Carl Gustav Jung explica:
Minha querida amiga Sylvia Ficher, colega de classe da FAUUSP, mora hoje em dia em Brasília.
Há poucos dias, a partir de um post que fiz sobre a Escola Brasil:, começamos a conversar sobre a Revista Arte em São Paulo, editada por Luis Paulo Baravelli nos anos 1980. A conversa evoluiu e ela lembrou que comprou nos anos 70, muito antes de saber que iria morar em Brasilia, uma peça do Baravelli da exposição de Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende no MAC São Paulo e MAM Rio de Janeiro em 1970.
Ficha técnica da peça:
Título: Restos de Brasília
Data: 1967/70
Técnica: Acrílico, latão cerâmica, madeira pintada
Dimensões: 45 x 28 x 12 cm.
E eu dou o seguinte título a esta experiência de sincronicidade: Memories of the Future
A Sylvia completa a história contando que a peça chama-se “Restos de Brasília” porque o Baravelli havia mandado uma peça para uma exposição em Brasília dentro de uma caixa feita no maior capricho para protege-la. E devolveram o trabalho todo entuchado de qualquer jeito na caixa… Foi com esses restos – cacos de azulejos, placa de acrílico quebrada e mais um lajotas – que ele montou a nova peça.
O próprio Baravelli completa a história em e-mail para mim:
Super confere a história da Silvia (abraço pra ela!), mas tem mais tempero político. Este trabalho mandei para um salão de arte em Brasília (em 1969, acho) e ainda antes da exposição a turma do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) entrou no depósito e quebrou tudo o que eles não gostavam, a minha peça inclusive. A peça original chamava “Voando pelo Brasil”, sem nenhuma contestação política nem nada.
Os organizadores não tiveram outro jeito a não ser encaixotar e devolver.
Lembro que na tal exposição (acho que se chamava algo como 1o. Salão de Brasília) também havia trabalhos do Gerchmann, do Nitsche, do Vergara e do Tozzi, que também foram destruídos.
1 Comentário
Sylvia Ficher
junho 11th, 2020 at 21:20
Fernando, lembrei de mais uns detalhes. A peça chama-se “Restos de Brasília” porque o Baravelli havia mandado uma peça para uma exposição em Brasília dentro de uma caixa feita no maior capricho para protege-la. E devolveram o trabalho todo entuchado de qualquer jeito na caixa… Foi com esses restos – cacos de azulejos, placa de acrílico quebrada e mais um lajotas – que ele montou a nova peça.
Deixe seu comentário