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danilo blanco


Danilo Blanco, eu, minha mãe Martha e Sandra Pierzchalski

Abertura da exposição de Danilo Blanco, CADEIRAS, JANELAS E RAIOS DE SOL com curadoria de Rubens Fernandes Júnior, no Espaço Fundação Stickel.


Em primeiro plano o curador Rubens e sua esposa Paula.


Igor Damianof, Lucas Cruz e Marco Antonio Ribeiro

O conjunto de cadeiras expostas surgiu de uma ideia de Danilo ao observar artesãos que circulam pelas ruas e praças do centro de São Paulo. Com o objetivo de valorizar o trabalho desses artistas anônimos, ele encomendou a construção das peças, a partir de um simples briefing: “faça uma cadeira” mostrando com a mão o tamanho de cerca de 10 cm, “que tenha quatro pernas, assento e encosto”.
Individualmente, cada uma das peças se apresenta de maneira distinta, mostrando o potencial criativo despertado pelo pedido do artista, que não interferiu no processo e nem limitou os artesãos. As cadeirinhas foram construídas com formas, traços e materiais diferentes, transformando este simples objeto do cotidiano em arte.
Assim, Danilo idealizou mais uma ação colaborativa, como já fez em outras parcerias com a Fundação Stickel na construção dos murais públicos oriundos das nossas oficinas de marchetaria, instalados nos terminais Palmeiras – Barra Funda e Vila Nova Cachoeirinha. A marchetaria, por sinal, é a principal linguagem do artista e ele traz, paralelamente e de forma complementar às cadeiras, novos trabalhos com seus desenhos geométricos e abstratos, além das peças de um dominó gigante.

é isso, por fernando stickel [ 17:20 ]

história da fundação stickel 3


Martha e Erico Stickel em Campos do Jordão

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 3

Em 1944 Erico João Siriuba Stickel (1920-2004), meu pai, servia o Exército na Cavalaria do CPOR em São Paulo, e lá era instrutor do meu tio Ernestinho, ficaram amigos e Ernestinho convidou Erico para passar um fim de semana em Campos do Jordão, na casa da família recém inaugurada em 1941. Lá conheceu a irmã de Ernestinho, Martha, que relata ter se apaixonado imediatamente ao conhecer Erico.

Erico e Martha namoraram, noivaram e o casamento ocorreu em 6 janeiro 1947 na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo na R. Helvetia, Campos Eliseos, com recepção na casa dos pais da noiva na R. dos Franceses, Bela Vista. A noiva passou a usar o nome do marido, Martha Diederichsen Stickel, minha mãe.

Ernesto Diederichsen, meu avô, industrial e empresário estava à frente de seu tempo, tinha sua atenção voltada para o bem estar dos seus empregados, criando muito antes que as leis o obrigassem, creche, ambulatório, gabinete médico, escola primária, cinema e biblioteca em suas empresas, que incluíam indústrias têxteis, comércio de café, adubos e forragens, óleos vegetais, hotel e outras atividades.

Ernesto internou-se aos 71 anos de idade no Hospital Santa Catarina em São Paulo para uma cirurgia de próstata. A operação correu bem, ele se recuperava sentado, lendo o jornal no quarto do hospital quando sofreu uma embolia pulmonar, falecendo no dia 20 outubro 1949.

Com a ausência de Ernesto na direção do Grêmio Bernardo Diederichsen, meus pais decidiram assumir o trabalho social, e assim as atividades seguiram por dois anos, quando meu pai resolveu em 1951 transformar o Grêmio na Associação Beneficente Martha e Erico Stickel. Os trabalhos evoluiram, quando em 31/12/1954 a Associação foi transformada na Fundação Beneficente Martha e Erico Stickel.

Erico e Martha doaram bens para a criação do Fundo Patrimonial da Fundação, destinado a sustentar suas atividades. Um dos imóveis do Fundo Patrimonial se transformou na sede da Fundação, era uma casa na esquina da R. Brigadeiro Jordão com a R. Dr. Reid, em Abernéssia. A casa foi equipada para atendimentos à população carente, com serviços de puericultura, gabinete dentário, médico, raio-x, serviço social e ambulância.


