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festa para jay chiat!


Mais um achado nos arquivos…
Quando meu amigo Jay Chiat (1931-2002) me ligou de NYC em 1989, avisando que viria a São Paulo em Abril de 1990, eu disse a ele:
– Sure Jay! We’ll make a party for you!
E aí veio a tragédia do Plano Collor…
E aí o Jay confirmou a viagem!
E aí eu me vi na obrigação de honrar o meu compromisso, já que era impossível não prestigiar um homem que havia aberto todas as portas para mim quando morei em New York.
Me virei para encontrar os endereços/telefones dos mais prestigiados publicitários de São Paulo, alguns dos quais eu conhecia pessoalmente, fiz os convites citando claramente que era uma festa em homenagem ao Jay, me virei para arrumar o dinheiro necessário, e Jade e eu fizemos uma belíssima festa na R. Ribeirão Claro!!!
Para minha surpresa fui solenemente esnobado pelos tais prestigiados publicitários paulistanos, que simplesmente não apareceram, eita turminha mal-educada! Vivendo e aprendendo…
As anotações a caneta nos recortes de jornal são do meu pai Erico.

é isso, por fernando stickel [ 18:25 ]

hérnia-disco


Em 1989 fiz o projeto de cenografia para um show de rock intitulado “Os órfãos de James Dean” que se realizou no Dama Xoc, casa de espetáculos que ficava na R. Butantã em Pinheiros.


Terminado o show, levei para o meu estúdio na R. Ribeirão Claro o enorme disco de madeira que havia sido construido, e fiz sobre ele uma nova pintura.


Cerca de um ano depois, em Maio 1990 sofri uma cirurgia de hérnia do disco, em pleno Plano Collor, e o cirurgião me entregou como lembrança os despojos (remains) da operação…


Mesmo com a imensa crise provocada pelo Plano Collor resolvi expor meu trabalho na Paulo Figueiredo Galeria de Arte, e homenageei minha intervenção chamando a exposição de HERNIA DISCO.
Apresentei 12 pinturas de grandes dimensões, o disco era a maior, com 4,4 metros… O pequeno frasco com os despojos ficava em um pedestal ao lado da pintura, e provocou muita repulsa…


A exposição na Galeria Paulo Figueiredo.


O disco em sua casa atual.


Convidado a participar do Salão de Artes Mario Pennock em Itajubá, MG, levei o Disco!

é isso, por fernando stickel [ 14:54 ]

a trama do gosto – natureza morta


O convite da mostra.


No ano de 1987 fui convidado pela Sonia Fontanezi, Curadora Geral da mostra para ser o sub-curador de um espaço na exposição “A Trama do Gosto, um outro olhar sobre o cotidiano”, que ocupou o prédio da Fundação Bienal de São Paulo no Ibirapuera. Lá criei um espaço intitulado “Natureza Morta Limitada”, onde foram expostas obras de arte alusivas ao tema “Natureza Morta”, dos clássicos aos contemporâneos.
Um dos trabalhos expostos foi a recriação, com os modelos da época, cedidos pelo Museu da Casa Brasileira, de uma pintura de Pedro Alexandrino, “Peru depenado” de 1903, cedida pela Pinacoteca.


Paralelamente ao espaço de exposição, dei aulas públicas de desenho de observação, para quem quisesse se inscrever.
Estes desenhos foram feitos por participantes da oficina de desenho e sobreviveram 26 anos na minha mapoteca… o modelo foi a Lela Severino, que posou para meus alunos durante muitos anos.

Convidei e selecionei muitos artistas para participar da “Natureza Morta Limitada”, entre eles:
Amelia Toledo
Antonio Cabral
Antonio Peticov
Babinski
Ciça Abs André
Dudi Maia Rosa
Ester Grinspum
Fabio Cardoso
Felipe Tassara
Feres Lourenço Khoury
Flávia Ribeiro
Flávio Motta 
Gilda Mattar
Gilda Vogt
Guyer Salles
Ivan Kudrna
Jeanete Musatti
João Carneiro da Cunha
José Carlos BOI Cezar Ferreira
Luise Weiss
Luiz Paulo Baravelli
Margot de Mattos Delgado
Marisa Bicelli
Nelson Leirner
Pedro Alexandrino
Pinky Wainer
Rosely Nakagawa
Silvia Elboni
Stella Ferraz de Camargo
Ucho Carvalho
Wesley Duke Lee


Fotos de autoria da Marisa Bicelli, tiradas no meu estudio da R. Ribeirão Claro. A camiseta DEAD DUCK foi criação minha, sou eu mesmo a usá-la.


