
O poder de atração de São Paulo: O que será?
As minhas visitas de sábado ao moldureiro tem sido muito interessantes, e muitas delas, como hoje, com chuva.
Na ida, ainda intoxicado pela beleza de Buenos Aires, me perguntava o que nos fascina em São Paulo, e fui fotografando trechos banais da cidade, para depois tentar achar alguma pista do magnetismo paulistano.
Após os assuntos moldurísticos parei no Centro Universitário Maria Antonia, e aí visitando a exposição do artista argentino Marcelo Brodsky, me veio a idéia de fotografar lugares hoje banais, mas que já carregaram, e de certa forma ainda carregam parte significativa de nossa história.
Por exemplo, nesta hoje inofensiva calçada defronte à sede do 2º Exército no Ibirapuera quase fui preso em 1969. Voltava eu tranquilo para casa em meu fusquinha, lá pelas 11 da noite e entrei na área do exército a uns 60 km/h sem me dar conta do perigo que corria.
Quando percebi, um batalhão de milicos avançava na minha direção, armas e lanternas em riste, me obrigando a parar. Me retiraram do carro, me revistaram, revistaram o carro minuciosamente, e enquanto isso faziam piadinhas a meu respeito, me provocando, eu, gelado, com as mãos em cima do carro nem olhava para os lados. Depois de uma aflita meia hora me liberaram.
Nesta esquina da R. Tutóia, um amigo meu que serviu na PE, lotado no DOI CODI ficou inúmeras vezes nesta guarita, enquanto lá dentro ocorreram coisas que hoje sabemos, mas que ele até hoje se recusa, compreensivelmente, a comentar.