Martha em frente à casa da família


A casa da família Diederichsen em Campos do Jordão


Sede da Fundação Stickel em Abernéssia

é isso, por fernando stickel [ 8:28 ]

história da fundação stickel 2


Abernéssia nos anos 40

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 2

Maria Elisa (Lili) Arens Diederichsen (1883-1973) e Ernesto Diederichsen (1878-1949), meus avós, proprietários de terrenos em Campos do Jordão, planejam a construção da casa de veraneio da família. Havia no terreno um lago, acima dele foi o local escolhido para a construção da casa. Um trator Case vermelho foi adquirido, equipes contratadas e o movimento de terra se iniciou, abrindo-se as estradas de acesso e o platô onde se ergueu a casa.

Por força das obras, Lili e Ernesto frequentavam mais a cidade e estreitaram a convivência com a comunidade local, tomando contato com a dramática situação da saúde e pobreza no município. Famílias paupérrimas afluíam à cidade para tratamento de tuberculose, internando-se nos inúmeros sanatórios da região, prevalecia ainda a terapêutica baseada no tratamento higieno-dietético, que acreditava na cura do doente submetido a condições favoráveis, como boa alimentação, repouso e o clima das montanhas, com exposição ao sol.

As famílias dos internados, sem recursos e sem opção, acabavam por se abrigar em pensões ou favelas. Esse cenário de extrema carência sensibilizou meus avós, que começaram a suprir as necessidades mais urgentes, principalmente das crianças, distribuindo mantimentos, cobertores, remédios e agasalhos em geral. Esta iniciativa se consolidou em 1946 na criação do Grêmio Bernardo Diederichsen, sob direção do Reverendo Oswaldo Alves e com a colaboração do meu tio Luiz Dumont Villares (1899-1979), que havia se tornado sócio do meu avô na construção do Hotel Toriba, inaugurado em 1943.

O nome do Grêmio, homenageava o filho primogênito Bernardo Frederico Diederichsen (1904-1928), falecido precocemente aos 24 anos de idade, vítima de choque elétrico. Recém formado engenheiro eletrotécnico na prestigiosa escola EHT Zürich na Suíça, ele estava em seu primeiro emprego no Banco do Brasil em São Paulo. Vestia um guarda-pó branco e trabalhava em um rádio, com uma chave de fenda no bolso do guarda-pó, inclinou-se sobre o rádio e a chave de fenda encostou em uma fonte de alta voltagem, fulminando-o instantaneamente.
Em seu bolso da calça carregava seu primeiro salário.
Minha mãe Martha tinha apenas um ano de idade, e lembra de conviver toda sua infância com sua mãe Lili vestida de preto, em luto fechado.


Bernardo Frederico Diederichsen


Diploma de engenheiro elétrico

é isso, por fernando stickel [ 8:31 ]

história da fundação stickel 1


Meu avô Ernesto Diederichsen e o capitão do Cap Arcona em Santos, 1929

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 1

Em 2024, a Fundação Stickel completa 70 anos de idade! É a quinta mais longeva fundação do Brasil. Mas a história da instituição criada pelos meus pais é ainda mais antiga. E é isso que vou começar a contar para vocês, aqui no LinkedIn.

O Cap Arcona foi um navio de passageiros e cargueiro operado pela Hamburg-Südamerikanische Dampfschifffahrts-Gesellschaft (HSDG). Ele foi encomendado e construído pelo estaleiro Blohm & Voss em Hamburgo, Alemanha, durante a década de 1920, e lançado ao mar em 1927. Seu nome é uma homenagem à península de Arcona, localizada na ilha de Rügen no Mar Báltico.

Em 1934, meus avós Lili e Ernesto Diederichsen embarcaram para a Europa com minha mãe Martha, então com sete anos de idade, e seu irmão Ernesto, com 13 anos, no “vapor” Cap Arcona. 