Certificado assinado por Jorge Wilheim, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo.

é isso, por fernando stickel [ 1:00 ]

maratona

Nada como uma data redonda para uma comemoração, completam-se hoje exatos 20 anos da minha participação na Maratona!

Foto Jade Gadotti
Aos 51 anos de idade completei a metade da V Maratona de São Paulo, em 29 Maio 1999. Entrei no meio da prova, e fiz os 21 quilômetros finais em pouco menos de três horas, misturando caminhada rápida e trote. Na foto estou feliz com o feito, em baixo do abacateiro na minha casa na R. Ribeirão Claro!


Foto Jade Gadotti
Faltando 3km para o final, meu filho Arthur me encontrou na Av. Juscelino Kubitschek. O último km, na Av. República do Líbano, na chegada ao Parque do Ibirapuera, foi muito difícil, simplesmente infernal, mas cheguei!

A preparação para a prova foi longa e minuciosa, sob orientação da minha querida personal trainer Suzuki, principalmente por conta do meu histórico de hérnias do disco. Durante muitos meses todos os fins de semana eu fazia treinos longos no Ibirapuera, e durante a semana treinos mais leves.
Utilizei a “cola” acima, para garantir o ritmo durante a prova, alternando caminhada com trote.

Um ano antes participei informalmente da Maratona de Revezamento do Pão de Açúcar, no Parque Villa Lobos, entrei na metade e fiz os 21km, em esquema semelhante ao que utilizei em 1999.

é isso, por fernando stickel [ 8:58 ]

pharmacia cultural fundação stickel


A Pharmacia Cultural Fundação Stickel, aberta ao público no dia 23 Março 2019, na R. Ribeirão Claro 193, Vila Olímpia São Paulo é o novo Espaço Fundação Stickel, um espaço de múltiplo uso aberto ao público, que será utilizado complementando os programas e projetos da Fundação.

A exposição inaugural na Pharmacia Cultural apresenta, até 30 Junho 2019:
-Exposição dos trabalhos dos alunos dos cursos gratuitos de artes visuais, oferecidos na periferia de São Paulo, em diversas técnicas.
-Linha do tempo com 8 metros de comprimento, contando gráficamente a história da Fundação nos seus 65 anos de existência.
-Projeção de vídeos sobre as atividades da Fundação.

Neste espaço acontecerão também em futuro próximo cursos, palestras, projeções, seminários, etc

é isso, por fernando stickel [ 13:52 ]

marinalva em contato


Marinalva Nunes foi minha caseira de 1987 a 1991 quando morava na R. Ribeirão Claro na Vila Olímpia em São Paulo. Ela tinha uma casa separada e morava com as filhas, sua principal responsabilidade era travar o portão da casa se chovesse, pois havia enchente no bairro, e se o portão com gachetas de borracha não fosse travado era uma tragédia!
Sua neta Tatiana me encontrou no Facebook, não é fantástico?
Já estamos em contato via Whatsapp, ela mora no interior da Bahia, em Pataiba!

é isso, por fernando stickel [ 15:52 ]

faleceu beatriz esteves

bia
Li na edição do Estadão de 12/2/2016 a notícia do falecimento da minha ex-aluna Beatriz (Bia) Esteves e fiquei chocado. Muito jovem!

Alguns dias depois leio no Facebook que foi o coração, dormindo… o que pode-se dizer é uma benção…

Vivi com ela um episódio muito interessante durante minhas aulas de desenho de observação, cerca de 1986/87.

