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valdir cruz na fundação stickel

Davi Kopenawa, sua filha Suyá, Ailton Krenak e Valdir Cruz na inauguração da exposição “Faces da Floresta – Os Yanomami” do fotógrafo Valdir Cruz, com curadoria de Rubens Fernandes Junior, no Espaço Fundação Stickel.

A fala de Davi Kopenawa no debate de abertura foi interessantíssima, ele iniciou seu discurso na língua Yanomami, e falou por um longo período, causando até um certo espanto na audiência, aí, falando em português, explicou que a língua nativa é a língua original do país, o português é o idioma dos invasores, explanação óbvia, porém muito poderosa para divulgar a opressão que os povos indígenas vem sofrendo desde sempre.

Na primeira fila, sentados, a fotógrafa Maureen Bisilliat, Antonio Peticov e minha mãe Martha Stickel.

Maureen Bisilliat, Valdir Cruz, eu e Christiane Torloni.

é isso, por fernando stickel [ 8:46 ]

história da fundação stickel 2


Abernéssia nos anos 40

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 2

Maria Elisa (Lili) Arens Diederichsen (1883-1973) e Ernesto Diederichsen (1878-1949), meus avós, proprietários de terrenos em Campos do Jordão, planejam a construção da casa de veraneio da família. Havia no terreno um lago, acima dele foi o local escolhido para a construção da casa. Um trator Case vermelho foi adquirido, equipes contratadas e o movimento de terra se iniciou, abrindo-se as estradas de acesso e o platô onde se ergueu a casa.

Por força das obras, Lili e Ernesto frequentavam mais a cidade e estreitaram a convivência com a comunidade local, tomando contato com a dramática situação da saúde e pobreza no município. Famílias paupérrimas afluíam à cidade para tratamento de tuberculose, internando-se nos inúmeros sanatórios da região, prevalecia ainda a terapêutica baseada no tratamento higieno-dietético, que acreditava na cura do doente submetido a condições favoráveis, como boa alimentação, repouso e o clima das montanhas, com exposição ao sol.

As famílias dos internados, sem recursos e sem opção, acabavam por se abrigar em pensões ou favelas. Esse cenário de extrema carência sensibilizou meus avós, que começaram a suprir as necessidades mais urgentes, principalmente das crianças, distribuindo mantimentos, cobertores, remédios e agasalhos em geral. Esta iniciativa se consolidou em 1946 na criação do Grêmio Bernardo Diederichsen, sob direção do Reverendo Oswaldo Alves e com a colaboração do meu tio Luiz Dumont Villares (1899-1979), que havia se tornado sócio do meu avô na construção do Hotel Toriba, inaugurado em 1943.

O nome do Grêmio, homenageava o filho primogênito Bernardo Frederico Diederichsen (1904-1928), falecido precocemente aos 24 anos de idade, vítima de choque elétrico. Recém formado engenheiro eletrotécnico na prestigiosa escola EHT Zürich na Suíça, ele estava em seu primeiro emprego no Banco do Brasil em São Paulo. Vestia um guarda-pó branco e trabalhava em um rádio, com uma chave de fenda no bolso do guarda-pó, inclinou-se sobre o rádio e a chave de fenda encostou em uma fonte de alta voltagem, fulminando-o instantaneamente.
Em seu bolso da calça carregava seu primeiro salário.
Minha mãe Martha tinha apenas um ano de idade, e lembra de conviver toda sua infância com sua mãe Lili vestida de preto, em luto fechado.


Bernardo Frederico Diederichsen


Diploma de engenheiro elétrico

é isso, por fernando stickel [ 8:31 ]

história da fundação stickel 1


Meu avô Ernesto Diederichsen e o capitão do Cap Arcona em Santos, 1929

A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO STICKEL – Parte 1

Em 2024, a Fundação Stickel completa 70 anos de idade! É a quinta mais longeva fundação do Brasil. Mas a história da instituição criada pelos meus pais é ainda mais antiga. E é isso que vou começar a contar para vocês, aqui no LinkedIn.

O Cap Arcona foi um navio de passageiros e cargueiro operado pela Hamburg-Südamerikanische Dampfschifffahrts-Gesellschaft (HSDG). Ele foi encomendado e construído pelo estaleiro Blohm & Voss em Hamburgo, Alemanha, durante a década de 1920, e lançado ao mar em 1927. Seu nome é uma homenagem à península de Arcona, localizada na ilha de Rügen no Mar Báltico.

