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família

sociedade beneficente alemã

sba
Este é o “Stickel Heim”, pavilhão que meus pais doaram à Sociedade Beneficente Alemã SBA no Sesquicentenário da Imigração Alemã 1824-1974.
O projeto arquitetônico ficou a cargo do arquiteto Salvador Candia, em cujo escritório eu trabalhava na época. Sob a orientação do arquiteto Yasuhiro Aida, braço direito do Salvador, trabalhei bastante neste projeto.
São 12 quartos, sala de estar, copa e terraço para uso dos idosos que a SBA abriga.


Os dizeres da placa comemorativa, afixada no prédio:

Em homenagem à memória de nossos pais
Ernesto Diederichsen
Maria Elisa A. Diederichsen
Arthur Stickel
Erna H. Stickel
No ano comemorativo do Sesquicentenário da Imigração Alemã no Brasil, construimos esta casa.
Martha Diederichsen Stickel
Erico João Siriuba Stickel


Meu pai, Erico Stickel, na inauguração.


Eu, meu pai Erico, iris Di Ciommo, minha mãe Martha e o arquiteto Salvador Candia.


Meu pai assinava o “Käseblatt” apelido carinhoso com que a comunidade alemã se referia ao jornal em lingua alemã “Deutsche Zeitung”, que trouxe uma longa reportagem com fotos sobre a inauguração do “Stickel-Heim”.

é isso, por fernando stickel [ 20:06 ]

festa de casamento

kalil.jpg
Garimpagens nos álbuns de fotografia antigos, um dos efeitos da quarentena do cooronavírus…
Na saída da festa do meu casamento com Maria Alice Kalil em 14 Maio 1971, meu sogro, José Kalil (1903-1975) beija a filha, sob o olhar da irmã Dulce.
O álbum do casamento foi feito pelo fotógrafo Peter Scheier.


José e Josephina Abs Kalil, Frederico Nasser e eu, na Catedral Ortodoxa do Paraíso. Meu sogro levou de sua residência inúmeros tapetes para decorar a Catedral… juntamente com o trabalho da Marilia Vogt, que decorou a igreja e a casa.


Meu pai Erico (1920-2004), minha mãe Martha, a noiva Alice, eu, a sogra Josephina (1912-1972) e o sogro José (1903-1975) na festa de casamento na R. Martiniano de Carvalho, 14 Maio 1971.
As fotos são de Peter Scheier, recuperei de contatos preparatórios para o album de casamento.


Na saída da festa Alice de roupa clara, Plinio de Toledo Piza de barba e minha prima Ciça (Cecilia Cruz Villares) na porta do carro, de xadrez.


Pilotando a Variant, Dulce, a irmã da noiva me brinda com arroz! Ao fundo seu marido Tigrão (Luis Carlos Fagundes) olha divertido…

é isso, por fernando stickel [ 13:17 ]

indiana e argos


Logotipos da Argos Industrial S.A. e da Fiação para Malharia indiana S.A. projetos dos anos 60-70 do designer gráfico Alexandre Wollner (1928-2018), considerado o pai do design moderno no Brasil. Wollner participou da fundação da primeira escola de design do país em 1962, a Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro – ESDI.

Sobre as empresas, no texto de 1959 “Os precursores do progresso do Brasil” de Eddie Augusto da Silva-Rubens Veras-Julio Ewigkeit, Editora Sociedade Brasileira de Expansão Comercial Ltda:

São múltiplos e notáveis os empreendimentos pessoais de ERNESTO DIEDERICHSEN. Em 1914 em sociedade com Luiz Trevisioli e Aleardo Borin, fundou uma fábrica de tecidos em Jundiai. Essa fábrica transformou-se no que é hoje a “Argos Industrial S/A” uma das mais pujantes organizações industriais do ramo. Acompanhado por alguns amigos ERNESTO DIEDERICHSEN fundou ainda a “S/A Fiação para Malharia Indiana”, o “Lanifício Argos S/A”, e adquiriu e ampliou a “S/A Cotonificio Adelina”.


Algumas marcas/logotipos projetados por Alexandre Wollner.


Um dos meus primeiros trabalhos gráficos foi criar os nomes para fibras especiais ALVIL e TEFIL, e as respectivas etiquetas.


