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levy e a bmw


A minha turma na FAUUSP entrou na faculdade em 1969 e se formou em 1973. Logo que entramos conheci o Alberto Seixas Levy, que estava um ano na nossa frente. Ele tinha uma maravilhosa Moto BMW R69S.
Um belo dia eu simplesmente pedi a ele para dar uma volta na moto, ele me entregou a chave e disse pode ir…
Quase fiquei louco, aquilo era o sonho de qualquer tarado por motos como eu.
Saí da FAU e peguei a avenida principal em direção à saída da Cidade Universitária, me acostumando com a máquina, que era grande potente e pesada.
Este era o modelo mais potente da BMW, acelerava muito bem, mas eu mal havia tocado ainda nos freios… Cheguei na rotatória da avenida principal, na sequencia uma descida e uma nova rotatória, entusiasmado eu só queria acelerar, quando entrei na curva o peso da moto se fez sentir e eu quase não termino a curva, escapando de ralar a roda na guia por milímetros…
Respirei fundo com o coração quase saindo pela boca, me recompus e voltei tranquilamente para entregar a moto ao dono, agradecendo aos céus que nada havia acontecido!


Na sequência o Alberto apareceu com uma Kawasaki 350 de dois cilindros e dois tempos, e eu naturalmente pedi para dar uma volta, dessa vez peguei a Marginal, e como já conhecia a fama da moto se ser potentíssima, girando a 8.000 rpm, eu manerei logo do início, e não tomei susto!
Recentemente criou-se um grupo de WhatsApp da nossa turma da FAU, e foi através deste grupo que eu fiquei sabendo do falecimento recente do Alberto, vítima do coronavirus… nós não eramos próximos, na verdade perdi contato ainda na faculdade, mas bem ou mal ele é a primeira pessoa de um grupo próximo vítima do coronavirus. Que você fique bem Alberto, talvez no teu paraiso você encontre maravilhosas máquinas dos anos setenta…

é isso, por fernando stickel [ 18:15 ]

chateaubriand & churchill


Takashi Fukushima me passa outra história relatada pelo Prof. Flavio Motta, escrita pelo seu amigo Guen Yokoyama:

Homens não choram

O relato abaixo, ouvi contado por Flavio Motta, meu ex-professor da FAUUSP, quando fomos visitá-lo, eu e Takashi Fukushima. É sobre Assis Chateaubriand. Ele o conhecia desde quando deu cursos no MASP.

Um dos ídolos de Assis Chateaubriand era Winston Churchill. Uma de suas maiores vontades era conhecê-lo. O britânico, além de ter levado os Aliados à vitória na Segunda Guerra Mundial, primeiro ministro durante e depois dela e bom escritor, pintava.

Chateaubriand comprou uma tela sua, como meio de poder conhecê-lo. Através de seu fiel secretário, paraibano como ele, conseguiu arrumar uma visita, em Londres. Finalmente conseguiu conhecê-lo. Churchill, àquela altura, um senhor de avançada idade, contava alguma reminiscência e, emocionado, começou a chorar. Chateaubriand, que não falava uma palavra de inglês, dirigiu-se ao fiel secretário e disse: “Arrume um jeito de terminarmos a visita. Não suporto ver homens chorando.”

Não foi com essas palavras que Flavio Motta contou-nos essa e outras inúmeras. Foi uma bela visita. Mostrou-nos desenhos que Saul Steinberg tinha feito quando esteve no Brasil, os seus – tinha um caderno em que fazia um por dia, sempre. Acabamos almoçando com ele e sua filha.

é isso, por fernando stickel [ 9:45 ]

caderno de viagens

Professor Flavio Motta (1923-2016)
Durante o ano de 1973 os alunos de graduação do 5º ano de arquitetura da FAUUSP se dedicaram ao Trabalho de Conclusão do Curso – TCC, ou Tese, não lembro mais do nome.
Eu propus aos meus orientadores, Flavio Motta e Aracy Amaral fazer um “Caderno de Viagens”, similar aos cadernos que meus professores na Escola Brasil: nos incentivavam a fazer, com desenhos, anotações, reflexões, colagens, etc…
A proposta foi aceita, no primeiro semestre trabalhei em folhas soltas, depois encadernadas e no segundo semestre mandei encadernar um belo caderno de folhas em branco e capa de couro com a inscrição:

Diário de Viagens
Fernando D. Stickel
1973- 2ª Parte

Após a entrega do trabalho, consegui surrupiar o original da biblioteca, deixando uma cópia xerox, e como o caderno ainda não estava totalmente preenchido continuei a trabalhar nele até o final.
Hoje seria impensável aluno de arquitetura conseguir executar um trabalho assim…foi graças à personalidade esfuziante do Mestre Flavio que isso foi possivel, ele era irreverente, inteligente, imprevisivel, genial e companheiro!!