Em 1934, meus avós Lili e Ernesto Diederichsen embarcaram para a Europa com minha mãe Martha, então com sete anos de idade, e seu irmão Ernesto, com 13 anos, no “vapor” Cap Arcona. 

Curiosidade: em 3 de maio de 1945, nos estágios finais da Segunda Guerra, o Cap Arcona estava ancorado na Baía de Lübeck, no Mar Báltico, juntamente com outros navios alemães e prisioneiros de campos de concentração, evacuados devido ao avanço das tropas aliadas. Aviões britânicos da Royal Air Force (RAF) lançaram ataques aéreos contra os navios ancorados na baía, acreditando erroneamente que estavam atacando navios de guerra alemães. Como resultado desses ataques, o Cap Arcona foi atingido e afundou, com enorme perda de vidas – uma das tragédias menos conhecidas e mais trágicas entre os últimos momentos da Guerra.

Voltando dessa viagem, em 1936 meus avós conheceram a cidade de Campos do Jordão na Serra da Mantiqueira, o mais alto município brasileiro. A viagem de carro a Campos chegava a durar oito horas, enfrentando lama e buracos… A família se hospedava na “Associação Umuarama de Campos do Jordão” e minha mãe se lembra, até hoje, dos mergulhos no lago gelado.

Encantados com a “Suíça Brasileira”, meus avós compraram grandes glebas de terra na cidade, lançando o trabalho social que viria a se transformar na Fundação Stickel. 

No próximo artigo, vou falar sobre o Grêmio Bernardo Diederichsen, a semente que nos trouxe até aqui.


O Cap Arcona


Lili e Ernesto Diederichsen na casa de Campos do Jordão

é isso, por fernando stickel [ 10:09 ]

evolução


Nestes 20 anos em que estou à frente da Fundação Stickel, nosso escritório esteve em dois endereços diferentes e nossa identidade visual está na terceira versão, acompanhando o desenvolvimento institucional.

é isso, por fernando stickel [ 9:23 ]

poster contest

Quem já não foi ao cinema e ficou observando os cartazes dos filmes em exibição, ou daqueles que entrarão em cartaz? De repente até decidindo assistir algo por conta do poder de persuasão deste tradicionalíssimo meio de comunicação.

O cartaz tem esse poder de captar a nossa atenção, despertar nossa curiosidade, seja pela mensagem, seja pela beleza gráfica, muitos deles verdadeiras obras de arte.

Cartazes tem sido utilizados em todo o planeta para divulgar mensagens de forma visual e impactante. em todas as áreas imagináveis, publicidade, arte, política, religião, esportes, saúde, educação, etc…

Atenta ao potencial do cartaz, tanto como arte quanto como poderosa ferramenta de comunicação, a Fundação Stickel promoveu em 2023 o concurso POSTER CONTEST – ARTE TRANSFORMA, com curadoria de Carlos Perrone, pensando em trazer um novo olhar ao tradicional concurso de cartazes.

O POSTER CONTEST marca, não apenas, a nossa entrada no universo do design gráfico, como também o início das comemorações do aniversário de 70 anos da Fundação Stickel.

Você é nosso convidado para o evento de abertura, venha descobrir os 30 projetos gráficos selecionados por um júri de 7 especialistas da área, entre os 100 projetos submetidos, incluindo o Prêmio Aquisição e os seis destaques.

Exposição Poster Contest – Arte Transforma
Abertura – sábado, 17 de fevereiro, das 11h às 16h
Espaço Fundação Stickel
Rua Nova Cidade 195 – Vila Olímpia
Catálogo disponível

Membros do júri:
Carlos Perrone; Iris Di Ciommo; José Renato Maia; José Roberto DÉlboux; Marcelo Pallotta;, Sandra Pierzchalski; Tadeu Costa


Visão da exposição

é isso, por fernando stickel [ 7:57 ]

maria villares – flor e pedra

Abertura da exposição de pinturas “Maria Villares – Flor e Pedra” com minha curadoria, no sábado 11 novembro 2023 no Espaço Fundação Stickel.


Visão geral da vernissage


Maria Villares, Chris e Diana Potter


Ivo Mesquita, Maria Alice Milliet e Helena Carvalhosa


Martha Stickel, Sandra Pierzchalski, Maria Villares e eu.


Ricardo Prado Santos, João Roberto Rodrigues, eu, Bassy Machado, Luiz Fernando Rocco


Gilda Mattar, Alexandre Dórea Ribeiro, Alex Cerveny, Sandra Pierzchalski, Nathalie e Lucas Lenci


Maria Villares e sua filha Kita, Ana Darce e Jacqueline Aronis

é isso, por fernando stickel [ 8:56 ]

maria villares na fundação


A fachada do Espaço Fundação Stickel recebe tratamento especial.

