A moça entra no confessionário e diz:
– Perdoe-me padre, porque eu pequei.
O padre:
– Diga seus pecados e será perdoada.
– Ontem à noite meu namorado fez amor comigo sete vezes.
O padre pensa um pouco e diz:
– Pegue sete limões e esprema-os, depois tome o suco, sem açúcar.
– Isso me livra do meu pecado?
O padre responde:
– Não, minha filha, mas pelo menos tira esse ar de felicidade da sua cara!
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11 de novembro de 2004
ar de felicidade
é isso, por fernando stickel [ 9:19 ]
11 de novembro de 2004
cidade do interior
Numa cidade do interior, o Promotor de Justiça chama sua primeira testemunha, uma velhinha de idade bem avançada.
Para começar a construir uma linha de argumentação, o Promotor pergunta à velhinha:
– Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem sou eu e o que faço?
– Claro que eu o conheço, Vinícius! Eu o conheci bebê. Só chorava, deveria ser pelo pintinho pequininho que você tinha. E, francamente, você me decepcionou. Você mente, você trai sua mulher, você manipula as pessoas, você espalha boatos e adora fofocas. Você acha que é influente e respeitado na cidade, quando na realidade você é apenas um coitado. Nem sabe que a filha esta grávida, e pelo que sei, nem ela sabe quem é o pai. Ah, se eu o conheço! Claro que conheço!
O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Ele fica mudo, olhando para o Juiz e para os jurados. Sem saber o que fazer, ele aponta para o advogado de defesa e pergunta à velhinha:
– E o advogado de defesa, a senhora o conhece?
A velhinha responde imediatamente:
– O Robertinho? É claro que eu o conheço! Desde criancinha. Eu cuidava dele para a Marina, a mãe dele, pois sempre que o pai dele saia, a mãe ia pra algum outro compromisso. E ele também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólatra e sempre quer dar lição de moral nos outros sem ter nenhuma para ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os processos em que atuou. Além de ser traido pela mulher com o mecânico…. com o mecânico!!
Neste momento, o Juiz pede que a senhora fique em silêncio, chama o promotor e o advogado perto dele, se debruça na bancada e fala baixinho aos dois:
– Se algum de vocês perguntar a esta velha, filha da puta, se ela me conhece, vai sair desta sala preso! Fui claro?
é isso, por fernando stickel [ 9:01 ]
11 de novembro de 2004
idiotice vital
A IDIOTICE É VITAL PARA A FELICIDADE
Por Ailin Aleixo, colunista da revista Vip, onde este artigo foi originalmente publicado.
“Gente chata essa que quer ser séria, profunda, visceral. Putz, coisa pentelha! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado do Schopenhauer?
Deixe a urgência para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores. No dia-a-dia, pelo amor de Deus,seja idiota. Ria dos próprios defeitos, tire sarro de suas inabilidades.
Ignore o que o boçal do seu chefe proferiu. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele. E nada pessoal também. Pior o Michael Jackson!
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, objetivos claramente traçados mas não consegue rir quando tropeça? Que sabe resolver uma crise familiar mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?
Quanto tempo faz que você não vai ao cinema, não joga video-game, maçã do amor no circo ou parque de diversões nem se fala. Também valem beijo no portão, amasso no carro, essas coisas. Sim, porque é bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E aí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Em suma: desaprenderam a brincar.
Eu não quero alguém assim comigo. Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas a realidade já é dura; piora se for densa. Dura e densa, ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de nãobrincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não se descontrolar, não demonstrar o que sente, não chorar nem comer danoninho, não andar descalço. É muito não. Dá prá ser feliz com tanto não?
Pagar as contas, ser bem-sucedido, amar, ter filhos, saber beber, levar a gata pra jantar e depois pro motel, resolver os seus pepinos e os abacaxis dos outros, dar atenção ao tio doente e lembrar do seguro do carro que vence amanhã – tarefa brava. Piora, muito, com o peso de todos aqueles nãos. Tenha fé em uma coisa: dá certo ser adulto e idiota. Aliás, tudo fica bem mais fácil ser for regado a idiotice, bom humor e muitas gargalhadas.
Manuel Bandeira foi um grande homem e um grande poeta. Disse certa vez: “E por que essa condenação da piada, como se a vida fosse só feita de momentos graves ou só nesses houvesse teor poético?”. Estava certo. E viva a abobrinha!!! Empine pipa!!! Adultos podem (e devem) contar piadas, ir ao fliperama, passear no parque, gostar dos Simpsons, beliscar a bunda da mulher, sair pelados pela cozinha e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único “não” realmente aceitável. Teste a teoria.
