aqui no aqui tem coisa encontram-se
coisas, coisas, coisas...
...desde janeiro de 2003


Polaroid da minha casa-estúdio na R. Ribeirão Claro na Vila Olímpia, anos 80. Nesta grande mesa onde está sentada Marinalva, minha caseira na época, dei aulas de desenho de observação de 1986 até 2000.

é isso, por fernando stickel [ 11:54 ]

Tenho um amigo boliviano, colega de classe no Colégio Visconde de Porto Seguro, seu nome Manuel Ramiro Iturralde Jahnsen (Manuco), seu irmão mais velho Francisco Xavier Iturralde Jahnsen também estava no colégio. A família morava em Higienópolis na R. Alagoas 162, e nós nos frequentávamos.

Seu pai era arquiteto, Alberto Iturralde Levy, sua mãe Ethel Mary Jahnsen de Iturralde.

Ao lado do prédio na R. Alagoas tinha uma casa abandonada, e nós vivíamos nos enfiando lá para brincar…

Recentemente o Manuco me enviou um documento muito interessante, a nomeação do meu pai, Erico João Siriuba Stickel como Consul Honorário da Bolivia em São Paulo, datada de 20 Janeiro 1965 e assinada pelo Gal. René Barrientos Ortuño, chefe da junta militar que estava no poder na época. Manuco me confirmou que a nomeação de meu pai se realizou através de sua mãe.


O edifício Santa Rita na R. Alagoas, boa arquitetura dos anos 50 e o vizinho, onde ficava a casa abandonada de tantas brincadeiras!

Como eu não me lembrava deste título, perguntei à minha mãe, que se lembra do convite, mas que meu pai não aceitou ser o Consul Honorário.


A família Iturralde Jahnsen, Manuco no colo da mãe e Francisco com o pai. Os dois mais velhos são meio-irmãos de um casamento anterior do pai.

é isso, por fernando stickel [ 9:31 ]

Meu aniversário de 72 anos transcorreu como o clip acima, alegre, poderoso, inovador…

Um dia muito interessante!

Logo cedo recebi lindas flores de minha ex Jade Gadotti, e também da minha colaboradora Ana, obrigado!!

Às 9:00h em ponto iniciou-se uma reunião virtual via Zoom com o Conselho Curador da Fundação Stickel, onde importantes decisões foram tomadas, uma das melhores reuniões já feitas!
Na sequência minha aula com o personal trainer Samuel Amorim, responsável desde o início da pandemia por manter meu corpo em ordem.
Após o banho verifiquei no espelho que meus glúteos de fato estão com maior tonus, o que é muito importante pois eles são de fato a base que sustenta minha coluna semi avariada…
Mais alguns presentes chegaram, delícia!
Fui buscar minha mãe em sua casa para almoçar comigo, estavam também no almoço minha filha Fernanda, minha mulher Sandra e o Samuel. Deliciosos camarões e uma garrafa de champagne, de sobremesa uma cocada dos deuses!


Durante o almoço, maravilhosamente preparado pela Sandra, a Fernanda comentou que o meu neto Samuel de 10 anos tinha ido naquela manhã ao médico para verificar seu crescimento, que está absolutamente normal, ótima notícia!
À tarde no escritório uma deliciosa surpresa, quando me chamaram para uma reunião Zoom convocada apenas para comemorar meu aniversário, com toda a equipe da Fundação! Novamente bolo e champagne.
Terminamos o dia Sandra e eu exaustos no sofá, assistindo ao último capítulo da excelente série Netflix “Bom Dia Verônica”
A cereja do bolo do dia chegou por volta das 11 da noite, quando meu filho Arthur me ligou de Vancouver no Canadá para informar ter sido aprovado como free lancer e vai trabalhar para o mega estúdio de animação Titmouse!

é isso, por fernando stickel [ 23:42 ]


A série dinamarquesa Borgen no Netflix é uma lição de democracia, política, papel da imprensa e muitas outras cositas más em um país altamente civilizado. O personagem principal, a política moderada Birgitte Nyborg é interpretada magistralmente pela atriz Sidse Babett Knudsen.

