aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

nem eu mesmo sabia


Meus queridos leitores, nem eu mesmo sabia que este triste episódio do Joaquim Marques iria me envolver de tal maneira. Crescemos juntos, férias em Campos do Jordão, brincadeiras no porão da casa da Joanninha, mãe dele, na Rua Maranhão, Higienópolis, e um pouco mais tarde, curtições fotográficas, incursões ao laboratório fotográfico, sob a mágica luz vermelha.
Ele fotografou o “making-off” do meu casamento com a Maria Alice Kalil em 1971, em seguida fez a foto de apresentação da “und”, meu primeiro estúdio de design.
Depois ficamos redondamente 30 anos afastados, cada um cuidando da sua vida, nos encontrando esporádicamente. O contato se reestabeleceu no Fotolog, onde nos iniciamos no ano passado. Troca de opiniões nas respectivas fotos, longas conversas ao telefone, muitas dicas dele, que mais uma vez mostrou ser um excelente Mestre da arte da fotografia.
A partir do diagnóstico do terrível câncer que acabou por vitimá-lo, fui visitá-lo em seu estúdio algumas vezes, levei meu pai também doente para visitá-lo, conheci um pouco melhor a intimidade daquela “figura”, e no período final de uma semana internado na UTI do Hospital Oswaldo Cruz não arredei o pé.
Em nenhum momento deste incrível sofrimento ele reclamou, mantendo seu bom humor característico até o final.
Exigiu que fosse fotografado na UTI. Enfim, me tocou profundamente.

é isso, por fernando stickel [ 9:48 ]

1 Comentário

José Rodrigo Octavio

setembro 28th, 2005 at 11:53

Texto que escrevi para o Joaquim ? 18/10/04, dia seguinte ao de sua partida:

Saudades, meu caro.

Saudades é tudo que resta.

Uma palavra que é de difícil tradução nas outras línguas, mas isso não é problema meu, é problema de que fala as outras línguas, né?

Engraçado, mas não creio que devamos ficar de luto.

Creio sim em continuar com as coisas que estavam andando antes de vc partir.

Hoje mesmo escrevi para o Seu Joel que não devemos nos “vestir” de sérios porque estamos tristes.

Tristes estamos, sim, sem dúvida, mas não devemos ficar sérios em função disto.

Voce tinha um humor bastante afiado, que as vezes era por demais sutil, por isto eu quero continuar digitando as minhas carinhas sorridentes, quero continuar chamando o Noboro de sr Nobolo, o “Valtércio” de sr Ling Ling, quero usar as expressões “Uáu” e suas variantes com mais ou menos sílabas, enfim, quero continuar desejando a todos um bom dia, uma boa tarde e uma boa noite, sempre com o grande prazer de te-lo conhecido, e a felicidade de poder ter saudades.

Sim, ter saudades de alguém é muito melhor do que não ter saudades nenhuma.

Boa noite.

Jro :-)))

Deixe seu comentário