Flavio Motta e o arquiteto Vilanova Artigas (1915-1985) autor do projeto da FAUUSP, provavelmente em uma de suas sala de aula.
Na lousa a famosa frase do arquiteto Auguste Perret (1874-1954), pioneiro no uso de concreto protendido: “É preciso fazer cantar o ponto de apoio.” (L’architecture, c’est l’art de faire chanter le point d’appui)


Meu retrato feito pelo Flavio Motta no “Diário de Viagens”

é isso, por fernando stickel [ 18:07 ]

projeto no arrozal


No início dos anos 70 eu estudava na FAUUSP, e meu primo Luiz Diederichsen Villares conversou comigo para fazer o projeto de uma casa na Praia do Arrozal em Ilhabela, SP

Propus para o arquiteto Marcos Acayaba, formado 4 anos na nossa frente, a execução do projeto em conjunto, que foi feito no escritório dele e concluido em 1973, ano em que me formei. A construção se deu em 1974 e 75.

A casa ficou muito bonita e funcional, com o corpo dos quartos separado do corpo social por um amplo terraço coberto. Utilizamos vigas enormes de madeira composta. Foi meu primeiro projeto construído!


Minha mãe Martha na obra.

é isso, por fernando stickel [ 23:34 ]

modular delta


Foto Nelson Kon
Os Edifícios Modular Delta I e II fazem parte de um conjunto de obras que o arquiteto Abrahão Sanovicz projetou para a construtora Formaespaço no início da década de 1970 – os Modulares. Os edifícios foram pensados para serem implantados em terrenos típicos na cidade de São Paulo, a partir do conceito de planta livre. Procurou-se racionalizar a construção pela escolha formal – duas lâminas paralelas entre si – e pela modulação estrutural, permitindo maior reaproveitamento da forma e a padronização das dimensões das diversas partes da estrutura.


Abrahão Velvu Sanovicz (1933-1999), arquiteto formado em 1958 na FAUUSP, membro da “Escola Paulista”, geração de ouro da arquitetura paulista, projetou e construiu relevantes edifícios habitacionais, culturais, educacionais, de serviço e infraestruturais. Ainda jovem, foi aluno da Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM e estagiário do escritório do designer Marcello Nizzoli em Milão, legando trabalhos nas áreas de artes plásticas – em especial, desenho e gravura – e design de marcas e produtos.


O Modular Delta hoje, com a placa da construtora que está restaurando as fachadas. O bloco azul já está quase pronto e iniciam-se os trabalhos no bloco verde.


Foto Nelson Kon


Foto Nelson Kon


Foto Nelson Kon


O condomínio está em plena reforma, eu me voluntarizei para fazer parte do Conselho Consultivo e ajudar a síndica na reforma… Agora vai!!!!

é isso, por fernando stickel [ 21:15 ]

marlene milan acayaba


Na festa de aniversário da nossa colega de FAUUSP, Marlene Milan Acayaba, com Sylvia Ficher e a aniversariante de vermelho.


A família Acayaba, na icônica residência dos anos 70 projetada pelo arquiteto Marcos Acayaba.


O interior da residência.


Eu, Augusto Livio Malzoni e o anfitrião Marcos Acayaba.

é isso, por fernando stickel [ 17:39 ]

