“A FAU é um espaço fluido, integrado, somático.
A pessoa não sabe se está no primeiro andar,
no segundo ou no terceiro.
Vilanova Artigas”
Sábado às 8 da manhã, antes da minha aula na FIA fiz uma visita à FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, na Cidade Universitária.
A natureza fez um belo trabalho, nestes 40 anos desde que a “FAU NOVA” (a FAU VELHA fica na R. Maranhão, Higienópolis) foi inaugurada. As árvores imensas ajudaram a esconder o prédio…
Andei por fora e por dentro do prédio, parei, olhei, relembrei os 5 anos que lá passei, 1969-1973, sem a mínima saudade.
O prédio não envelheceu bem, confirmei minha opinião de que o Artigas não acertou neste projeto.
Ele favorece a idéia de “Terra de Ninguém”, não há “pertencimento”, cuidado, não se percebe que os alunos tenham amor ao local onde estudam, está tudo arrebentado, do lado de fora sujeira e mato, do lado de dentro abandono.
Esta é uma das piores pragas do Brasil: o que não é meu, não é de ninguém.
O bem público é de todos, e como tal deveria ser cuidado. O Estado, via de regra, é o primeiro a descuidar da manutenção do bem público.
O único local que transmite excelência, como sempre, é a biblioteca.
Da imensa cobertura as infiltrações pingam, formando estalactites no teto, e manchas horrorosas no piso.
Neste espaço, inaugurando a nova faculdade de arquitetura, fiz o exame vestibular em 1968.
No dia do vestibular o Artigas, autor do projeto, circulava entre as mesas, zeloso de sua obra e reprimia quem ousava usar um estilete sobre a fórmica virgem das mesas novinhas. Sentei mais ou menos onde está esta mesa com a cerveja em cima.