aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003

história da fundação stickel 2


Abernéssia nos anos 40

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 2

Maria Elisa (Lili) Arens Diederichsen (1883-1973) e Ernesto Diederichsen (1878-1949), meus avós, proprietários de terrenos em Campos do Jordão, planejam a construção da casa de veraneio da família. Havia no terreno um lago, acima dele foi o local escolhido para a construção da casa. Um trator Case vermelho foi adquirido, equipes contratadas e o movimento de terra se iniciou, abrindo-se as estradas de acesso e o platô onde se ergueu a casa.

Por força das obras, Lili e Ernesto frequentavam mais a cidade e estreitaram a convivência com a comunidade local, tomando contato com a dramática situação da saúde e pobreza no município. Famílias paupérrimas afluíam à cidade para tratamento de tuberculose, internando-se nos inúmeros sanatórios da região, prevalecia ainda a terapêutica baseada no tratamento higieno-dietético, que acreditava na cura do doente submetido a condições favoráveis, como boa alimentação, repouso e o clima das montanhas, com exposição ao sol.

As famílias dos internados, sem recursos e sem opção, acabavam por se abrigar em pensões ou favelas. Esse cenário de extrema carência sensibilizou meus avós, que começaram a suprir as necessidades mais urgentes, principalmente das crianças, distribuindo mantimentos, cobertores, remédios e agasalhos em geral. Esta iniciativa se consolidou em 1946 na criação do Grêmio Bernardo Diederichsen, sob direção do Reverendo Oswaldo Alves e com a colaboração do meu tio Luiz Dumont Villares (1899-1979), que havia se tornado sócio do meu avô na construção do Hotel Toriba, inaugurado em 1943.

O nome do Grêmio, homenageava o filho primogênito Bernardo Frederico Diederichsen (1904-1928), falecido precocemente aos 24 anos de idade, vítima de choque elétrico. Recém formado engenheiro eletrotécnico na prestigiosa escola EHT Zürich na Suíça, ele estava em seu primeiro emprego no Banco do Brasil em São Paulo. Vestia um guarda-pó branco e trabalhava em um rádio, com uma chave de fenda no bolso do guarda-pó, inclinou-se sobre o rádio e a chave de fenda encostou em uma fonte de alta voltagem, fulminando-o instantaneamente.
Em seu bolso da calça carregava seu primeiro salário.
Minha mãe Martha tinha apenas um ano de idade, e lembra de conviver toda sua infância com sua mãe Lili vestida de preto, em luto fechado.


Bernardo Frederico Diederichsen


Diploma de engenheiro elétrico

é isso, por fernando stickel [ 8:31 ]

Deixe seu comentário