sonhei…

Sonhei que fazia parte um grupo de estudantes que iria à Faculdade de Arquitetura em Paris para uma palestra.
O grupo era uma mistura dos meus colegas da FAUUSP e do Colégio Santa Cruz.
Em um ônibus chegamos ao Campus, através de um imenso portão de ferro, que se abria sobre algo que tinha a cara da Park Avenue em New York, com as faculdades ocupando grandes prédios ao longo da avenida, e exuberantes jardins em seu centro.
Em uma longa caminhada chegamos ao prédio da Arquitetura, enorme, moderno, com muitas áreas verdes embutidas na parte de baixo de sua fachada.
Através de um pequeno elevador, muito apertado, entramos no prédio e chegamos a uma sala toda de madeira, paredes, teto e piso, onde tínhamos que sentar em uma carteira comprida para cerca de 24 pessoas 12 de cada lado. O processo para sentar era bem complicado, de encaixe, apertado. Na frente de cada lugar vários postais dos anos 40/50 com gravuras e caligrafias.
Nisto a imensa carteira começa a se movimentar e ganha enormes corredores, todos também de madeira, amplos, iluminados, muito bonitos.
Comecei a conversar em francês com uma moça vestida de short azul claro.
Percebi que em algum momento da viagem perdi minha mala cilíndrica listrada de branco e rosa…

é isso, por fernando stickel [ 13:18 ]

salvador candia

salvador candia 1
Encontrei na internet o livro de 2008 “Aproximações sobre a obra de Salvador Candia”, dissertação de mestrado na FAUUSP de Eduardo Rocha Ferroni. Folhear este livro é como revisitar meu passado… Os nomes, os projetos, as referências, toda a minha formação como arquiteto está lá. O Salvador foi o único mestre que tive na arte de projetar.
Ele também me inspirou a fumar charutos, muitos anos mais tarde…

salvador candia 2
A pág 71 registra minha colaboração no escritório, como estagiário e arquiteto recém formado, 1972-1974.

salvador candia 3
A pág 150 mostra o projeto que fiz para a fachada do Edifício Barão de Iguatemi.

é isso, por fernando stickel [ 21:28 ]

fernando stickel na folha de são paulo

f s paulo
O jornalista Toni Sciarretta do caderno “Morar” do jornal Folha de São Paulo do último domingo, 17 Abril 2016, me entrevistou sobre a minha experência como morador da Vila Olímpia.
Conversamos também sobre a série de fotos que realizei no bairro em 2003-2005, que acabaram por gerar a exposição “Vila Olímpia” na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2006, com curadoria de Diógenes Moura, e lançamento simultâneo do livro “Vila Olímpia” pela Editora Terceiro Nome.
A minha foto na matéria é da Raquel Cunha.

ENTREVISTA FERNANDO STICKEL

Vila Olímpia foi dos inferninhos aos arranha-céus

Fotógrafo registrou detalhes do dia a dia do bairro em que vive desde 1986 e reuniu as imagens em livro e em mostra na Pinacoteca.

RAIO X
NOME Fernando Diederichsen Stickel

IDADE 67

FORMAÇÃO Arquitetura na FAUUSP

OCUPAÇÃO Presidente da Fundação Stickel de oficina de artes na periferia e autor do blog “aqui tem coisa”

Artista plástico, fotógrafo, blogueiro e agora executivo do terceiro setor, o arquiteto Fernando Stickel, 67, vive na Vila Olímpia há 30 anos, época em que o bairro ficava submerso nas águas do córrego Uberaba, onde hoje fica a avenida Hélio Pellegrino. Pelas lentes de Stickel e pelo bairro, retratado no blog “aqui tem coisa”, iniciado em 2003, passaram diferentes tribos: motoqueiros dos anos 1990, inferninhos “de quinta categoria” dos anos 2000 e agora executivos dos prédios espelhados e estudantes do Insper e da Anhembi Morumbi.
Stickel, que nos anos 1990 manteve um loft e ateliê de 2.000 m² até se render à especulação imobiliária local, chegou fotografar os prédios espelhados que surgiam na região, mas não gostou do resultado. Preferiu retratar detalhes de fachadas, tapumes de prédios em construção, portas e janelas do bairro. O trabalho motivou uma exposição na Pinacoteca e virou o livro “Vila Olímpia” em 2006 (ed. Terceiro Nome).
Leia trechos da entrevista feita na Fundação Stickel, instituição sem fins lucrativos que faz trabalhos na Vila Nova Cachoeirinha e na Vila Brasilândia (zona norte).