Anúncio de revista.

é isso, por fernando stickel [ 14:12 ]

erico 100 anos


Erico João Siriuba Stickel (1920-2004)
Fosse vivo, meu pai completaria hoje 100 anos de idade!!!

é isso, por fernando stickel [ 10:23 ]

lili e a gripe espanhola


Lili, minha mãe Martha e meu tio Ernesto, anos 30, na casa da R. dos Franceses

Minha avó Lili – Maria Elisa Arens Diederichsen (1883-1973), foi uma sobrevivente da gripe espanhola de 1918.

Ela se curou da gripe, mas teve como sequela uma lesão no pulmão que muitos anos mais tarde se transformaria em enfisema, doença que acabou sendo a causa de sua morte aos 90 anos de idade.

Ela tinha 35 anos de idade quando foi infectada em São Paulo pelo H1N1, a pandemia infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época, e vitimou entre 50 e 100 milhões de pessoas no planeta, as vítimas preponderantemente adultos jovens.

Dois anos mais tarde nasceu a caçula da família, minha mãe Martha em 1920. Lili teve uma vida excelente, suas sequelas não diminuíram em nada seu vigor e alegria de viver. Dois anos ates de falecer o enfisema se manifestou, e ela passou a ter sintomas de falta de ar.


Lili no navio, com meu pai Erico, eu e minha irmã Sylvia, anos 50


Lili com minha irmã Sylvia na Suíça, anos 50


Lili com 87 anos, na festa do meu noivado com Maria Alice Kalil, 1970


A ciência tem dados das epidemias e pandemias, as curvas e as precauções são as mesmas…

é isso, por fernando stickel [ 9:23 ]

coronavírus


A crise do coronavírus já infectou milhões ao redor do mundo, matou milhares e colocou milhões em quarentena, como a Sandra e eu que já estamos há uma semana fechados dentro de casa…
O desenho é de R. Crumb, o STAY HOME é meu…

é isso, por fernando stickel [ 18:22 ]

quarentena e fotos

Com a quarentena do coronavirus temos que encontrar assunto, eu fui abrir umas gavetas e encontrei algumas fotos…


Meu avô Arthur Stickel (1890-1967) jovem.


Lembranças da minha infancia no Guarujá, meu avô na volta da pescaria.


Minha bisavó Elizabeth Catharina Metz Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 11:26 ]

faleceu luisinho villares


Luiz Diederichsen Villares (Luisinho), meu primo-irmão e padrinho faleceu hoje aos 90 anos de idade em São Paulo. A foto do Luisinho, como todos o conheciam, é de minha autoria no aniversário de 89 anos da minha mãe Martha, 4 anos atrás,
Ele foi sempre um exemplo para mim como colecionador de extremo bom gosto, como responsável pelo design da marca Villares, pelas suas casas sempre lindas e arrumadas, com sua coleção de arte exposta com maestria, pela sua conexão visceral com a música clássica. Ele incentivou desde cedo a minha própria coleção de arte, me presenteando com uma magnífica tela de Maria Leontina e uma gravura de Serge Poliakoff.
Foi presidente da Fundação Bienal de São Paulo de 1980 a 1983, realizando as XVI e XVII Bienais de São Paulo.
Além das artes visuais Luisinho amava a música, e a conhecia como ninguém, quando eu tinha cerca de 15 ou 16 anos de idade nós cantávamos juntos no Conjunto Coral de Câmara de São Paulo, um período de convivência próxima e gostosa.
Uma informação interessantíssima sobre o Luisinho surgiu nas palavras de Lia Diskin, da Associação Palas Athena proferidas no velório.
Luisinho e seu amigo Marcos Ring iniciaram como voluntários nos anos 70 a construção da creche/escola Instituto Pandavas no Bairro dos Souzas em Monteiro Lobato, SP O curioso é que nem mesmo a família do falecido conhecia sua vertente filantrópica… Ele fazia o bem, e não contava pra ninguém…foi durante 20 anos voluntário do Centro de Valorização da Vida-CVV
Luisinho tinha sempre o melhor aperto de mão da praça, firme, forte, sólido, acompanhado do mais simpático sorriso… Deixa a viuva Raquel, os filhos Marcelo Claudia e Eduardo e netos.
Vá em paz Luisinho, faça uma linda viagem, com acompanhamento de Beethoven, Mozart, Olivier Messiaen, Berlioz e tantos outros compositores e músicos que você amava…

