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Arquivo: março de 2024

faleceu magy imoberdorf


Faleceu minha querida amiga Magy Imoberdorf. Faça uma linda viagem Magy, uma pena que não conseguimos nos encontrar em anos recentes.
Veja aqui detalhes da nossa amizade

é isso, por fernando stickel [ 14:01 ]

evolução


Nestes 20 anos em que estou à frente da Fundação Stickel, nosso escritório esteve em dois endereços diferentes e nossa identidade visual está na terceira versão, acompanhando o desenvolvimento institucional.

é isso, por fernando stickel [ 9:23 ]

hélice

A HISTÓRIA DA HÉLICE

Meu primo Paulo Villares tinha no porão da casa dos meus tios Luiz e Leonor na rua Áustria uma oficina completa com torno, furadeira, bancada, inúmeros armários e gavetas abarrotados de fios, transistores, peças diversas, coisas interessantíssimas! Estou falando de uma época em que eu tinha 12 ou 13 anos de idade e ele estava com cerca de 21 anos.

Na oficina haviam ainda rádios, aeromodelos, peças de avião, motores de aeromodelos, hélices, etc… Sempre que minha família ia até a casa dos meus tios para uma festa, um almoço, eu dava um jeito de ir lá na oficina dar uma sapeada. O acesso era complicado, mas depois de observar o Paulo entrar aprendi o segredo…

Certo dia eu estava lá fuçando na oficina e encontrei uma hélice de avião, de madeira, com uma das pontas quebradas e me encantei com ela!
A hélice havia chegado às mãos do Paulo porque ele era aficcionado por aviação, tinha brevê, pilotava planador, meu tio Luiz tinha um avião, ou seja, ele estava por dentro do assunto aviação, assim, quando um casal de chilenos que fazia a volta ao mundo em um pequeno avião sofreu um acidente ao pousar e São Paulo e a hélice quebrou, o Paulo estava por ali e acabou recebendo a hélice de presente, havia até uma dedicatória escrita a caneta na própria hélice

Um belo dia, não me lembro em quais circunstancias, o Paulo me presenteou com a hélice, e eu fiquei em êxtase com aquele objeto maravilhoso!

Desde então a hélice me acompanhou por todos os locais onde morei, até de uma exposição de arte ela participou! Até que chegou a hora de nos separarmos, quando dei a hélice de presente para o casal de amigos Vera Domschke e Mario Sacconi, que estavam construindo uma casa na praia. A casa ficou pronta, linda, a conhecemos neste fim de semana, a nova morada da hélice!


Cassio Michalany e eu no apartamento da R. Hans Nobiling, cerca 1972, no canto direito, a hélice

é isso, por fernando stickel [ 8:38 ]

museu de automovel

Em frente ao Museo de Arte Contemporáneo Atchugarry – MACA na Ruta 104, bairro de Manantiales em Punta del Este, no Uruguai, encontramos um pequeno museu de automóveis clássicos do clube Sport & Classic Car Punta del Este.

O curioso é o local onde o museu está instalado, conectado a um personagem polonês controverso chamado Jan(Juan) Kobylanski (1923-2019). Ele foi o fundador da União de Associações e Organizações Polonesas na América Latina, a maior organização de imigrantes poloneses da América do Sul. Após seu falecimento, os prédios de sua propriedade foram cedidos para uso do museu.

Logo na entrada existe uma grande capela cujo nome é “S.S. Juan Pablo II” dedicada à comunidade polonesa.


Retrato a óleo de Juan Kobylanski na entrada do museu.


A capela

A grande área onde se situa o museu e a capela tem um ar decadente, bucólico, parece que estamos em outra galáxia…

é isso, por fernando stickel [ 11:22 ]

auschwitz


O filme A Zona de Interesse dirigido por Jonathan Glazer e nossa visita a Auschwitz.

Em 2016, atendendo ao desejo da Sandra de conhecer o país natal de seu pai Stefan Pierzchalski (1931-1951), nascido em Katovice, viajamos para a Polônia, desembarcando em Krakov.

A Polônia é um país maravilhoso, lindo, fascinante. Quis o destino que o campo de concentração de Auschwitz fosse construído ali, bem perto de Krakow, e resolvemos visitar o campo em uma linda manhã de sol, calor e céu azul.

Encontramos grupos de turistas com roupas leves e coloridas, tudo limpo e manicurado. Tínhamos uma grande expectativa de como tudo isso nos impactaria, mas lá chegando não sentimos em nenhum momento algum clima de opressão ou desconforto pelo horror que ali ocorreu.

As áreas museográficas exibem em vitrines as roupas, os sapatos, os restos daqueles milhões de assassinados com rigor germânico. Fiquei particularmente impressionado com a exposição de vários documentos atestando o método alemão, tudo minuciosamente documentado e relatado, tratava-se de uma operação levada adiante com rigor científico.

Talvez o local mais soturno seja a escultura do memorial, em pedra bruta escura, com uma placa com estes dizeres:

Este lugar é sempre um grito de desespero e um aviso para a humanidade.?Aqui os nazistas assassinaram cerca de um milhão e meio de homens, mulheres e crianças.?A maioria eram judeus de diferentes países europeus.
Auschwitz-Birkenau?1940-1945

O excelente filme adicionou ao meu entendimento a chave que faltava para compreender como foi possível a ocorrência do holocausto. Uma mentira repetida um bilhão de vezes, ao longo de muitos anos, com método e rigor científico, e maciços investimentos em marketing e propaganda, aliados à ambição individual de poder dentro da rígida cadeia hierárquica do exército. Disciplina rígida e competência. E assim todos aceitaram a mentira e a tornaram um objetivo válido de vida.

Fica evidente, observando o personagem principal Rudolf Höss, comandante do campo de extermínio, a famosa frase da filósofa Hannah Arendt sobre a banalidade do mal. Ele agiu segundo o que acreditava ser o seu dever, cumprindo ordens superiores e movido pelo desejo de ascender em sua carreira profissional, na mais perfeita lógica burocrática. Cumpria ordens sem questioná-las, com o maior zelo e eficiência, sem refletir sobre o Bem ou o Mal que pudessem causar. Ele e sua família viviam ali, vizinhos do MAL como se nada fosse.

Fiquei particularmente impressionado pelos vários documentos atestando o método alemão, tudo minuciosamente documentado e relatado!

Talvez o local mais soturno seja a escultura do memorial, em pedra bruta escura.

Este lugar é sempre um grito de desespero e um aviso para a humanidade.
Aqui os nazistas assassinaram cerca de um milhão e meio de homens, mulheres e crianças.
A maioria eram judeus de diferentes países europeus.

Auschwitz-Birkenau
1940-1945

é isso, por fernando stickel [ 8:53 ]