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Arquivo: outubro de 2025

aviação e arte

Exposição Aviação e Arte promovida pela TAM Linhas Aéreas.

Os artistas Amélia Toledo, Emanuel Araújo, Fernando Stickel, Guto Lacaz, Maria Matheus, Nicolas Vlavianos, Tomie Ohtake, Vicente Kutka, Yutaka Toyota e Ivete Ko foram convidados pela curadora Zilda Matheus a realizar esculturas com sucatas de avião.

A TAM franqueou seus depósitos de sucata para os artistas escolherem livremente os materiais, na sequência, auxiliados pelos funcionários das oficinas de manutenção tiveram liberdade total de escolha, das técnicas de soldagem, corte, pintura, etc… para realização de seus projetos.

A exposição dos trabalhos se realizou no Espaço Cultural do Aeroporto de Congonhas em 24 novembro 1993.

é isso, por fernando stickel [ 17:19 ]

erico stickel consul

Meu amigo boliviano Manuel Ramiro Iturralde Jahnsen (Manuco) foi meu colega de classe no Colégio Visconde de Porto Seguro, seu irmão mais velho Francisco Xavier Iturralde Jahnsen também estava no Porto Seguro. A família morava em Higienópolis na R. Alagoas 162, e eu vivia por lá.

Seu pai era arquiteto, Alberto Iturralde Levy, sua mãe Ethel Mary Jahnsen de Iturralde.

Ao lado do apartamento deles na R. Alagoas tinha uma casa abandonada, e nós vivíamos nos enfiando lá para brincar…

Recentemente o Manuco me enviou um documento muito interessante, a nomeação do meu pai, Erico João Siriuba Stickel como Consul Honorário da Bolivia em São Paulo, datada de 20 Janeiro 1965 e assinada pelo Gal.René Barrientos Ortuño, chefe da junta militar que estava no poder na época. Manuco me confirmou que a nomeação de meu pai se realizou através de indicação de Ethel Mary, sua mãe.


Meu pai recusou educadamente o convite, eis a troca de telegramas.


O edifício Santa Rita na R. Alagoas, boa arquitetura dos anos 50 e o vizinho, onde ficava a casa abandonada de tantas brincadeiras!


A família Iturralde Jahnsen, Manuco no colo da mãe e Francisco com o pai. Os dois mais velhos são meio-irmãos de um casamento anterior do pai.

é isso, por fernando stickel [ 17:39 ]

r. tucumã 141

Morei no final dos anos 70 no Edifício Pinheiros, delicioso prédio de três andares sobre pilotis na R. Tucumã 141, em frente à entrada principal do Clube Pinheiros. Lá nasceram meus dois filhos mais velhos, Fernanda em 1977 e Antonio em 1979.
Por pouco naquela época o condomínio não conseguiu destruir o maravilhoso painel da fachada do prédio, de autoria desconhecida.
Através de uma “Comissão de Obras” os arquitetos Tito Livio Fraschino e Helio de Maria Penteado, entre outros vizinhos, argumentavam que o painel era de “mau gosto” e queriam destrui-lo, substituindo-o por uma fachada em “brises”, que consideravam uma solução arquitetônica mais limpa e “elegante”.
Então pensei assim:

Que destruam tudo, mas não vão destruir o meu prédio!!!

Iris Di Ciomoo, com quem eu estava casado e eu redigimos um manifesto e enviamos aos nossos vizinhos em 22 agosto 1978:

Manifesto enviado aos 24 condôminos

DEFENDENDO O “NOSSO CASARÃO”

Numa época, em que os ataques à nossa memória cultural se tornam cada vez mais frequentes e destruidores, se fixa como imposição a todo cidadão, preservar e manter intacto, o que ainda conseguiu sobreviver.

O “Nosso Casarão”, adquire relevo e importância especiais, não apenas por ser o local que tanto nos é caro, e onde habitamos, mas também, e justamente, pelo fato de possuir características que, aos 24 anos de idade, numa sociedade de apenas 500 anos, constituem um valor de patrimônio histórico e cultural. Sendo assim, sua arquitetura, seus jardins, seu pé direito de 3 metros, suas escadas, e seu painel de fachada, tornam-se valores insubstituíveis.

O que pretendemos é preservar o prédio como um todo. Reformas fazem-se necessárias, porém a destruição do painel, se nos afigura um exagero de higiene formal.

