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enel


Fogo em sub-estação no Morumbi, bairro da Zona Sul de São Paulo.

Texto do meu amigo Tomás Nioac de Salles, mais paulista do que carioca, ex-jornalista da época dourada do Jornal do Brasil.

Enel, a italiana que acampou no Brasil. Um monstro de mais de 1 Trilhão de reais. Pois é, essa coisa invadiu as residências paulistas, primeiro como Eletropaulo, cujo nome pegava mal por conta daquele esqueleto horrível que víamos diariamente ao longo de anos na Marginal de Pinheiros. Como um toque de mágica, mudaram o nome para Enel, a italianinha. E, todos nós, pensávamos que a energia elétrica em São Paulo nunca mais seria um problema para os paulistanos.
Ao contrário, piorou e muito. Falta de energia constante e atendimento da pior espécie. Sem falar no preço da energia que nunca parou de subir desde que os italianos começaram a comandar a noite do paulistano, o dia a dia dos paulistanos.
Tudo em nossas casas depende cada vez mais de energia, basicamente a fornecida pela Enel. E o aparelho para esquentar as mamadeiras dos bebês, a televisão, o Wi-Fi, os eletrodomésticos, as esteiras de treinamento, o trabalho remoto, as Olimpíadas, a água quente da casa, o abajur para uma leitura noturna de um livro, do jornal da manhã, o portão automático para guarda do carro na garagem.
Os moradores, já estressados, por conta da pandemia, não reclamam de mais nada. Nem da Enel. Querem sobreviver, voltar a viver, curtir a vida com seus familiares e amigos.
Mas não é que aí vem o inacreditável!!!! De repente, como do nada, milhares deles, do Morumbi, passam a ficar sem luz desde o último domingo, até a noite dessa quarta. Com algumas pequenas horas de energia. E pobre da população exaurida, passa a assumir a falta de energia, sem a menor reação. Há um cansaço coletivo. Um cansaço pandêmico, que não aguenta mais pagar contas de luz com valores estratosféricos. E a italianinha é implacável. Não pagou, cortou…
O bairro adormece cedo, pouco depois do por do sol. A tristeza impera. Nem dá pra ver as Olimpíadas.
E começam a pifar aparelhos eletrodomésticos, equipamentos, e tudo o mais ligado à energia.
Enquanto isso, no Palácio dos Bandeirantes, bem calado, como se nada tivesse acontecido, vemos o Governador João Dória, sempre usando suas roupas de grife, gastando luz a noite pelas ventanas, as pamparras, com jardins hiper iluminados, guaritas com dezenas de segurança. Sem falar na mansão do Doria, uma das 10 maiores da capital, sempre cercada de três veículos de segurança publica, paga por nós, todos os dias. E, à noite, a casa parece que tem mais luz do que a Tour Eiffel.
E tudo isso passa em branco… nenhuma autoridade, jornal, noticiário de televisão ou de rádio, dá a devida atenção para esse monstro italiano que invadiu a casa dos paulistanos prestando um serviço de baixíssima qualidade. E lá vem já, já o racionamento… pobre de nós paulistanos…

é isso, por fernando stickel [ 0:00 ]

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