
Participei da V Exposição Jovem Arte Contemporânea, no Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP) no Ibirapuera entre 25 de agosto e 26 de setembro de 1971.
Era uma uma exposição coletiva anual, parte de uma série de iniciativas do MAC-USP sob a gestão de Walter Zanini, para fomentar a produção artística jovem no Brasil. A série “Jovem Arte Contemporânea” surgiu após as edições iniciais focadas em desenho e gravura (Jovem Desenho Nacional e Jovem Gravura Nacional) e se tornou mais abrangente a partir de 1967.
A novidade desta edição foi a exposição de poemas, departamento no qual fui aceito, enquanto vários amigos participaram na área das artes plásticas, os premiados foram Aieto Manetti Neto, Victor Ribeiro, Dudi Maia Rosa, e Gilda Vogt.
Os poemas que apresentei foram:
James Coburn no Guarujá
El Camión
perfuro chão
Eurailpass
desde ontem
em Dresden
Desdêmona
desmaiou
Cabo Frio
É tarde e eu já estou exausto de não fazer nada.
Felizes são aqueles que não fazem nada em paz.
E aqueles que não se cansam de não fazer nada.
E aqueles que dormem bem sem estarem cansados de não
fazer nada além de mergulhar nas águas frias do
Cabo Frio de Janeiro apesar do Janeiro encalorado
e as águas são d’Álcalis como se fossem veículo
de peixes e mergulhadores encalorados por não
além de nada trabalhar na madrugada encalorada
pela água dos canos plásticos em exposição ao sol
ardente oriundo do calor da madrugada que o banho
em canos quentes não deu cabo.
Posteriormente estes dois poemas foram incluídos no meu livro de desenhos e poesias “aqui tem coisa” lançado em 1999.
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