Curiosidade: em 3 de maio de 1945, nos estágios finais da Segunda Guerra, o Cap Arcona estava ancorado na Baía de Lübeck, no Mar Báltico, juntamente com outros navios alemães e prisioneiros de campos de concentração, evacuados devido ao avanço das tropas aliadas. Aviões britânicos da Royal Air Force (RAF) lançaram ataques aéreos contra os navios ancorados na baía, acreditando erroneamente que estavam atacando navios de guerra alemães. Como resultado desses ataques, o Cap Arcona foi atingido e afundou, com enorme perda de vidas – uma das tragédias menos conhecidas e mais trágicas entre os últimos momentos da Guerra.

Voltando dessa viagem, em 1936 meus avós conheceram a cidade de Campos do Jordão na Serra da Mantiqueira, o mais alto município brasileiro. A viagem de carro a Campos chegava a durar oito horas, enfrentando lama e buracos… A família se hospedava na “Associação Umuarama de Campos do Jordão” e minha mãe se lembra, até hoje, dos mergulhos no lago gelado.

Encantados com a “Suíça Brasileira”, meus avós compraram grandes glebas de terra na cidade, lançando o trabalho social que viria a se transformar na Fundação Stickel. 

No próximo artigo, vou falar sobre o Grêmio Bernardo Diederichsen, a semente que nos trouxe até aqui.


O Cap Arcona


Lili e Ernesto Diederichsen na casa de Campos do Jordão

é isso, por fernando stickel [ 10:09 ]

evolução


Nestes 20 anos em que estou à frente da Fundação Stickel, nosso escritório esteve em dois endereços diferentes e nossa identidade visual está na terceira versão, acompanhando o desenvolvimento institucional.

é isso, por fernando stickel [ 9:23 ]

poster contest

Quem já não foi ao cinema e ficou observando os cartazes dos filmes em exibição, ou daqueles que entrarão em cartaz? De repente até decidindo assistir algo por conta do poder de persuasão deste tradicionalíssimo meio de comunicação.

O cartaz tem esse poder de captar a nossa atenção, despertar nossa curiosidade, seja pela mensagem, seja pela beleza gráfica, muitos deles verdadeiras obras de arte.

Cartazes tem sido utilizados em todo o planeta para divulgar mensagens de forma visual e impactante. em todas as áreas imagináveis, publicidade, arte, política, religião, esportes, saúde, educação, etc…

Atenta ao potencial do cartaz, tanto como arte quanto como poderosa ferramenta de comunicação, a Fundação Stickel promoveu em 2023 o concurso POSTER CONTEST – ARTE TRANSFORMA, com curadoria de Carlos Perrone, pensando em trazer um novo olhar ao tradicional concurso de cartazes.

O POSTER CONTEST marca, não apenas, a nossa entrada no universo do design gráfico, como também o início das comemorações do aniversário de 70 anos da Fundação Stickel.

Você é nosso convidado para o evento de abertura, venha descobrir os 30 projetos gráficos selecionados por um júri de 7 especialistas da área, entre os 100 projetos submetidos, incluindo o Prêmio Aquisição e os seis destaques.

Exposição Poster Contest – Arte Transforma
Abertura – sábado, 17 de fevereiro, das 11h às 16h
Espaço Fundação Stickel
Rua Nova Cidade 195 – Vila Olímpia
Catálogo disponível

Membros do júri:
Carlos Perrone; Iris Di Ciommo; José Renato Maia; José Roberto DÉlboux; Marcelo Pallotta;, Sandra Pierzchalski; Tadeu Costa


Visão da exposição

é isso, por fernando stickel [ 7:57 ]

equoterapia na hípica

A Fundação Stickel doou fotos realizadas por seus alunos de fotografia para o novo espaço dedicado à equoterapia, na Sociedade Hípica Paulista.

é isso, por fernando stickel [ 11:55 ]

finissage

Projeção do filme e palestra.