No próximo sábado 11 novembro das 10 às 16h abriremos no Espaço Fundação Stickel, na R. Nova Cidade 195 – Vila Olímpia, a exposição de pinturas “Maria Villares – Flor e Pedra” com minha curadoria.

Minha carreira de curador de arte não existiu até hoje como tal, nunca dei maior destaque a este mister, mas, assim como nunca deixei de ser arquiteto, designer gráfico, artista plástico ou fotógrafo, o ofício da curadoria sempre esteve presente na minha vida artística desde os anos 70, tanto nas minhas exposições, nas exposições dos amigos e, a partir do início do meu trabalho com a Fundação Stickel em 2004, em todas as dezenas de exposições que fizemos.

Em algumas exposições me permiti assinar a curadoria, como “A Trama do Gosto”, na Bienal de São Paulo em 1987, onde apresentei um espaço intitulado “Natureza Morta Limitada”; na exposição “Retratos Eriçados” de Maciej Babinski em parceria com Agnaldo Farias no Espaço Fundação Stickel em 2019, e agora assino a curadoria da exposição “Maria Villares – Flor e Pedra”, para a qual escrevi o texto a seguir.

MARIA VILLARES Flor e Pedra

Flor e pedra. Claro e escuro. Quente e frio. Pele e osso. Vermelho e azul.

A obra de Maria Villares é extensa e longeva. Seu universo pictórico é labiríntico e habitado por seres sem rosto. Mas eles estão ali, silenciosos, observando, e comandando o espetáculo.

Conhecer suas pinturas é como passear por dentro de uma caverna, com uma lanterna na mão, descobrindo imagens fascinantes que brotam da escuridão, uma hora usando uma lupa, outra hora se aproveitando de um raio de sol bandido intrometido na escuridão. Pode-se também pensar em utilizar um periscópio, ele te revelará mais algumas imagens surpreendentes…. Mas, o que está fazendo esta flor aqui???!!! Assim é a pintura de Maria Villares.

Maria não busca os holofotes, mas a solidez da disciplina, coerência e permanência. Seu trabalho atravessa os anos sem interrupção, uma coisa fluindo para outra coisa, por vezes inclinada à gravura, por vezes à cerâmica, mas mantendo sempre o norte do desenho. Sim, o desenho comanda seu destino e sua arte, esta verdade permanente transparece nesta série de pinturas executadas ao longo de mais de duas décadas.

As pinturas de Maria não se revelam por completo, elas são discretamente generosas ao fornecer pequenas pistas ao arqueólogo de plantão que queira mergulhar em espaços desconhecidos à procura de flores ou outras iguarias no Jardim das Delícias de sua obra. Tal qual os peixes luminosos do abismo, flores crescem em locais proibidos…
Fernando Stickel
Outubro 2023


Maria Villares e seu armarinho de referências.


Montagem da exposição


O planejamento da expografia

é isso, por fernando stickel [ 7:15 ]

cidade invertida

A Fundação Stickel é especialista em levar arte e cultura gratuitamente a populações sem acesso a estes bens, fundamentas à cidadania. Fazemos isso através de cursos na periferia de São Paulo, exposições de arte, lançamento e doações de livros, etc…

As visitas educativas às nossas exposições são ferramenta fundamental neste processo, acabamos de utilizá-la em nosso Espaço Fundação Stickel, na Vila Olímpia, com a visita guiada à exposição “A Cidade Diante dos Meus Olhos”.

Utilizando vans, e uma boa integração entre as equipes responsáveis, trazemos alunos de nossas escolas parceiras na periferia de São Paulo, para realizar atividades com a equipe da Cidade Invertida, coordenada por Ricardo Hantzschel. 

Seu símbolo de referência é um trailer adaptado para operar, principalmente, como câmera obscura e laboratório fotográfico. Todos os alunos realizam fotos analógicas com câmeras “pin-hoje”, o processo é lúdico e extremamente interessante e didático.

As escolas beneficiadas são:
– Crescer Sempre de Paraisópolis.
– Escola Estadual Condessa Filomena Matarazzo de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste.
– Escola Estadual Comendador Mário Reys em Itaquera.
– FAZ – Associação Alessandro Zarzur.

A Fundação Stickel está sempre em busca de novos parceiros que acreditem na nossa missão, e possam colaborar na manutenção de nossas atividades.

