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...desde janeiro de 2003

o rio continua lindo


Texto do meu amigo Tomás Nioac de Salles
Ex-jornalista dos tempos dourados do Jornal do Brasil, nos anos 70.

Mais um dia frio no Rio. Desde quinta, quando cheguei, chuvas intensas. Aqui em São Conrado, chove mais, porque as nuvens carregadas não conseguem passar do morro. Então, cai muito mais água. Meu apartamento é um privilégio. De frente para o Gávea Golf Club e para a mata Atlântica. Olhar para a natureza, belíssima, deixa o corpo mais leve, a mente mais clara. É um santo elixir. 

O tempo ruim mexe com o carioca, que não gosta de frio e chuva. Fica entocado em casa, debaixo das cobertas. Os quiosques da praia vazios, e poucas pessoas se aventuram a andar pela calçada e pela praia. 

Quando faz sol, a praia volta a ser uma festa, principalmente nos fins-de-semana. Tem de tudo. Desde as barracas com serviço de praia, até os churrasquinhos da turma da Rocinha. E não falta nem o acarajé. Esportes são muitos. Raquetinha, beach-tênis, futvôlei, bike. Até Personal Trainer. Muitas crianças, carrinhos com bebês, cachorros de todos os tamanhos, raças, vira-latas, todos com coleiras. Mulheres lindas, famílias inteiras. E a avó, o avô, a mãe, o pai, os filhos. A grande diversão do fim-de-semana. Rico, remediado, pobre, todos misturados curtindo e aproveitando a praia, o mar, o sol, o encontro com os amigos. O bate-papo de futebol, do mengooo.

Os surfistas, cada vez em maior número, buscando a melhor onda, e, quem sabe, um dia, se tornarem num Ítalo Ferreira, nosso grande ídolo e exemplo olímpico. Do lado da Pedra da Gávea, lá no alto, a rampa por onde desce a turma da asa delta, do parapente. E aqui embaixo, muita gente olhando aquela turma da coragem descendo e vendo as maravilhas da natureza. Turistas de todo o mundo, do Brasil assistindo as proezas dos intrépidos voadores. Alguns se aventuram, com direito a vídeo da façanha. Outros preferem os quiosques e ficam na cervejinha ou no drinque que vem perfeito e rapidinho para a mesa. Os serviços dos quiosques são geralmente impecáveis.

E nem parece que a Covid tá no Rio. Aumentando a internação das pessoas com mais de 60 anos já vacinadas. Hoje, Dr. Fauci, o infectologista que aconselha o presidente Biden, afirmou que as vacinas parecem não ter uma eficácia duradoura. Nas conversas, por aqui, muitos ansiosos por uma terceira dose. 

Ontem a noite, fomos jantar eu, a prima gaúcha Gabi, o namorado Bob, um americano, que está envolvido com as eólicas aqui no Brasil e a indiana Aarti, que nos próximos dias começa a trabalhar numa start-up de locações imobiliárias em São Paulo. Debaixo de chuva, chegamos no Chez Claude, do famoso francês-carioca, Troigros, na Rua Conde de Bernadotte, no Leblon, muito conhecida da boêmia carioca e dos bons de garfo.

Nossa primeira impressão foi ruim, porque nos colocaram numa mesa na calçada onde chovia. O restaurante é muito pequeno, a cozinha fica no centro e na volta algumas poucas mesas e um forte cheiro de comida. E, certamente, em busca de um maior faturamento, mais mesas do lado de fora. Reclamamos e nossa mesa foi parar dentro de uma galeria junto ao restaurante. Mas além dessa má impressão, duas outras. O banheiro é único para homens e mulheres, mal cheiroso, imundo. A outra novidade, pedimos uma garrafa de um Alentejo que custa R$153,00 nas Lojas Americanas, no Chez Claude, você pode comprar a garrafa, mas pelo múltiplo de taças, ou seja, cada taça sai por R$64,00 x 6= R$384,00. Nunca tinha visto isso antes. Já imaginaram se a moda pega! Apesar de tudo isso, comida excelente e serviço atencioso. Claude, menos ganância e cuide melhor de seu restaurante e seus clientes.
Apesar disso, o Rio continua lindo!

é isso, por fernando stickel [ 9:45 ]

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