Em um dia de aula no meu estúdio na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia a Bia reclamava muito que não conseguia desenhar, estava intranquila, falava muito, ao ponto em que solicitei aos outros alunos que parassem de desenhar, reuni todos ao redor da lareira e pedi para a Bia falar sobre sua intranquilidade.

Ela era uma pessoa reservada, discreta e estranhou a minha solicitação, diria que ficou chocada… Tranquilizei-a dizendo que se fosse necessário conversar para podermos evoluir no desenho, era isso que faríamos, sem problema nenhum.

Timidamente ela começou a contar seu momento e rapidamente surgiu o assunto que originou o desconforto, ela estava desmamando seu bebê! Leio no anúncio fúnebre que ela deixou os filhos Ana Helena e Francisco, não lembro sobre qual deles era a questão.

As angustias do crescimento e a consequente separação da criança estavam atrapalhando sua concentração na aula de desenho. Foi um momento catartico. Houve compreensão, choro e alivio.

Me senti altamente gratificado com meu momento “Dr. Freud”, foi muito bom ajudar a Bia a encontrar o caminho da solução da questão.

Penso com carinho nela e seus filhos, já adultos… Desejo que faça uma boa viagem.

é isso, por fernando stickel [ 9:11 ]

branca elisabetsky

Nos anos 80 morei em New York, e lá convivi com o fotógrafo Claudio Elisabetsky.

Ao voltar ao Brasil iniciei em 1986 curso de desenho de observação na minha casa/atelier da R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia, e “Dona” Branca Elisabetsky, mãe do meu amigo Claudio, com idade suficiente para ser minha mãe, veio ter aulas comigo.

Nos demos muito bem, assertiva e interessada, um dos poucos aluno(a)s que tive nesta faixa de idade. Após algum tempo no desenho seu trabalho evoluiu para a escultura, onde está até hoje, trabalhando com argila, bronze e resina.

Obrigado Claudio pela foto da tua mãe!

é isso, por fernando stickel [ 7:03 ]

alunos de fernando stickel


Minha amiga e ex-aluna Lorna Lee Balestrery me enviou esta fotografia do grupo de 46 alunos do meu Curso de Desenho de Observação que expuseram seus trabalhos na Galeria Montesanti-Roesler (hoje Nara Roesler) em 24 e 25 Junho 1989. Eu estou sentado.
A foto foi tirada no meu estúdio da R. Ribeirão Claro 37, Vila Olímpia, onde se realizavam as aulas. Se bem me lembro o fotógrafo foi Hiroto Takada, a foto utilizada na divulgação e no convite.

lorna
Lorna (de vermelho) e amigos na exposição.

é isso, por fernando stickel [ 16:07 ]

aracy arens (1905-2013)

aracy
Aracy Arens (1905-2013), 108 anos de idade, iniciou hoje sua última viagem.
Prima irmã da minha mãe Martha, Aracy era um fenômeno.
Nesta foto de 2005, exatos oito anos atrás, Aracy (à esq.) e Joanninha visitam uma das exposições que a Fundação Stickel promoveu no “Espaço Fundação Stickel” na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia.
Aracy recebia os convites da Fundação e imediatamente me ligava, o diálogo que se seguia era mais ou menos assim:
-Fernando! (com voz forte, clara, bem articulada)
– Oi Aracy!
– Como você sabe que sou eu?!
– Porque sua voz é inconfundível!
– Ah, sei… Olha, recebi seu convite, estarei lá!
– Com o maior prazer Aracy!
E, de fato, no dia da vernissage lá estava ela, com mais de 100 anos de idade, interessada, curiosa, falante.
Que sua energia e vivacidade sirvam de exemplo para a família e os amigos, faça boa viagem Aracy!

aracy 2
Nesta foto, à esquerda minha tia Leonor Diederichsen Villares (1906-2006) e Aracy, em um almoço de comemoração do aniversário de meu pai, Erico Stickel (1920-2004), em 3 Abril de 2004.