Encerrando a exposição de Maria Villares no Espaço Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 8:45 ]

maria villares – flor e pedra

Abertura da exposição de pinturas “Maria Villares – Flor e Pedra” com minha curadoria, no sábado 11 novembro 2023 no Espaço Fundação Stickel.


Visão geral da vernissage


Maria Villares, Chris e Diana Potter


Ivo Mesquita, Maria Alice Milliet e Helena Carvalhosa


Martha Stickel, Sandra Pierzchalski, Maria Villares e eu.


Ricardo Prado Santos, João Roberto Rodrigues, eu, Bassy Machado, Luiz Fernando Rocco


Gilda Mattar, Alexandre Dórea Ribeiro, Alex Cerveny, Sandra Pierzchalski, Nathalie e Lucas Lenci


Maria Villares e sua filha Kita, Ana Darce e Jacqueline Aronis

é isso, por fernando stickel [ 8:56 ]

maria villares na fundação


A fachada do Espaço Fundação Stickel recebe tratamento especial.

No próximo sábado 11 novembro das 10 às 16h abriremos no Espaço Fundação Stickel, na R. Nova Cidade 195 – Vila Olímpia, a exposição de pinturas “Maria Villares – Flor e Pedra” com minha curadoria.

Minha carreira de curador de arte não existiu até hoje como tal, nunca dei maior destaque a este mister, mas, assim como nunca deixei de ser arquiteto, designer gráfico, artista plástico ou fotógrafo, o ofício da curadoria sempre esteve presente na minha vida artística desde os anos 70, tanto nas minhas exposições, nas exposições dos amigos e, a partir do início do meu trabalho com a Fundação Stickel em 2004, em todas as dezenas de exposições que fizemos.

Em algumas exposições me permiti assinar a curadoria, como “A Trama do Gosto”, na Bienal de São Paulo em 1987, onde apresentei um espaço intitulado “Natureza Morta Limitada”; na exposição “Retratos Eriçados” de Maciej Babinski em parceria com Agnaldo Farias no Espaço Fundação Stickel em 2019, e agora assino a curadoria da exposição “Maria Villares – Flor e Pedra”, para a qual escrevi o texto a seguir.

MARIA VILLARES Flor e Pedra

Flor e pedra. Claro e escuro. Quente e frio. Pele e osso. Vermelho e azul.

A obra de Maria Villares é extensa e longeva. Seu universo pictórico é labiríntico e habitado por seres sem rosto. Mas eles estão ali, silenciosos, observando, e comandando o espetáculo.

Conhecer suas pinturas é como passear por dentro de uma caverna, com uma lanterna na mão, descobrindo imagens fascinantes que brotam da escuridão, uma hora usando uma lupa, outra hora se aproveitando de um raio de sol bandido intrometido na escuridão. Pode-se também pensar em utilizar um periscópio, ele te revelará mais algumas imagens surpreendentes…. Mas, o que está fazendo esta flor aqui???!!! Assim é a pintura de Maria Villares.

Maria não busca os holofotes, mas a solidez da disciplina, coerência e permanência. Seu trabalho atravessa os anos sem interrupção, uma coisa fluindo para outra coisa, por vezes inclinada à gravura, por vezes à cerâmica, mas mantendo sempre o norte do desenho. Sim, o desenho comanda seu destino e sua arte, esta verdade permanente transparece nesta série de pinturas executadas ao longo de mais de duas décadas.

As pinturas de Maria não se revelam por completo, elas são discretamente generosas ao fornecer pequenas pistas ao arqueólogo de plantão que queira mergulhar em espaços desconhecidos à procura de flores ou outras iguarias no Jardim das Delícias de sua obra. Tal qual os peixes luminosos do abismo, flores crescem em locais proibidos…
Fernando Stickel
Outubro 2023


Maria Villares e seu armarinho de referências.