Vale a pena, principalmente para nós brasileiros, que estamos testemunhando da parte do nosso estelionatário eleitoral Bolsonaro e sua quadrilha brutais agressões diárias ao processo democrático, onde toda a máquina estatal se encontra de costas para a população brasileira, mirando única e exclusivamente na perpetuação de seus privilégios. (e na reeleição…)

Logo no início da pandemia sonhei que o governo Bolsonaro poderia ter sido diferente, infelizmente foi só um sonho mesmo.

é isso, por fernando stickel [ 22:59 ]

Eu tenho quase a mesma idade do primeiro automóvel Porsche. O modelo 356 recebeu sua certificação para uso em ruas na Alemanha no dia 8 Junho 1948. Redondamente quatro meses depois eu nascia, em 6/10/1948.

Pura curiosidade, olha só outras figuras que nasceram no mesmo dia em que eu nasci:

São Bruno von Köln 1030
Le Corbusier 1887
Roland Garros 1888
Thor Heyerdahl 1914
Altemar Dutra 1940
José Carlos Pace 1944
Instagram 2010

é isso, por fernando stickel [ 14:05 ]


Eu de camiseta branca e calção vermelho e minha filha Fernanda, com as mesmas cores do Papai… Estou na esquina da R. Araujo x R. Major Sertório, no centro de São Paulo.

Em 28 Outubro 1979, um dia antes da minha filha Fernanda completar 2 anos de idade, participei, aos 31 anos de idade, da “Primeira Corrida pela Cidade de São Paulo” na distância de 8km, que completei em 45’ 27”. Na minha camiseta o logotipo “und”, do estúdio de design gráfico do qual eu era sócio na época.

Descobri a corrida com cerca de 22 anos de idade, quando comprei o livro do Dr. Keneth Cooper, e fui fazer o famoso teste dos 12 minutos na pista de atletismo do Clube Pinheiros. A partir daí comecei a correr sozinho, fui tomando gosto, corria na praia no Guarujá, até que meu amigo Renato me avisou desta prova, que resolvemos correr juntos. A largada foi no Estádio do Pacaembu, circulamos pelo centro da cidade e a corrida terminou no Pacaembu.

é isso, por fernando stickel [ 9:35 ]

Wesley Duke Lee (21/12/1931-12/9/2010)


Post de dez anos atrás, do dia 14 Setembro 2010:


Tal qual partículas dotadas de um magnetismo especial, um grupo de amigos se atraiu hoje para participar da cerimônia de adeus a um artista especial.
O poderoso magneto capaz da façanha de atrair cada uma destas cerca de 50 pessoas ao Crematório Horto da Paz em Itapecirica da Serra, no mesmo dia e na mesma hora, atendia pelo nome de Wesley Duke Lee.
O interessante é que este grupo se conhece desde os anos 60, ou até antes, muitos já foram íntimos, casados, descasados, namorados, grupos se aglutinaram em torno da Escola Brasil: outros se dispersaram, o Babinski mora hoje no Ceará, mas esteve presente em breve discurso do Kim Esteve, assim como o José Resende, em recado vindo do Rio de Janeiro. Algumas outras pessoas falaram de improviso, quase todos com a voz embargada pela emoção.
Marchands que marcaram a cena paulistana desde os anos setenta lá estavam, os irmãos Ralph e Ricardo Camargo, Luisa Strina, Regina Boni, Monica Filgueiras, Valu Oria, Gerard Loeb e Paulo Kuczynski.
Vários amigos, daqueles que já foram seus íntimos, e que hoje em dia você só encontra mesmo em velórios…todos aglutinados pelo mesmo HOMEM, por aquele que tanto significou, de tantas maneiras diferentes, para tantas pessoas.
Enfim, Wesley, você foi muito importante para muitas pessoas, inclusive para mim.
Será para sempre uma fonte de inspiração e referência.
Faça boa viagem!!

é isso, por fernando stickel [ 8:06 ]

Como capotei (e desvirei) um veleiro no canal de São Sebastião.