é isso, por fernando stickel [ 17:03 ]

antonio diederichsen


Um amigo me enviou esta foto de uma placa em homenagem ao meu tio avô Antonio Diederichsen (1875-1955), irmão do meu avô Ernesto Diederichsen, e empreendedor em Ribeirão Preto, SP.
Ele construiu o Edifício Diederichsen em 1936, onde foi originalmente inaugurada a famosa Choperia Pinguim. O edifício é tombado, legítimo representante do estilo Art-Deco.

Na placa está escrito:
Edifício Diederichsen
A Antonio Diederichsen
Grande benemérito desta cidade e propulsionador do seu progresso, homenagem do povo de Ribeirão Preto
20-12-1936


A Choperia Pinguim mudou-se para a esquina oposta ao Edifício Diederichsen.


Antonio Diederichsen nasceu em 01 de agosto de 1875, em São Paulo, filho de Bernhard Diederichsen e Anna da Rocha Leão. Iniciou os seus estudos básicos no Colégio Brasileiro-Alemão e os concluiu na Alemanha.

Retornando ao Brasil trabalhou com o pai, fabricante de vinho e chá, na Fazenda Morumbi, mas após uma praga nos vinhedos retornou à Alemanha para cursar Agronomia. Formado, veio trabalhar na Fazenda Santa Adelaide, de propriedade de seu tio Arthur Diederichsen.

Na ocasião, foi anunciada a falência do Banco Construtor e Auxiliar de Santos, que possuía, em Ribeirão Preto, uma oficina mecânica, uma fundição e uma serraria.

Diederichsen interessou-se por esse espólio e propôs sociedade a João Hibbeln, que era o seu depositário. A empresa foi constituída e começou na esquina das ruas José Bonifácio com São Sebastião, com a razão social de “Diederichsen & Hibbeln”.

O negócio se desenvolveu a contento, pois abriram a seção de ferragens e, em virtude do desenvolvimento da serraria, a firma mudou-se para a Vila Tibério. O horário era das 6,00 até às 21,00 horas. Em 1916, com o advento da 1a. Grande Guerra, a sociedade se dissolveu e entendeu Diederichsem de dar participação para os seus auxiliares diretos Manoel Pena, Germano Reinel da Silva e Guido Gambini.

O progresso e a cidade exigiram a expansão dos negócios e, assim foi construído o edifício do Antigo Banco Construtor, na esquina das ruas Saldanha Marinho e Américo Brasiliense. Antigo Banco Construtor era o nome de fantasia e se consagrou como a maior casa de materiais de construção da região. Sua diversidade de produtos era enorme. Ia do básico ao acabamento. Toda a região acorria para adquirir esses materiais. Diederichsen igualmente dotou a cidade de um moderno edifício construído no estilo Art-Deco, compreendendo o trecho da rua Alvares Cabral, com 150 metros de fachada e 3.750 m2 de área construída, entre a rua Gal. Osório e a São Sebastião, com locais para escritórios, apartamento, Hotel, restaurante, lojas e cafés.

Parte da construção ocupou a antiga residência do chefe político do PRP, Cel. Quinzinho da Cunha Junqueira. Ainda objetivando dotar a cidade de melhoramentos, em 1947, Diederichsen resolveu construir o edifício onde se instalou o Hotel Umuarama, inaugurado em 20 de janeiro de 1951. Ainda como desenvolvimento de suas atividades mercantis, Diederichsen, em 1922, passou a representar a empresa Byington & Cia., concessionária Chevrolet. Em 1934, a empresa Diederichsen & Cia. passou a vender os veículos da Ford e, 30 anos depois, com o nome de Cia. Comércio Antonio Diederichsen passou a ser concessionária Volkswagem. Já no ínício da década de 1950, agravou a diabetes de Diederichsen, que acabou falecendo no dia 30 de setembro de 1955.

