Meu pai Erico me levou para escalar a Pedra do Baú em 24 janeiro 1956, aos 7 anos de idade, lembro-me perfeitamente da casinha que existia lá em cima, a 1950m. de altitude. Todos que chegavam lá tocavam o sino!
A pedra foi escalada pela primeira vez em 12 de agosto de 1940, por Antonio Cortez, um cidadão simples e humilde nascido em São Bento do Sapucaí, e seu irmão. Financiado pelo meu tio Luis Dumont Villares, Cortez construiu os degraus para a escalada, colocando grampos metálicos, construindo também o refúgio no topo da pedra.
A casinha era completa, inspirada em refúgios alpinos. Na frente havia uma pequena sala com lareira, estante com utensílios de cozinha e uma mesa de madeira onde ficava um livro onde os visitantes deixavam suas impressões e atrás, separado por uma parede, um dormitório com 6 triliches de lona, onde 18 pessoas podiam dormir. O telhado era inteiro de cobre, se configurando em um enorme para-raio, e havia inclusive captação de água da chuva. A inauguração oficial do “Refugio Antonio Cortez”se deu em 12 janeiro 1947.
Após a escalada dormimos no refúgio, acendemos uma fogueira do lado de fora para sinalizar nossa chegada para a família que estava em Campos do Jordão. A noite foi fria e emocionante, sair para mijar no vento gelado exigia altas doses de técnica, que eu evidentemente naquela idade não tinha…
Na manhã seguinte descemos pela Face Norte e seguimos vale abaixo até o Acampamento Paiol Grande, idealizado em 1946 por Luis Dumont Villares, meu pai Erico Stickel, Job Lane, Alfredo Velloso e Otavio Lotufo.
Ganhei um certificado de escalada, que foi assinado pelos meus primos Maria e Paulo Villares (com a observação “que escalou o Matterhorn”), e pelo meu pai, Erico Stickel. Eu tinha 7 anos e três meses de idade!
As fotos históricas emprestei do BLOG</strong> da família Cortez.
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