Não é um apelo carregado de nostalgia, nem uma atitude retrógrada e reacionária, que se coloca contra o inevitável progresso.

Infelizmente a situação não abriga tanto romantismo.

O que se defende, não é uma donzela em apuros, mas, uma obra que definitivamente, pertence ao patrimônio cultural da cidade, do bairro, e nosso, seus habitantes e usuários.

O momento exige uma postura enérgica contra o verdadeiro vandalismo que ameaça nossos reais valores culturais, e é com esse alerta que eu me dirijo a vocês.

São Paulo, 22 de agosto de 1978

Fernando Diederichsen Stickel

Iris Di Ciommo


O manifesto, a pasta com as fotos e a lista de assinaturas

Na sequência pedi para o meu amigo Joaquim Cunha Bueno Marques fotografar o prédio, preparei um abaixo assinado com as fotos e fui à luta. Reuni um total de x assinaturas, a seguir:
Assinam a lista em defesa do painel do Edifício Pinheiros:

Aguinaldo Galiza Jr.- Publicitário
Armando Garcia Jr. – Arquiteto
Augusto Livio Malzoni – Pintor/Arquiteto
Antonio Carlos Barossi – Estudante Arquitetura
Antonio Marcos Silva – Arquiteto
Ana Maria Stickel Paoliello – Professora
Benedito Lima de Toledo – Arquiteto
Carlos Alberto Fajardo – Artista Plástico
Cesar Giobbi – Jornalista
Carla Dworecki – Publicitária
Celio Calestine – Arquiteto
Celso de Almeida – Decorador
Cecilia Bés – Assistente MASP
Carlos Alberto F. Villar – Arquiteto
Cecilia Motta – Geografa
Carlos Augusto de Carvalho – Estudante Arquitetura
Cassio Michalany – Pintor/Arquiteto
Eduardo Longo – Arquiteto
Eunice de Oliveira – Secretaria Escrit6rio Arquitetura
Edo Rocha – Pintor/Arquiteto
Erico J. S. Stickel – Advogado
Elói Gertel – Jornalista
Francisco Borges Filho Arquiteto
Felippe J. Crescenti Filho – Estudante Arquitetura
Frederico Jayme Nasser – Editor
Gustaaf Verberger – Antropólogo
Guilherme Paoliello – Estudante Arquitetura
Helena Carvalhosa – Caseira
Helio Mariz de Carvalho – Arquiteto
Henrique Cambiaghi Filho – Arquiteto
Ivone Dutra de Toledo – Professora
Jacques Bisilliat – O Bode
Jaime Cupertino – Arquiteto
Joaquim da C. Bueno Marques – Fotógrafo
João Vilanova Artigas – Arquiteto
Julio A. de Oliveira Moreno – Arquiteto
June A. Chaves Izzo – Arquiteto
João Xavier – Arquiteto
Klaus F. Foditsch – Engenheiro
Lenimar G. Rios – Arquiteto
Luiz Seman – Técnico Gráfico
Luisa Malzoni Strina – Comerciante de Arte
Luiz S. Hossaka – Assistente MASP
Luiz Paulo Baravelli – Artista Plástico
Luiz Pires Paoliello – Administrador Empresas
Marlene Milan Acayaba – Arquiteto
Marcelo R. Villares – Arquiteto
Maria Lúcia Simões da Cunha – Arquiteto
Maria A. Meirelles de Oliveira – Mãe
Modesto Carvalhosa – Advogado e professor USP
Martha Diederichsen Stickel – Mãe
Murillo Marx – Arquiteto
Mária Cecilia Pasote Neumann – Arquiteto
Maria Angela Pastore – Estudante Comunicação Visual
Nicodemus Pessoa – Jornalista
Norberto Chamma – Arquiteto
Olney Kruse – Jornalista
Odette Walkiria Rieper – Secretária Escritório Arquitetura
Pietro Maria Bardi – Diretor MASP
Plínio de Toledo Piza Filho – Arquiteto/Pintor
Paulo Mendes da Rocha – Arquiteto
Randáu Marques – Jornalista
Rubens Candia – Engenheiro
Rubens Mário de Oliveira – Decorador
Regina Cunha Wilke – Arquiteto
Ricardo Marques de Azevedo – Arquiteto
Roberto C. S. Aflalo – Arquiteto
Roberto D. Stickel – Engenheiro
Rogerio Batagliesi – Arquiteto
Sergio Prado – Arquiteto
Sylvia Ficher – Arquiteto
Salvador Candia – Arquiteto
Suzana Campos –
Sueli M. L. Bacha – Publicitária
Sakae Ishii – Arquiteto paisagista
Sylvia Foditsch – Historiadora
Sergio Ficher – Arquiteto
Santuza Borges Andrade – Pintora/Decoradora
Sheila Maureen Bisilliat – Fotógrafo
Telmo Martino – Jornalista
Virginia F. de Toledo Piza – Pedagoga
Walter Arruda de Menezes – Estudante Arquitetura
Wladmir Perez – Desenhista
Wesley Duke Lee – Pintor