Folha – Como era a Vila Olímpia quando você chegou?
Fernando Stickel – Estou no bairro desde 1986. Construí um loft na rua Ribeirão Claro com a Fiandeiras –era meu estúdio e residência. A Vila Olímpia era um bairro pobre. A Hélio Pellegrino era um córrego imundo com uma favela. Quando chovia, a água subia mais de um metro.
O bairro inteiro tinha tecnologias diferentes para conviver com as enchentes: escadinha, rampa… Eu tinha um portão com gaxeta de borracha, que virava uma comporta para barrar a água.
Foi assim até que veio a obra que canalizou o córrego. Em seguida, saiu a nova Faria Lima. Aí o bairro explodiu.
E a sua história de fotógrafo?
Minha história de fotógrafo começa em 2003, quando montei o blog “aqui tem coisa”. Falava do meu filho, minha mulher, meu cachorro e do bairro. Ainda não tinha máquina digital. Comprei e saí fotografando como doido. Participava do Fotolog, um serviço de blog de fotografia que acabou de morrer. Fui formando uma visão das ruas do bairro que acabou gerando três anos depois a mostra na Pinacoteca e o livro.
A máquina fotográfica tem a mesma característica de um pincel –mas, no lugar de tinta e pincel, tem uma máquina. A visão é de artista plástico. Tanto que muitas pessoas falavam que era uma pintura.

O que as fotos mostram que não existe mais?
Tem tapume, fachada, janela, porta, portão; algumas coisas ainda lembro onde estão, outras foram embora há décadas. Era um bairro de casinhas, oficinas mecânicas, borracheiros, botequinhos, papelaria, mercadinho de bairro. O que era um barzinho de esquina, hoje virou um restaurante de quilo.
Esses bares da esquina da Quatá e Nova Cidade começaram na fase áurea dos motoqueiros. Aqui era “point” dos motoqueiros. Depois vieram os inferninhos. Eram boates de quinta categoria.

Onde estão esses moradores?
O borracheiro foi embora; não cabe mais aqui. O mercadinho foi comprado ou fechou. E assim tudo foi se modificando. Um dia vem o mercado imobiliário e toca a sua campainha. Ligavam todos os dias: eram corretores, incorporadores…
Não adianta lutar contra, então vamos fazer da melhor forma possível. Vendi o terreno para uma sinagoga, que ficou linda. Pelo menos, não foi um predião.

Os moradores da Vila Olímpia foram organizados e tiveram voz no desenvolvimento do bairro, como ocorreu no Itaim, onde a população ajudou a conservar o patrimônio histórico?
Sim. O cidadão, quando pode, se organiza e põe o dedo na ferida. Qual é o valor disso? Existe, mas o poder econômico é maior. Na minha visão, o poder público é totalmente omisso –não regulamenta, não fiscaliza e é vendido. O resultado é essa cidade completamente desestruturada e carente de infraestrutura.

Você tentou fotografar os prédios espelhados?
Quando comecei, achava que também iria fotografar os espelhados”¦ Tentei, mas não faz minha cabeça. Outros fotógrafos vão fazer mil vezes melhor, provavelmente não tiram a foto do detalhe como eu. Até porque esse tipo de detalhe está sumindo.

O que seria o detalhe dos prédios espelhados? A grama amendoim do paisagismo?
É tudo muito igual. Talvez você vá achar pessoas interessantes que passam na frente desses prédios.

Você tem nostalgia daquela Vila Olímpia?
Minha nostalgia não vai para dez anos atrás. Vai para o Guarujá dos anos 1950, onde eu cresci. Não tenho saudade do tempo dos botecos, era infernal! Demorava 45 minutos para andar dois quarteirões. Depois, assim como veio, também foi embora.
Hoje diria que é um bairro tranquilo. Faço tudo o que preciso a pé. Andei durante muito tempo de moto até que tive um acidente. Tentei andar de bicicleta, mas fui atropelado por um motoboy, ainda antes da ciclovia.
Almoço com os estudantes e executivos. Essa mistura é excelente. Vi na Vila Olímpia uma transformação não só de cidade mas também de vida. E acho ótimo que vá embora essa minha vizinha [aponta para o sobradinho em frente, com placa de “vende-se”], que mandou derrubar uma árvore linda porque sujava a casa dela. (TONI SCIARRETTA)

Veja aqui o artigo “Fotógrafo registra em livro detalhes do dia a dia do bairro em que vive desde 1986” on line.