é isso, por fernando stickel [ 22:42 ]

ajudem lela severino

lela
Esta é a Lela, foi modelo vivo nas minhas aulas de desenho de observação por muitos e muitos anos. Bonita, forte, positiva, simpática, os alunos (e eu evidentemente) gostavam muito dela. Esta foto é de 2006, o último ano em que dei aulas.

Recebo agora uma notícia dando conta que ela foi operada, vejam a íntegra do e-mail que recebi da minha amiga Rosely Nakagawa:

“Queridos amigos
Nossa querida amiga e modelo Lela fez uma cirurgia de emergência e vai ficar afastada dos trabalhos até o inicio de 2014.
Para ela o seu corpo é além de tudo a matéria prima do trabalho.
Sabemos da fragilidade da situação dela como um todo e contamos com sua colaboração para que ela tenha uma recuperação tranquila e confortável.
Formamos uma cooperativa para depositar R$ 50,00 até janeiro de 2014 , pelo menos.
Quem puder colaborar com um valor maior será muito bem vindo. Quem puder ampliar esta rede também.
Os dados para depósito :
 
BRADESCO
Agencia 2818-5
Conta corrente 0000236-4
CPF: 001.338.478-37
Terezinha Severino
 
Contamos sua participação nesta ação.
Para mais informações sobre a saúde dela e mais detalhes, me liguem 999174877
Desde já obrigada e um grande abraço
 
Rosely Nakagawa e  Rubens Matuck”

Eu já colaborei, quem puder faça o mesmo, ela vai agradecer de coração.


Lela posando no meu estúdio da R. Ribeirão Claro na Vila Olímpia.

é isso, por fernando stickel [ 13:06 ]

magy imoberdorf

Recuperando boas memórias do dia 4 fevereiro 2006:


O dia começou bem com este excelente artigo sobre a exposição de hoje, no Estadão:

Magy Imoberdorf cria obras com madeira e desenhos. A artista gráfica suíça exibe no Espaço Fundação Stickel da Fundação Stickel suas esculturas de parede em que valoriza o trabalho manual.

Camila Molina

A suíça Magy Imoberdorf recolhe madeiras e outros objetos nas caçambas das ruas de São Paulo ou de Nova York – e como ela diz, é incrível como se jogam no lixo materiais interessantes e que podem ser reaproveitados. Amigos também, ao saber de seu gosto, lhe fornecem pedaços de madeira que se transformam, depois, em esculturas de parede ao receber os desenhos da designer gráfica. “No Brasil há um certo medo do trabalho manual, ele é até desvalorizado. Na Suíça, onde nasci, sempre fizemos trabalhos manuais, desde a escola”, diz Magy, que exibe, a partir de hoje, na Fundação Stickel, uma série de 18 de suas novas criações.

Sobre pedaços de madeira encontrados a artista cola desenhos que representam retratos das pessoas à sua volta, animais e as flores de seu jardim. Em seu processo criativo, há um gosto por usar as mãos – Magy lixa o material, corta, trata com a encáustica, misturando verniz e cera de abelha. Algumas vezes, também, ela usa a madeira no estado em que foi achada – pode o material ter sofrido queimaduras ou cortes irregulares, pode um estrado se transformar no que seria a representação de um banco. Magy usa os defeitos e qualidades do material a seu favor e até cores ela vai descobrindo nos diferentes tipos de madeira que utiliza, um processo simples de apropriação de objetos reciclados – ela também incorpora chapas de metal e plástico.

Como diz a artista, que chegou ao Brasil em 1969, nessa série o desenho vem primeiro – desenhar é prática recorrente em sua vida, desde também a época de escola. “Como aqui há um problema grave de umidade e os desenhos mofam, comecei a procurar desenhar em materiais não perecíveis como pedras e discos e agora uso madeira”, conta Magy. Nessa série, que vem desenvolvendo há cinco anos, Magy primeiro realiza os desenhos em papel Kraft e depois os aplica à madeira, algumas vezes usando cera quente.