é isso, por fernando stickel [ 9:54 ]

leonardo da vinci


E. E. Comendador Mário Reys

A Fundação Stickel promoveu a visita educativa de alunos de suas instituições parceiras à exposição “Os Mundos de Leonardo da Vinci” no Shopping Morumbi, organizada em parceria com a Visual Farm, que trouxe à vida as ideias geniais do mestre renascentista em um espetáculo de projeções incríveis!

O acesso à arte também faz parte da nossa missão e, com esta atividade, queremos facilitar o contato entre os nossos públicos e os equipamentos culturais disponíveis na cidade.

– Crescer Sempre de Paraisópolis
– Escola Estadual Condessa Filomena Matarazzo de Ermelino Matarazzo na Zona Leste
– Escola Estadual Comendador Mário Reys em Itaquera


E. E. Condessa Filomena Matarazzo


Crescer Sempre

é isso, por fernando stickel [ 11:40 ]

maria villares

A Fundação Stickel realizará em seu espaço na R. Nova Cidade 195 – Vila Olímpia, a exposição de pinturas de Maria Villares, com inauguração prevista para 11 novembro 2023.


Maria Villares à direita e sua assistente, Andrea Angulo. Ao fundo algumas telas da exposição.


Maria Villares em seu estudio.


O estudio da artista.

é isso, por fernando stickel [ 8:40 ]

ernesto diederichsen

ERNESTO DIEDERICHSEN – Um visionário

Meu avô Ernesto Diederichsen (1878-1949) e sua esposa Maria Elisa Arens Diederichsen (Lili)(1883-1973) chegaram à cidade serrana de Campos do Jordão, SP em 1936. Encantados com o cenário, compram grandes glebas de terra e iniciam a construção da residência de veraneio da família, concluída em 1941, na sequência empreendem em sociedade com o genro Luiz Dumont Villares o Hotel Toriba, concluído em 1943.

A vivência em Campos do Jordão os colocou em contato com a situação de pobreza e más condições de saúde em que viviam moradores e ocupantes dos sanatórios existentes na região. Sensibilizados com a situação, Ernesto e Lili iniciam um trabalho filantrópico assistencialista, e criam em 1946 o Grêmio Bernardo Diederichsen. Com gestão do Reverendo Oswaldo Alves o Grêmio atendia famílias e crianças carentes que chegavam à cidade para acompanhar o tratamento de tuberculose de parentes internados, incluindo distribuição de remédios, alimentos, agasalhos e realização de tratamentos médicos.

Após o falecimento de Ernesto, em 1949, as obras assistenciais foram assumidas por sua filha Martha Diederichsen Stickel junto ao seu marido Erico João Siriuba Stickel (1920-2004), meus pais. Em 1954 este trabalho assistencial se transformou, na Fundação Beneficente Martha e Erico Stickel, hoje Fundação Stickel.

Industrial e empresário, Ernesto estava à frente de seu tempo, pois tinha sua atenção voltada para o bem estar de todos os empregados de suas indústrias, criando muito antes que as leis o obrigassem, creche, ambulatório, gabinete médico, escola primária, cinema e biblioteca em suas empresas.

O Sítio das Figueiras ficava às margens da represa Billings e abrigava a casa de veraneio da família, inserida em meio a gigantescas figueiras, daí o nome do sítio. A estrutura de lazer da casa incluía quadras de esporte e um enorme escorregador, alguns barcos também ficavam disponíveis para brincadeiras aquáticas.

A cerca de 400 metros da casa ficava a Colônia de Férias dos funcionários do grupo empresarial Diederichsen, que incluía indústrias têxteis, comércio de café, adubos e forragens, óleos vegetais hotel e outras atividades. A Colônia de Férias era ampla, com acomodações para para os funcionários, salões de eventos, cozinha, restaurante, etc…

Anos mais tarde, o Sítio das Figueiras se transformou no SESC Interlagos.

Quando conheci a Argos Industrial nos anos 70 fiquei fascinado pela marca da empresa, criada pelo designer Alexandre Wollner (1928-2018),considerado o pai do design moderno no Brasil.

é isso, por fernando stickel [ 17:42 ]

diederichsen, villares, stickel e dumont

Neste último fim de semana aconteceu no Hotel Toriba em Campos do Jordão o encontro das famílias Diederichsen, Villares, Stickel e Dumont.

O hotel, inaugurado em 1943 foi construído pelo meu avô Ernesto Diederichsen (1878-1949) juntamente com meu tio, Luiz Dumont Villares (1899-1979), que era sobrinho de Alberto Santos Dumont (1873-1932), o Pai da Aviação.