Antonio Diederichsen nunca casou e não tinha herdeiros, deixou sua fortuna para a Santa Casa. Minha mãe se lembra bem do tio, que vinha a são Paulo ao menos uma vez por ano, muito gentil e simpático era querido por todos.

Mais informações sobre a família aqui.

é isso, por fernando stickel [ 3:46 ]

encrencado aos 13 anos


A minha educação sexual foi praticamente inexistente, meu pai jogou na minha mão aos 13 anos de idade um calhamaço chamado “A nossa vida sexual” de um tal Dr. Fritz Kahn. A parte interessante do livro é que ele trazia algumas “gravuras” dos órgãos sexuais masculino (que eu já conhecia) e do feminino, o grande desconhecido!


A educação sexual informal da minha geração todos conhecem, os amigos e os catecismos do Carlos Zéfiro!


Encrencado como qualquer adolescente, coberto de eczemas, e já com pelos crescendo nas palmas das minhas mãos, meus pais acharam por bem que eu deveria ter ajuda profissional, e com 14 ou 15 anos de idade meu pai me levou ao Rio de Janeiro, para ser atendido pelo papa da psicologia, um tal de Mira Y Lopez.

No consultório da sumidade, um escuro apartamento em Copacabana, após as formalidades iniciais meu pai se afastou, o doutor fechou as portas com vitrais de seu estudio e eu fiquei frente a frente com o monstro.
Lembro que ele perguntava insistentemente quem eram os meus ídolos, e eu dizia que não os tinha, mas ele teimava:
– Mas você não gosta de futebol?
Eu dizia NÃO, e ele insistia:
– Mas você não gostaria de ter um autógrafo do seu jogador de futebol preferido?
– Eu pacientemente explicava ao doutor que não tinha o menor interesse por futebol.
Ou seja, a consulta foi um fiasco total.


O lucro da visita ao doutor são as deliciosas lembranças que ficaram daqueles dois ou três dias no Rio de Janeiro, sozinho com meu pai, a viagem de avião, o Aeroporto Santos Dumont, a hospedagem no Hotel Miramar, no Posto 6, os almoços em restaurantes à beira da praia, do vento e o cheiro do mar.

é isso, por fernando stickel [ 9:05 ]

aniversário martha


Minha mãe Martha Diederichsen Stickel completa hoje, 21 Fevereiro 2020, 93 anos de idade!!! Parabéns Mamãe!!! Suas fiéis escudeiras Tide e Ivani a ladeiam na foto.
A Fundação Stickel também comemora o aniversário de sua instituidora, que com seu marido e meu pai Erico João Siriuba Stickel a criaram em 1954.


Que Mamãe continue a navegar acompanhada dos quatro filhos, Fernando, Sylvia, Ana Maria e Roberto, quatro netos, Fernanda, Antonio, Joana e Arthur e cinco bisnetos, Samuel, Rodrigo, Ian, Noah e Pedro.


Anos 60, Martha com 30 e poucos anos…


Familia quase completa no Natal 2019.

é isso, por fernando stickel [ 9:57 ]

festa de noivado


Lá no início dos anos 70 convidei meu amigo Frederico Nasser para ser meu padrinho de casamento com a Alice Kalil.
Na foto, na escadaria da casa do meu sogro José Kalil (1903-1975) na R. Martiniano de Carvalho no dia da festa de noivado em 1970, eu e o Frederico (å esquerda), estamos bem arrumados e bem felizes! Frederico com 24 anos de idade, e eu com 22…
A foto original é um slide, a câmera uma Asahi Pentax Spotmatic, quem tirou a foto não lembro…

é isso, por fernando stickel [ 23:49 ]

carta ao frederico


Durante um bom tempo eu me debati com os porquês do sumiço do meu amigo Frederico Jayme Nasser.

Conversei várias vezes com o Fajardo, que era talvez o amigo mais próximo dele, conversei com a Marina, ex-mulher, tentei de tudo quanto é jeito encontrar uma explicação lógica, mas o sentido do isolamento do meu amigo continuava a me escapar.

Finalmente escrevi a carta acima, à guisa de pá de cal no triste assunto, que enviei a ele acompanhada do meu livro “aqui tem coisa”, lançado três anos antes em 1999.