Uma semaninha, pra começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que são, passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou fingir um sorriso que acaba trazendo outros verdadeiros e de repente tudo está fluindo bem, a seu favor – então o sorriso se torna grande. A briga, a dívida, a dor, a mágoa, a dúvida, a raiva, tudinho vai passar, então pra que tanta gravidade? Já fez tudo o que podia para resolver o problema? Parou, chorou, respirou fundo, comeu chocolate e pediu arrêgo? Ótimo, hora da idiotice: entre na Internet, jogue pebolim, coma um churrasco grego, vá por um caminho diferente, cantarole no trânsito! Tá numa de empinar pipa no sábado? Vá. E suje a roupa na grama, por favor.
Quer conversar com sua namorada imitando o Pato Donald mas acha muito boçal?
E é, mas e daí? Você realmente acha que ela vai gostar menos de você por isso? Ela não vai, tenha certeza. Só vai gostar mais, porque é delicioso estarmos com quem sorri e ri de si mesmo. E não se surpreenda se chegar em casa e a encontrar fantasiada de Margarida, só pra variar o clichê champagne-morangos-lingerie. Eu fico chateado por não ser tão idiota quanto gostaria; tenho uma mania horrível de, sem querer, recair na seriedade. Então o mundo fica cinza e cada lágrima ganha o peso de uma bigorna. Nessas horas não preciso de cenhos franzidos de preocupação. Nessas horas tudo de que preciso é uma bela, grande e impagável idiotice.
Aquelas besteiras que o colega ao lado sempre solta. Como sair pra jogar paintball – ou, melhor ainda, me olhar fixamente no espelho até notar como fico feio com os olhos vermelhos e o nariz escorrendo. Como fico ridículo quando esqueço que tudo passa. E como meu sorriso é bonito! Bom mesmo é ter o problema na cabeça, o sorriso na boca e paz no coração!!!!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e, que tal batata frita com sorvete agora mesmo, no happy hour??? Tenha um dia perfeito, uma vida feliz e nunca deixe de ser criança!”
é isso, por fernando stickel [ 8:47 ]
10 de novembro de 2004
uma semana no hospital
Meu pai completa uma semana no hospital, pequena melhora, cansaço imenso, monocanal, esquecimento, sono profundo, sonhei que o Wesley tinha um estúdio underground, embaixo de uma chácara de plantas da Olinda, na Vila Olímpia, lá pelas tantas ele apareceu conversando com a voz do Marlon Brando em The Godfather, rouca e quase inaudível. Ainda bem que choveu.
PS: Obrigado a todos que deixaram aqui seu carinho e cuidado, estou sem forças para responder individualmente.
é isso, por fernando stickel [ 22:36 ]
7 de novembro de 2004
conversa com arthur
Conversa com o meu filho Arthur de 9 anos no carro, a caminho do Hospital Osvaldo Cruz para visitar meu pai Erico, internado desde quarta-feira:
-Papi, o que é que o Vovô tem?
-Um tumor no pâncreas.
-Onde é isso?
-É um órgão que fica mais ou menos embaixo do estômago, no começo do intestino.
-Ele pode morrer disso?
-Pode, mas ninguém sabe quando.? (um longo silêncio)
-Papi, (chorando) estou muito triste que o vovô vai morrer.
-Não chora, Arthur, estamos todos tristes, a gente tem que ser forte e chegar lá legal, para dar um beijo no Vovô, dar uma força pra Vovó. Estamos torcendo pra ele sair do hospital logo.
-É, mas eu estou muito triste. (continua chorando…)
-Arthur, (chegando no hospital, eu também quase chorando) deixa eu te explicar uma coisa, o Vovô não consegue comer pela boca, então colocaram uma sonda nele (explico o que é a sonda) para ele poder se alimentar e ficar mais forte.
-Mas ele sente o gosto?
-Não, a comida, que é uma papinha líquida vai direto para o intestino.
-Mas ele fica com fome?
-Não, e ele não tem dor nenhuma, porque os médicos estão tratando muito bem dele. Chegando ao quarto, meu pai dorme de boca aberta na cadeira. Arthur cumprimenta a tia e recomeça a chorar, deita no colo da avó, conversam um pouco, ele se acalma, daqui a pouco o avô acorda, Arthur dá um beijo no avô, conversam, e todo mundo assiste um programa de tubarões no National Geographic.
Na saída:
-Papi, eu quero vir visitar o Vovô todos os dias.
é isso, por fernando stickel [ 21:47 ]
3 de novembro de 2004
meu pai internado
Tristeza adicional no dia em que bush vence, meu pai Erico será internado logo mais.