A Fundação Stickel teve sua origem em Campos do Jordão na época em que Ernesto Diederichsen iniciou a construção da casa da família, inaugurada em 1941, quando frequentando a cidade de ele e minha avó Lili encontraram crianças desvalidas vagando pelo bairro de Abernéssia e iniciaram um trabalho social de assistência a estas crianças. Este trabalho foi assumido pelos meus pais, Erico João Siriuba Stickel e Martha Diederichsen Stickel após o falecimento de meu avô em 1949, e logo depois em 1954 foi transformado na Fundação Beneficente Martha e Erico Stickel.

O encontro reuniu cerca de 70 pessoas, de todas as idades e foi muito alegre e rico em conhecimentos e histórias, eu contei a história da Fundação, e projetei o mais recente vídeo institucional. Como gosto muito de contar boas histórias e tenho várias delas no meu blog, Conheci novas pessoas e novas possibilidades de histórias a serem contadas!

As fotos da família Stickel e de todos os presentes foram feitas na sala de estar do Hotel, com suas paredes guarnecidas dos maravilhosos afrescos de Fulvio Pennacchi (1905-1992).


Árvore genealógica da família criada pela minha prima Rebeca.

é isso, por fernando stickel [ 17:09 ]

humanismo


O Homem Vitruviano, c.1492, lápis e tinta sobre papel, Leonardo da Vinci, Gallerie dell’Accademia, Veneza, Itália.

Me ocorreu que nossa missão na Fundação Stickel, tudo o que fazemos tem foco no homem, no ser humano. Nossos permanentes esforços de aprimoramento da instituição focam sempre nossos atendidos, alunos e alunas. Parece óbvio, mas é fundamental esta clareza, sempre!
Somos humanistas!
O humanismo enfatiza a valorização e a dignidade da pessoa humana, promovendo a realização de seu potencial, a busca pelo conhecimento, a justiça social e a compreensão das complexidades da condição humana. Está relacionado com generosidade, compaixão e valorização dos atributos, potencialidades e realizações humanas.

Curiosamente, meus pais Erico e Martha Stickel, os instituidores da Fundação em 1954 eram apaixonados por tudo relacionado à Itália e ao Renascimento Italiano, o berço do HUMANISMO, eles conheciam profundamente o país e sua cultura, tendo viajado extensivamente por lá. O Humanismo, portanto, mesmo que de maneira não explícita, está nas raizes da Fundação.

O Humanismo foi um movimento de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, uma abordagem filosófica, cultural e ética colocando os seres humanos no centro de suas preocupações. Valorizou o retorno à cultura da Antiguidade Clássica, como a base filosófica do Renascimento artístico, cultural e científico europeu. Fatores que favoreceram o humanismo a partir do século XIV:

– A migração de eruditos bizantinos: muitos procuraram refúgio na Europa Ocidental, especialmente na península itálica. Traziam com eles textos gregos e promoveram a difusão da cultura, valores e linguagem gregos.

– A prensa móvel, a invenção de Gutenberg em 1439 permitiu a produção e distribuição de livros a custo reduzido, assegurando a ampla disseminação das ideias humanistas.

– A ação dos mecenas, entre os mais importantes do renascimento italiano destacam-se os Médici de Florença, Cosimo de’ Medici (1389-1464); Lorenzo de Medici (1449-1492); e seu irmão Giuliano de Medici, ou os papas Júlio II (1443-1513) e Leão X (1475-1521).

– A criação de universidades, escolas e faculdades como Lovaina, Siena, Alcalá de Henares, Coimbra e as escolas do século XV, contribuiu largamente para a expansão do humanismo em toda a Europa.

Alguns dos pensadores, artistas e estudiosos do Renascimento europeu:

1-Francesco Petrarca (1304-1374): Frequentemente considerado o “pai do humanismo”, Petrarca foi um poeta, humanista e estudioso italiano. Ele foi pioneiro na redescoberta e no estudo das obras clássicas romanas, como as de Cícero e Virgílio. Sua abordagem de valorizar a literatura clássica e a ênfase no estudo da natureza humana foram fundamentais para a ascensão do humanismo renascentista.

2-Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494): Este filósofo italiano é conhecido por seu trabalho “Discurso Sobre a Dignidade do Homem”, que enfatizava a liberdade humana, a busca pelo conhecimento e o potencial ilimitado do ser humano para moldar seu próprio destino.