Saí em um Hobie-Cat da praia do Curral na Ilhabela, SP cerca de 16:00h, velejando sozinho e vestindo apenas uma sunga.
O dia estava semi-nublado com sol intermitente e vento moderado, e fui avançando para o centro do canal onde o vento é mais forte.
De fato o vento aumentou, estava muito gostoso velejar… no meio de uma orçada uma rajada mais forte fez o barco capotar, o mastro apontado para o fundo do mar, a pior maneira de capotar.

Aí comecei a fazer a manobra conhecida para desvirar um Hobie Cat, que é fixar um cabo em um dos flutuadores, subir no flutuador oposto e puxar, fazendo uma alavanca usando o peso do corpo. Na teoria é perfeito, só que o vento havia aumentado muito, o sol sumiu por completo e eu comecei a ficar com frio.

Uma, duas, três, dez tentativas e nada. Meus músculos começaram a não reagir mais, eu tremia muito, a forte correnteza me levava rapidamente na direção de um enorme petroleiro ancorado no meio do canal, o medo me fez continuar nas tentativas de desvirar o veleiro.

Finalmente, quase exausto consegui desvirar o barco, já quase em cima do petroleiro, que imenso e preto me ameaçava na tarde que escurecia. Consegui escapar do monstro, fiz o bordo e tentei voltar para a Praia do Curral. A estas alturas a correnteza fortíssima já havia me levado pelo menos uns dez km em direção ao Norte da Ilha, e mesmo velejando a todo pano, ainda assim eu ia para trás, perdendo terreno, cada vez mais distante da praia do Curral.

Tomei a decisão, embiquei em direção à terra firme e parei na Praia do Pinto, com as últimas forças baixei a vela e puxei o barco para fora do alcance das ondas.
Enregelado e tremendo muito subi os degraus para a casa do meu tio Ernesto George Diederichsen e voltei à civilização, no dia seguinte voltei para buscar o Hobie Cat.

hobie
Sobrou da experiência a importante lição: NUNCA DESAFIE O MAR!!!!! Não saia sem roupa adequada e equipamento de segurança, o tempo pode virar, você é um nada na natureza…
Divirta-se com responsabilidade, o medo que passei nesta aventura me serve de alerta até hoje.

é isso, por fernando stickel [ 16:47 ]

bmw69
Quando completei dezoito anos, em 1966, meu pai Erico me obrigou a vender a minha motocicleta Mondial 50cc, (Mondialino) que havia me dado de presente nos 17 anos, por acreditar que a moto era muito perigosa, e eu passei a utilizar os carros da casa.

Três anos depois, quando entrei na FAUUSP, meu apetite pelas motocicletas estava novamente aguçadíssimo, e eu tinha certeza que meu pai me daria, de prêmio por ter entrado na faculdade, uma Honda CD175 1969, que eu já tinha até escolhido em uma loja que ficava na R. da Consolação, perto da Universidade Mackenzie.

O presente não veio, mas dois anos depois, recém casado com a Alice, exigi do meu pai um dinheiro que ele havia prometido a mim e aos meus irmãos, ao qual teríamos acesso em duas condições, ou formados no ensino superior, ou casados.
Ele estrilou violentamente com o meu pedido, mas o meu tesão pela moto era maior, e eu o chamei à letra da promessa:
-Você não disse que liberaria a grana casado ou formado?
-Disse.
-Então, estou casado…
Ele liberou a grana a contragosto, e eu fui atrás da máquina, só que desta vez mirei no nirvana do motociclismo, uma BMW.

Procurei e encontrei uma BMW R60 1969, baixíssima quilometragem, equipada com bolsas, conta-giros e sirene à venda na loja do Edgar Soares. O vendedor era o Roberto Kasinski, filho do dono da Cofap, Abraham Kasinski.
Fui conversar com ele em sua casa em Higienópolis, acertamos o preço em uma agradável reunião e comprei a moto, último modelo desta linhagem clássica da BMW.
Este evento rendeu novas amizades, com o Renato, irmão do Roberto e seu amigo Sergio Vettori. Com eles pilotei pela primeira vez uma Honda Gold Wing!

