aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003


Foto Bob Wolfenson

Rita Lee (1947-2023) fez parte da minha vida, temos praticamente a mesma idade. Muito triste sua partida, fica a sensação de uma vida bem vivida, uma artista fantástica, uma brasileira corajosa. Faça uma linda viagem Rita.

é isso, por fernando stickel [ 9:01 ]

é isso, por fernando stickel [ 9:18 ]

Luise Weiss e Feres Khoury, casal de artistas plásticos parceiros da Fundação Stickel, tem seu estúdio em um apartamento nos famosos “predinhos” de Pinheiros, e moram em outro prédio, a poucos metros do estúdio, esquema perfeito na São Paulo caótica de hoje.

Luise está preparando nova exposição de pinturas, para o Espaço Fundação Stickel.


Feres no seu atelier de gravuras.

é isso, por fernando stickel [ 11:30 ]

Bienal de São Paulo. Saímos de taxi de Moema às 19:40, chegamos ao Ibirapuera às 20:10, meia hora para um trajeto que normalmente se faria em 8 minutos. No caminho, a nova fonte do lago nos brinda com suas coreografias iluminadas e um som insuportavelmente alto. No pavilhão da Bienal tumulto generalizado, filas quilométricas, lá de dentro ouvem-se discursos. Cinco minutos é tempo suficiente para encontrar dois ou três amigos, comentar o absurdo da situação e se mandar. Fomos jantar no Sushi Yassu, lá na Liberdade, magnífico!
Na volta, a curiosidade, será que dá pra ver agora? Lá fomos nós no contra-fluxo. Todo mundo sainda e nós entrando, deu pra ver que a montagem está muito boa e arejada, deu pra encontrar outra meia-dúzia de amigos, e o Arthur correu bastante e se divertiu. 23:40 em casa, tomando água.

é isso, por fernando stickel [ 10:17 ]


Méaulle, Fortuné Louis (Angers, 11–04–1844 – en 1901), graveur

Em 1990 expus uma série de trabalhos na Galeria Paulo Figueiredo em São Paulo, uma das telas intitulei “Les Douvres”, cuja inspiração, não me lembro bem por que, me veio de uma formação rochosa na Normandia.
Após a exposição, dei a tela de presente para meu amigo Jay Chiat (1931-2002) Acrílica s/ tela, 125 x 185cm.


Lembrei desta história na visita que fiz ontem ao atelier dos meus queridos amigos Feres Khoury e Luise Weiss, e lá vi esta tela recente do Feres.

é isso, por fernando stickel [ 7:51 ]


Eileen e Mario com seu Jaguar

A primeira vez que pilotei um Jaguar foi em Novembro 2007, quando estreei minha participação em rallyes com minha mulher Sandra como navegadora, no 59º Rallye MG Club do Brasil, em Campos do Jordão. Nosso carro um Porsche 911 Carrera 1975, comprado alguns meses antes.

Nosso amigo Mario Cezar de Andrade participou do rallye com seu Jaguar E-Type S1 1966 conversível amarelo, com sua mulher Eileen de navegadora.

Em um intervalo do rallye fomos dar um passeio com o Jaguar e o Porsche e visitar a nossa casa, próxima ao Hotel Toriba, e o Mario me ofereceu: Quer experimentar?

É claro que eu queria pilotar aquele objeto de desejo… Pilotei o Jag por alguns quilômetros, e na hora de voltar Mario falou que podia fazer a volta na própria pista, o alto torque dá conta: É só acelerar… e de fato o giro se completou facilmente.

Memórias indeléveis!


As duas máquinas em Campos do Jordão…


Sandra, Eileen e Mario, curtindo os Beatles!

Á noite, no hotel, um programa perfeitamente complementar, um show da excelente banda Beatles Cover “Abbey Road”…

é isso, por fernando stickel [ 18:19 ]

Trabalhei no escritório do arquiteto Salvador Candia de 1972 a 1974. O escritório se situava no Edifício Vicente Filizola, à R. Xavier de Toledo 65, bem em frente à Biblioteca Municipal na Praça Dom José Gaspar, centro de São Paulo

No térreo do edifício existia naquela época uma loja das Balanças Filizola.