3-Leonardo Bruni (1370-1444): Um humanista italiano que foi um dos primeiros a usar o termo “humanitas” para descrever o estudo das letras clássicas. Ele também enfatizou a importância de estudar a história para entender a natureza humana.

4-Erasmus de Roterdã (1466-1536): Um humanista holandês que defendia uma educação baseada na razão e no estudo das obras clássicas. Ele criticava os aspectos dogmáticos da religião e defendia uma interpretação mais pessoal e moral do cristianismo.

5-Thomas More (1478-1535): Um humanista inglês conhecido por sua obra “Utopia”, que explorava ideias de justiça social, igualdade e governança ideal. Ele também foi um defensor da liberdade de pensamento e da crítica construtiva.

6-Desiderius Erasmus (1466-1536): Outro influente humanista holandês, Erasmus enfatizou a importância da educação e da tolerância religiosa. Ele também contribuiu para a crítica das práticas religiosas e instituições corruptas de sua época.

7-Giorgio Vasari (1511-1574): Um pintor, arquiteto e escritor italiano conhecido por seu livro “Vidas das Mais Excelentes Pintores, Escultores e Arquitetos”, que apresentava biografias de artistas renomados. Sua obra ajudou a preservar e popularizar a história da arte renascentista.

é isso, por fernando stickel [ 17:08 ]

faleceu itália bighetti

Faleceu no último domingo em Ribeirão Preto Itália Novelli Bighetti, mãe do Arnaldo Halpern, meu amigo e Conselheiro da Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 18:21 ]

Conheça a fundação que transforma vidas por meio da arte

KEKA CONSIGLIO
10/07/2023

Uma gota no oceano tem o poder de mudar a cor, assim como a arte tem condições de mudar as pessoas. Com esse olhar especial, a Fundação Stickel tem uma trajetória que se confunde com a história de desenvolvimento do Brasil, com muitos brasileiros precisando de ajuda. É a quinta entidade social mais antiga do Brasil. Seu foco inicial era totalmente assistencialista, ajudando crianças carentes no tratamento de tuberculose em Campos do Jordão (SP). Em 2004 começou a ser totalmente reformulada para o universo das artes e para atuar sob o lema “transformar vidas através da arte”.

Em 2012, sob comando de Fernando Diederichsen Stickel e Sandra Pierzchalski, a Fundação já estava 100% direcionada para a arte e ajustada para desenvolver ações que despertassem a curiosidade, a criatividade e o sentimento de pertencimento por meio de cursos gratuitos, palestras, publicação de livros e exposições. Sua missão é transformar a sociedade brasileira por meio da arte, com ética, transparência e respeito aos processos de aprendizado. A jornada da inclusão sociocultural é trabalhada para despertar novos potenciais em jovens e adultos para que se tornem agentes de transformação.

A paixão de Fernando pelo universo artístico começou em casa, com seu pai, Erico João Siriuba Stickel, um dos maiores colecionadores de arte do Brasil. Entre as milhares de obras de seu acervo, Erico adorava o Abaporu, o quadro mais importante da arte brasileira, pintado em segredo por pintora Tarsila do Amaral (1886-1973) para presentear o seu marido da época, o escritor Oswald de Andrade (1890-1954). Abaporu acabou virando símbolo de tudo o que o modernismo queria dizer, tendo a antropofagia, no sentido de absorver a cultura europeia, dominante na época, e capaz de transformar em algo nacional.

Nos anos 1960, Tarsila vendeu o quadro para Pietro Maria Bardi (1900-1999), fundador do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Menos de um mês depois, Bardi revendeu a pintura para o colecionador Erico Stickel (1920-2004). Fernando teve contato com o quadro Abaporu durante 20 anos, entre as décadas de 1960 e 1980. A pintura ficava no escritório de seu pai. Para ele, viver ao lado do Abaporu por um longo período tem importância folclórica, dada a proporção de relevância alcançada pelo quadro. Em 1984, o galerista Raul Forbes comprou o quadro por US$ 250 mil, na maior aquisição de uma pintura brasileira. Em 1995, Forbes decidiu leiloar Abaporu na famosa Christie’s, em Nova York. Recebeu US$ 1,35 milhão do empresário argentino Eduardo Constantini pela obra, que está exposta em grande destaque no Museu Malba.