Montagem da exposição


O planejamento analógico da expografia

é isso, por fernando stickel [ 7:15 ]

cidade invertida

A Fundação Stickel é especialista em levar arte e cultura gratuitamente a populações sem acesso a estes bens, fundamentas à cidadania. Fazemos isso através de cursos na periferia de São Paulo, exposições de arte, lançamento e doações de livros, etc…

As visitas educativas às nossas exposições são ferramenta fundamental neste processo, acabamos de utilizá-la em nosso Espaço Fundação Stickel, na Vila Olímpia, com a visita guiada à exposição “A Cidade Diante dos Meus Olhos”.

Utilizando vans, e uma boa integração entre as equipes responsáveis, trazemos alunos de nossas escolas parceiras na periferia de São Paulo, para realizar atividades com a equipe da Cidade Invertida, coordenada por Ricardo Hantzschel. 

Seu símbolo de referência é um trailer adaptado para operar, principalmente, como câmera obscura e laboratório fotográfico. Todos os alunos realizam fotos analógicas com câmeras “pin-hoje”, o processo é lúdico e extremamente interessante e didático.

As escolas beneficiadas são:
– Crescer Sempre de Paraisópolis.
– Escola Estadual Condessa Filomena Matarazzo de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste.
– Escola Estadual Comendador Mário Reys em Itaquera.
– Associação Alessandro Zarzur – FAZ no Real Parque, Zona Sul

A Fundação Stickel está sempre em busca de novos parceiros que acreditem na nossa missão, e possam colaborar na manutenção de nossas atividades.

é isso, por fernando stickel [ 9:54 ]

leonardo da vinci


E. E. Comendador Mário Reys

A Fundação Stickel promoveu a visita educativa de alunos de suas instituições parceiras à exposição “Os Mundos de Leonardo da Vinci” no Shopping Morumbi, organizada em parceria com a Visual Farm, que trouxe à vida as ideias geniais do mestre renascentista em um espetáculo de projeções incríveis!

O acesso à arte também faz parte da nossa missão e, com esta atividade, queremos facilitar o contato entre os nossos públicos e os equipamentos culturais disponíveis na cidade.

– Crescer Sempre de Paraisópolis
– Escola Estadual Condessa Filomena Matarazzo de Ermelino Matarazzo na Zona Leste
– Escola Estadual Comendador Mário Reys em Itaquera


E. E. Condessa Filomena Matarazzo


Crescer Sempre

é isso, por fernando stickel [ 11:40 ]

maria villares

A Fundação Stickel realizará em seu espaço na R. Nova Cidade 195 – Vila Olímpia, a exposição de pinturas de Maria Villares, com inauguração prevista para 11 novembro 2023.


Maria Villares à direita e sua assistente, Andrea Angulo. Ao fundo algumas telas da exposição.


Maria Villares em seu estudio.


O estudio da artista.

é isso, por fernando stickel [ 8:40 ]

ernesto diederichsen

ERNESTO DIEDERICHSEN – Um visionário

Meu avô Ernesto Diederichsen (1878-1949) e sua esposa Maria Elisa Arens Diederichsen (Lili)(1883-1973) chegaram à cidade serrana de Campos do Jordão, SP em 1936. Encantados com o cenário, compram grandes glebas de terra e iniciam a construção da residência de veraneio da família, concluída em 1941, na sequência empreendem em sociedade com o genro Luiz Dumont Villares o Hotel Toriba, concluído em 1943.

A vivência em Campos do Jordão os colocou em contato com a situação de pobreza e más condições de saúde em que viviam moradores e ocupantes dos sanatórios existentes na região. Sensibilizados com a situação, Ernesto e Lili iniciam um trabalho filantrópico assistencialista, e criam em 1946 o Grêmio Bernardo Diederichsen. Com gestão do Reverendo Oswaldo Alves o Grêmio atendia famílias e crianças carentes que chegavam à cidade para acompanhar o tratamento de tuberculose de parentes internados, incluindo distribuição de remédios, alimentos, agasalhos e realização de tratamentos médicos.

Após o falecimento de Ernesto, em 1949, as obras assistenciais foram assumidas por sua filha Martha Diederichsen Stickel junto ao seu marido Erico João Siriuba Stickel (1920-2004), meus pais. Em 1954 este trabalho assistencial se transformou, na Fundação Beneficente Martha e Erico Stickel, hoje Fundação Stickel.