Neste período a minha vida diária se passava nos arredores da Biblioteca, Galeria Metrópole, Galeria 7 de Abril, Largo da Memória, R. Marconi, Barão de Itapetininga, Mappin, Av. São Luís, Viaduto do Chá, etc…

No almoço normalmente eu comia um sanduiche, e quando o tempo estava bom, engraxava os sapatos à sombra das árvores da Praça, com direito a uma soneca…

A cidade era mais civilizada, mais arrumada, haviam lojas boas e livrarias, como a Livraria Kosmos no sub-solo do Galeria Metrópole, projeto do Salvador Candia e Giancarlo Gasperini. Um dos hotéis e restaurante mais sofisticado da cidade, o Ca’d’Oro, ficava logo ali na R. Basilio da Gama, onde também ficava o restaurante árabe Almanara. Na Av. São Luís as lojas das principais companhias aéreas disputavam as melhores instalações.

Tudo o que sei de arquitetura aprendi naquela época, desde desenhar planta de prefeitura (a coisa mais chata do mundo) até participar de projetos interessantes, como a Torre do Unibanco (apelidada Idi Amin por ser imensa e negra…) na esquina da Rebouças com Marginal, um pavilhão para asilo de velhos na sociedade Beneficente Alemã e a fachada em ladrilhos do edifício Barão de Iguatemi em frente ao Shopping Iguatemi.

O painel da Tomie Ohtake na lateral do Edifício Santa Monica, de 1984, veio muitos anos mais tarde, é uma das poucas obras de arte na escala urbana bem resolvidas.

No saguão de entrada do Edifício Filizola existe esta foto de 1958, mostrando a fachada do prédio, cujo projeto é do arquiteto Adolf Franz Heep em parceria com Jacques Pilon, de 1951. Reparem nos brises na fachada, ainda existentes, depois foram retirados (na foto acima), não sei por que. Na mesma foto, mais à frente, o edifício do jornal O Estado de São Paulo, também projeto de Heep, primeira obra em que foram utilizados os brises em 1948.

é isso, por fernando stickel [ 18:01 ]

Faleceu aos 79 anos de idade o meu amigo Claudio Augusto da Rosa Ferlauto. Estou sem palavras…
A foto é do dia 7 maio 2022, inauguração da minha exposição “OLHAR 70″na Galeria Mapa. Claudio e Cris vieram, fazia muito tempo que não nos víamos, foi ótimo…

é isso, por fernando stickel [ 22:41 ]

A religião como nos é oferecida hoje, dividida em cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, evangélicos etc… não é algo que ocupe minha mente, coração ou alma, simplesmente não faz parte da minha vida, da minha rotina.

Por outro lado, aos 74 anos de idade acredito que haja sim alguma força (espírito, essência) superior, à qual agradeço diariamente minha existência e a possibilidade de estar aqui e agora sobre este maravilhoso planeta, celebrando a vida rodeado de gente, coisas, bichos, paisagens, água, céu, nuvens, música, arte, ciência, experiências e novidades sem fim!

Acredito que haja algo após a morte, não sei direito o que, nada relacionado a céu e inferno, mas com certeza haverá um seguimento da alma, do espírito, mesclando-se ao universo.

Não considero que a Humanidade e suas Tribos devam criar e se sujeitar a regras e punições religiosas de qualquer natureza, muito menos acreditar em pecado e culpa, e principalmente, não espero que ninguém mate ou morra em nome de religião, qualquer uma, ou qualquer tipo de lider religioso.

Talvez seja possível experimentar, após a morte, algo que experimentei em vida muitos anos atrás, em uma noite em Campos do Jordão. Leia aqui.

Meu pensamento no dia 12/2/2017, uma data quase palindrômica:

Ter Deus dentro de si significa fazer as coisas com amor, calma, firmeza, determinação e compaixão.
E dar tempo ao tempo.
Nem sempre é fácil, nem sempre dá certo, mas no longo prazo a receita é infalível.

Ou ainda:

Modern luxury is the ability to think clearly, sleep deeply, move slowly, and live quietly in a world designed to prevent all four.
Justin Welsh

é isso, por fernando stickel [ 22:57 ]


Minha filha Fernanda encontra em suas antigas agendas alguns recortes de coluna social dos anos 90, nas fotos meus longos cabelos em evidência!
Era uma época pré internet, onde eu saia de casa quase todas as noites para vernissages, festas, etc…

Mal me lembro quem eram os colunistas sociais da época, mas os jornais eram O Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo, os tempos do Telmo Martino no Jornal da Tarde já haviam (infelizmente) acabado.

