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faleceu ernestinho


Meu tio Ernesto George Diederichsen faleceu aos 99 anos de idade em Florianópolis. Faça uma linda viagem Tio Ernestinho!

E sobre ele escreveu assim seu neto Chico:

pois, família, passamos aqui em casa também a lembrar do vovô…. um dia especial…. a ver fotos …. a lembrar da musica, das estrelas…. do olhar para o mundo com olhos curiosos a buscar sentido… nos livros, nas artes…. na arquitetura, na natureza…. no “matutar” ! em lágrimas, faço aqui breve homenagem, de outras que certamente virão quando pudermos nos ver presencialmente…. guardo no peito e na mente a beleza dele em ilhabela, da ponta azeda por ele criada junto dos caiçaras…. criaram ali uma vila de belas casas esparças com respeito à natureza, ao povo de lá. casas simples, rusticas, com citações diretas da arquitetura popular e erudita das missões…. sem deixar os traços do trabalho operário se apagarem…. coisas que me ensinou na prática…. nos desenhos, no nanquim, no escalímetro das curvas de nivel… sem saber, talvez sabendo…. estavamos nós avançando nos conhecimentos da arquitetura. pois arquiteto ele era. autodidata. nos detalhes das tramelas de madeira, na ausência de coisas douradas, mas com as cores do povo, dos barcos de pesca… com pico, nas canoas. a ponta azeda não tinha muros…. não se pedia para entrar…. um sitio …. livre…. da areia e das pedras …. soltos… caminhávamos todos ao vento, pelas mangueiras, pelas redes ao vento. ensinou todos nós a amar a natureza… e a ciência…. com livros…. com quadros singelos nas paredes, traços da cultura. a ossada de baleia e tacho metálico de fazer farinha…. eram os ornamentos da casa. sem ostentações. canos aparentes…. nos banheiros…. barras de madeira nas janelas como nas antigas edificações simples da colonia. telhas de barro…. varanda por todos os lados…. e o vento. gavetinhas nas camas. gavetinhas para guardar transitores de rádio…. ponta azeda chamando. todos os barcos !!! sua preocupação com a segurança de todos no canal…. o levou a criar a comunicação entre todos, navios, veleiros, fragatas…. as antenas instaladas no morro, repetidoras de sinais lá na mata ecoam a salvatagem nos dias de vento sul, mas aqueles de ventos fortes !!! agradeço pela vida tua que segue viva (de fato e energeticamente falando enqueto sopro que passa de um a um, filho a filha…. a mesma energia vital criada e passada a bilhões de anos do tempo da vida). hoje aqui escrevo por causa dele. por causa de tí vô. por causa de teu amor por antonieta…. que veio….. bernardo…. e veio…. o sopro de vida em ti agora descansa e segue em nós, bem vivos, alegres de terem vivido contigo um tanto. uns mais, outros menos…. pena que fostes, pois iamos te visitar ano que vem…. assim te visitamos de outras formas. em sonhos. em pensamentos bons!! Pois, primos e amigos, espero que possamos nos ver e lembrar mais um tanto…. juntos em breve data pós vacinarmos todos ! a seguir envio fotinho de 2017 quando fomos a floripa cuidar de ida de pai bernardo…. vê-se nela jade, minha companheira, com joão, bisneto do vô desenhando algo para ele…. fragmentos de memórias…. e mais uma vez a gratidão por estarmos todos vivos…. por sermos seres…. vivos ! e se hoje estou arquiteto, urbanista…. a fazer o que faço…. a lecionar…. arquitetar com o povo de modo singelo e belo…. respeitoso com as nascentes de águas…. a mata! à luz da “bauhaus socialista alemâ” …. muito é por conta de ti, como disse a pouco….. por hora deixo aqui beijos e abraços, e um até breve. de joão (bisneto), dora (bisneta criativa), jade (companheira minha) e chico (eu)…… e como ele muitas vezes disse:

“…… bem, minha gente….. assim é a vida! ” (ernesto, após longo e profundo suspiro)

E o neto Totó recebeu esta contribuição:

é isso, por fernando stickel [ 15:51 ]

5 comentários

Carlos

abril 11th, 2021 at 16:34

Quantas saudades da época ,trepado nos galhos chupando manga enquanto ouvia as músicas clássicas tocadas aos fins de semana ,quanto Sr Ernesto descia pra ilha ,estava ali alerta pra ver se minha mãe Marina empregada doméstica de Sr Ernesto precisava de mim para ajudá-la com algo enquanto saboreava uma bela manga ou goiaba ao som clássico,tenho ótimas lembranças de sua esposa dona Maria ,que pouco tempo depois ficou doente da cabeça e não conseguimos nos conformar como uma pessoa de coração tão bom e simples teve aquela horrível doença ,que triste foi pra nós ,minha mãe em casa orava a Deus e pedia muito por ela ,mas papai do céu resolveu levá-la pro seu lado ,só ficou saudade ,era bem assim que esse colega da época(perreque)seu apelido ,que faleceu também dias atràs relatou sobre a generosidade deles ,eles estavam ali naquela enorme propriedade mas não se sentiam donos dela ,acho que sabiam que tudo aqui é transitório por isso nos davam completa liberdade em sua propriedade,hoje só resta saudade e o legado que Sr Ernesto deixou para mim foi amar a eletrônica ,vivo dessa profissão ,pois aprendi muito olhando ele trabalhar em seu chark que fez de um dos quartos para mexer e manipular seu rádio telégrafo rs.saudades que ele siga em paz ao lado de Deus .ass: Carlos (káká)

fernando stickel

abril 11th, 2021 at 16:51

Oi Carlos, que bacana tua memória, você está falando da casa na Rua Antilhas…

Carlos

abril 30th, 2021 at 23:13

Olá Fernando ,não sei se a rua lá hoje se chama Antilhas ,estou no Guarujá há 30 anos ,disse da propriedade da ponta azeda onde minha mãe Marina foi sua empregada doméstica por anos ,abçs..!!

Édison Rosa da Silva

setembro 11th, 2022 at 12:56

Boa tarde. Sou filho de José Felício e Terezinha, eles foram caseiros na Fazenda Toriba em Campos do Jordão, eu nasci lá! Eles sempre contam boas lembranças do Sr Ernesto e Dona Antonieta. Hoje , em mais uma dessas lembranças resolvi procurar sobre a família e aqui estou. Meus pais sempre tiveram saudades e vontade de revê-los, infelizmente não conseguiram. Fica aqui os nossos mais sinceros sentimentos e admiração por toda família Diederichsen. Grande abraço a todos.

fernando stickel

setembro 11th, 2022 at 23:15

Oi Edison, que idade vc tem?

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