Industrial e empresário, Ernesto estava à frente de seu tempo, pois tinha sua atenção voltada para o bem estar de todos os empregados de suas indústrias, criando muito antes que as leis o obrigassem, creche, ambulatório, gabinete médico, escola primária, cinema e biblioteca em suas empresas.

O Sítio das Figueiras ficava às margens da represa Billings e abrigava a casa de veraneio da família, inserida em meio a gigantescas figueiras, daí o nome do sítio. A estrutura de lazer da casa incluía quadras de esporte e um enorme escorregador, alguns barcos também ficavam disponíveis para brincadeiras aquáticas.

A cerca de 400 metros da casa ficava a Colônia de Férias dos funcionários do grupo empresarial Diederichsen, que incluía indústrias têxteis, comércio de café, adubos e forragens, óleos vegetais hotel e outras atividades. A Colônia de Férias era ampla, com acomodações para para os funcionários, salões de eventos, cozinha, restaurante, etc…

Anos mais tarde, o Sítio das Figueiras se transformou no SESC Interlagos.

Quando conheci a Argos Industrial nos anos 70 fiquei fascinado pela marca da empresa, criada pelo designer Alexandre Wollner (1928-2018),considerado o pai do design moderno no Brasil.

é isso, por fernando stickel [ 17:42 ]

diederichsen, villares, stickel e dumont

Neste último fim de semana aconteceu no Hotel Toriba em Campos do Jordão o encontro das famílias Diederichsen, Villares, Stickel e Dumont.

O hotel, inaugurado em 1943 foi construído pelo meu avô Ernesto Diederichsen (1878-1949) juntamente com meu tio, Luiz Dumont Villares (1899-1979), que era sobrinho de Alberto Santos Dumont (1873-1932), o Pai da Aviação.

A Fundação Stickel teve sua origem em Campos do Jordão na época em que Ernesto Diederichsen iniciou a construção da casa da família, inaugurada em 1941, quando frequentando a cidade de ele e minha avó Lili encontraram crianças desvalidas vagando pelo bairro de Abernéssia e iniciaram um trabalho social de assistência a estas crianças. Este trabalho foi assumido pelos meus pais, Erico João Siriuba Stickel e Martha Diederichsen Stickel após o falecimento de meu avô em 1949, e logo depois em 1954 foi transformado na Fundação Beneficente Martha e Erico Stickel.

O encontro reuniu cerca de 70 pessoas, de todas as idades e foi muito alegre e rico em conhecimentos e histórias, eu contei a história da Fundação, e projetei o mais recente vídeo institucional. Como gosto muito de contar boas histórias e tenho várias delas no meu blog, Conheci novas pessoas e novas possibilidades de histórias a serem contadas!

As fotos da família Stickel e de todos os presentes foram feitas na sala de estar do Hotel, com suas paredes guarnecidas dos maravilhosos afrescos de Fulvio Pennacchi (1905-1992).


Árvore genealógica da família criada pela minha prima Rebeca.

é isso, por fernando stickel [ 17:09 ]

segundo faces


Segundo Festival de Arte e Cultura Erico Stickel – FACES
Debate com o fotógrafo Juan Esteves, com mediação de Rubens Fernandes Junior.


Espaço Fundação Stickel

é isso, por fernando stickel [ 9:14 ]

humanismo


O Homem Vitruviano, c.1492, lápis e tinta sobre papel, Leonardo da Vinci, Gallerie dell’Accademia, Veneza, Itália.

Me ocorreu que nossa missão na Fundação Stickel, tudo o que fazemos tem foco no homem, no ser humano. Nossos permanentes esforços de aprimoramento da instituição focam sempre nossos atendidos, alunos e alunas. Parece óbvio, mas é fundamental esta clareza, sempre!
Somos humanistas!
O humanismo enfatiza a valorização e a dignidade da pessoa humana, promovendo a realização de seu potencial, a busca pelo conhecimento, a justiça social e a compreensão das complexidades da condição humana. Está relacionado com generosidade, compaixão e valorização dos atributos, potencialidades e realizações humanas.