Suas esculturas de parede, ou relevos, são de grande porte – há obras que chegam a ter dois metros de altura. São cenas simples representadas: uma senhora tricotando ao lado de dois cachorros; um casal e um menino; uma fruteira sobre uma bandeja; folhagens. Mas vale dizer que alguns de seus últimos trabalhos caminham para a abstração. “Sempre trabalhei o figurativo, mas gosto de um tipo de figurativo contemporâneo, revisitado, misturado com a abstração”, diz. Nas obras deste tipo, Magy sobrepõe madeiras com diferentes recortes e cores e, dessa maneira, os relevos vão ficando cada vez mais espessos. Ela também faz questão de deixar aparente os parafusos indicando que função e estética estão juntos.

Durante o período de sua exposição, a partir do dia 6, Magy Imoberdorf vai participar de encontros promovidos pela Fundação Stickel com crianças e catadores de lixo para mostrar como o uso de materiais reciclados pode se transformar num agradável processo de criação de objetos.

(SERVIÇO)
Magy Imoberdof. Espaço Fundação Stickel. R. Ribeirão Claro, 37, V. Olímpia, 3849-8906. 14h/20h (fecha dom.). Grátis. Até 24/2. Abertura hoje, às 16h


Cenas da abertura da exposição de Magy no Espaço Fundação Stickel.

é isso, por fernando stickel [ 12:00 ]

presença de juan esteves

livro-presença1
Em Novembro 2006 a Fundação Stickel promoveu no Espaço Fundação Stickel – R. Ribeirão Claro 37 – Vila Olímpia a exposição de fotos PRESENÇA do fotógrafo Juan Esteves, e lançou em parceria com a Editora Terceiro Nome o livro de mesmo nome.

O título do livro foi sugerido por Frans Krajcberg, e reflete a proposta deste trabalho: mostrar retratos de 138 artistas plásticos brasileiros, natos ou adotivos, de várias gerações, fotografados por Juan Esteves em ambientes como suas casas, ateliês ou galerias. Raramente conhecemos o artista que está por trás de uma obra de arte, e as fotos mostram seus olhares, seus gestos, sua expressão interior – sua presença. São 153 imagens, pois alguns artistas foram fotografados mais de uma vez, em anos diferentes.
Juan Esteves iniciou este trabalho há cerca de vinte anos, quando era fotógrafo na Folha de S. Paulo, e ao longo desses vinte anos retratou representantes de diferentes gerações e tendências das artes plásticas no Brasil. Mesmo com um recorte pessoal, o livro tem caráter histórico, pois abrange desde o modernismo, o concretismo, o Grupo Rex, a Escola Brasil:, a Geração 80 e o Ateliê Abstração, até artistas jovens. É, como diz o autor, “um trabalho denso, carregado, com olhares fortes, significativos, cheio de dúvidas e ansiedade, vivos, olhares de quem viveu uma vida complexa, produtiva e intensa.
O texto de Olivio Tavares de Araújo “Eles iam a Paris, nós ao Canindé” completa a obra.

Eu escrevi a apresentação do livro, a seguir:

Memórias indeléveis
Fernando Stickel

Coincidências não existem. Como explicar, então, que a imagem mais antiga deste livro – Lina Bo Bardi, em 1985 – coincide com personagens das minhas mais antigas memórias do mundo das artes?

Lembro perfeitamente bem de uma visita ao MASP da rua 7 de Abril, onde meus pais me apresentaram a um casal “muito importante”, Pietro Maria Bardi e sua esposa Lina Bo Bardi. Naqueles anos 50/60 também conheci a famosa “casa de vidro”, onde Pietro e Lina moravam no Morumbi, e visitei uma “villa” nos arredores de Florença onde o casal Bardi recebeu a família Stickel.

Memórias indeléveis, ricas em nuances, temperaturas e cheiros, única e exclusivamente minhas. Revividas nestas parcas linhas podem, talvez, suscitar curiosidade ou servir de fio condutor de alguma outra história. Gravadas na película, e em seguida no papel, as imagens de Juan Esteves são um poderoso fio terra entre as memórias e a história, prescindindo de “esforços” de memória. São a presença da história.