é isso, por fernando stickel [ 9:03 ]


Estávamos na segunda metade dos anos 60 eu e meu amigo Klaus Foditsch fuçando no porão da casa da R. dos Franceses onde eu morava, e encontramos embrulhadas em panos velhos algumas armas, entre elas uma carabina Winchester 44 de repetição, que tinha pertencido ao meu avô Arthur Stickel

Como o irmão do Klaus estava servindo o exército na PE, o Klaus pediu e ele nos arranjou algumas balas. Fomos ao fundo do quintal e atiramos inúmeras vezes, num final de tarde. O barulho dos tiros era ensurdecedor, e ecoava pelo vale, nos divertimos a valer.

Quando meu pai chegou e soube do acontecido, a bronca veio do mesmo tamanho do ecoar dos tiros, afinal estávamos em pleno regime militar!!
A arma nunca mais disparou, entreguei-a na Campanha do Desarmamento em 2004.

Não possuo outra arma, nem quero possuir.

é isso, por fernando stickel [ 17:43 ]


Durante o curso de Animação Clássica em Vancouver no Canadá, meu filho Arthur começou a namorar sua colega Quinn, e passaram a morar juntos em plena pandemia, concluindo o curso cada um com sua animação. Veja a animação da Quinn Taketa “Part of your World” aqui.

é isso, por fernando stickel [ 10:09 ]


Meu filho Arthur acaba de completar o curso de Animação Clássica (Classical Animation) na Vancouver Film School VFS, um dos cursos do Advanced Production Programs da escola de cinema.
Como bom pai coruja posso afirmar, sem chance de errar, que o trabalho do Arthur é o melhor da Classe CA 104, quem estiver precisando de um animador pode e deve procurá-lo!
Instagram e-mail a.s.stickel@gmail.com Linkedin
Veja a animação “Knock Out” aqui.
Veja o Demo Reel aqui.
Veja o portfolio aqui.


A formatura se deu com uma reunião via Zoom, e uma projeção no YouTube, sinal dos tempos de pandemia, que pegou o Canadá bem fortemente.

A turma tinha inicialmente 25 alunos, e terminou com 17.


No meio do caminho o Arthur começou a namorar com sua colega Quinn, americana da Califórnia, agora estão morando juntos.


O curso foi forte, exigiu muito dos alunos, e ainda tiveram que lidar com a pandemia, no final deu tudo certo!


Arthur e Quinn.


A tchurma.


O ano foi puxadíssimo, mesmo assim conseguiram passear um pouco…

Apresentação dos trabalhos de todos os alunos. A classe se chama CA 104.

é isso, por fernando stickel [ 18:30 ]


Este rádio Hallicrafters de ondas curtas, design Raymond Loewy de 1947, foi do meu avô Arthur Stickel.
Quando eu era moleque, montei um rádio galena no meu quarto na R. dos Franceses, e estendi um fio de antena entre a janela e uma árvore no quintal, cerca de 20 metros.
Um dia resolvi testar o Hallicrafters com a antena do galena, e deu certo!

é isso, por fernando stickel [ 23:01 ]


Ontem, meia-noite no celular.
Fenômeno interessante acontece comigo, e se repete com curiosa frequência envolvendo relógios digitais.
Estou sempre vendo nos relógios digitais horas cheias como 12:00; 00:00
No carro, no computador e no celular são os casos mais comuns e vem acontecendo há muito tempo! Será mera coincidência, ou seria algo no domínio da sincronicidade?


Hoje, meio dia no carro.

Clique AQUI para ver casos similares.

é isso, por fernando stickel [ 13:51 ]


Sim. Eu tenho um caso pessoal com as gambiarras, eu as odeio!!!!
Na minha vida de arquiteto e “construtor-reformador”, fiz dezenas de reformas nos mais diferentes imóveis, residenciais e comerciais e sempre me defrontei com a praga das gambiarras, instalações provisórias, mal feitas, precárias, que acabam permanecendo no tempo, enfeiando o ambiente onde estão e provocando inúmeros problemas.