Obviamente não houve resposta, mas fiquei apaziguado e virei a página.

é isso, por fernando stickel [ 9:43 ]

faleceu frederico jayme nasser


Faleceu o meu amigo Frederico Jayme Nasser aos 75 anos de idade.

Ele teve uma importância gigantesca na minha vida e na minha opção pelas artes plásticas. Foi uma presença instigante, fascinante, generosa, surpreendente e carismática.

Frederico foi meu professor, abriu caminhos e me apresentou ao mundo das artes plásticas do final dos anos 60 e início dos 70. Amigos como Augusto Livio Malzoni, Dudi Maia Rosa, José Carlos BOI Cezar Ferreira (1944-2018), Wesley Duke Lee (1931-2010) e muitos outros foram fruto desta amizade.

Juntamente com os amigos Luiz Paulo Baravelli, Carlos Fajardo e José Resende, Frederico instalou em 1970 o Centro de Experimentação Artística Brasil: na Av. Rouxinol 51 em Moema, que teve importância capital na formação de toda uma geração de artistas, eu incluido.

Além de tudo isso nós éramos muito amigos, tivemos uma relação pessoal muito forte, ele foi meu padrinho de casamento com a Alice Kalil em 1971, e eu fui padrinho do casamento dele com a Marina Leão em 1976, ele foi ainda padrinho (ausente, diga-se) do meu filho Antonio em 1979.

Ocorre que logo na sequência desses eventos familiares muito alegres, e entrando nos anos 80 o Frederico iniciou um processo misterioso de se fechar para o mundo, pouco a pouco ele foi evitando o contato social com amigos, família e foi se isolando. Ninguém entendia o que estava acontecendo.

Certa feita andando de carro pelo Itaim vi o Frederico andando a pé na calçada oposta, parei o carro e me dirigi a ele de mão estendida, feliz com o encontro! Frederico simplesmente me ignorou e passou reto… eu fiquei ali incrédulo, parado com a mão estendida, observando ele se afastar totalmente alheio à minha presença…

Seu coração falhou, não uma e definitiva vez há dois dias atrás, mas falhou durante quase quatro décadas. Foi muito triste e difícil de aceitar a perda de um amigo ainda vivo, o luto e a tristeza que agora sinto já senti e trabalhei durante quase 40 anos…


Polaroid do estúdio do Frederico Nasser em 28/12/1975
Da esquerda para a direita, Iris Di Ciommo, Frederico Nasser, Cassio Michalany e eu.


Transcrevendo o recorte:
Marina Ferraz de Camargo Leão tornou-se pela Lei dos Homens a sra. Frederico Jayme Nasser durante recepção na residência de sua avó, Haydée França Ferraz de Camargo, viuva de meu saudoso amigo José Ferraz de Camargo. Foi uma reunião íntima, co-anfitrionada pelos pais de Marina e Frederico: Helena Ferraz de Camargo e Francisco Moreira Dubeux Leão, Elisa e Jayme Nasser.
A casa da rua Bolivia era decorada por Mareio à base de malvas, jasmins e crisantemos e na pauta gastronomica: salada primavera, lagosta com camarão e molho rosé, rosbife com batata doce caramelada ao Madeira, e o Moet et Chandon correndo de ponta a ponta.
Foram padrinhos da noiva (vestida em tons cinza do Red E Blue): Josefina Leão e Joaquim Leão, Helena Moreau e Ornar Campos, Monica Frier e José Luiz Leão. Testemunharam pelo noivo, Maria Elisa Nasser e Augusto Livio Malzoni, sr. e sra. Fernando Stickel e o sr. e sra. Raphael Rosi (engano da redação, o nome correto é Rafael Maia Rosa)
A cerimonia religiosa oficiada ontem por Monsenhor Benedito Calazans foi em casa dos pais de Marina, na rua Bolivia.

é isso, por fernando stickel [ 16:50 ]

erico stickel


Encontrei na publicação “Quem é Quem no Brasil – Biografias Contemporâneas” Volume VI de 1961 o verbete alusivo ao meu pai.
A editora Sociedade Brasileira de Expansão Comercial Ltda se dedicava a traçar perfis de empreendedores e divulgar empresas.