Provavelmente alguns destes nomes estavam à frente das colunas: Cesar Giobbi, Sonia Racy, Gilda Mattar, Nirlando Beirão, Joyce Pascowitch, Monica Bergamo.

é isso, por fernando stickel [ 11:28 ]

O oco do cristal

Deito, fecho os olhos e logo sinto meu corpo se alongar.
Primeiro alguns centímetros, depois alguns metros, depois quilômetros, milhares de milhas, trilhões de anos-luz, até que sou apenas um ponto de consciência alcançando as fronteiras do Universo, e o que vejo, o que SEI, é que o Universo que conhecemos, as Galáxias, Nebulosas, a Via-láctea, Black Holes, enfim tudo que a ciência nos deu a conhecer até hoje situa-se no
OCO DE UM CRISTAL
E existem outros cristais, e o “nosso” universo se reflete nas paredes do “nosso” cristal.
Não temos a menor idéia do que há além.
Eu vi que existem outros.

Este texto acima está no meu primeiro livro “aqui tem coisa” de 1999, editado pela DBA. Relata a experiência que tive em Campos do Jordão.
Hoje tropeço no artigo abaixo, que me lembrou minha experiência extra-corpórea.

Scientists Claim That Quantum Theory Proves Consciousness Moves To Another Universe At Death

A book titled “Biocentrism: How Life and Consciousness Are the Keys to Understanding the Nature of the Universe“ has stirred up the Internet, because it contained a notion that life does not end when the body dies, and it can last forever. The author of this publication, scientist Dr. Robert Lanza who was voted the 3rd most important scientist alive by the NY Times, has no doubts that this is possible.Beyond time and space

Lanza is an expert in regenerative medicine and scientific director of Advanced Cell Technology Company. Before he has been known for his extensive research which dealt with stem cells, he was also famous for several successful experiments on cloning endangered animal species.??But not so long ago, the scientist became involved with physics, quantum mechanics and astrophysics. This explosive mixture has given birth to the new theory of biocentrism, which the professor has been preaching ever since.  Biocentrism teaches that life and consciousness are fundamental to the universe.  It is consciousness that creates the material universe, not the other way around.

Lanza points to the structure of the universe itself, and that the laws, forces, and constants of the universe appear to be fine-tuned for life, implying intelligence existed prior to matter.  

He also claims that space and time are not objects or things, but rather tools of our animal understanding.  Lanza says that we carry space and time around with us “like turtles with shells.” meaning that when the shell comes off (space and time), we still exist.?The theory implies that death of consciousness simply does not exist.   It only exists as a thought because people identify themselves with their body. They believe that the body is going to perish, sooner or later, thinking their consciousness will disappear too.  If the body generates consciousness, then consciousness dies when the body dies.
But if the body receives consciousness in the same way that a cable box receives satellite signals, then of course consciousness does not end at the death of the physical vehicle. In fact, consciousness exists outside of constraints of time and space. It is able to be anywhere: in the human body and outside of it. In other words, it is non-local in the same sense that quantum objects are non-local.?Lanza also believes that multiple universes can exist simultaneously.  In one universe, the body can be dead. And in another it continues to exist, absorbing consciousness which migrated into this universe.

This means that a dead person while traveling through the same tunnel ends up not in hell or in heaven, but in a similar world he or she once inhabited, but this time alive. And so on, infinitely.  It’s almost like a cosmic Russian doll afterlife effect.?Multiple worlds?This hope-instilling, but extremely controversial theory by Lanza has many unwitting supporters, not just mere mortals who want to live forever, but also some well-known scientists. These are the physicists and astrophysicists who tend to agree with existence of parallel worlds and who suggest the possibility of multiple universes. Multiverse (multi-universe) is a so-called scientific concept, which they defend. They believe that no physical laws exist which would prohibit the existence of parallel worlds.The first one was a science fiction writer H.G. Wells who proclaimed in 1895 in his story “The Door in the Wall”. 