EM TEMPO: Recebi esta mensagem, acompanhada da foto da pintura, muito interessante e simpática!
“Olá Fernando
Estava viajando e não vi seu email. Então, esse é o quadro que minha mãe pintou baseado na foto do seu livro “Vila Olímpia”. Ela tb pintou mais dois que devem estar com a família.
Vou procurar saber para te enviar tb. O nome dela é Therezinha Fontes, já faleceu há dois anos, dei pra ela o seu livro de presente justamente por causa das fotos.
Espero que vc goste do resultado.
Um abraço
Cristina Teresa Fontes”

pintora

é isso, por fernando stickel [ 14:31 ]

und jangada

und jangada
Iris Di Ciommo, Lelé Chamma e eu éramos sócios do estúdio de design gráfico chamado “und”.
No Natal de 1978 pedimos ao nosso colega de classe da FAUUSP, Paulo Caruso para fazer uma charge, que ele gentilmente desenhou, imprimimos um cartão postal (bons tempos…) e enviamos para clientes e amigos.
Na cestinha, a minha filha (e da Iris) Fernanda com um aninho de idade… dois dias atrás, 29/10 ela completou 37!!!!
Desde os tempos do Cursinho Universitário ficávamos fascinados com a fantástica capacidade de desenhar e caricaturar dos gêmeos Chico e Paulo Caruso.

é isso, por fernando stickel [ 18:18 ]

acidente na rio-bahia


Finalzinho de 1968, ou início de 1969 recebi a notícia de que havia entrado na FAUUSP.
Meu amigo Edo Rocha, que também havia entrado e eu, fomos pra Bahia comemorar, no meu Fusca 68 bordô.
Passamos o carnaval em Salvador, e na volta eu guiava na Rio-Bahia sob uma garoa fina, a cerca de 80 km/h, quando vi uma mancha lisa, brilhante no asfalto, logo à minha frente.
Não teve jeito, derrapei pra direita, corrigi, sambei pro outro lado e capotamos barranco abaixo.
Eu cortei o supercílio e o Edo, quando saiu do carro e subia o barranco, cortou o joelho.
Fui costurado no hospital de Jequié, meio a sangue frio, os médicos e enfermeiros foram super simpáticos e até almoço me deram.
Conseguimos uma cegonha para levar o Volkswagen semi-destruido de volta para São Paulo, entramos num ônibus e dois dias depois a vida continuou em São Paulo…

fuscajequie
Encontrei este slide hoje, guardado há exatos 45 anos e ainda com a cor razoável…

é isso, por fernando stickel [ 13:42 ]

salvador candia arquiteto

iguatemi
Comecei a trabalhar no escritório do arquiteto Salvador Candia em 1972, como estagiário, desenhando plantas de prefeitura. Eu me interessava muito por design gráfico e o Salvador foi pouco a pouco me encarregando de algumas tarefas nesta área, inclusive cuidar da papelaria do escritório, carimbos, cartão de visita, apresentação de projetos, etc…

Um dos projetos pelo qual fui responsável foi a fachada do Edifício Barão de Iguatemi, localizado quase em frente ao Shopping Iguatemi em São Paulo.

Em 1973 me formei arquiteto na FAUUSP e continuei trabalhando com o Salvador, o pouco que sei de arquitetura, aprendi com ele e seu braço direito, o arquiteto Yasuhiro Aida, japonês seríssimo, trabalhador incansável.

Acaba de ser lançado um livro sobre sua obra, pequeno e interessante, pela Escola da Cidade.

escola

candia

é isso, por fernando stickel [ 16:53 ]

mariana correia

mariana
Em uma destas casas próximas à esquina da R. Mariana Correia com R. Sampaio Vidal, em São Paulo,os artistas Cassio Michalany e Plinio Toledo Piza fizeram na garagem um estúdio.
Corria o ano de 1970, e éramos colegas do segundo ano da FAUUSP, eu frequentava a garagem, e lá fiz também alguns desenhos.
Na mesma R. Mariana Correia morou alguns anos mais tarde o meu cumpadre Frederico Jayme Nasser, recém-casado com a Marina.

é isso, por fernando stickel [ 10:13 ]

sobre o autor


Fernando Diederichsen Stickel, com os Jack Russell Bolt e Jimmy.

Nasci em São Paulo SP na Pro Matre Paulista em 6 Outubro 1948 às 18:52h

Meus pais Erico João Siriuba Stickel e Martha Diederichsen Stickel ambos de origem alemã me educaram rigidamente, e aprendi o pouco de alemão que sei principalmente no contato diário com nossa governanta Lina Johanna Dietze, conhecida por Fräulein, mas também com meus avós paternos Erna e Arthur Stickel.