STICKEL, Erico João Siriuba — Advogado e Industrial.

Nasceu a 3 de abril de 1920, em São Paulo (Capital). Filho do Sr. Arthur Stickel e de D. Erna Stickel.
Casado com D. Martha Diederichsen Stickel. Tem quatro filhos: Fernando, Sylvia, Ana Maria e Roberto.
Fêz seus estudos no Ginásio São Bento; Escola de Comércio “Alvares Penteado” e na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. É Oficial do Exército Brasileiro pelo CPOR; Diretor do grupo industrial S.A. Fiação para Malharia “Indiana”; S.A. Cotonifício Adelina; Argos Industrial S.A. e Lanificio Argos S.A.; Diretor do grupo Villares S.A. — Participações Industriais; Ibaté S.A. Agropecuária e Alduvi S A. Agrícola e Pecuária; Gerente Geral das firmas: Sociedade Agrícola e Comercial Siriuba Ltda.; Autogar Ltda. e Sociedade Hotel Toriba Ltda.; Presidente (instituidor) da Fundação Beneficente “Martha e Erico Stickel”, Presidente da Fundação “Visconde de Porto Seguro”; Vice-Presidente dos “Sanatorinhos” de Campos do Jordão; Conselheiro (vitalício e colaborador ativo) das Fundações: “Luiz Dumont Villares”, “Martius de Ciências, Artes e Letras” e “Instituto Hans Staden”. Pertence ao Jóquei Clube, e Automovel Clube de São Paulo; São Paulo F.C. e à Hípica Paulista.

Residência: Rua dos Franceses, 324 — Fone: 32-1160.
Escritorio: Largo do Ouvidor, 102 — 5.o andar — Fone: 32-5483 — S. Paulo.

Interessante a divulgação aberta de amplos dados pessoais, incluindo endereços e telefones, algo impensável no Brasil de hoje.

é isso, por fernando stickel [ 9:59 ]

ernesto diederichsen


Meu amigo Vignoli me envia este texto sobre meu avô que eu não conhecia!

ERNESTO DIEDERICHSEN
in “Os precursores do progresso do Brasil” de Eddie Augusto da Silva-Rubens Veras-Julio Ewigkeit
Editora: Sociedade Brasileira de Expansão Comercial Ltda 1959

Nascido em São Paulo. em 19 de Setembro de 1878, faleceu na mesma cidade, em 20 de Outubro de 1949, aos 71 anos de uma longa vida dedicada ao trabalho construtivo, à prática de atos de bondade consciente e espontânea, como de patriotismo sem alardes.
Foram seus pais Bernardo Diederichsen e D. Ana da Rocha Leão Diederichsen. Casado com D. Maria Eliza Arens Diederichsen, teve os seguintes filhos: Bernardo; Leonor, casada com o Dr. Luiz Dumont Villares; Ernesto George casado com D. Maria Antonieta Ratto Diederichsen, e Martha, casada com o Dr. Erico João Siriuba Stickel. Seu pai, dono, com seu cunhado, da Fazenda Morumbi, situada nos arredores de São Paulo, onde se produzia chá, vinhos e hortaliças, mandou-o estudar na Alemanha. Voltando à sua terra, empregou-se na firma Theodor Wille & Cia. Secção Têxtil, cuja chefia lhe era entregue pouco tempo depois. Sua operosidade, dinamismo, inteligência e lealdade, elevaram-no, em breve, à categoria de sócio e chefe da filial paulista dessa poderosa e conhecida emprêsa.
São múltiplos e notáveis os empreendimentos pessoais de ERNESTO DIEDERICHSEN.
Em 1914 em sociedade com Luiz Trevisioli e Aleardo Borin, fundou uma fábrica de tecidos em Jundiai. Essa fábrica transformou-se no que é hoje a “Argos Industrial S/A” uma das mais pujantes organizações industriais do ramo. Acompanhado por alguns amigos ERNESTO DIEDERICHSEN fundou ainda a “S/A Fiação para Malharia Indiana”, o “Lanifício Argos S/A”, e adquiriu e ampliou a “S/A Cotonificio Adelina”.
Outros setores industriais beneficiaram-se também de sua inteligência criadora e de sua capacidade de organização. Assim. fundou a “Pró-Pecuária, Forragens Equilibradas, Limitada”, a “Indústria e Comércio de Adubos e Forragens ICAF, Ltda”, a “Indústria Brasileira de Óleos Vegetais, Ltda.”; além de indústrias para beneficiamento de fibras nacionais. como o rami, o caroá, indústrias de descaroçamento de algodão; de malharia; de tinturaria e beneficiamento de tecidos; emprêsa de navegação costeira; indústria eletrônica e de construções de máquinas e outras.
Espirito ativo e empreendedor, sempre inclinado a novos cometimentos, ERNESTO DIEDERICHSEN dedicou-se também a atividades imobiliárias, e nesse setor, em companhia do seu genro Luiz Dumont Villares dotou Campos do Jordão de um notável patrimônio, fazendo ali construir o conhecido Hotel Toriba.
Suas maneiras afáveis e sua bondade caracterizavam-se no trato não só com seus auxilares, como também com todos aqueles deparados na trajetória de sua operosa vida, quer ricos ou pobres, potentados ou humildes.
Tinha sempre voltada a sua atenção para o bem estar de todos os empregados de suas indústrias, junto às quais, antes que as leis para tanto obrigassem, fez instalar Creche, Ambulatório, Gabinete Médico, Escola primária, Cinema e Biblioteca.
A entidade que administra esses serviços nas indústrias de Jundiaí, a “Associação dos Empregados da Argos”, é autônoma e dirigida pelos próprios empregados.
Desse modo, ERNESTO DIEDERICHSEN inscreve-se, com justiça, entre aqueles que muito contribuiram para a grandeza Brasil.