Ao ver a foto de Lina e do professor Bardi, imediatamente saltaram do meu “inconsciente coletivo artístico” todas as vivências e memórias daquela época. Esse é o poder da imagem. Esses rápidos instantes gravados evitam o desaparecimento da memória, e o Juan, lutando contra desencontros, dependendo da sorte, insistindo nestes últimos vinte anos, captou em imagens uma significativa parcela de artistas – e da nossa história.

Sinto-me privilegiado por poder abraçar o projeto do Juan Esteves, pois já tenho idade suficiente para testemunhar a rapidez com que as gerações de artistas se sucedem, experimentando com clareza a necessidade imperiosa de se registrar a história das artes no Brasil, país que não preza sua história e não tem sólida tradição editorial.

A Fundação Stickel tem por objetivo trabalhar com a arte contemporânea brasileira, sem deixar de homenagear as gerações de artistas do passado, incentivando as novas gerações que surgem. A parceria entre Juan Esteves, Editora Terceiro Nome e Fundação Stickel aqui está, presente.

é isso, por fernando stickel [ 12:09 ]

av. hélio pellegrino

horti1
Logo que a Av. Hélio Pellegrino foi aberta em 1992, sobre o leito canalizado do córrego Uberaba, surgiu o Sacolão da Vila Olímpia, um dos primeiros negócios abertos na nova avenida. Eu fui cliente, pois morava a cerca de um quarteirão, na esquina da R. Ribeirão Claro.
Hoje, vinte anos depois, são dezenas de lojas, restaurantes sofisticados, agências de automóveis e até prédios residenciais de alto padrão se encontram na avenida.
O sacolão se transformou em “Hortifruti”, e agora fechou, evidentemente para dar lugar a algum novo empreendimento sofisticado.
A cidade não para de mudar, e a Vila Olímpia é um dos bairros que muda mais rápidamente, está precisando urgentemente de Metrô!

é isso, por fernando stickel [ 14:43 ]

vila bela cintra

vila11
Nesta vila da R. Bela Cintra em São Paulo morei e trabalhei. Na casa 3, que não aparece nas fotos morei até 1984, quando me mudei para New York. Na casa 1 trabalhei com meu pai de 1991 a 1996.
Na casa 4 morei brevemente enquanto reformei minha casa na R. Ribeirão Claro.
O desenvolvimento imobiliário paulistano já se encarregou de plantar ali um prédio… da vila sobrou o imóvel onde hoje é o restaurante Le Chef Rouge, e uma loja mais para cima.

é isso, por fernando stickel [ 13:46 ]

faleceu fonthor de luca

fonthor
Faleceu o meu amigo Fonthor de Luca, aos 57 anos.
Ainda não entendi direito… Estou chocado… Tenho de vontade de ligar para ele e perguntar o que aconteceu, muito moço…
Sempre prestigiou os eventos no Espaço Fundação Stickel da R. Ribeirão Claro, sua presença era um constante prazer.
Além de desejar-lhe uma boa viagem, aviso aos amigos que a missa será amanhã, quarta-feira às 19:30 na igreja São Pedro e São Paulo, Circular do Bosque.

é isso, por fernando stickel [ 8:52 ]

sobre o autor


Fernando Diederichsen Stickel, com os Jack Russell Bolt e Jimmy.

Nasci em São Paulo SP na Pro Matre Paulista em 6 Outubro 1948 às 18:52h

Meus pais Erico João Siriuba Stickel e Martha Diederichsen Stickel ambos de origem alemã me educaram rigidamente, e aprendi o pouco da língua alemã que sei principalmente no contato diário com nossa governanta Lina Johanna Dietze, conhecida por Fräulein, mas também com meus avós paternos Erna e Arthur Stickel.

Nossa casa na R. dos Franceses era recheada de livros, quadros, gravuras, esculturas, tapetes, tudo de muito bom gosto e muito arrumado, era uma casa onde se ouvia música clássica e não havia televisão. Meus pais se relacionavam principalmente com arquitetos, músicos, gente da arte e da cultura.