And after 62 years, this idea was developed by Dr. Hugh Everett in his graduate thesis at the Princeton University. It basically posits that at any given moment the universe divides into countless similar instances. And the next moment, these “newborn” universes split in a similar fashion. In some of these worlds you may be present: reading this article in one universe, or watching TV in another.Our souls are in fact constructed from the very fabric of the universe – and may have existed since the beginning of time.  Our brains are just receivers and amplifiers for the proto-consciousness that is intrinsic to the fabric of space-time. So is there really a part of your consciousness that is non-material and will live on after the death of your physical body?
Dr Hameroff told the Science Channel’s Through the Wormhole documentary: “Let’s say the heart stops beating, the blood stops flowing, the microtubules lose their quantum state. The quantum information within the microtubules is not destroyed, it can’t be destroyed, it just distributes and dissipates to the universe at large”.  Robert Lanza would add here that not only does it exist inthe universe, it exists perhaps in another universe.If the patient is resuscitated, revived, this quantum information can go back into the microtubules and the patient says “I had a near death experience”‘

He adds: “If they’re not revived, and the patient dies, it’s possible that this quantum information can exist outside the body, perhaps indefinitely, as a soul.”

This account of quantum consciousness explains things like near-death experiences, astral projection, out of body experiences, and even reincarnation without needing to appeal to religious ideology.  The energy of your consciousness potentially gets recycled back into a different body at some point, and in the mean time it exists outside of the physical body on some other level of reality, and possibly in another universe.

é isso, por fernando stickel [ 9:11 ]


Delicioso almoço de Páscoa na Hípica Paulista, da esq. para a direita, eu, minha mãe Martha, minha sogra Dionice, seu marido Erinaldo, minha filha Fernanda, sua mãe Iris, seu marido Richard e minha mulher Sandra. Os netos Pedro e Samuel estavam correndo e brincando na hora da foto.

Percebi que estou um pouco “forte”… Sandra também percebeu e decretou uma dieta linha dura a partir de hoje. Com razão…

é isso, por fernando stickel [ 13:41 ]


Faleceu em Punta Del Este no Uruguai o meu amigo Julio Berriel. Excelente e bem humorado companheiro de aventuras automobilísticas, Julio deixa muitas saudades. R.I.P.


Em 2014 Julio me convidou a participar com ele da 24ª Edición 1.000 Millas Sport e Historicos – Gran Premio Ancap – Copa Mazda, em Montevideo e Punta Del Este, o que fizemos a bordo do Ford Escort emprestado pelo nosso amigo Wanderley Natali. Pela primeira vez ocupei o lugar do navegador, nosso resultado não foi brilhante, mas nos divertimos muito!


No ano passado em Lindoia encontrei com Julio, percebi que ele tinha emagrecido muito, o questionei, mas ele não quis falar a respeito. Fiquei com a triste sensação de que algo não ia bem com ele.

é isso, por fernando stickel [ 9:28 ]

Davi Kopenawa, sua filha Suyá, Ailton Krenak e Valdir Cruz na inauguração da exposição “Faces da Floresta – Os Yanomami” do fotógrafo Valdir Cruz, com curadoria de Rubens Fernandes Junior, no Espaço Fundação Stickel.

A logística para reunir Davi e Ailton no dia da inauguração da exposição foi bem trabalhosa, pois foi necessário coordenar as já lotadas agendas, geridas também pelo Instituto Socioambiental – ISA, Hutukara Associaçã Yanomami e a Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP

A fala de Davi Kopenawa no debate de abertura foi interessantíssima, ele iniciou seu discurso na língua Yanomami, e falou por um longo período, causando até um certo espanto na audiência, aí, falando em português, explicou que a língua nativa é a língua original do país, o português é o idioma dos invasores, explanação óbvia, porém muito poderosa para divulgar a opressão que os povos indígenas vem sofrendo desde sempre.

Na primeira fila, sentados, a fotógrafa Maureen Bisilliat, Antonio Peticov e minha mãe Martha Stickel.

Maureen Bisilliat, Valdir Cruz, eu e Christiane Torloni.

Valdir Cruz em primeiro plano, e o curador Rubens Fernandes Junior de calça vermelha, em palestra após a abertura da exposição.

é isso, por fernando stickel [ 8:46 ]

O fotógrafo Valdir Cruz, parceiro da Fundação Stickel, fotografa Claudia Andujar e Davi Kopenawa em seu estúdio em São Paulo, 17 março 2023.