Fui pesquisar:

“Gambiarra” (substantivo feminino) é uma palavra com vários significados, os mais predominante são “extensão de luz”; “acessório de iluminação” (Novo Dicionário Aurélio, 1975); e, no Brasil, “improvisação” (que terá correspondência no termo “desenrascanço”, utilizado em Portugal)
Entre outros significados, destacam-se “ramificação de luzes” (Ferreira, 1999), “ligação fraudulenta; gato” (Houaiss, 2001), “relação extraconjugal” (Navarro, 2004).
O termo “gambiarra” costuma ser usado também como adjetivo, significando “precário”, “feio”, “tosco”, “mal acabado”.


Recentemente me voluntariei para fazer parte do Conselho Consultivo de apoio ao trabalho da síndica Juliana e do sub-síndico Giuliano no Condomínio Modular Delta, onde moro. Concluímos há pouco tempo com sucesso algumas obras importantes, como a nova entrada de eletricidade, a pintura dos prédios e o jardim, e agora chegou a hora de eliminar as gambiarras na garagem, que representam, além de tudo, um risco de segurança.


Este novo trabalho será feito pelo João orientado por mim, vou acompanhá-lo pessoalmente, e será necessário para aumentar a segurança do prédio, e também como preparação de novas e importantes reformas estruturais.


Sandra minha mulher conheceu o João “faz-tudo” mil anos atrás, ele já trabalhou para nós em inúmeras obras, e, de fato, entende profundamente de eletricidade e será capaz de destrinchar décadas de instalações que se sobrepõe umas às outras, eliminando as inativas e inúteis e colocando em ordem as instalações necessárias ao bom andamento do prédio.


A mistura é completa, cabos de eletricidade com telefone, câmeras de segurança com o acionamento dos portões, todos enroscados em canos de água fria e quente, gás, esgoto, águas pluviais, etc…


Arquiteta Sandra Pierzchalski e o João “Faz tudo”


Em três dias de trabalho já eliminamos centenas de kg de canos e conduites, centenas de metros de cabos dos mais variados tipos e várias caixas de passagem, suportes, etc…

é isso, por fernando stickel [ 16:27 ]


Muitos anos atrás, no finalzinho do século XX comentei com meu mecânico Gigante que estava com vontade de comprar um carro clássico, possivelmente uma Mercedes-Benz.
Passados alguns dias ele me ligou e disse:
– Fernando, o carro já encontrei, agora é com você! Na sequência ele me passou o endereço da Auto Mercantil Paulista no centro da cidade.
Lá chegando encontrei a dica do Gigante, uma lindíssima Mercedes-Benz 500 SL 1986, impecável em sua pintura azul marinho com estofamento caramelo e capota de lona azul, com apenas 18.000km!
Negociei, comprei e saí feliz da vida com aquela poderosa máquina!
Marinheiro de primeira viagem nos carros clássicos, não me preocupei muito com a origem do carro, sua documentação, sabia apenas que o vendedor era um figurão na organização SBT do Silvio Santos.
Inevitavelmente minha personalidade caprichosa iniciou imediatamente os necessários ajustes e melhorias, o carro era muito pouco rodado, sofria de conhecidas sequelas de pouco uso, o escapamento por exemplo estava em muito mal estado, então mandei vir um novo original, os bicos de injeção também foram substituídos, e assim pouco a pouco o carro voltou à sua glória original: Motor V8 com 245 hp, câmbio automático de 4 marchas, freios a disco assistidos, ABS, airbag, ar condicionado, cruise control, enfim, todas as amenidades.


Cerca de 1997, com meu filho Arthur e a Mercedes na R. Ribeirão Claro.


O carro veio com os manuais, chave reserva, tudo direitinho!
Usei o carro com imenso prazer, até que um dia em Novembro de 1998, indicado pelo meu grande amigo Anisio Campos (1933-2019), participei pela primeira vez de uma competição automobilística, o rallye de regularidade “Interlagos Classic Endurance” promovido pelo MG Club.
Fiz a inscrição no clube, e lá fui eu, novato total no assunto, “rubbing shoulders” com a elite dos colecionadores de carros clássicos em São Paulo, muito bem introduzido pelo Anisio!


Anisio Campos e eu em Interlagos.


Feliz e orgulhoso com o 9º lugar em minha primeira competição!


Alguém me emprestou um capacete amarelo!