Após o assunto aparecer em destaque no Jornal da Tarde e no Bom Dia São Paulo da Rede Globo, em Outubro de 1978, nunca mais se falou no assunto, o condomínio e sua “Comissão de Obras” calaram-se sobre o assunto e o painel continua lá, firme, forte e lindo.
Hoje meu irmão Neco Stickel mora no prédio e continua zelando por sua integridade.


Eu no apartamento 208, com tela do José Carlos BOI Cezar Ferreira.


Minha entrevista ao bom Dia São Paulo em frente ao Edifício Pinheiros, com o painel artístico na fachada.


Algum tempo depois enviei enviei esta “aventura” preservacionista no formato de trabalho, para o Primeiro Encontro Nacional de Arquitetos sobre Preservação de Bens Culturais promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil e realizado na FAUUSP na Cidade Universitária em julho 1981.

é isso, por fernando stickel [ 17:55 ]

doação à pinacoteca

Meu pai foi muito amigo do artista plástico, curador e diretor da Pinacoteca do Estado Emanuel Araújo (1940-2022). Moravam no mesmo bairro, a Bela Vista, e se frequentavam sempre com o tema da arte à mesa.
Talvez por conta disso meus pais Martha e Erico Stickel resolveram homenageá-lo na sua gestão da Pinacoteca, doando um trabalho de minha autoria, realizado parte em New York e parte em São Paulo, intitulado Lisas, técnica mista sobre madeira com 134 x 393 cm. datado 1985-1989

A cerimônia da doação deu-se em 11 abril 2002, no prédio da Pinacoteca

é isso, por fernando stickel [ 17:49 ]

ensaio de moda

Fui convidado em 1990 a dar aulas de desenho de observação no Projeto Ensaio de Moda, criado pelas amigas Vera Souto, Filomena Ragone e Iris Di Ciommo, e realizado na Oficina Cultural Oswald de Andrade no Bom Retiro.

é isso, por fernando stickel [ 17:18 ]

pro arte

Quando criança eu tinha aulas de música na Pro Arte Seminários de Música, na R. Sergipe 271 em Higienópolis, eu tocava flauta block.

Nos convites de audição, que acontecia de tempos em tempos, encontrei os nomes das professoras Elisa Helena Memolo Lanna e Maria Amelia Cozzella.
No fundo do casarão havia um salão chamado Auditório Theodor Heuberger onde os alunos se apresentavam em audições familiares, e eventualmente haviam exposições de arte.

Certa feita, houve uma exposição de pinturas a óleo, abstratas, com grossíssimas camadas de tinta aplicadas sobre a tela, que escorriam…
Aí eu comentei com alguém:?– Ah!… mas isso aí eu também faço!?O autor das pinturas, que estava por ali, e que eu evidentemente não conhecia, ouviu o meu comentário, pegou um lápis, me entregou e disse:
– Então faça!
Eu me atrapalhei todo, tentei argumentar que era com tinta, não com lápis, e finalmente me recolhi à minha ignorância…
Muitos anos depois, no meu curso de desenho de observação, eu usei este “- Então faça!” inúmeras vezes.

Meus colegas das aulas de música: Os nomes dos alunos na lista: Elizabeth Ruchti, Elvira M. Oliveira Negrais, Laila Gebara, Léa Roizen, Maria Aparecida Figueiredo, Maria Margarida Ferreira, Nadia Gebara, Regina Maria O. Negrais, Regina Miriam Costa, Renata Rosenthal, Abel Santos Vargas, Caio Rosenthal, Fernando Stickel, Helio Goldenstein, Marcelo Lefreve, Mauricio Oliveira

é isso, por fernando stickel [ 18:03 ]