é isso, por fernando stickel [ 10:27 ]

Conheci Davi Kopenawa, líder Yanomami, na cerimônia em que ele foi agraciado com título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP em 15 março 2023.


Davi recebendo a comenda


Davi no discurso de agradecimento


Uma feliz coincidência de datas permitiu que Davi Kopenawa estivesse presente na exposição de fotos dos Yanomami de Valdir Cruz, com curadoria de Rubens Fernandes Junior no Espaço Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 10:10 ]

Fundação Stickel convida para a abertura da exposição FACES DA FLORESTA – Os Yanomami – Fotografias de Valdir Cruz, com curadoria de Rubens Fernandes Junior.

Nesta mostra inédita em São Paulo, Valdir Cruz exibe 26 fotografias em preto e branco, incluindo o icônico retrato de Davi Kopenawa, xamã e líder indígena que estará presente no evento, acompanhado de Tuira Kopenawa Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e do escritor e ambientalista Ailton Krenak.

FACES DA FLORESTA
OS YANOMAMI

Os mistérios da floresta e de seus habitantes continuam a sensibilizar os fotógrafos. Só que agora, não mais pela grandiosidade das matas, ou pela exuberância da fauna, ou pela beleza da flora. Atualmente, o que preocupa o homem contemporâneo é a falta de perspectiva de uma existência futura para o cidadão que ali vive livremente. Em pleno século 21, onde tudo parece muito tênue e provisório, o que interessa é o olhar agudo e crítico sobre este imenso labirinto da floresta Amazônica, que quase já não consegue mais esconder a beleza mágica de seus habitantes, entre eles, os Yanomami.

Valdir Cruz adentra o território para flagrar este momento de transição em que parece impossível alimentar alternativas de salvação do que ainda resta da mais primitiva e pura experiência humana no planeta Terra. Através de um olhar refinado e certeiro, estabelece uma possibilidade de registrar os encantos da vida Yanomami e, ao mesmo tempo, impõe uma contundente e estranha sensação ao exibir as feridas abertas pelo homem civilizado. Claro que é perceptível a forte conexão entre o olhar envolvido que não só documenta, mas escancara o dramático e brutal esquecimento do povo originário Yanomami submetido ao abandono e a urgência da denúncia da perda de identidade.

A fotografia documental tem esse incrível poder transformador. Ao nos depararmos com esse comovente ensaio, que materializa as luzes e as sombras da floresta, somos surpreendidos pela tensão visual provocada pela sensação de impotência diante de uma inevitável catástrofe. Valdir Cruz não é um simulador de imagens: apenas registra o que se evidencia diante de seus olhos, com a perspicácia de um observador atento que provoca efeitos perturbadores.

Roland Barthes defende que a fotografia é subversiva, não quando ela assusta, mas quando ela incita à reflexão, quando ela é incômoda, quando ela desalinha nossa percepção do cotidiano e, como neste ensaio, provoca a ampliação da exagerada insensatez do homem civilizado. É paradoxal se deparar com essas fotografias bem elaboradas esteticamente, mas apreendidas sem deslumbramento. Um manifesto visual que consegue sensibilizar nossa imaginação e detonar uma última centelha capaz de incendiar nossa consciência sobre a necessidade de dar condições para a preservação e sobrevivência da diversidade étnica ainda existente em nosso país.

Rubens Fernandes Junior
pesquisador e curador de fotografia

Abertura 18 de março, sábado, às 11h.
Espaço Fundação Stickel – Rua Nova Cidade 195 – Vila Olímpia – São Paulo.

Em cartaz até 29 de abril 2023

REALIZAÇÃO: Fundação Stickel – Galeria Bolsa de Arte

APOIO: UNIFESP – Instituto Socioambiental – Hutukara Associação Yanomami


Valdir Cruz fotografado por Juan Esteves.

é isso, por fernando stickel [ 8:47 ]


Conselho Curador da Fundação Stickel reunido no escritório da Fundação. Nestas reuniões são decididos os rumos da Fundação.
A Miriam, Gerente Administrativa Financeira de vermelho, e eu, CEO, de marrom, não fazemos parte do Conselho.
Da esq. para a direita, Arnaldo Halpern, Rosangela Santos, Manoel Alves de Lima, Marcelo Pallota, Sandra Pierzchalski (Presidente) e Alexandre Dórea Ribeiro.

é isso, por fernando stickel [ 18:09 ]