E eu completo: Um pioneiro do Terceiro Setor!

é isso, por fernando stickel [ 15:38 ]

pólvora


Minha fase de brincar com fogo durou um ou dois anos, eu devia ter 13 ou 14 anos, e terminou com uma explosão.

Meus amigos me ensinaram a produzir pólvora em casa, com clorato de potássio (KClO3) e açúcar. Para acelerar a reação adiciona-se fósforo (P) vermelho, mas muito cuidado no preparo, qualquer atrito pode fazer a mistura explodir.

No início foram as bombinhas de São João, que nós desmontávamos e fazíamos de várias pequenas uma grandona, mas dava muito trabalho. Depois a coisa evoluiu para a produção “industrial”, queima lenta da pólvora para os foguetes, e queima rápida para as bombas.

A explosão final se deu na hora do jantar, no meu quarto na R. dos Franceses na Bela Vista. Enquanto minha mãe chamava para a mesa no andar de baixo, eu coloquei a mistura de clorato de potássio e açúcar no almofariz de bronze, não mais que uma colher de sopa, misturei bem, e me preparei para adicionar o fósforo vermelho, que é uma substância higroscópica e forma grânulos.

Lembrei da dica dos meus amigos que qualquer atrito pode provocar explosão, mirei bem um grânulo grande com o pilão, afastei meu rosto, e com o braço estendido bati.

Uma luz intensa, um estampido seco, tontura e um zumbido infernal nos ouvidos, sobrepujando todos os outros sons.

Levantei da mesa e mal consegui andar, tanta era a fumaça branca, abri as janelas do quarto, a fumaça começou a sair, abri a porta do quarto e saí envolto em volutas de fumaça, no hall do andar de baixo a família inteira olhava para cima assustada, sem coragem de subir as escadas… A explosão foi ouvida em toda a vizinhança, as pessoas sairam à rua perguntando o que havia acontecido, foi um fuzuê…

O saldo da brincadeira foram os meu dedos da mão direita incrustrados com resíduos da explosão, o zumbido que durou cerca de um mês para sumir, e a cúpula do abat-jour que se encolheu com o calor, sem falar na bronca que levei dos meus pais…

Na escala de coisas perigosas que fiz na minha adolescência (e sobrevivi…) só as brincadeiras com a Winchester 44 do meu avô superaram a pólvora, mas esta é uma outra história…

é isso, por fernando stickel [ 10:00 ]

aniversário ian


Aniversário 4 anos do Ian, na casa da Vovó Iris!

é isso, por fernando stickel [ 18:53 ]