Fui me informar melhor e apurei o seguinte:
Em frente ao prédio da Faculdade de Economia e Administração da USP, na Cidade Universitária, um enorme pano negro cobre uma escultura da artista plástica Tomie Ohtake de 2008.

O projeto original e a execução da obra.

Ao lado, duas placas em aço escovado, uma em homenagem ao grupo de cerca de 450 alunos, ex-alunos, pais, funcionários, professores, ex-docentes, incluindo vários notáveis professores, ex-ministros e até um ex-reitor da USP, que viabilizaram a execução da obra, e outra informando o patrocínio da Osram e Credit Suisse, aparentemente através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.


No ano passado a FEA-USP completou 60 anos, e como homenagem este grupo resolveu doar a escultura da Tomie Ohtake, convidada inclusive pela coincidência com o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. A própria Tomie indicou a Perc Engenharia, empresa que executou a escultura, em aço carbono e inox.
Até aí, tudo bem.
No entanto a escultura foi muito mal executada, o projeto de paisagismo e iluminação que complementam a obra são ainda mais lamentáveis, já está tudo meio quebrado, sem acabamento, e houveram, por conta dos problemas, três inaugurações da obra, em Julho 2007, Agosto 2007 e Agosto 2008.

A terceira inauguração da obra, em Agosto 2008. Nas palavras de quem esteve lá: Parecia trombada de Opala…

Por que me detive na análise deste episódio?
A cultura brasileira da improvisação e do amadorismo vem se firmando entre nós. A cada dia que passa mais nos acostumamos com esta “normalidade” de ufanismo, amadorismo, falta de organização e preparo técnico, execução deficiente e acidentes, às vezes até com vítimas fatais. Agora, quando isto ocorre no centro da excelência educacional brasileira, através da reunião de algumas das mais privilegiadas cabeças pensantes do país, aí a coisa fica mais encrencada, é sintoma de que algo vai mal, muito mal nesse país.