Bons tempos em que pilotos e colecionadores como Jan Balder, Sergio Magalhães, Antonio Marranghello, Roberto Haberfeld, Baby Maia Rosa, Edgard Saigh, Rodolfo Pirani, e Alcides Diniz punham suas máquinas para rodar… e eram máquinas como Ferrari, Porsche, Mercedes-Benz, Jaguar, Lancia, BMW…

é isso, por fernando stickel [ 10:21 ]

Diz a sabedoria popular que não há alegria que não se acabe, nem tristeza que dure para sempre…

Minha tristeza como proprietário da Mercedes-Benz 500 SL 1986, se iniciou com o processo de licenciamento do carro, provavelmente em 1996. O despachante me ligou informando que os documentos não estavam liberados, havia alguma restrição. Fiquei muito bravo exigi que ele encontrasse uma solução.

Após longa peregrinação encontraram a origem do problema, um bloqueio na Receita Federal. De posse dos detalhes contatei um advogado especializado que finalmente me forneceu o diagnóstico:

Licenciamento do carro bloqueado, pela cassação no STF de uma liminar que permitia a compra de carros usados no exterior. Todos os carros nesta situação (eram muitos) ficaram ilegais do dia para a noite.

Me desesperei, fiquei indignado e disse ao advogado que o meu objetivo seria usar o carro ao máximo, pois foi para isso que o havia comprado.

O advogado montou uma estratégia para que eu recebesse de volta os impostos pagos, pois ao ser internalizado todos os impostos tinham sido pagos. E continuei a usar o carro, sem documentos, correndo o risco de tê-lo aprendido a qualquer momento. Até um momento pitoresco ocorreu, quando voltando do Guarujá para São Paulo em uma segunda-feira de manhã fui parado por um policial rodoviário, em frente à COSIPA. Conversa vai, conversa vem, o policial não pediu os documentos e acabou elogiando muito a Mercedes, me liberando… Ufffaaaa!!!

Esta situação perdurou dois ou três anos, um belo dia até emprestei o carro para o meu filho Antonio namorar…
Finalmente o advogado me alertou que todos os recursos judiciais falharam, e que eu estava sujeito à “Pena de Perdimento”, ou seja, eu deveria entregar o carro à Receita Federal, que o levaria à leilão.

Totalmente arrasado, montei uma estratégia para comprar o carro quando fosse a leilão, e depenei-o, para diminuir seu valor, retirando faróis de milha, estepe, compressor do ar condicionado, rádio, antena elétrica, ferramentas, tapetes e a capota rígida. Finalmente, muito revoltado, em um dos dias mais tristes da minha vida entreguei o carro na Receita, no centro da cidade.

Passei a monitorar os avisos de leilão, e nada… Havia até frequentado um leilão de veículos para ver como era ao vivo, passaram-se os anos e nada do leilão… Até o dia em que recebi um telefonema, o homem se identificou dizendo que havia comprado o “meu” carro no leilão. Quase caí de costas! Como assim? Ele me explicou que os leilões eram destinados apenas a pessoas jurídicas, haviam mudado as regras.

Foi o segundo dia mais triste da minha vida… Finalmente fiz um acordo com o comprador e vendi a ele todas as peças que havia retirado do carro, e tentei esquecer o triste episódio. Só agora, cerca de 20 anos depois estou conseguindo contar essa história com certo distanciamento.


Pedi ao comprador para ver o carro, e encontrei-o nesta situação lastimável. Após vários anos no depósito da Receita, as rodas originais sumiram, lataria toda riscada, manchado, uma tristeza.


Painel arrebentado, estofamento rasgado.


Tudo sujo, enferrujado, decaído.

Foi muito, muito doído perder um carro perfeito. Como terceiro de boa fé eu não poderia ter sido punido tão drasticamente. Falta muito para o Brasil se tornar um país mais justo, em todos os sentidos.

é isso, por fernando stickel [ 10:00 ]


Duas visões de Niagara Falls, por dois famosos artistas norte-americanos nascidos com século e pouco de diferença…
Frederic Edwin Church, pintor & Annie Leibovitz, fotógrafa.

é isso, por fernando stickel [ 17:08 ]