as mos-tras Caos e Efeito (2011), Eu Como Você (MAR – 2014), Terra Comunal, Marina Abramovic (2015), Prê-mio Marcantônio Vilaça (premiados 2015) e Dark Mofo (Tasmânia – 2016). Recebeu diversos prêmios desde 2005: Prêmio Nacional Sesc ConVida 2020, Arte como Respiro – Itaú Cultural 2020, Novas Efer-vescências – E.C. Porto Seguros (SP) 2019, finalista do CNI – Marcantonio Vilaça 2017, no Rumos do Itaú Cultural (2014, 2009 e 2006), Bolsa Funarte de Produção (2011) e Anima Mundi (2009).
Rodrigo Andrade (São Paulo, 1962) é artista plástico. Começou sua carreira no início dos anos 80, com o grupo Casa7, e participou da 18ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1985. Desde 2010 é repre-sentado pela Galeria Millan. Entre suas principais obras e exposições estão “Lanches Alvorada”, 2001; “Paredes da Caixa” (2006); “Óleo sobre acervo da Pinacoteca” (2010), “Matéria Noturna”, na Bienal Internacional de São Paulo de 2010; “Pintura e Matéria – 1983-2014”, retrospectiva na Estação Pina-coteca de São Paulo. Publicou também: “Rodrigo Andrade” (Cosac Naify, 2008); “Resistencia da Maté-ria” (Cobogó, 2014); “Pintura e matéria – 1983-2014” (Pinacoteca de São Paulo, 2017).
13/08 – 19h – Som, imagem e a Cidade
Homenageando o músico Livio Tragtenberg, a conversa será sobre a versatilidade de sua obra, que frequentemente salienta a concepção de cidade como laboratório coletivo de criação e incorpora traços da saudável cacofonia do convívio urbano. Eliane Caffé, Tuca Vieira e Livio Tragtenberg partici-pam desse encontro sobre visões, linguagens e experiências com a cidade que se complementam e se realçam. A mediação será da curadora e pesquisadora Priscyla Gomes.
Sobre os participantes:
Livio Tragtenberg (São Paulo, 1961) é compositor, escritor, produtor musical e diretor de espetáculos multimídia. Recebeu bolsas de composição de VITAE e Guggenheim Foundation. Compõe para cinema, vídeo, teatro, dança e instalações sonoras. Em 2017, fundou a Sound Bridges Experience em Frankfurt, Alemanha, reunindo músicos refugiados de países como Afeganistão, Síria, Eritreia, entre outros. Criou a Orquestra de Músicos das Ruas de São Paulo (cujo CD “Neuropolis” foi lançado pelo Selo SESC), a Nervous City Orchestra em Miami, a Berliner Strassenmusiker Orchester em Berlim e a Orquestra Me-diterrânea. É autor de diversos livros e coordena a Coleção Signos/Música da Editora Perspectiva.
Tuca Vieira (São Paulo, 1974) é mestre e doutorando em Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP). Fotógra-fo profissional desde 1991, trabalhou no jornal Folha de S. Paulo, entre outros veículos. Professor co-laborador na Escola da Cidade de Arquitetura e Urbanismo, recebeu diversos prêmios e participou de exposições no Brasil e no exterior. É autor dos livros “Salto no Escuro – leituras do espaço contempo-râneo” (Hedra/N-1, 2021) e “Atlas Fotográfico da Cidade de São Paulo e Arredores” (Museu da Cidade de São Paulo, 2020).
Eliane Caffé (São Paulo, 1961) é cineasta formada em psicologia pela PUC-SP e em cinema na “Escola Internacional de Cine y TV de San Antonio de los Baños”, em Cuba, e mestre pelo “Instituto de Estéti-ca e das Artes” da Universidade Autônoma de Madrid. Iniciou sua carreira de cineasta com os curtas “O nariz”, “Arabesco” e “Caligrama”, premiados no Brasil e em festivais internacionais. Na área de vídeo e TV realizou a microssérie “O Louco dos Viadutos” (TV Cultura/ 2009), além de documentários experi-mentais “Milágrimas por Nós” e “Céu sem Eternidade”. Paralelamente, coordena oficinas de audiovi-sual em diferentes zonas de conflito em São Paulo e interior do Brasil.