Colecionador de arte, bibliófilo e estudioso da Iconografia Brasileira do Século XIX, Erico Stickel conviveu desde cedo com a biblioteca herdada de seu tio-avô Johann Metz (1861-1936) depois enriquecida por seu pai Arthur Stickel (1890-1968), à qual adicionou sua própria coleção. Paciente dedicado, dedicou mais de trinta anos ao trabalho de catalogação das primeiras obras de registro dos primórdios do Brasil como nação. A coleção Martha e Erico Stickel faz parte do acervo do IMS, no Rio de Janeiro, desde 2008. Reúne cerca de 1.500 obras que retratam o Brasil desde o século XVI (em cartografia) até o século XIX (em paisagens e registros do cotidiano feitos por artistas viajantes). As obras estão agrupadas em fólios, encadernadas em álbuns ou como peças avulsas, compreendendo gravuras, desenhos, aquarelas e manuscritos. Merecem destaque os trabalhos de Von Martius, Franz Frühbeck, Araújo Porto-Alegre, De Martino, Marguerite Tollemache, Johann Moritz Rugendas, Frederico Guilherme Briggs, Eugéne Cicéri, Iluchar Desmons, Luiz Schlappriz, Jan Frederik Schütz, Karl Wilhelm von Theremin, Carlos Linde e muitos outros.

O botânico e antropólogo alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), que é a maior referência de estudo da flora no Brasil, está presente na Coleção Stickel com um conjunto de 78 desenhos em grafite sobre papel, alguns com retoque de nanquim, que serviram de base para litografias. Os três anos em que viveu no Brasil, de 1817 a 1820, pesquisando principalmente na Amazônia, registrando sua flora e as cidades por onde passava, marcaram por muito tempo a produção de Von Martius. O acervo reúne também as principais obras do Brasil da época, com sua paisagem exuberante e o modo de vida de seus habitantes, assim como registros da época de D. Pedro II, da Batalha de Itororó e da Guerra do Paraguai. O Rio de Janeiro desse período está em duas aquarelas assinadas por Henry Chamberlain, as seis gravuras de Alfred Martinet e duas gravuras de Frederic Haguedorn, com a enseada de Botafogo e a entrada da Baía de Guanabara com o Pão de Açúcar.

A Fundação Stickel hoje desponta como uma das principais iniciativas em prol da arte no Brasil. A partir da herança cultural deixada pelo pai, Fernando foi impactado pelas artes visuais desde cedo e seguiu o caminho artístico durante toda a sua vida. A arte sempre foi o norte da vida de Fernando, que se graduou em arquitetura pela USP e partiu para as artes plásticas, além de ter atuado como fotógrafo e professor.

Muitas comunidades são beneficiadas por seu trabalho com educadores especializados em música, história da arte, estamparia, grafite, xilografia, mosaico, gravura, marchetaria e escultura. Nos últimos anos, 18 mil pessoas foram beneficiadas por atividades educativas, 9 mil alunos participaram de cursos e 33 publicações sobre arte foram produzidas. Além disso, mais de 130 mil pessoas visitaram as exposições organizadas pela Fundação.

Agora, a novidade é o Projeto Investidor Cultural, desenvolvido e idealizado em conjunto com a Angatu Private, um Multi Family Office que tem entre seus sócios Fernando Hormain, um dos maiores apoiadores da iniciativa, que visa captar recursos para a promoção das atividades artísticas da Fundação Stickel. Doadores recebem um selo e uma obra criada por um dos jovens ou adultos beneficiados pela entidade para incentivar a continuidade do apoio financeiro aos diversos projetos de incentivo à cultura. Pode-se adotar um aluno, um curso ou realizar uma doação financeira. “A ideia é plantar uma semente em todos e mostrar que é possível transformar a sociedade a partir da arte”, explica Fernando. O movimento tende a crescer e a incentivar, também, pessoas a doarem parte do Imposto de Renda anual para os projetos apoiados pela Fundação. “É possível destinar 6% do valor anual a ser pago para causas que realmente irão transformar a vida de muitos jovens que vivem em situações extremas”, diz.

Essa coluna é dedicada a Fernando Hormain, sócio da Angatu Private Banrking e um dos idealizadores do Projeto Investidor Cultural.