é isso, por fernando stickel [ 17:30 ]
29 de outubro de 2004
aniversário da fernanda
Hoje, 29 Outubro é o aniversário da minha querida primogênita Fernanda, 27 anos! Parabéns pra ela, muitas felicidades!!
é isso, por fernando stickel [ 11:21 ]
26 de outubro de 2004
livro psicodélicas
No lançamento do livro PSICODÉLICAS, três velhos amigos se reencontram:
Da esq. para a dir., Carlos Perrone, o autor, Anisio Campos e eu.
é isso, por fernando stickel [ 19:38 ]
26 de outubro de 2004
diga não às drogas
DIGA NÃO ÀS DROGAS!
Depoimento emocionado de Luiz Fernando Veríssimo sobre sua experiência com as drogas.
“Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de “experimenta, depois quando você quiser é só parar…” e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de “raiz”, da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em
seguida um do Leandro e Leonardo. Achei legal, uma coisa bem brasileira;
Mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, começou a chamar todo mundo de “amigo” e acabei comprando pela primeira vez. Lembro que cheguei na loja e pedi: – Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.
Era o princípio de tudo!
Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve… Banda Eva, Cheiro de Amor,
Netinho, etc. Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores: o Tchan, Companhia do Pagode e muito mais.
Após o uso contínuo, eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca
havia mexido antes.
Então, meu amigo me deu o que eu queria, um CD do Harmonia do Samba. Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Pensava só nessa parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela!
Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais… Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência.
Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa. Quando dei por mim, já
estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro. Meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo.
Não deu outra: entrei para um grupo de pagode.
Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados.
Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea “As melhores do Molejo”. Foi terrível!! Eu já não pensava mais!!!
Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada.
Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, >tigres, MC,
Serginho, Lacraias, motinhas e tapinhas. Comecei a ter delírio e a dizer coisas sem sentido.
Quando saía à noite para as festas, pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras… Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: Ki-Kokolexo.
Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: Doses cavalares de MPB, Bossa-Nova, Rock Progressivo e Blues. Mas o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a
Mozart e Bach.
Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se
preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado, alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante. Vai perder as referências e definhar mentalmente.
Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:
* Não ligue a TV no domingo à tarde;
* Não escute nada que venha de Goiânia;
* Não entre em carros com adesivos “Fui…..”;
* Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe e ou ao Sabadão do Gugu;
* Mulheres gritando histericamente são outro indício;
* Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa;
* Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
* Não compre nenhum CD em que a capa tenha nuvens ao fundo;
* Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil, e
* Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.
Mas, principalmente, duvide de tudo e de todos. A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não às drogas!!
é isso, por fernando stickel [ 18:58 ]
26 de outubro de 2004
ledusha e chacal
Minha amiga Ledusha me envia esta delicia:
A objetividade da fotografia é uma falásia.
Erra quem acha que ela retrata o real.
O que há é que quando o fotógrafo diz:
Olha o passarinho !!
Uma ave de asas oblongas sai de dentro da câmera
com uma paleta de cores e um embornal de pinceizinhos.
Sobrevoa a cabeça do fotógrafo… sobrevoa a cabeça do fotógrafo
e de lá, pinta a cena.
Em suma, a fotografia é uma ópera de pássaros.
Chacal / 99
é isso, por fernando stickel [ 13:05 ]
26 de outubro de 2004
vermelho muito devagar
“Cor-de-rosa é um vermelho muito devagar”
Este comentário de uma criança, e outros, estão no blog da Sheila Leirner
é isso, por fernando stickel [ 12:54 ]
26 de outubro de 2004
paixão de cristo
Assisti em DVD a Paixão de Cristo do Mel Gibson. O filme poderia ser bom, não fosse o exagero de violência e sadismo. O figurino, cenário, fotografia são bons, a história é boa, as linguagens arcaicas, latim e aramaico achei super interessantes. O ator que faz Jesus é excelente. Tudo vai bem enquanto não se inicia a extrema violência. Que pena.
é isso, por fernando stickel [ 10:35 ]
25 de outubro de 2004
nem eu mesmo sabia
Meus queridos leitores, nem eu mesmo sabia que este triste episódio do Joaquim Marques iria me envolver de tal maneira. Crescemos juntos, férias em Campos do Jordão, brincadeiras no porão da casa da Joanninha, mãe dele, na Rua Maranhão, Higienópolis, e um pouco mais tarde, curtições fotográficas, incursões ao laboratório fotográfico, sob a mágica luz vermelha.
Ele fotografou o “making-off” do meu casamento com a Maria Alice Kalil em 1971, em seguida fez a foto de apresentação da “und”, meu primeiro estúdio de design.