Nossa casa na R. dos Franceses era cheia de livros, quadros, gravuras, esculturas, tapetes, era uma casa onde se ouvia música clássica e não havia televisão. Meus pais se relacionavam principalmente com arquitetos, músicos, gente da arte e da cultura.

Havia um piano no porão, e por um breve período também um órgão elétrico Hammond, que meu pai tocava. O porão, a garagem e o jardim permitiam brincadeiras de todos os tipos, minha infância e de meus irmãos foi basicamente dentro de casa, não havia convivência com vizinhos nem brincadeiras de rua.

Toda minha vivência de bairro e de rua se realizava na casa do meu amigo Klaus Foditsch, que morava na Rua Barão de Aguiar, ao lado do Aeroporto de Congonhas.

Meu interesse por máquinas, motores, bicicletas, carrinhos, tudo que andasse e tivesse motor já era evidente, e tanto perturbei meus pais que com 16 anos de idade ganhei uma Leonette 50cc.

Com cerca de 20 anos de idade iniciei aulas de desenho com Frederico Nasser, fato que mudou radicalmente minha vida, pois me lançou em velocidade supersônica no mundo das artes, por conta deste pontapé inicial os anos de 1968, 69, e toda a década de 70 foram riquíssimos, e solidificaram minha paixão pela ARTE.

A partir daí a vida continuou com sólidas escolhas e paixões já encaminhadas…

Estudei em 1970 com Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende na Escola Brasil: e formei-me pela FAU-USP em 1973.

Nos anos 70 trabalhei como arquiteto e designer gráfico, optando por uma carreira nas artes plásticas em 1980.

Participei de inúmeras exposições individuais e coletivas, recebendo em 1985 o Prêmio Aquisição Desenho, no III Salão Paulista de Arte Contemporânea.

Fui nomeado para o Programa CAPES / FULBRIGHT de especialização em Artes nos EUA, e morei em New York em 1984/85.

Dei aulas de desenho de observação em meus estúdios na Vila Olímpia na R. Ribeirão Claro e na R. Nova Cidade por 20 anos. Com Anísio Campos promovemos o curso “Oficina de Design de Automóvel” em 1988, 1989 e 1990.

Publiquei os livros: “aqui tem coisa” (poesias e desenhos) pela Editora DBA em 1999; “Vila Olímpia” (fotos), pela Editora Terceiro Nome em 2006 e “Clássicos” (fotos e pequenas histórias) pela Editora Madalena em 2020

Ocupo desde 2004 a posição de Diretor Presidente da Fundação Stickel, instituição sem fins lucrativos visando a transformação de jovens e adultos através das artes visuais, nossa atuação concentra-se na Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha, distritos da zona Norte de São Paulo. Nosso lema ARTE TRANSFORMA!

Em 2007 uma paixão antiga finalmente encontrou espaço para se desenvolver, a militância no universo dos carros clássicos. Adquiri um Porsche 911 Carrera 1975 e meu envolvimento neste universo cresceu exponencialmente, me filiando a clubes e participando de rallies, passeios e eventos de antigomobilismo, no Brasil e no exterior.

Concluí em 2009 MBA em Gestão e Empreendedorismo Social pela FIA/CEATS e em 2011 frequentei a Foundation School em Bertinoro, Itália promovida pelo CAF – IDIS.

Venho atuando ativamente no Terceiro Setor, participando de congressos, encontros e seminários.

Optei pela fotografia em 2003, na sequência de 30 anos de carreira nas artes plásticas e ensino de desenho de observação, e expus minhas fotos pela primeira vez na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2006, com curadoria de Diógenes Moura, com a série “Vila Olímpia”.

Minhas obras estão em coleções públicas e particulares, no Brasil e no exterior.

Mantenho desde 2003 este blog “aqui tem coisa”

Estou casado com a Sandra e tenho os filhos Fernanda, Antonio e Arthur, e os netos Samuel, Ian, Noah e Pedro.

Sandra e eu somos os pais do Jimmy Hendrix e do Bolt, adoráveis cães da raça Jack Russell. Eles comandam as nossas vidas!