é isso, por fernando stickel [ 14:29 ]

apoio ao terceiro setor

A Fundação Stickel contratou recentemente um novo administrador de seu Fundo Patrimonial, leia como se deu esta transformação, em artigo publicado pela FortunA Gestora em Comunicação de Luxo com foto de Júlio Trazzi:

Apoio ao terceiro setor

Os arquitetos Fernando Stickel e Sandra Pierzchalski são os responsáveis pela Fundação Stickel, criada em 1954 por Martha Diederichsen Stickel e Erico João Siriuba Stickel. Desde 2004, quando reativaram as atividades da instituição, que ficou durante algumas décadas parada, passaram por três empresas que administraram, “nem sempre com sucesso”, como acentua Fernando, o fundo patrimonial que sustenta as várias ações realizadas. “Há cerca de um ano eu e a Miriam Miranda Costa, gerente administrativa e financeira, decidimos buscar no mercado outra empresa. Estivemos com oito proponentes e não ficamos satisfeitos, até encontrar o Fernando Hormain, da Angatu Private, que nos sugeriu uma gestão mais adequada ao nosso perfil. A cereja do bolo foi o Selo de Investidor Cultural, que evidencia um ponto importante para nós, que é a captação de recursos”, conta Fernando Stickel.

Arquiteto e artista plástico, ele explica que a fundação não tem uma grande empresa ou banco por trás e, portanto, precisa captar recursos, sob pena de não ter condições de manter as atividades. “Nosso fundo patrimonial não dá conta de fornecer meios para todas as necessidades”, diz. Fernando Stickel acentua a importância da sensibilidade da Angatu e da proposição sob medida para as demandas da fundação. “Juntamos nessa nova parceria a gestão patrimonial mais adequada que tivemos até agora junto com a consciência de que ela precisa divulgar aos seus parceiros e usar esse recurso do selo como incentivo à doação.”

Esses recursos, tão difíceis de serem arrecadados num mercado nem sempre sensível à necessidade de projetos artísticos e culturais, são essenciais para colocar em prática o lema “Arte Transforma”, adotado pela fundação em 2012. Sob essa ideia, são realizados cursos gratuitos de temas variados, desde fotografia até design gráfico, na periferia de São Paulo; exposições, que divulgam o resultado dessas oficinas e também destacam artistas respeitados que nem sempre encontram espaço nos circuitos normais da arte; e publicações, que normalmente compilam os trabalhos dos alunos em catálogos e folders e depois são distribuídos para bibliotecas e escolas, sempre com um cuidado extremo na identificação de cada obra.

Esse capricho Fernando Stickel parece ter herdado do pai, Erico Stickel, um aficionado das artes que foi dono do famoso quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral, durante quase 20 anos, e tinha como hobby garimpar obras de artistas que participaram das famosas expedições que vinham da Europa ao Brasil durante o século XIX. “Ele visitava feiras como a do Bixiga e do MASP, sebos e comerciantes de arte à procura dos trabalhos dos artistas que acompanhavam essas viagens. Tinha uma coleção riquíssima e, como era um estudioso, anotava tudo cuidadosamente em fichas, com o nome artista, ano, expedição e referências bibliográficas.” Erico chegou a publicar um dicionário chamado Uma Pequena Biblioteca Particular, pela Edusp.

Leia a revista FortunA aqui.


No Espaço Fundação Stickel, com Fernando Hormain da Angatu.

é isso, por fernando stickel [ 9:09 ]

perrone e igor

Designer gráfico, professor e arquiteto, Carlos Perrone está segurando um cartaz de sua autoria, criado a partir de texto de Vladimir Nabokov.

“The word cosmic is always in danger of losing its s.”

Perrone é parceiro da Fundação Stickel, tendo inaugurado, em plena pandemia, os cursos gratuitos de design, muito apreciados.

Eu tenho na minha formação o DNA do design gráfico, fui o cofundador da Und Corporate Design, junto com Lelé Chamma em 1977. Esta disciplina, que na época chamava-se Comunicação Visual, ocupou a minha vida profissionalmente, mas não me abandonou, você fica sempre atento ao bom uso de letras, tipografia, diagramação, etc… vou sempre à última página de um belo livro saber quem é o designer, me interesso por uma bela marca, logotipo ou design de exposição.

Esta convivência com o assunto venho passando para o Igor, nosso Coordenador de Projetos, que vem se revelando um excelente aprendiz da matéria, e que se deixou contaminar pela paixão do Perrone pelos cartazes, que mostrou a ele a beleza e o eterno poderio gráfico dos cartazes, consubstanciado na Bienal del Cartel Bolivia BICeBé

Tudo isso para contar a vocês que estamos preparando novo curso, com o Perrone, de cartazes!! Já prevemos desdobramentos desta iniciativa, como um concurso de cartazes, e mesmo uma bienal!

é isso, por fernando stickel [ 8:40 ]

faleceu zé maria


Faleceu meu amigo José Maria Monteiro Ribeiro, colega no Colégio Santa Cruz e posteriormente Conselheiro da Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 10:18 ]