Curiosamente, meus pais Erico e Martha Stickel, os instituidores da Fundação em 1954 eram apaixonados por tudo relacionado à Itália e ao Renascimento Italiano, o berço do HUMANISMO, eles conheciam profundamente o país e sua cultura, tendo viajado extensivamente por lá. O Humanismo, portanto, mesmo que de maneira não explícita, está nas raizes da Fundação.

O Humanismo foi um movimento de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, uma abordagem filosófica, cultural e ética colocando os seres humanos no centro de suas preocupações. Valorizou o retorno à cultura da Antiguidade Clássica, como a base filosófica do Renascimento artístico, cultural e científico europeu. Fatores que favoreceram o humanismo a partir do século XIV:

– A migração de eruditos bizantinos: muitos procuraram refúgio na Europa Ocidental, especialmente na península itálica. Traziam com eles textos gregos e promoveram a difusão da cultura, valores e linguagem gregos.

– A prensa móvel, a invenção de Gutenberg em 1439 permitiu a produção e distribuição de livros a custo reduzido, assegurando a ampla disseminação das ideias humanistas.

– A ação dos mecenas, entre os mais importantes do renascimento italiano destacam-se os Médici de Florença, Cosimo de’ Medici (1389-1464); Lorenzo de Medici (1449-1492); e seu irmão Giuliano de Medici, ou os papas Júlio II (1443-1513) e Leão X (1475-1521).

– A criação de universidades, escolas e faculdades como Lovaina, Siena, Alcalá de Henares, Coimbra e as escolas do século XV, contribuiu largamente para a expansão do humanismo em toda a Europa.

Alguns dos pensadores, artistas e estudiosos do Renascimento europeu:

1-Francesco Petrarca (1304-1374): Frequentemente considerado o “pai do humanismo”, Petrarca foi um poeta, humanista e estudioso italiano. Ele foi pioneiro na redescoberta e no estudo das obras clássicas romanas, como as de Cícero e Virgílio. Sua abordagem de valorizar a literatura clássica e a ênfase no estudo da natureza humana foram fundamentais para a ascensão do humanismo renascentista.

2-Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494): Este filósofo italiano é conhecido por seu trabalho “Discurso Sobre a Dignidade do Homem”, que enfatizava a liberdade humana, a busca pelo conhecimento e o potencial ilimitado do ser humano para moldar seu próprio destino.

3-Leonardo Bruni (1370-1444): Um humanista italiano que foi um dos primeiros a usar o termo “humanitas” para descrever o estudo das letras clássicas. Ele também enfatizou a importância de estudar a história para entender a natureza humana.

4-Erasmus de Roterdã (1466-1536): Um humanista holandês que defendia uma educação baseada na razão e no estudo das obras clássicas. Ele criticava os aspectos dogmáticos da religião e defendia uma interpretação mais pessoal e moral do cristianismo.

5-Thomas More (1478-1535): Um humanista inglês conhecido por sua obra “Utopia”, que explorava ideias de justiça social, igualdade e governança ideal. Ele também foi um defensor da liberdade de pensamento e da crítica construtiva.

6-Desiderius Erasmus (1466-1536): Outro influente humanista holandês, Erasmus enfatizou a importância da educação e da tolerância religiosa. Ele também contribuiu para a crítica das práticas religiosas e instituições corruptas de sua época.

7-Giorgio Vasari (1511-1574): Um pintor, arquiteto e escritor italiano conhecido por seu livro “Vidas das Mais Excelentes Pintores, Escultores e Arquitetos”, que apresentava biografias de artistas renomados. Sua obra ajudou a preservar e popularizar a história da arte renascentista.

é isso, por fernando stickel [ 17:08 ]

faleceu itália bighetti

Faleceu no último domingo em Ribeirão Preto Itália Novelli Bighetti, mãe do Arnaldo Halpern, meu amigo e Conselheiro da Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 18:21 ]