Me lembrava bem da obra mais antiga do Milton Machado, cujo trabalho sempre admirei, dentro de uma área próxima ao Waltercio Caldas,, utilizando em seus trabalhos palavras e conceitos com maestria e elegância cabalística.
Esta exposição do Milton Machado no Instituto Tomie Ohtake reavivou em mim, no entanto, a crítica que faço ao crescente uso da fotografia pelos artistas plásticos, que em sua grande maioria acabam DILUINDO seus trabalhos pelo uso desta técnica.
Faltou nesta exposição o “punch” no estômago, aquela sensação inequívoca de surpresa, prazer, curiosidade e, sobretudo, estranheza, que se obtém quando se está na frente de uma grande obra de arte, e que obtive nos trabalhos mais antigos do Milton, assim como venho obtendo na obra do Waltercio, por exemplo.
Não que eu seja contra a técnica. Já fui, mas não sou mais, e cito excelentes artistas plásticos trabalhando com fotografia:
Allan Sekula e Candida Höfer, artistas cujo trabalho conheci na Dokumenta 11, Axel Hütte, Caio Reisewitz, Rochelle Costi.
Fui à vernissage no ITO no dia 2/3/05, haviam poucas pessoas, talvez pelo fato do artista ser carioca, e o toque engraçado da exposição ficou por conta da presença contrastante de meia dúzia de intelectuais e 3 ou 4 senhoras finas que nadam de bóia na sociedade Harmonia de Tênis…
4 comentários
Glauber
abril 17th, 2005 at 9:49
A captura de uma imagem por uma ponta de lápis ou por uma câmera escura, para mim da no mesmo, são apenas suportes para uma outra fase ou estágio.
fernando stickel
abril 17th, 2005 at 10:21
Pois é, Glauber, a minha perplexidade é justamente esta: Por que será que dilui ao utilizar a câmera escura??
monique
abril 17th, 2005 at 15:35
tive a mesma sensação que vc. achei a expo desprovida de emoção, pra nao dizer meramente documental…
lucia
abril 18th, 2005 at 23:37
fernando, obrigada pela canja.
agora vou ler 12 vezes o seu post para tentar entender do que se trata…
hahahahahahah beijão!
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