Priscyla Gomes é curadora e pesquisadora brasileira. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP, é mestre em Teoria e História das Artes pela USP. Atualmente, cursa seu doutorado na FAU-USP e, concomitantemente, uma especialização em Arte e Filosofia na Pontifícia Universidade Católica. É curadora-sênior do Instituto Tomie Ohtake e integra seu Núcleo de Pesquisa e Curadoria, desde 2013. Foi também júri do Prêmio de Arquitetura do Instituto Tomie Ohtake, da 2ª a 6ª edição, além de júri e responsável pela concepção do Prêmio de Design da instituição.
18/08 – 19h – Tecnologias da Descompressão
Homenageando o fotógrafo francês Vincent Rosenblatt, radicado no Rio de Janeiro desde 2002, a con-versa será sobre as manifestações artísticas que, com base no experimento sonoro, espacial, sensorial, levantam-se em resistência por meio de sagazes apropriações da tecnologia, da cultura da gambiarra, da reinvenção de modos de viver: uma descompressão, no sentido de liberação corporal, de expansão dos sentidos, do que escapa à contingência e ao controle. Iasmin Turbininha, Vivian Caccuri, Daniel Murgel e Vincent Rosenblatt participam desse encontro sobre experiências criativas em áreas diversas que têm na energia dos sistemas de som, no emprego renovado de softwares de edição, nos achados da autoconstrução popular, em suma, na ginga, sua inspiração. Mediação será de GG Albuquerque.
Sobre os participantes:
Vincent Rosenblatt (Paris, 1972) vive e trabalha no Rio de Janeiro desde 2002. Estudou história e an-tropologia na Sorbonne e fotografia na École Nationale des Beaux-Arts em 1997. Conheceu o Brasil em intercâmbio com bolsa de estudos da Collin-Lefranc, que o levou à FAAP, em São Paulo, de 1999 a 2000. Dedicou seus últimos 15 anos de carreira ao registro da vida noturna das favelas e periferias da cidade. Sua série “Rio Night Fever” é uma ode à cultura funkeira. Suas obras foram expostas na Maison Européenne de la Photographie, CAHO (Centro de Arte Hélio Oiticica), Centre d’Art et de Création Photographique – Vila Pérochon de Niort, Masp, entre outros. Seu trabalho já foi publicado pelo New York Times (Lens), National Geographic, Le Monde, Gente di Fotografia, GUP, Dummy, I-D, Libération, Courrier International, Dagens Næringsliv, Repubblica Delle Donne, Trax mag, Afisha-Mir, entre ou-tros.
Iasmin Turbininha (Rio de Janeiro) é DJ de funk, produtora musical, mixadora e montadora do funk. É considerada a principal DJ mulher do funk, com importante destaque para o espraiamento da sua ver-tente em 150 batidas por minuto.
Daniel Murgel (Niterói, 1981) é artista plástico e estuda Belas Artes UFRJ. Já teve exposições individu-ais no Centro Cultural do Banco do Nordeste (Cariri, 2010), na Fundação Joaquim Nabuco (Recife, 2009) e nas galerias Laura Marsiaj Arte Contemporânea e Mercedes Viegas (Rio de Janeiro 2010 e 2008). Entre as exposições coletivas destacam-se: “Abotoados pela Manga” (São Paulo, 2010), “Novas aquisições de Gilberto Chateaubriand” (MAM-RJ, 2010), “Arte in Loco” (FUNCEB, Buenos Aires, 2009), “Desenho em todos os sentidos” (SESC-RJ, 2008) e “Museu Vazio” (MAC-Niterói, 2007).