Depois ficamos redondamente 30 anos afastados, cada um cuidando da sua vida, nos encontrando esporádicamente. O contato se reestabeleceu no Fotolog, onde nos iniciamos no ano passado. Troca de opiniões nas respectivas fotos, longas conversas ao telefone, muitas dicas dele, que mais uma vez mostrou ser um excelente Mestre da arte da fotografia.
A partir do diagnóstico do terrível câncer que acabou por vitimá-lo, fui visitá-lo em seu estúdio algumas vezes, levei meu pai também doente para visitá-lo, conheci um pouco melhor a intimidade daquela “figura”, e no período final de uma semana internado na UTI do Hospital Oswaldo Cruz não arredei o pé.
Em nenhum momento deste incrível sofrimento ele reclamou, mantendo seu bom humor característico até o final.
Exigiu que fosse fotografado na UTI. Enfim, me tocou profundamente.
é isso, por fernando stickel [ 9:48 ]
22 de outubro de 2004
joaquim faleceu
No domingo, dia em que o Joaquim Marques faleceu, recebi dois estranhos recados telefônicos:
Por volta do meio-dia eu já sabia da morte do meu amigo e estava no banho me preparando para ir ao hospital, quando recebi no celular uma mensagem, constando apenas de longo trecho de uma sinfonia para fagote, muito bonita, não soube identificar o autor.
À noite, por volta das 19h estava comendo uma pizza com meus filhos e na minha secretária eletrônica de casa recebi um novo trecho de música clássica, mais curto. Em ambos os recados, nenhuma palavra. O recado do celular ainda escutei duas ou três vezes tentando entender quem estaria por trás, sobrou apenas uma melancólica curiosidade.
é isso, por fernando stickel [ 1:57 ]
20 de outubro de 2004
verdadeiro mestre
Pouco a pouco o homem Joaquim Marques vai desaparecendo, e cresce a figura de um verdadeiro Mestre.
Homenagens ao Mestre aqui.
é isso, por fernando stickel [ 10:29 ]
19 de outubro de 2004
texto do joaquim
Texto do fotógrafo Joaquim Marques, falecido dia 17/10/2004, para Ana Rocha, em 23 julho 2004:
olá!
na verdade trabalhei a vida inteira dentro de um estúdio,
o assunto que gosto e curto é alimentos.
mas também não é o que fazia mais.
eu tinha uma grande capacidade para fotografar e administrar fábricas de fotografia.
trabalhei muito tempo com o carrefour eu cheguei a produzir e gerar uma média de 300 imagens por semana.
isto quer dizer 16hs de trampo de segunda a segunda, dia 24 de dezembro, carnaval, ali não tem dia nem hora.
antes eu fazia avon que não era 300 mas umas 80 eram.
já fiz pão de açucar, eldorado.
este tipo de cliente vc.trabalha por contrato.
estas fotos em geral não tem nada de artísticas, mas não são muitos fotógrafos que sabem fazer fábricas.
a coisa funciona assim de manhã vc.fotografa sapatos femininos com modelos vivos, à tarde frutas, à noite bicicletas de madrugada cosméticos, no dia seguinte queijos de manhã
na hora do almoço o cliente te comunica que os bikines não são para fotografar na piscina mas na praia, e te comunica que a reunião para tratar do tablóide de natal vai ser no mesmo horário em que eu vou estar fotografando uma família feliz fazendo churrasco no jardim.
continuo outra hora,
beijo
joaquim
é isso, por fernando stickel [ 9:42 ]
18 de outubro de 2004
joaquim faleceu
Tirei esta foto dois meses antes do falecimento, Joaquim tinha sido diagnosticado com cancer de pulmão, mas estava bem. Em dois meses a doença o levou…
Joaquim da Cunha Bueno Marques
13/6/1950 – 17/10/1954
Depois de uma semana na UTI, o Joaquim faleceu ontem vítima de um terrível câncer do pulmão.
As homenagens proliferam no Fotolog, comunidade que ele ajudou a criar com suas fotos maravilhosas.
é isso, por fernando stickel [ 12:31 ]
16 de outubro de 2004
visita à UTI
Na visita de ontem à noite ao Joaquim na UTI, minha irmã Sylvia trouxe esta foto e mostrou para ele.
Da esq. para a direita, em cima, ajoelhada a Joanninha, a mãe do Joaquim, Martha, minha mãe, grávida do meu irmão Roberto com minha irmã Ana Maria e eu de pé.
Na frente, Joaquim Marques e Sylvia, ambos com a mesma idade, 4 anos. A foto é de Agosto 1954 em Campos do Jordão.