Havia na casa um piano no porão, e por um breve período também um órgão elétrico Hammond, que meu pai tocava. O porão, a garagem e o jardim permitiam brincadeiras de todos os tipos, minha infância e de meus irmãos foi basicamente dentro de casa, não havia convivência com vizinhos nem brincadeiras de rua.

Toda minha vivência de bairro e de rua se realizava na casa do meu amigo Klaus Foditsch, que morava na Rua Barão de Aguiar, ao lado do Aeroporto de Congonhas.

Meu interesse por máquinas, motores, bicicletas, carrinhos, tudo que andasse e tivesse motor já era evidente, e tanto perturbei meus pais que com 16 anos de idade ganhei uma Leonette 50cc.

Com cerca de 20 anos de idade iniciei aulas de desenho com Frederico Nasser, fato que mudou radicalmente minha vida, pois me lançou em velocidade supersônica no mundo das artes, por conta deste pontapé inicial os anos de 1968, 69, e toda a década de 70 foram riquíssimos, e solidificaram minha paixão pela ARTE.

A partir daí a vida continuou com sólidas escolhas e paixões já encaminhadas…

Estudei em 1970 com Baravelli, Fajardo, Nasser e Resende na Escola Brasil: e formei-me pela FAU-USP em 1973.

Nos anos 70 trabalhei como arquiteto e designer gráfico, optando por uma carreira nas artes plásticas em 1980.

Participei de inúmeras exposições individuais e coletivas, recebendo em 1985 o Prêmio Aquisição Desenho, no III Salão Paulista de Arte Contemporânea.

Fui nomeado para o Programa CAPES / FULBRIGHT de especialização em Artes nos EUA, e morei em New York em 1984/85.

Dei aulas de desenho de observação em meus estúdios na Vila Olímpia na R. Ribeirão Claro e na R. Nova Cidade por 20 anos. Com Anísio Campos promovemos o curso “Oficina de Design de Automóvel” em 1988, 1989 e 1990.

Publiquei os livros: “aqui tem coisa” (poesias e desenhos) pela Editora DBA em 1999 e “Vila Olímpia” (fotos), pela Editora Terceiro Nome em 2006.

Ocupo desde 2004 a posição de Diretor Presidente da Fundação Stickel, instituição sem fins lucrativos visando a transformação de jovens e adultos através das artes visuais, nossa atuação concentra-se na Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha, distritos da zona Norte de São Paulo. Nosso lema ARTE TRANSFORMA!

Em 2007 uma paixão antiga finalmente encontrou espaço para se desenvolver, a militância no universo dos carros clássicos. Adquiri um Porsche 911 Carrera 1975 e meu envolvimento neste universo cresceu exponencialmente, me filiando a clubes e participando de rallies, passeios e eventos de antigomobilismo, no Brasil e no exterior.

Concluí em 2009 MBA em Gestão e Empreendedorismo Social pela FIA/CEATS e em 2011 frequentei a Foundation School em Bertinoro, Itália promovida pelo CAF – IDIS.

Venho atuando ativamente no Terceiro Setor, participando de congressos, encontros e seminários.

Optei pela fotografia em 2003, na sequência de 30 anos de carreira nas artes plásticas e ensino de desenho de observação, e expus minhas fotos pela primeira vez na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2006, com curadoria de Diógenes Moura, com a série “Vila Olímpia”.

Minhas obras estão em coleções públicas e particulares, no Brasil e no exterior.

Mantenho desde 2003 este blog “aqui tem coisa”

Estou casado com a Sandra e tenho os filhos Fernanda, Antonio e Arthur, e os netos Samuel, Ian Noah e Pedro.

Sandra e eu somos os pais do Jimmy Hendrix e do Bolt, adoráveis cães da raça Jack Russell. Eles comandam as nossas vidas!

é isso, por fernando stickel [ 15:19 ]

comunidade shalom

As obras da nova sede da Comunidade Shalom na R. Ribeirão Claro, Vila Olímpia estão aceleradas.
Para meu prazer, verifico que todas as árvores de que cuidei durante 20 anos estão lá, incorporadas ao projeto.
Vejam aqui a evolução deste imóvel.

é isso, por fernando stickel [ 10:21 ]