Vivian Caccuri (São Paulo, 1986) é artista plástica e produtora musical. Mestre em Estudos do Som Musical pela UFRJ, é autora do livro “O que faço é música” (7 letras, 2013) e é interessada em sons e gêneros musicais que normalmente são colocados como indesejados ou subservientes a outras estru-turas. Pesquisando a repressão política e policial contra os soundsystems no Brasil, os sons dos mosqui-tos ou as origens do triângulo (usado no forró), Vivian procura reconfigurar a percepção invertendo papéis tradicionais e comportamentos normatizados na música e na escuta.
GG Albuquerque é jornalista e doutorando em Estéticas e Culturas da Imagem e do Som pela UFPE. Escreve o blog Volume Morto e é cofundador do Embrazado, portal jornalístico e podcast dedicados às culturas musicais das periferias brasileiras.
19/08 – 19h – Circulação e poesia
Homenageando o artista espanhol Adolfo Montejo Navas, a conversa será em torno de um mesmo elemento aglutinador da sua produção, mesmo quando são desenhos, pinturas, objetos ou curadoria: a palavra. Jarid Arraes e Noemi Jaffe participam desse encontro sobre as portas de entrada para a litera-tura, sobre como o solitário ato da leitura pode também se dar em comunidade e, finalmente, sobre como essa comunidade de leitores pode tornar-se, também, uma comunidade de escritores. A media-ção será professor e curador Agnaldo Farias.
Sobre os participantes:
Adolfo Montejo Navas (Madrid, 1954), mora no Brasil há mais de 28 anos. É poeta, crítico, curador independente, escritor e artista visual. Colaborador de diversas publicações culturais da Espanha (El Urogallo, Con Eñe, Amén, El Ciervo, El Bastón Blanco, RevistAtlántica de poesia, Exit, Revista de Occi-dente, Revista de Cultura Brasileña); de Portugal (A PHALA); do Brasil (Palavra, Cult, Inimigo Rumor, Suplemento Literário de Minas, Veredas, Et cetera, Bravo, Mais!, Nossa América, Arte Brasileiros, As partes, ZUM, ABCA, Wish, Poesia Visual, Guia da Folha) e da América Latina (Art Nexus, Arte al día). Atualmente, faz parte do conselho da revista Pomares, da Fundação Vera Chaves Barcellos (Porto Ale-gre) e da Pomares, da editora Dobradura (São Paulo), assim como é um dos colaboradores eventuais, dos jornais El País Brasil e Folha de S. Paulo.
Jarid Arraes (Cariri, 1991) é escritora, cordelista, contista e poeta. Escreveu diversos livros, entre eles: “Um buraco com meu nome” (Jandaíra, 2018), “As lendas de Dandara” (Cultura, 2016), “Heroínas ne-gras brasileiras” (Seguinte, 2020) e “Redemoinho em dia quente” (Alfaguara, 2019). Atualmente vive em São Paulo, onde criou o Clube da Escrita Para Mulheres. É também curadora do selo literário Feri-na.
Noemi Jaffe (São Paulo, 1962) é escritora, professora de literatura e de escrita e crítica literária. Dou-torou-se em Literatura Brasileira pela USP. Publicou “O que os cegos estão sonhando” (Editora 34, 2012), “A verdadeira história do alfabeto” (Companhia das Letras, 2012), vencedor do Prêmio Brasília de Literatura em 2014, “Irisz: as orquídeas” (Companhia das Letras, 2015), “Não está mais aqui quem falou”(Companhia das Letras, 2017), entre outros. Desde 2016, mantém o Centro Cultural Literário Escrevedeira, em parceria com Luciana Gerbovic e João Bandeira.
20/08 – 19h – Palestra de encerramento
Para analisar as mesas do FACES e entender o impacto delas, o filósofo Peter Pál Pelbart conversa com Agnaldo Farias, curador do evento e também da Fundação Stickel.
Sobre o participante:
Peter Pál Pelbart (Budapeste, 1956) é professor titular de filosofia na PUC-SP. É coeditor da N-1 Edi-ções. É autor de “O avesso do niilismo: cartografias do esgotamento” (N-1, 2017), “Ensaios do assom-bro” (N-1, 2019) e “Uma baleia na montanha” (N-1, 2021), entre outros.
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