é isso, por fernando stickel [ 15:19 ]

eduardo longo


Neste prédio da R. Bela Cintra tive o primeiro contato com a obra do arquiteto Eduardo Longo.
Foi assim:
Eu cursava em 1968 o Cursinho Universitário, me preparando para o vestibular de arquitetura, naquela época era a FAUUSP e o Mackenzie, e precisava fazer um desenho grande.
Meu amigo Rubens Mario (já falecido) se propos a me ajudar e disse que eu poderia usar a prancheta do Eduardo, eu fiquei meio constrangido, porque não conhecia o arquiteto pessoalmente, só de sua fama.
O Rubens Mario disse que não tinha problema, que o Eduardo era “gente fina” e que não iria reclamar, e lá fui eu em uma tarde desenhar no apartamento do arquiteto.
Lá chegando fiquei maravilhado, era um apartamento pequeno, todo reformado, com o teto em ângulos, um biombo de metal e a porta do banheiro amarela parecia uma porta de submarino, achei o máximo!
Logo depois conheci-o pessoalmente, e somos amigos desde então.


O próprio Eduardo me fez a gentileza de enviar as fotos do apartamento.

é isso, por fernando stickel [ 18:24 ]

the austin company

austin
Recém formado arquiteto na FAUUSP em 1973, eu trabalhava já há uns dois anos no escritório do arquiteto Salvador Candia como “frila”.
Cansado da monotonia de fazer planta de prefeitura, me candidatei a um emprego anunciado no jornal, fui aprovado, e iniciei meu primeiro emprego com carteira assinada em 1974, na The Austin Company, multinacional americana da consultoria e engenharia.
Todos os memorandos internos, relatórios, planos de trabalho tinham que ser escritos em inglês, o ritmo era puxado e o lema da companhia, registrado desde 1878 e que aparecia em qualquer impresso:

“RESULTS, NOT EXCUSES”

Hoje, na Fundação Stickel estamos usando mais ou menos o mesmo conceito. Não é porque somos uma entidade filantrópica que não precisamos da eficiência e do compromisso dos nossos colaboradores. Portanto:

RESULTADOS, NÃO DESCULPAS!

é isso, por fernando stickel [ 16:15 ]

baravelli e sakae

bara
Momento Raro: Sr. e Sra. Luis Paulo Baravelli, em um jantar na capital do Estado de São Paulo, fora dos seus domínios da Granja Viana.

Isto equivale mais ou menos em estranheza a um jacaré no Lincoln Center, ou o ectoplasma do Tim Maia visitando o Edir Macedo.

Evento mais raro ainda é a gargalhada da Sra. Baravelli, minha querida colega de FAUUSP, Sakae Ishii. Tudo gravado agora a pouco pela câmera do meu iPhone.

Passam-se décadas, encontramos os amigos fugazmente, e lembramos do tempo em que eu morava em New York e me correspondia com o Baravelli, pena no papel, envelope, selo, correio.
Cada rodada de correspondência trazia, além das abobrinhas costumeiras, o desafio dos anagramas: Quem é? As regras eram simples, tinha que ser alguém do mundo das artes plásticas.
Lembro-me que fizemos entre outros, a Regina Boni e a Luisa Strina, só não me lembro o resultado…
Este foi o brilhante fecho do meu aniversário!

é isso, por fernando stickel [ 0:32 ]

stirling moss

moss
Happy birthday, Sir Stirling Moss!

The 2009 Goodwood Revival
Two birthday celebrations dominated this year’s marvellous event: it was 50 years ago that the Mini was launched on an unsuspecting world and 80 when Britain’s greatest living racing driver was born.

Meu amigo Zé Rodrigo fez um comentário tão precioso, que trago-o para o post:

Ele começou a correr pela Mercedes com 25 anos, em 1955, com um carro igual a este da foto, o W196. Neste mesmo ano ele ganhou a Mille Miglia guiando uma 300 SLR a uma média de praticamente 160 km/h.
O mais incrivel não foi isto, mas o fato de que após ganhar e comemorar a vitória na MM ele tomou um banho e foi para a alemanha de carro com sua noiva, guiando a noite inteira e o dia seguinte quase todo, e só foi dormir após um jantar com os diretores da Mercedes.
Para aguentar este todo pique, além da juventude ele tinha também umas pilulazinhas dadas por seu grande amigo, “senor” Juan Manuel Fangio, que dizia serem capazes de fazer milagres contra o sono nos camioneiros de sua terra natal.
PS – O aniversário do Sir Moss foi dia 17.

é isso, por fernando stickel [ 14:47 ]